sexta-feira 09 2015

Ação policial contra terroristas na França

Forças especiais da polícia francesa retiram reféns de dentro de mercado em Porte de Vincennes, leste de Paris
Forças especiais da polícia francesa retiram reféns de dentro de mercado em Porte de Vincennes, leste de Paris - Thomas Samson/AFP

17h55
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu à França que mantenha um nível elevado de segurança em torno das instituições judaicas no país, “mesmo depois que a situação voltar ao normal”. 
Paris, 17h46
Nicolas Sarkozy, antecessor do presidente François Hollande, divulgou um comunicado dizendo que uma “guerra foi declarada contra a França”. “A França deve se mostrar forte e firme para garantir a segurança de nossos compatriotas, o respeito pelo nosso estilo de vida e nossa capacidade de assegurar que cada pessoa tenha liberdade de dizer o que pensa”.
Paris, 17h22
O primeiro-ministro francês Manuel Valls disse que a decisão de invadir os dois locais onde estavam os terroristas, a gráfica em Dammartin-en-Goële, e o supermercado na zona leste de Paris, foi uma decisão conjunta dele, do presidente François Hollande, e dos ministros da Justiça, Christiane Taubira, e do Interior, Bernard Cazeneuve.
Knoxville, 17h14
“A França é nossa aliada mais antiga. Os Estados Unidos estão ao lado de vocês [franceses] hoje e estaremos amanhã”, disse o presidente americano Barack Obama, em um evento em Knoxville, no Estado do Tennessee,
Paris, 16h55
Em um pronunciamento na TV, o presidente François Hollande parabenizou os envolvidos nas ações policiais e lamentou pelas vítimas. O chefe de Estado disse também que as ameaças não acabaram, mas “com essa prova, nós sairemos ainda mais fortes. Viva a República, viva a França!", finalizou. 
Paris, 16h52
A BMFTV também conversou com Cherif Kouachi, que se declarou leal a Anwar al-Aulaqi, cidadão americano de origem árabe que fundou a Al Qaeda na Península Arábica (AQPA), o violento braço iemenita do grupo terrorista. Anwar al-Aulaqi foi morto em 2011 em um ataque de drone.
Paris, 16h42
Amedy Coulibaly, o terrorista morto na ação policial em um supermercado na zona leste de Paris, conversou com a emissora francesa BMFTV nesta sexta e disse que estava agindo em “sincronia” com os irmãos Kouachi – os terroristas que mataram doze pessoas nesta quarta em Paris. Ele também declarou ser do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Montpellier, 16h32
A imprensa francesa reporta que dois reféns são mantidos por um homem armado em uma joalheria na cidade de Montpellier, no sul da França. Nenhuma ligação com os ataques em Paris foi verificada até o momento. 
Paris, 16h26
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou em um breve pronunciamento à imprensa que o país continua em alerta máximo para se precaver de possíveis novos ataques terroristas.
Paris, 16h07
A chancelar alemã Angela Merkel também confirmou presença na manifestação de domingo em Paris.
Paris, 15h57
David Cameron, Mariano Rajoy e Matteo Renzi, respectivamente os primeiros-ministros da Grã-Bretanha, Espanha e Itália, confirmaram presença na manifestação deste domingo em Paris. A chamada ‘marcha republicana’ será uma homenagem às vítimas do terror.
Dammartin-en-Goële, 15h45
A família do designer Lilian, de 27 anos, tentou entrar em contato com ele por horas, sem sucesso, ainda segundo o Figaro. Finalmente, ele teria enviado uma mensagem para o pai: “Estou escondido no primeiro andar. Acho que eles mataram todo mundo. Digam à polícia para intervir”. 
Dammartin-en-Goële, 15h42
O homem que estava na fábrica onde os irmãos Kaouchi se entrincheiraram pode não ter sido feito refém. O jornal Le Figaro afirma que os terroristas não sabiam que havia uma pessoa escondida no local. 
Paris, 15h35
Há informações não confirmadas na imprensa francesa e americana de que uma cúmplice do terrorista que invadiu o supermercado teria conseguido fugir. 
Paris, 15h26 
Há pelo menos quatro pessoas gravemente feridas que estavam entre os reféns, reporta a agência France-Presse. Ainda não está claro se eles se feriram antes ou durante a ação policial que eliminou o terrorista.
Dammartin-en-Goële, 15h15
De acordo com o Le Figaro, as autoridades identificaram o refém dos irmãos Kouachi apenas como Lilian, um designer de 27 anos.
Paris, 14h57
Além do terrorista, a imprensa francesa reporta que pelo menos quatro reféns morreram na ação no supermercado.
Paris, 14h55
O terrorista morto na ação do supermercado foi identificado como Amedy Coulibaly, que vinha sendo procurado por ter matado uma policial nesta quinta em Montrouge, no sul de Paris.
Dammartin-en-Goële, 14h50
Um agente da força especial da polícia francesa (GIGN, na sigla em francês) foi levemente ferido na ação.
Dammartin-en-Goële, 14h43
Os irmãos Kouachi saíram do prédio onde estavam acuados atirando seus fuzis AK-47. As forças de segurança que cercavam a gráfica reagiram e os "neutralizaram", segundo o jornal Le Figaro
Paris, 14h34
Vários reféns que eram mantidos no supermercado foram libertados, informa a agência France-Presse. Uma ambulância foi vista deixando o local.
Dammartin-en-Goële, 14h30
Homem que havia sido feito refém pelos irmãos Kouachi foi libertado com vida, segundo oLibération.
Paris, 14h28
O terrorista que invadiu o supermercado kosher também foi morto, informou o jornal Le Monde.
Dammartin-en-Goële, 14h17
Os irmãos Kouachi foram mortos, reporta a agência France-Presse.

Paris, 14h19
Explosões e tiros também foram vistas e ouvidas no supermercado onde um terrorista mantém cinco reféns, na zona leste de Paris.
Dammartin-en-Goële, 14h17
​Explosões e tiros foram ouvidos próximo da gráfica onde os irmãos Cherif e Said Kouachi, suspeitos do massacre na revista Charlie Hebdo, haviam se entrincheirado com pelo menos um refém. Não há ainda informações sobre vítimas. A cidade de Dammartin-en-Goële fica a cerca de 40 km de distância ao nordeste de Paris.

Mulher segura uma vela e um cartaz com a frase 'Eu sou Charlie' em diversas línguas, durante uma manifestação em Estrasburgo, no leste da França



Mulher segura uma vela e um cartaz com a frase 'Eu sou Charlie' em diversas línguas, durante uma manifestação em Estrasburgo, no leste da França - 08/01/2015

Por que o Ocidente ainda tem de pedir desculpas ao Islã? Ou: Vagabundos morais flertam com o terror. Ou ainda: “Islamofobia” uma ova!

Volto ao trabalho na segunda, mas antecipo um texto que, dado o que leio por aí, me parece necessário. O terrorismo islâmico sequestrou boa parcela da consciência do Ocidente. Antes que se impusesse por intermédio da brutalidade e da barbárie, seus agentes voluntários e involuntários fizeram com que duvidássemos dos nossos próprios valores. Antes que matassem nossas crianças, nossos soldados, nossos jornalistas, nossos chargistas, nossos humoristas, atacaram, com a colaboração dos pusilânimes do lado de cá, os nossos valores. “Nossos, de quem, cara-pálida?”, perguntará um dos cretinos relativistas do Complexo Pucusp. Os do Ocidente cristão e democrático.
Mesmo gozando de merecidas férias, comprometido principalmente com o nascer e o pôr do sol, acompanhei o que se noticiou no Brasil e no mundo sobre o ataque covarde ao jornal francês “Charlie Hebdo”, que deixou 12 mortos na França. Na nossa imprensa e em toda parte, com raras exceções, a primeira preocupação, ora vejam!!!, era não estimular a “islamofobia”, uma mentira inventada pela máquina de propaganda dos centros culturais de difusão do Islã no Ocidente. Nota à margem: a “fobia” (se querem dar esse nome) religiosa que mais mata hoje é a “cristofobia”. Todo ano, mais ou menos 100 mil cristãos são assassinados mundo afora por causa de sua religião. E não se ouve a respeito um pio a Orientes e Ocidentes.
Uma curiosidade intelectual me persegue há tempos: por que cabe ao Ocidente cristão combater a suposta “islamofobia”? Por que as próprias entidades islâmicas também não se encarregam no assunto? Sim, muitas lideranças mundo afora repudiaram o ataque ao jornal francês, mas sugerindo, com raras exceções, nas entrelinhas, que se tratava de uma resposta injusta e desproporcional a uma ofensa que de fato teria sido desferida contra o Islã e o Profeta. E então chegamos ao cerne na questão.
Sou católico. As bobagens e ignorâncias que se dizem contra a minha religião — e já faz tempo que o ateísmo deixou de ser um ninho de sábios —, com alguma frequência, me ofendem. E daí? Há muito tempo, de reforma em reforma, o catolicismo entendeu que não é nem pode ser estado. A religião que nasceu do Amor e que evoluiu, sim, para uma organização de caráter paramilitar, voltou ao seu leito, certamente não tão pura e tão leve como nos primeiros tempos, maculada por virtudes e vícios demasiadamente humanos, mas comprometida com a tolerância, com a caridade, com a pluralidade, buscando a conversão pela fé.
Não é assim porque eu quero, mas porque é: o islamismo nasce para a guerra. Surge e se impõe como organização militar. Faz, em certa medida, trajetória contrária à do catolicismo ao se encontrar, por um tempo ao menos, com a ciência, mas retornando, pela vontade de seus líderes, ao leito original. Sim, de fato, ao pé da letra, há palavras de paz e de guerra, de amor e de ódio, de perdão e de vingança tanto no Islã como na Bíblia. De fato, também no cristianismo, há celerados que fazem uma leitura literalista dos textos sagrados. E daí? Isso só nos afasta da questão central.
Em que país do mundo o cristianismo, ainda que por intermédio de seitas, se impõe pela violência e pelo terror? Em que parte da terra a Bíblia é usada como pretexto para matar, para massacrar, para… governar? É curioso que diante de atos bárbaros como o que se viu na França, a primeira inclinação da imprensa ocidental também seja demonstrar que o Islã é pacífico. Desculpem-me a pergunta feita assim, a seco: ele é “pacífico” onde exatamente?
Em que país islâmico, árabe ou não, os adeptos dessa fé entendem que os assuntos de Alá não devem se misturar com os negócios de estado? À minha moda, sou também um fundamentalista: um fundamentalista da democracia. Por essa razão, sempre que me exibem a Turquia como exemplo de um país majoritariamente islâmico e democrático, dou de ombros: não pode ser democrático um regime em que a imprensa sofre perseguição de caráter religioso — ainda que venha disfarçada de motivação política, não menos odiosa, é claro!
Cabe às autoridades islâmicas, das mais variadas correntes, fazer um trabalho de combate à “islamofobia”. E a fobia será tanto menor quanto menos o mundo for aterrorizado por fanáticos. Ora, não é segredo para ninguém que o extremismo islâmico chegou ao Ocidente por intermédio de “escolas” e “centros de estudo” que fazem um eficiente trabalho de doutrinação, que hoje já não se restringe a filhos de imigrantes. A pregação se mistura à delinquência juvenil, atraída — o que é uma piada macabra — pela “pureza” de uma doutrina que não admite dúvidas, ambiguidades e incertezas.
Ainda voltarei, é evidente, muitas vezes a esse assunto, mas as imposturas vão se acumulando. Há, sim, indignação com o ocorrido, mas não deixa de ser curioso que a imprensa ocidental tenha convocado os chargistas a uma espécie de reação. Sim, é muito justo que estes se sintam especialmente tocados, mas vamos com calma! O que se viu no “Chalie Hebdo” não foi um ataque ao direito de fazer desenhos, mas ao direito de ter uma opinião distinta de um primado religioso que, atenção!, une todas as correntes do Islã.
É claro que um crente dessa religião tem todo o direito de se ofender quando alguém desenha a imagem do “Profeta” — assim como me ofendo quando alguém sugere que Maria não passava de uma vadia, que inventou a história de um anjo para disfarçar uma corneada no marido. Ocorre que eu não mato ninguém por isso! Ocorre que não existem líderes da minha religião que excitam o ódio por isso. Se um delinquente islâmico queima uma Bíblia, ninguém explode uma bomba numa estação de trem.
E vimos, sim, a reação dos chargistas, mas, como todos percebemos, quase ninguém se atreveu a desenhar a imagem do “Profeta” — afinal de contas, como sabemos, isso é proibido, não é? Que o seja em terras islâmicas, isso é lá problema deles, mas por que há de ser também naquelas que não foram dominadas pelos exércitos de Maomé ou de onde eles foram expulsos?
Tony Barber, editor para a Europa do “Financial Times”, preferiu, acreditem, atacar o jornal francês. Escreveu horas depois do atentado: “Isso [a crítica] não é para desculpar os assassinos, que têm de ser pegos e punidos, ou para sugerir que a liberdade de expressão não deva se estender à sátira religiosa. Trata-se apenas de constatar que algum bom senso seria útil a publicações como como ‘Charlie Hebdo’ ou ‘Jyllands-Posten’ da Dinamarca, que se propõem a ser um instrumento da liberdade quando provocam os muçulmanos, mas que estão, na verdade, sendo apenas estúpidos”.
Barber é um vagabundo moral, um delinquente, e essa delinquência se estende, lamento, ao comando do “Financial Times”, que permitiu que tal barbaridade fosse publicada. Alguém poderia perguntar neste ponto: “Mas onde fica, Reinaldo, o seu compromisso com a liberdade de expressão se acha que o texto de Barber deveria ser banido do FT?”. Respondo: a nossa tradição, que fez o melhor do que somos, não culpa as vítimas, meus caros. Barber usa a liberdade de expressão para atacar os fundamentos da… liberdade de expressão.
Todas as religiões podem ser praticadas livremente nas democracias ocidentais porque todas podem ser igualmente criticadas, inclusive pelos estúpidos. Mas como explicar isso a um estúpido como Barber, um terrorista que já está entre nós?
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/por-que-o-ocidente-ainda-tem-de-pedir-desculpas-ao-isla-ou-vagabundos-morais-flertam-com-o-terror-ou-ainda-islamofobia-uma-ova/

'Nomear parentes é comum em Roraima', diz governadora

Nepotismo

Suely Campos (PP) critica recomendação do MP para que ela exonere ao menos 15 dos 19 familiares e parentes que nomeou, entre eles as duas filhas

A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), ao lado do marido e ex-governador Neudo Campos (PP)
A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), ao lado do marido e ex-governador Neudo Campos (PP) (Agência Brasil)
A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), criticou nesta quinta-feira a recomendação do Ministério Público Estadual (MPRR) para que sejam exonerados “imediatamente” os parentes que ela nomeou para cargos do Executivo logo após tomar posse. Suely Campos alegou, em nota, que o Ministério Público foi “precipitado” e não teve o mesmo rigor com a prática de nepotismo em relação a governos anteriores.
Ela justificou o nepotismo afirmando, em nota oficial, que “o governo de Roraima espera tratamento isento e igualitário dos órgãos de fiscalização do poder público, considerando que é uma prática comum na história de Roraima a nomeação de pessoas próximas aos gestores para ocupar importantes secretarias, tanto na esfera estadual como municipal”.
No início da semana, Suely Campos, nomeou, entre outros parentes, as filhas Emília Campos dos Santos e Danielle Ribeiro Campos Araújo para a Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social e para a Casa Civil, respectivamente, a irmã Selma Mulinari para Secretaria de Educação e os sobrinhos Frederico Linhares e Kalil Coelho para as secretarias de Gestão Estratégica e Administração e de Saúde (Sesau), respectivamente. Paulo Linhares, que também é sobrinho da governadora, foi nomeado para secretário adjunto da Sesau.
Ao todo, de acordo com o Ministério Público, a governadora nomeou quinze familiares para a estrutura de governo local. “Além de ofender os preceitos constitucionais de moralidade, razoabilidade e eficiência, as nomeações dos agentes políticos atendem a uma identidade familiar, bem como geram na sociedade um sentimento de indignidade moral'', disse a promotoria em notificação enviada ao governo do Estado. Caso a recomendação de exonerar os parentes não seja cumprida, o MPRR prometeu “adotar medidas judiciais cabíveis”.
O governo de Suely Campos, por sua vez, alegou que as nomeações estão “revestidas de legalidade” e não ferem a súmula vinculante número 13, do Supremo Tribunal Federal (STF), editada em 2008, que veda o nepotismo na administração pública – embora a jurisprudência do Supremo tenha aberto uma brecha, ao liberar a nomeação de parentes em cargos políticos, como os de secretário municipal, estadual e ministro. A súmula 13 proíbe a nomeação de parentes para "cargos de direção, chefia ou assessoramento em exercício de comissão ou de confiança".
“Trata-se de nomeações de secretários de Estado, considerados agentes políticos e não agentes administrativos. Atuam com ampla liberdade no exercício de funções típicas, com atribuições, prerrogativas e responsabilidades estabelecidas na Constituição Federal e na Constituição do Estado de Roraima”, argumentou o governo de Roraima em nota.
A escolha do primeiro escalão, acrescentou a Secretaria de Imprensa e Comunicação Social de Roraima, seguiu “critérios de confiança, capacidade técnica”. No documento em que critica a recomendação do Ministério Público de Roraima, a governadora cita casos de nepotismo praticado por adversários nos últimos anos que não foram alvo, segundo ela, de ação do órgão.
“Os casos citados são alguns exemplos de nomeações de parentes que não sofreram qualquer intervenção do MPRR, embora configurassem nepotismo cruzado, razão pela qual a atual gestão confia que o Ministério Público continuará atuando de forma isenta”, diz a nota.
(Com Agência Brasil)
Reprodução/MP-RR/VEJAGovernadora de Roraima nomeia 19 parentes em seu governo


Ainda o atentado em Paris: é preciso ter coragem para ter clareza moral

Muitas pessoas, diante do horror do atentado em Paris que matou jornalistas satíricos, apelam para um mecanismo de defesa que culpa as vítimas pelo que ocorreu. Falo em mecanismo de defesa pois há medo tanto do próprio radicalismo islâmico como de parecer um “islamofóbico” intolerante, e com isso perder pontos no ranking do politicamente correto, que demanda uma postura de compreensão elástica que abrange tudo.
Ou quase tudo. O politicamente correto exige que sejamos complacentes ao extremo com as “minorias”, entendidas aqui como tudo aquilo que não é homem branco ocidental cristão. Esses não precisam ser tolerados ou respeitados pois, como sabemos, são os responsáveis por todos os males do mundo. Já o restante deve ser visto como vítima oprimida desses vis opressores.
A covardia dessa postura salta aos olhos de quem não perdeu ainda o juízo. De uma forma ou de outra, são pessoas movidas pelo medo do Islã, pois no fundo sabem quem oferece real perigo. Criticar os Estados Unidos ou Israel, ou então os seguidores de Cristo, apelando para as mais escrachadas sátiras, não coloca a vida de ninguém em perigo. Feministas podem mostrar os seios dentro de uma igreja pois sabem que sairão de lá em segurança. O mesmo não se pode falar das mesquitas no Oriente Médio…
Há o risco de a reação ao atentado ser o recrudescimento de uma verdadeira “islamofobia” e o crescimento dos partidos de extrema-direita xenófobos na Europa? Sim. A democracia terá de vencer os bárbaros dentro das regras do jogo democrático, preservando a liberdade, o que não é tarefa fácil. Exige uma equação complicada, pois existe uma linha tênue que separa o pragmatismo da defesa incondicional dos nossos princípios democráticos e tolerantes.
O mundo livre e civilizado está em guerra contra bárbaros autoritários. Como quando se lutou contra nazistas, fascistas ou comunistas. Vencer os muçulmanos radicais será bem mais difícil. E toda ajuda será necessária, especialmente aquela dos muçulmanos mais moderados. Se eles não querem ser jogados na mesma vala desses assassinos que falam em nome de seu Alá, precisam ser ainda mais duros nas críticas aos terroristas. Precisam ter mais coragem ainda para condenar sem contemporização essa barbárie feita em nome de sua religião.
E o mesmo deverá acontecer nos países democráticos ocidentais. Infelizmente, não é o que vemos. Muitos, como já disse, adotam um discurso relativista que, de uma forma ou de outra, acaba jogando a culpa nas vítimas da barbárie, não nos bárbaros. Selecionei algumas cartas de leitores do GLOBO de hoje para mostrar isso:
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Esse “mas” logo depois da primeira frase já é condenável. Não tem “mas”! Notem que o Flávio tenta misturar no mesmo saco os muçulmanos e os cristãos, ignorando que no Ocidente já estamos cansados de ver Cristo sendo ridicularizado. Os crentes podem não gostar, claro. Mas nem por isso saem por aí matando os jornalistas! Não dá para comparar ambos. É evidente que nem todos os muçulmanos são terroristas, mas praticamente todos os terroristas atuais são muçulmanos. Clareza moral, Flávio!
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Essa já começou falando de limitar a liberdade de expressão, como se o culpado pelo atentado fosse o autor das charges, não o intolerante assassino que não aceita o contraditório. Ignora ainda que os satíricos parisienses também incluíam outras religiões em seus ataques ácidos, e que nem por isso temiam a morte por algum terrorista cristão.
Mariúza quer que se respeite a crença alheia, mas não parece respeitar a descrença alheia e seu direito de fazer piada com a fé dos outros. E ainda termina colocando no mesmo saco quem faz piada ofensiva aos crentes e quem mata aquele que faz isso, como se ambos fossem “fanáticos” perigosos. Uma equivalência moral entre assassinos e vítimas inaceitável.
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Esse foi bem até o final, mas escorregou depois, tendo de negar a história para ficar bem com o politicamente correto. Maomé não pregava apenas a paz e a luz, pois há várias passagens de ódio e violência no livro sagrado do Islã, e o próprio profeta foi um líder guerreiro que comandou quase 30 expedições militares contra os infiéis. Recomendo a biografia que o historiador Barnaby Rogerson escreveu sobre o fundador do Islã. Nela, fica mais claro que seus métodos não eram tão pacíficos assim…
Mas nem tudo é nebulosidade politicamente correta. Entre as cartas dos leitores, encontramos esta abaixo, um primor de objetividade e clareza moral:
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É exatamente isso. Bárbaros contra a civilização. Precisam ser contidos fisicamente e, acima de tudo, condenados no campo das ideias, sem contemporização, sem “mas”, por aqueles que desejam preservar a liberdade. O mundo civilizado necessita de clareza moral mais do que nunca!
Rodrigo Constantin