quarta-feira 24 2015

Youssef acertava propina com executivo da Odebrecht, diz emissário do doleiro


Rafael Ângulo Lopes afirmou que doleiro informava contas no exterior para depósitos de propina ao companheiro de viagens de Lula na empreiteira

O entregador - Rafael  ngulo Lopez era o responsável na quadrilha pela distribuição de dinheiro dentro e fora do Brasil
Rafael Ângulo Lopes afirmou em depoimento que doleiro Alberto Youssef e o executivo da Odebrecht, Alexandrino, discutiam propina(Jefferson Coppola/VEJA)
O carregador de malas de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes, disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o chefe discutia pagamentos de propina com o executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar. Preso da 14ª fase da Operação Lava Jato, Alencar deixou a empresa nesta segunda-feira.
Companheiro de viagem do ex-presidente Lula em empreitadas pagas pela Odebrecht ao exterior, Alencar está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Investigadores que atuam na força-tarefa da Lava Jato acreditam que ele atuava como distribuidor de vantagens ilícitas em nome da Odebrecht no escândalo do petrolão.
O depoimento de Ângulo Lopes, que concordou em fechar um acordo de delação premiada, só foi divulgado nesta quarta-feira. "Com certeza era um acerto de contrato de propina e de transferência de valores no exterior", disse ele. De acordo com o relato do auxiliar do doleiro, Youssef entregava ao executivo as contas bancárias situadas no exterior para que os depósitos de propina fossem feitos. No depoimento, não há citação dos destinatários do dinheiro sujo, mas Rafael Ângulo diz ter ele próprio também levado números de contas bancárias a Alexandrino na Braskem. Depois da transferência dos valores, os comprovantes dos depósitos de propina eram entregues pelo próprio executivo, sendo que, "em geral", a própria Braskem fazia as transferências internacionais.
A partir de 2011, quando Alexandrino Alencar já estava na Odebrecht, os comprovantes de depósitos eram retirados por Ângulo Lopes na própria empreiteira. Ele disse que ia "no mínimo" duas vezes por mês ao encontro de Alencar, que se comunicava em "telefones exclusivos" com o doleiro Alberto Youssef, registrados com os codinomes Primo e Barba.
Na manhã desta terça, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também prestou depoimento sobre Alexandrino na Polícia Federal em Curitiba e confirmou que o executivo negociou com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-deputado federal José Janene (PP-PR) o pagamento de 3 a 5 milhões de dólares em propina, entre 2006 e 2012.
"[Paulo Roberto] recorda-se de ter participado de uma reunião em um hotel de São Paulo em que estavam o declarante, [José] Janene e Alexandrino, sendo que nessa oportunidade foi tratado de forma clara o assunto relacionado ao pagamento de vantagens ilícitas em troca de benefícios a Braskem na compra de nafta da Petrobras", diz trecho do depoimento do ex-dirigente.

Marcelo Odebrecht orienta destruição de e-mail em bilhete


Agentes que examinam correspondências dos presos na carceragem de Curitiba acharam um manuscrito de Odebrecht aos seus defensores: 'Destruir e-mail sondas'

Marcelo Odebrecht da construtora Odebrecht é encaminhado para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20)
Marcelo Odebrecht da construtora Odebrecht é encaminhado para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20)(Vagner Rosário/VEJA)
A Polícia Federal encontrou um bilhete em que o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, orienta seus advogados a destruírem um e-mail que pode incriminar a empreiteira no propinoduto da Petrobras. Na manhã da última segunda-feira, o quarto dia em que Odebrecht estava na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, os agentes encarregados de examinar a correspondência interna dos presos acharam um bilhete manuscrito de Marcelo destinado aos seus defensores. O empreiteiro escreveu: "Destruir e-mail sondas".
A Polícia Federal copiou o bilhete (confira na imagem a seguir) - que chegou às mãos dos advogados - e reportou o caso ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
Em e-mails rastreados pela Polícia Federal, o executivo discute a contratação de navios-sonda e a possibilidade de sobrepreço de até 25.000 dólares por dia. Na versão da defesa do empreiteiro, considerada risível por policiais que atuam no caso, a palavra "sobrepreço" não seria superfaturamento, mas sim um termo técnico utilizado na conversa.
Os advogados Rodrigo Sanchez Rio e Dora Cavalcanti, que integram a banca de defesa dos executivos, não devolveram aos investigadores o bilhete original apreendido na carceragem. A PF deu prazo de 24 horas para a apresentação do manuscrito, mas não obteve retorno até agora.
A defesa de Marcelo argumenta que o verbo "destruir" seria uma "estratégia processual" - e não a aniquilação de eventuais provas. Também afirmam que o e-mail sobre navios-sonda já consta dos autos. "Há uma percepção de que a prisão de Marcelo não se sustenta. Houve uma interpretação torta e maldosa. Não faz sentido a polícia entregar à defesa um bilhete que poderia ser uma prova e também não faz sentido haver uma suposta ordem para destruir um e-mail já apreendido pelos policiais", disse a advogada Dora Cavalcanti.
Divulgação
Bilhete escrito por Odebrecht
O conteúdo do bilhete escrito por Odebrecht(VEJA.com/Divulgação)
Nesta terça, antes de o delegado Eduardo Mauat ter reportado o episódio ao juiz Sergio Moro, a defesa de Marcelo Odebrecht encaminhou ofício ao magistrado no qual diz que a mensagem manuscrita pelo executivo foi "maliciosamente interpretada como indício da prática de crime".
"As anotações não continham o mais remoto comando para que provas fossem destruídas e que, à toda evidência, a palavra destruir fora empregada no sentido de descontruir, rebater, infirmar a interpretação equivocada que foi feita sobre o conteúdo do e-mail", diz a defesa.
Para a Polícia Federal, não é a primeira vez que a Odebrecht tenta destruir provas da participação da empreiteira no propinoduto. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na empresa em São Paulo, representantes da Braskem, o braço petroquímico da empresa, foram notificados para apresentarem arquivos de e-mails da do executivo Roberto Prisco Ramos. Os dados, contudo, não foram apresentados na íntegra.

Noz-moscada melhora a circulação sanguínea

Ela também é aliada do aparelho gastrointestinal e do sistema nervoso central

A noz-moscada consiste na semente da árvore Myristica fragrans que, apesar de cultivada mundialmente em locais de clima tropical e úmido, é nativa da região da Indonésia. A noz- moscada possui na maior parte de sua composição gorduras e óleos essenciais, a exemplo da miristicina, safrol, eugenol, elemicina, além de amido, celulose e minerais. A noz-moscada apresenta amplo uso pela indústria alimentícia, por se tratar de um condimento de características particulares que acentuam o aroma, sabor e cor das preparações e, na saúde, uma vez que possui elevada concentração de elementos químicos com grande capacidade antioxidante, além de outras aplicações.  

Benefícios da noz-moscada

Em decorrência de seus óleos essenciais, minerais e de compostos bioativos, estudos evidenciam os potenciais efeitos positivos da noz-moscada sobre:  
O sistema nervoso central, propiciando leve efeito sedativo e ansiolítico, principalmente em função dos compostos miristicina e elemicina que possuem atividades relacionadas com os neurotransmissores serotonina e dopamina.  
Melhora da circulação sanguínea, uma vez que o eugenol apresenta propriedades que relaxam a musculatura, promovendo a vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo aos tecidos, levando assim mais nutrientes e oxigênio às células. 
O aparelho gastrointestinal, visto que a noz-moscada demonstrou efeitos positivos no controle dos sintomas de doenças que acometem segmentos do intestino, a exemplo da doença de Crohn em que o extrato de noz-moscada evidenciou reduzir o processo inflamatório e os episódios de diarreia. 
Apesar de ainda preliminar, a noz-moscada mostrou atuar como um antioxidante, reduzindo significativamente a formação de novos vasos sanguíneos e inibiu o crescimento de células cancerígenas, denotando um possível benefício de compostos presentes na noz-moscada como um adjuvante no tratamento do câncer.  
A especiaria também é fonte de minerais como o manganês e cobre, utilizados pelo organismo como co-fatores para atividade de enzimas antioxidantes. O potássio, elemento importante presente nos fluidos corporais que contribui para o controle da pressão arterial e batimentos cardíacos e o ferro, essencial para a produção de glóbulos vermelhos, também estão presentes na noz-moscada.  
Demais benefícios relacionados à noz-moscada recaem em suas propriedades antibacterianas, apresentando efeito modulatório na proliferação e produção de toxinas de determinadas bactérias, sendo assim usado pela indústria na produção de sabonetes, pastas dentais e cosméticos.  

Cuidados ao consumir a noz-moscada

Um cuidado com a noz-moscada é que o consumo, em grandes quantidades, pode ocasionar efeitos adversos à saúde. Relatos de casos por intoxicação acidental com a noz-moscada já foram descritos na literatura anteriormente e atribui-se como responsável por parte destes sintomas o composto denominado miristicina (que ocorre também em outros vegetais em quantidades variáveis) e o safrol, ambas pertencentes a uma família de substâncias com ação psicoativa. 
Sabe-se, no entanto, que é necessário uma quantidade muito além das habitualmente utilizadas em preparações culinárias para a manifestação de sintomas que podem incluir desde náusea, tontura, palpitações e sudorese, podendo causar alucinações e, em casos graves, até o coma. 
Em situações especiais como a gestação e o aleitamento, atualmente não existe evidência suficiente acerca da segurança do consumo de noz-moscada. Possivelmente, em quantidades superiores às usualmente encontradas em preparações, não é considerado seguro em gestantes e lactantes, uma vez que os efeitos colaterais decorrentes do consumo excessivo poderiam também acometer, respectivamente, ao feto e ao bebê, além de apresentar potencial efeito abortivo.  

Quantidade recomendada de noz-moscada

O consumo habitual, em preparações culinárias envolvendo a noz-moscada, dificilmente atinge o limite máximo recomendado - ainda não completamente estabelecido - contudo aconselha-se o consumo limite de até 2 colheres de chá para um indivíduo adulto - a depender de peso, idade e susceptibilidade individual. Uma noz-moscada inteira equivaleria a aproximadamente 3 colheres de chá da versão moída. Em geral, de forma a ressaltar as características de sabor, aroma e cor de uma preparação, utiliza-se 1 colher de café de noz-moscada para 4 pessoas.  

Como consumir a noz-moscada

A noz moscada apresenta versatilidade de aplicações, combinando tanto com preparações doces, como bolos, biscoitos, tortas e cremes de sabor baunilha, e salgadas, como caldos e sopas, molhos, pratos com curry, e até cocktails clássicos, como o norte-americano eggnog. 
Uma outra sugestão é utilizar a noz-moscada polvilhada em bebidas, como cafés, de forma a enriquecer o seu sabor. Fundamentalmente, a noz-moscada pode ser encontrada em duas formas: em pó, pronta para uso, ou a noz-moscada inteira. Aconselha-se para a apresentação em pó, a utilização em um período curto de tempo, para que assim não perca as propriedades de sabor e aroma, oriundas dos óleos essenciais voláteis que podem ser perdidos com o contato com o oxigênio. Se a opção for utilizar a noz-moscada inteira, recomenda-se ralar a noz no momento da finalização dos pratos, para que proporcione o melhor de suas características. 
Para o armazenamento, é importante conservar a noz-moscada (seja em pó ou inteira) num recipiente hermético, mantido longe da umidade, calor e luz solar direta. Assim como outras especiarias, não se recomenda o congelamento com o objetivo de preservar o sabor e aroma particulares.