sexta-feira 13 2015

Antonio Carlos Jobim - "Samba do Avião"





Minha alma canta

Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Copacabana, Copacabana
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...

Tom Jobim - Garota de Ipanema





Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

Petrolão: 10 depoimentos para ‘estarrecer’ Lula e Dilma


lula-dilma-petrobras
Vamos organizar o noticiário com uma listinha promissora:
1.
“O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias.”
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, preso na sétima fase da Lava Jato, rompendo o então pacto de silêncio das empreiteiras sobre a participação dos políticos.
2.
a) “O esquema foi comandado por agentes políticos para a manutenção de grupos e partidos no poder. O esquema alterou os resultados das eleições de 2006, 2010 e possivelmente de 2014. Houve desequilíbrio no pleito.”
b) “É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. PT e a base aliada como PMDB, PP. É a corrupção sustentando um esquema de poder.”
c) “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo.”
Antonio Figueiredo Basto, advogado do doleiro Alberto Youssef.
3.
“Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas.”
Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema do petrolão.
* Em outubro de 2014, VEJA noticiou que, perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto?, perguntou o delegado.
— Lula e Dilma, respondeu o doleiro.
Duas semanas depois, o editoral do Estadão “Lula e Dilma sempre souberam” ratificou a matéria de VEJA.
4.
a) “[O tesoureiro do PT] Edinho Silva está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso na Lava Jato doaram para campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculações campanha X obras da Petrobras?”
b) “As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. O que dirá o nosso procurador-geral da República?”
c) “Lava Jato está prestes a mostrar que o que foi apresentado sobre a área de Abastecimento da Petrobras é muito pequeno quando se junta Pasadena, SBM, Angola, esquema argentino, Transpetro, Petroquímica. Ah, e o contrato de meio ambiente da Petrobras Internacional? Se somarmos tudo, Abastecimento é fichinha.”
Ricardo Pessoa, o chefe do cartel da Petrobras, dono da UTC Engenharia e amigo de Lula.
capa380* Pessoa ainda contou a amigos, segundo VEJA desta semana, o que exatamente estaria deixando Edinho Silva “preocupadíssimo”. A oito dias do 2º turno da eleição presidencial, o empreiteiro teve uma reunião em São Paulo com Luciano Coutinho, presidente do BNDES, quando a UTC estava atrás de dinheiro para financiar as obras do Aeroporto de Viracopos.
Coutinho disse que Pessoa seria procurado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, que pouco tempo depois fez contato. Edinho estava em busca das últimas doações para saldar os gastos do comitê de campanha da presidente e recebeu mais 3,5 milhões de reais da UTC, que se somaram aos 14,5 milhões de reais dados no primeiro turno, conforme acerto com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.
Se Edinho Silva já estava “preocupadíssimo”, agora o presidente do BNDES também deve estar.
5.
“Era uma coisa só, o que demonstra que os pagamentos na Petrobras não se davam por exigência de funcionários corruptos e chantagistas, como o governo quer fazer crer. Era algo mais complexo, institucionalizado.”
Um dos investigadores que atuam no caso, em declaração à VEJA desta semana, deixando cada vez mais evidente que mesmo as doações legais eram feitas com dinheiro obtido dos cofres públicos, seja por apadrinhamento por parte de instituições financiadoras, seja por corrupção pura e simples.
6.
a) “…há elementos jurídicos para que seja proposto e admitido o ‘impeachment’ da atual presidente da República, Dilma Rousseff, perante a Câmara dos Deputados e Senado Federal, pelos fundamentos expostos no presente parecer.”
b) “…o assalto aos recursos da Petrobras, perpetrado durante oito anos, de bilhões de reais, sem que a Presidente do Conselho (Dilma presidiu o conselho de administração da Petrobras) e depois Presidente da República o detectasse, constitui omissão, negligência e imperícia, conformando a figura da improbidade administrativa, e enseja a abertura de um processo de impeachment”.
Ives Gandra Martins, advogado constitucionalista, em análise “estritamente jurídica, sem conotação política” presente no parecer encomendado por uma das empreiteiras envolvidas na Lava Jato.
7.
“Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”
Léo Pinheiro, amigo ressentido de Lula e presidente da OAS, cujos quatro executivos presos por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça, escalando como o primeiro delator Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos.
8.
“Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho.”
Agenor Medeiros, 66 anos, diretor internacional da OAS.
9.
“A Dilma está deixando as coisas correrem. Isso é um grande erro. Se nada for feito, o problema chegará a ela, porque ela era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras.”
Lula, ex-presidente da República ressentido com a deslealdade da atual presidente ao debitar na conta do governo anterior os prejuízos bilionários provocados pelo esquema de corrupção. Para Lula, os parceiros de longa data, empresários e governistas, devem marchar juntos.
Eu concordo: todos marchando juntinhos para a prisão.
10.
“Podia passar mais rápido, por favor?”
“Bom, eu vou preferir ler, sabe?”
Dilma Rousseff, em reunião com seus 39 ministros, irritada com o operador de teleprompter justamente no trecho em que tentava defender a estatal mais roubada do mundo.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

Delatores detalham participação da Odebrecht no petrolão

Investigação

Paulo Roberto Costa afirma que empreiteira fazia pagamentos em nome da 'bola relação' com ele. Youssef diz que empresa pagou propina de R$ 10 mi

Carolina Farina
O delator Paulo Roberto Costa: 'um tolo', segundo executivo da Odebrecht
O delator Paulo Roberto Costa: 'um tolo', segundo executivo da Odebrecht (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Em depoimentos prestados à Justiça, os dois principais delatores do petrolão detalham a participação da Odebrecht no megaesquema de corrupção instaurado na Petrobras. A gigante da construção  é uma das únicas grandes empreiteiras do país que não teve diretores presos na Lava Jato, mas um dos braços da companhia, a Odebrecht Plantas Industriais, é alvo de inquérito policial na operação. Em declarações no âmbito do acordo de delação premiada que fecharam com a Justiça,  o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que recebeu 31,5 milhões de dólares da Odebrecht em contas no exterior. Já o doleiro Alberto Youssef afirma que a construtora pagou 10 milhões de reais em propina ao ex-deputado José Janene (PP), morto em 2010.
Segundo Paulo Roberto Costa, o dinheiro depositado no exterior não era relativo à comissão dos operadores do esquema sobre os valores pagos a partidos políticos. Tratava-se, na verdade, de um “extra" por serviços prestados. A construtora queria, segundo o delator, manter a boa relação com o ex-diretor da Petrobras. As declarações foram dadas em setembro do ano passado, mas o depoimento só foi tornado público nesta quinta-feira pela Justiça Federal. Segundo ele, o dinheiro que a empreiteira depositava vinha de contas da empresa no exterior. A sugestão da abertura de contas em paraísos fiscais foi de Rogério Araújo, diretor da Odebrecht Plantas Industriais. Costa conta que o executivo o apresentou a Bernardo Freiburghaus, que intermediou a abertura das contas secretas.
Araújo, contou o delator, chegou a procurá-lo para dizer que Paulo Roberto era “um tolo, porque ajudava mais os políticos do que a si mesmo”. “A hora que você precisar de algum deles, eles vão te virar as costas”, teria dito o executivo a Costa, segundo relato do delator. Apenas na conta de uma empresa aberta no exterior, a Quinus Servises S.A, Costa declara ter recebido 9,6 milhões de dólares. A propina para o ex-diretor era depositada em bancos na Suíça, Alemanha e Canadá. Ele afirmou que os pagamentos foram feitos de 2008 ou 2009 até 2013. E que acredita, embora não tenha certeza, que possa ter havido repasses também em 2014. Segundo ele, os depósitos continuaram a ser feitos mesmo depois que Costa deixou a Petrobras.
Youssef – O doleiro Alberto Youssef também implicou gigante Odebrecht no megaesquema de corrupção instaurado na Petrobras. A construtora foi citada em depoimento prestado em 20 de novembro do ano passado, quando o delator do petrolão tratou sobre desvios em obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada no município de Araucária, no Paraná. Segundo documentos tornados públicos nesta quinta-feira pela Justiça Federal do Paraná, Youssef afirma que a Odebrecht pagou 10 milhões de reais em propina.
Aos investigadores, Youssef afirmou que foi procurado entre 2005 e 2006 pelo então deputado José Janene (PP), morto em 2010. Janene buscava dinheiro de propina paga pela UTC relativa a uma obra da Repar que era executada por um consórcio formado pela construtora e a Odebrecht. Segundo ele, a obra estava orçada em 2 bilhões de reais – e a “comissão” acertada com a construtora foi de 10 milhões de reais. O dinheiro, segundo ele, foi parcelado em 10 vezes. Youssef declarou que algumas vezes retirava o dinheiro na sede da UTC em São Paulo e, em outras, a propina era entregue em seu escritório por um funcionário da empresa.
Youssef afirmou aos investigadores que não participou dessa negociação, fechada por Ricardo Pessoa, dono da UTC e apontado como chefe do clube do bilhão, pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e por José Janene. Cabia ao doleiro apenas recolher o dinheiro e repassar os porcentuais de Costa, do PP, e de João Cláudio Genu, ex-assessor do partido. A ele cabia 5% de comissão.
O doleiro afirmou, então, que o acerto envolveu também a Odebrecht, que pagou a outra “metade” da propina: 10 milhões de reais. Ele disse que o dinheiro foi pago em dólares, e depositado em uma conta de Janene em um paraíso fiscal, aberta em nome de Rafael Ângulo Lopes. Segundo Youssef, a conta era movimentada pelo parlamentar e o dinheiro voltou para o Brasil por meio da ação de doleiros.
Odebrecht – Em nota, a empreiteira negou ligação com os delatores. "A Odebrecht nega as alegações caluniosas feitas pelo ex-diretor da Petrobras e por doleiro igualmente réu confesso em investigação em curso na Justiça Federal do Estado do Paraná. A Odebrecht nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer político, executivo ou ex-executivo da estatal."

Petrobras é responsável por explosão em navio, diz ANP

Petrobras

Para autarquia, estatal deve responder por acidente que matou ao menos 5 pessoas na quarta-feira. Planalto pede à BW Offshore que ofereça suporte

Ambulâncias do Samu estacionadas no aeroporto de Vitória (ES) para resgatar os feridos da explosão no navio-plataforma da Petrobras
Ambulâncias do Samu estacionadas no aeroporto de Vitória (ES) para resgatar os feridos da explosão no navio-plataforma da Petrobras (Divulgação)
A Petrobras, como operadora dos campos Camarupim e Camarupim Norte, onde ocorreu acidente em uma plataforma na quarta-feira matando ao menos cinco pessoas, é a responsável pelas ocorrências na área, afirmou Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A autarquia informou ainda, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi aberto um processo administrativo de investigação para verificar as causas da explosão.
O navio-plataforma, que pertence à BW Offshore, é afretado pela estatal junto à empresa norueguesa. Para a ANP, no entanto, quem responde por ocorrências no campo é a operadora da área petrolífera, ou seja, a Petrobras, e não a operadora da plataforma, no caso, a BW Offshore. 
A explosão levou a presidente Dilma Rousseff a emitir nota nesta quinta-feira para reforçar que a assistência aos trabalhadores é de responsabilidade da empresa estrangeira. "A Petrobras irá cuidar para que a BW preste toda a assistência às famílias envolvidas", disse Dilma. Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente pedidos de comentários sobre o assunto.
O acidente, que deixou outros quatro desaparecidos e 25 feridos, ocorreu apenas alguns dias depois de Aldemir Bendine assumir a presidência-executiva da estatal, em substituição à Graça Foster, que renunciou em meio às denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A companhia BW Offshore afirmou nesta quinta-feira que todos os cinco trabalhadores mortos na explosão na plataforma no Brasil eram seus funcionários. Segundo o porta-voz da BW Offshore, Torfinn Buaroey, a "grande maioria" dos trabalhadores da FPSO Cidade de São Mateus era formada por brasileiros. Não havia noruegueses a bordo, acrescentou. 
(Com agência Reuters
Plataforma Petrobrás
Plataforma Petrobrás

Fundos de investimento processam Petrobras nos EUA

Empresas

Pelo menos nove grandes acionistas, como o norueguês Skagen e o dinamarquês Danske, estimam ter pedido pelo menos US$ 50 mi com desvios

Pelo menos nove grandes fundos de investimento aderiram a ação coletiva contra Petrobras nos EUA
Pelo menos nove grandes fundos de investimento aderiram a ação coletiva contra Petrobras nos EUA (Vanderlei Almeida/AFP)
A ação movida por investidores minoritários contra a Petrobras na Justiça dos Estados Unidos recebeu a adesão de pelo menos nove grandes fundos de investimento. Cada fundo alega ter perdido, no mínimo, 50 milhões de dólares com a queda das ações da estatal negociadas na Bolsa de Nova York, as chamadas ADR. O valor máximo de perda individual apontado por um dos investidores é de 268 milhões de dólares, cujo autor foi o fundo norueguês Skagen. De acordo com os acionistas, os prejuízos foram provocados pelo fato de a estatal ter omitido a prática de corrupção e superfaturamento do valor de ativos, violando as normas da Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado de capitais americano. 
Além do Skagen, os demais fundos que aderiram à ação são: Union Asset Management Holding AG, Handelsbanken Fonder AB, Ohio Public Employees Retirement, Public Employee Retirement System of Idaho, Employees Retirement System of the State of Hawaii, Universities Superannuation Scheme Limited e Danske Invest Management Company. Este último alega prejuízo de 222 milhões de dólares. 
Na segunda-feira, o procurador-geral do estado de Ohio, Mike DeWine, comunicou, em seu site, que entrou com a ação contra a Petrobras por conta das denúncias de "propina e corrupção generalizada", que estariam ocorrendo "há mais de uma década". "O escritório do procurador-geral tem a responsabilidade de avaliar se as empresas e seus executivos estão defraudando os pensionistas de Ohio", disse DeWine, em comunicado. "As alegações contra a Petrobras são tão escandalosas que não temos escolha senão agir em nome dos servidores e aposentados do estado". Neste caso, o processo foi feito conjunto com fundos dos estados de Idaho e Havaí,
Os nomes dos fundos foram divulgados pelo escritório Almeida Advogados, que trabalha em parceria com o americano Wolf Popper, o primeiro escritório a anunciar que entrou com uma ação coletiva contra a Petrobras em um tribunal no distrito de Nova York. A petição foi protocolada na última sexta-feira e será analisada pelo juiz Jed Rakoff, da corte Sul do Distrito de NY, em um processo que pode levar dois anos. 
Desde dezembro, diversos escritórios de advocacia - como Rosen Law Firm, Pomerantz Law Firm, Brower Piven - e grupos de investidores também entraram na Justiça americana contra a Petrobras. No total, cinco ações foram abertas até o momento por grandes fundos, pessoas físicas, a cidade de Providence e os fundos de pensão de Ohio, Idaho e Havaí. Os processos devem ser unificados em uma ação única.

Petrobras pretende publicar balanço auditado em maio

Petrobras

Data é o último prazo para evitar o pagamento antecipado de dívidas. Estatal reafirmou que metodologia que apontou baixa de R$ 88,6 bi 'não é adequada'

Fachada do edifício da Petrobras no Rio de Janeiro - 12/12/2014
Em crise, Petrobras avalia cortar investimentos (Vanderlei Almeida/AFP)
A Petrobras afirmou em comunicado ao mercado nesta quinta-feira que pretende publicar o balanço auditado de 2014 até o final de maio. O objetivo da petroleira é evitar o pagamento antecipado de dívidas, como preveem contratos firmados com financiadores. O prazo se encerra em 30 de abril, mas há ainda uma tolerância de 30 dias concedida pelos credores, dando à Petrobras a possibilidade de publicar o balanço justamente até o final de maio.

"Com as cláusulas atualmente vigentes nos contratos de financiamento, o balanço anual auditado deve ser entregue até o final de abril. Após essa data, a Petrobras terá de 30 dias a 60 dias, dependendo do contrato de dívida, para cumprir essa obrigação, ou seja, o balanço anual auditado deve ser publicado antes de junho e planejamos emiti-lo até o final de maio de 2015", comunicou a empresa.

Em janeiro, a estatal frustrou o mercado ao não contabilizar as perdas com corrupção no balanço não auditado do terceiro trimestre do ano passado. Na nota desta quinta, a Petrobras voltou a afirmar que a metodologia utilizada por auditorias independentes para calcular o valor dos ativos da petroleira, que chegou a uma indicação de baixa contábil de 88,6 bilhões de reais, "não se mostrou adequada". A estatal diz ainda que está "aprofundando" outra metodologia para calcular as baixas com os desvios do petrolão.

Cortes – Em crise por causa da perda de credibilidade, do endividamento e da queda nos preços do petróleo, a Petrobras também reafirmou que está revisando o seu plano de investimento para o período de 2015-2019, e a perspectiva é de redução dos investimentos.

"A Petrobras está revisando seu planejamento financeiro e entende que deverá ser necessário reduzir seus investimentos, elevar os desinvestimentos, assim como estudar outras possibilidades de financiamento e de incremento do fluxo de caixa", afirmou a empresa. Apesar das dificuldades, a estatal disse que não tem previsão sobre emissão de novas ações.

O pronunciamento da petroleira ao mercado foi emitido somente após as ações da companhia terem fechado em alta de cerca de 5% nesta quinta-feira.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)