terça-feira 28 2014

PSDB reúne provas para pedir cassação da candidatura de Dilma

Política

Tucanos vão recorrer ao TSE e ao MP por investigação para que se apure se os Correios boicotaram deliberadamente envio de malotes de campanha de Aécio

Laryssa Borges, de Governador Valadares (MG)
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) faz campanha em Minas ao lado de Pimenta da Veiga e Anastasia, candidatos ao governo e senado pelo Estado
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) faz campanha em Minas ao lado de Pimenta da Veiga e Anastasia, candidatos ao governo e senado pelo Estado (Divulgação)
Atualizado em 02/10 às 15h15
Depois de anunciar que acionarão a Justiça por uma investigação rigorosa sobre indícios da utilização dos Correios em benefício da campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, e o candidato tucano ao governo de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, começaram a reunir provas para pedir a cassação dos registros de candidatura da petista e do candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel.
Os tucanos vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de investigação judicial eleitoral e ao Ministério Público Federal para que as duas instituições apurem se os Correios boicotaram deliberadamente o envio de malotes de campanha de Aécio como forma de favorecer a presidente-candidata na corrida presidencial.
As denúncias levantadas pelos tucanos levam em conta depoimentos de eleitores que não receberam material de campanha de Aécio mesmo após o candidato ter contratado o serviço, no dia 25 de agosto. Neste contrato, estava prevista a distribuição de 5.634.000 santinhos de Aécio no interior de Minas, base de apoio do candidato e colégio eleitoral considerado prioritário para a candidatura tucana. Pelo documento, os kits de campanha deveriam ser entregues até o dia 10 de setembro e, em alguns casos, a 100% da população de cidades pequenas e médias em Minas, como o município de Esmeraldas, com cerca de 60.000 habitantes.
O corpo jurídico da campanha de Aécio já conseguiu mapear pelo menos 1.000 endereços, contratados como destino dos malotes pelo tucano, em que eleitores confirmam que não receberam qualquer material de campanha do PSDB. A campanha reúne depoimentos e dados pessoais dos eleitores supostamente lesados pelos Correios, para embasar os pedidos de cassação dos registros de candidatura. De acordo com o candidato Aécio Neves, que cumpriu agenda nesta quarta-feira nas cidades de Mogi das Cruzes (SP), Juiz de Fora (MG) e Governador Valadares (MG), uma das provas seria a afirmação dos Correios de que poderiam “reenviar” o material. Para ele, isso seria a admissão de que a empresa pública reteve os kits de campanha e não os distribuiu aos eleitores, conforme contratado. Com base nesses indícios, a campanha do PSDB aponta que já existem evidências de abuso de poder político e econômicos, desvio da autoridade dos Correios e utilização de empresa pública em benefício de partidos e candidatos.
Antes de carreata na cidade de Governador Valadares, Aécio insinuou que as suspeitas de uso político dos Correios são como um novo capítulo de um grande esquema de desvirtuamento de instituições públicas, a exemplo do que já aconteceu com a descoberta de um esquema milionário de corrupção na Petrobras. “As denúncias em relação à utilização da empresa dos Correios são extremamente graves. Estamos recebendo centenas de denúncias. Se se comprovar isso, é um crime sem precedentes na história política de Minas”, disse.
“É um escândalo. Agora são os Correios. Antes era a Petrobras”, criticou o candidato do PSDB ao governo de Minas. O tucano, que foi ministro das Comunicações no governo FHC e, portanto, hierarquicamente superior aos Correios, disse que há evidências de “uso despudorado” da empresa pública para fins eleitorais.
O tom das acusações do PSDB sobre a estatal subiu após divulgação de vídeo, pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que o deputado estadual Durval Ângelo (MG) diz que a presidente-candidata Dilma Rousseff só chegou à liderança nas intenções de voto porque “tem dedo forte dos petistas nos Correios”.  “Não basta fazerem o que fizeram na Petrobras. Essa forma de governar do PT, se apropriando do Estado como se fosse seu patrimônio, tem que ser encerrada e os responsáveis exemplarmente punidos”, afirmou Aécio em agenda na cidade de Juiz de Fora.
Os Correios afirmam que a entrega de material de campanha de todos os candidatos está sendo realizada dentro do cronograma previsto e amplamente divulgado. Confira a seguir, a nota da estatal sobre o assunto:
Os Correios esclarecem que a entrega de material de campanha de todos os candidatos está sendo realizada dentro do cronograma previsto e amplamente divulgado.
Em agosto e setembro, os Correios realizaram a entrega de mais de 11,2 milhões de itens referentes à campanha de Aécio Neves, sem qualquer reclamação do cliente.
Cerca de 2,1 milhões de itens do candidato Pimenta da Veiga e mais 1 milhão de itens do candidato Aécio Neves, que foram postados no final da semana passada, estão sendo entregues normalmente e dentro do prazo contratado pelos clientes.
De sábado (27) até hoje, somente em Minas Gerais, foram entregues 8 milhões de itens de campanha de diversos candidatos e partidos, sem reclamações. 

AS MENTIRAS DE DILMA SOBRE A ÁGUA 1 – Presidente volta a demonizar o governo de SP; alô, tucanos: a guerra já recomeçou. Hora de se apresentar para a luta

Já está desenhada uma estratégia, isto é visível, e é bom que o PSDB acorde. O alvo do governo federal, de Dilma Rousseff e do PT é São Paulo. Eles não engoliram as múltiplas surras eleitorais que a população do Estado aplicou ao partido. Querem vingança. Querem sangue. Esses valentes não convivem bem com quem lhes diz “não” e com quem cumpre sua função e noticia o que eles não gostam de ler. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG); o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin; o senador Aloysio Nunes Ferreira e o senador eleito pelo Estado, José Serra, já podem desensarilhar as armas para defender a população que os elegeu e, claro!, também para atacar. Afinal, como reza o adágio latino, “si vis pacem, para bellum”: se queres a paz, prepara a guerra.
Dilma acaba de conceder mais uma entrevista, desta feita a Ricardo Boechat, da Band. Quer dizer: não foi bem uma entrevista. Dilma falou o que bem quis, lidou com fatos e números como lhe deu na telha, fantasiou, mistificou à vontade, sem contestação. Na verdade, até resolveu alguma ajuda, com uma pauta pensada para que ela atacasse os tucanos de São Paulo. Eis a presidente que quer unir todos os brasileiros.
A presidente, repetindo o que disse na entrevista à Record, insiste em disputar o quarto turno da eleição — o PT já perdeu no primeiro turno para o governo do estado e em dois turnos para a Presidência — e em jogar nas costas do governo de São Paulo a crise hídrica. Falou, diante do silêncio colaborativo do entrevistador, que o Nordeste viveu a maior seca em 70 anos e que o governo federal socorreu com cisternas e sei mil carros-pipas. A sugestão era que o mesmo poderia ter sido feito por São Paulo se Alckmin pedisse. Será que esta senhora tem a noção, ainda que ligeira, de quantos carros-pipas seriam necessários para suprir deficiências deste Estado?
Mas embarco na sua hipótese: Guarulhos e Mauá, para citar dois municípios da Grande São Paulo, são administrados pelo PT, não são atendidos pela Sabesp e hoje sofrem com o racionamento. Por que, então, Dilma, não se apressou em fazer acordos com os respectivos prefeitos, aliados seus? Por que não manda seus carros-pipas? Por que não fez suas cisternas? Não precisava da concordância de Alckmin para isso. É patético.
Falou, ou por má-fé ou por ignorância convicta, que o governo federal financia as obras do Sistema Produtor de São Lourenço. Deve ser bom dar uma entrevista como quem emite um release. Dilma tem dito por aí que a CEF liberou financiamento de R$ 1,8 bilhão para a obra. Mentira. Comecemos do começo. O edital para a obra é de 8 de novembro de 2012, anterior à crise hídrica. O contrato com o consórcio vencedor — Andrade Gutierrez e Camargo Correa — foi assinado no dia 21 de agosto de 2013. Trata-se de uma PPP, uma parceria público-privada, sem um tostão de dinheiro federal. Se as duas empreiteiras conseguiram, em razão do contrato, dinheiro da CEF, o governo do Estado não tem nada com isso. O que se tem é a Caixa fornecendo empréstimos a empresas privadas.
Há outras mentiras graves nas quais Dilma insiste, de que vou tratar em outro post. Foco nesses aspectos porque foi a sua linha de argumentação na entrevista-nota oficial concedida à Band. É fácil falar quando o interlocutor ou não está disposto a contraditar ou não dispõe das informações técnicas “no que se refere”, como diria Dilma, ao assunto.
Sim, escreverei um outro post sobre as mentiras. O fundamental é chamar a atenção dos tucanos para o fato de que São Paulo está na mira dos petistas, de que a presidente está com sede de retaliação e de que os petistas querem se vingar do Estado, dos eleitores e dos adversários.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/as-mentiras-de-dilma-sobre-a-agua-1-presidente-volta-a-demonizar-o-governo-de-sp-alo-tucanos-a-guerra-ja-recomecou-hora-de-se-apresentar-para-a-luta/

Nana Caymmi - Resposta ao tempo (1998)





Caro senador Aécio! Antes de mais nada, gostaria de parabenizá-lo pelos mais de 51 milhões de votos

Faço das palavras de Rodrigo da Veja.Com as minhas palavras....

Caro senador,
Antes de mais nada, gostaria de parabenizá-lo pelos mais de 51 milhões de votos, uma marca expressiva que automaticamente lhe confere o status inegável de líder da oposição. Foram milhões de pessoas que votaram por mudança, e sem golpe baixo, sem interesses mesquinhos ou de curto prazo, sem terrorismo eleitoral, sem chantagem. Somados aos outros tantos milhões de indiferentes (abstenções, brancos e nulos), temos uma quantidade bem maior do que os menos de 40% que efetivamente votaram em Dilma, satisfeitos com a situação medíocre de nosso país.
Você lutou a boa luta, como disse. Soube agir com dignidade mesmo debaixo da mais sórdida chuva de ataques pessoais já vistos na história de nossa democracia. Manteve a calma, o otimismo e o foco nas propostas, apostando sempre na onda da razão. Infelizmente, as forças obscuras do atraso se mostraram mais fortes. As táticas pérfidas do outro lado surtiram efeito. O medo venceu a esperança.
Agora é hora de organizar a oposição e manter a chama da esperança acesa, em todos aqueles que ainda sonham com mudança. Eis o papel que milhões de brasileiros esperam de você: assumir essa liderança efetiva, firme, em defesa de nossas instituições, de nossa própria democracia, de nosso futuro.
Não será nada fácil, pois sabemos como o outro lado joga sujo. Mas o PSDB sai fortalecido no Senado, com um time de peso, que conta com Tasso Jereissati, Alvaro Dias, Antonio Anastasia, Jose Serra, além de Ronaldo Caiado, do DEM. O que esperamos de vocês é vigilância constante, dia e noite, pela preservação de nossos pilares republicanos. Não é hora de falar em união com o PT no governo, e sim em oposição. Ela acordou. Ela vive. Ela está mais organizada. E ela tem um líder.
Espero que saiba manter essa gente toda motivada, pois não podemos achar que essa mobilização deva ocorrer somente de quatro em quatro anos. Não! O PT, no passado, conseguia mobilizar uma massa de simpatizantes, e isso foi crucial para sua atuação na oposição ao governo FHC. Infelizmente, era uma oposição destrutiva, com uma ideologia completamente equivocada.
Hoje, eles estão no poder, já há 12 anos, e agora ganharam mais quatro, se o lamaçal da Petrobras não chegar com provas até o Planalto e levar a um impeachment. E continuam com o pano de fundo totalmente equivocado, mais autoritários do que nunca, dispostos a “fazer o diabo” para se perpetuar no poder. A atuação resoluta da oposição é o obstáculo principal que pode impedir de virarmos uma Argentina ou Venezuela.
Contamos com vocês, especialmente com você, caro Aécio, que pagou um elevado preço pessoal ao combater com coragem figuras que não encontram limite na ética para sua ambição desmedida. Estamos juntos. E estamos todos vigilantes, de olho nos próximos passos do PT no governo.
Cordialmente,
Rodrigo.

106° aniversário de Simone de Beauvoir




106° aniversário de Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir (Paris, 9 de janeiro de 1908 — Paris, 14 de abril de 1986), foi uma escritora, filósofa existencialista e feminista francesa.
Escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia.

Ela tornou-se uma adolescente desajeitada, dedicada completamente aos livros e à aprendizagem, e preferiu ignorar os desportos porque ela não era nada atlética. Ela e sua irmã foram educadas no Institut Adeline Désir,16 ou Cour Désir, uma escola católica para meninas, algo que era desprezado pelos intelectuais da época. As escolas católicas para meninas eram vistas como lugares onde as jovens aprendiam uma das duas alternativas abertas às mulheres: casamento ou um convento. Sua mãe, que Beauvoir considerava uma intrusa espiando cada movimento seu, frequentou as aulas com elas, sentada atrás delas, como se esperava que a maioria das mães fizessem. Lá Beauvoir conheceu sua melhor amiga, Elisabeth Le Coin (ZaZa nas memórias de Beauvoir), que influenciou de forma definitiva a personalidade de Simone. Simone adorou a escola e se formou em 1924 com "distinção".
Aos 15, Beauvoir já havia decidido que seria uma escritora. Jacques Champigneulle tornou-se seu mentor intelectual e amigo, aquele que sua mãe esperava que iria se casar com ela. Geraldine Paro (GéGé) e Estepha Awdykovicz (Stépha) tornaram-se suas amigas.
Depois de passar nos exames de bacharelado em matemática e filosofia, estudou matemática no Instituto Católico e literatura e línguas no Instituto Sainte-Marie, e em seguida, filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne). Em 1929, quando na Sorbonne, Beauvoir fez uma apresentação sobre Leibniz. Lá, ela conheceu muitos outros jovens intelectuais, incluindo Maurice Merleau-Ponty,23 René Maheu24 e Jean-Paul Sartre. Enquanto na Sorbonne, Maheu deu a Beauvoir o apelido que lhe acompanharia ao longo da vida, Castor, dado a ela por causa do forte trabalho ético do animal.24 Em 1929, na idade de 21, Beauvoir se tornou a pessoa mais jovem a obter o Agrégation na filosofia, e a nona mulher a obter este grau. No exame final, ficou em segundo lugar; Sartre, 24 anos, foi o primeiro (ele havia sido reprovado em seu primeiro exame). O júri do Agrégation discutiu sobre a possibilidade de dar Sartre ou Beauvoir primeiro lugar na competição. No final, concederam a Sartre.

(saiba mais)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Simone_de_Beauvoir

Aécio 45. Falou na Lata. Acompanhem a entrevista realizada ontem, em Brasília





Dilma acha que a sua vitória se deve à sabedoria dos que votaram nela e que o triunfo de Alckmin, Aécio e Serra em São Paulo se deve à ignorância do povo paulista

O governo está em plena, como dizer?, “ofensiva de mídia”. Nesta segunda, a “represidenta” concedeu duas entrevistas: uma ao “Jornal da Record”, da TV Record, e a outra, quase em seguida, ao “Jornal Nacional”, da TV Globo. De substancial — ou quase isso — disse a mesma coisa em ambos, repetindo não apenas fragmentos de raciocínio, mas também expressões: “o recado das eleições é a mudança”; vai investigar a Petrobras “doa a quem doer”, vai fazer um governo inclusivo, com especial atenção “às mulheres, aos negros, aos jovens”; será a presidente de todos os brasileiros… E vai por aí.
No JN, ela se mostrou calma e pacífica, mas se irritou, foi visível, com a repórter Adriana Araújo, da Record, que conduziu a entrevista com extrema competência e correção. Não tem jeito: a represidenta gosta é que lhe abram o microfone para falar. Qualquer tentativa de diálogo verdadeiro, ainda que absolutamente pacífico, é logo rechaçada ou com grosserias intimidadoras ou com raciocínios tortos. Todos sabem que age desse modo com subordinados — os tais dos seus “homens meigos”. A entrevista com Adriana, muito mais reveladora, teve o condão de deixar claro, por culpa exclusiva de Dilma, que a disposição para o diálogo da governanta é conversa para boi dormir. Já chego lá. Antes, algumas considerações.
Os mercados derreteram ontem, e o dólar subiu às alturas. Não foi surpresa para ninguém. Ou foi: se isso acontecia com o boato de que Dilma poderia ganhar a eleição, veio o fato. É possível que, em movimentos de curto prazo, haja uma subida ou outra? É. Mas o que importa é a trajetória, que é descendente. Guido Mantega, o único ministro demitido no cargo de que se tem notícia, disse não ver nada demais e afirmou que as Bolsas caíram no mundo inteiro, bobagem que Dilma repetiu na entrevista da Record. Falso, é claro! Houve quedas mínimas mundo afora, nada comparável à despencada havida no Brasil. Criativo na análise, não apenas na contabilidade, Mantega afirmou que a reeleição de Dilma significa aprovação da política econômica do governo. Fazer o quê? O país não está nessa pindaíba por acaso. Foi preciso, ao longo dos anos, uma incompetência verdadeiramente metódica, determinada, convicta.
Como os mercados derretem, então é preciso falar. Mas falar o quê? Dilma, claro, não adiantou que medidas pretende tomar na área econômica. Até porque, gente, quando ela tiver alguma ideia, talvez revele. De resto, nesse caso, “o que fazer” está intimamente atrelado a “quem vai fazer”. E já está claro que não será Guido Mantega, aquele que afirmou que a política econômica foi aprovada nas urnas.
Adriana cumpriu a sua obrigação e perguntou qual será o perfil do próximo ministro da Fazenda, citando, por exemplo, Luiz Trabuco, presidente do Bradesco, lembrado frequentemente como um possível nome. Dilma ficou irritada e tentou ridicularizar a repórter: “Você está lançando um nome, Adriana?”. Falando certamente com os, como direi?, serviçais que estavam fora da câmera, ironizou: “Ela está lançando nome…”. Ouve-se um pequeno alarido de solidariedade com a chefia, como a dizer: “Oh, que absurdo!”. Sabem como é aquela truculência burocrática da servidão… A repórter reagiu muito bem e deixou claro que seu papel era perguntar. Perfeito.
Mas furiosa mesmo Dilma ficou quando Adriana tocou nos quase oito milhões de votos a mais que Aécio Neves teve em São Paulo. Por que teria acontecido no estado com a maior economia do país, com a maior população?… Dilma disse, então, coisas realmente estupefacientes. Indagou por que a repórter não lhe perguntava sobre os 11 milhões de votos a mais que teve no Nordeste, ao que respondeu a jornalista: “Eu lhe pergunto então…”.
A Dilma que até ali vinha falando em diálogo, em inclusão, em superar as diferenças, descambou para o eleitoralismo mais tosco e afirmou que não podia compreender que São Paulo vivesse a maior crise de água do Brasil e ninguém tocasse no assunto, sugerindo, o que é uma mentira descarada, que a imprensa estaria a proteger o governo do Estado. E emendou para espanto dos fatos e da língua portuguesa: “Fosse com qualquer governo da situação, nós seríamos criticados diuturna e noturnamente”. Sugiro a vocês que façam uma pesquisa nos arquivos na imprensa paulista sobre o assunto. A insistência beirou o terrorismo.
A represidenta que diz querer a união, que afirma ser preciso superar as divergências do período eleitoral, que anuncia ser a palavra “diálogo” a mais importante do seu segundo mandato, decidiu pautar a imprensa contra um governo de oposição, atribuindo a sua derrota no Estado, vejam vocês!, às deficiências do jornalismo — esse mesmo, diga-se, que a protege das barbeiragens cometidas, aí sim, no setor elétrico.
Vale dizer: Dilma acha que fez tudo certo; que os que não votaram nela só estavam mal informados e que o papel da boa imprensa é atacar seus adversários. Mais: para a represidenta, ela venceu no Nordeste em razão dos méritos do seu governo, e a oposição deu uma lavada em São Paulo em razão dos deméritos do que os petistas chamam “mídia”. Ou por outra: a sua reeleição é prova de sabedoria da população; já as vitórias estrondosas de  Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves em São Paulo provam a ignorância do povo paulista.
Digamos, o que é escandalosamente falso, que a imprensa realmente tivesse omitido informações sobre a crise hídrica. Será que os paulistas não teriam percebido ao abrir a torneira? O PT perdeu, em São Paulo, três turnos da eleição insistindo nessa tecla: o primeiro e único para o governo do Estado e os dois outros para a Presidência. Dilma está querendo disputar o quarto turno.
Eis a presidente que afirma querer o diálogo. Fica evidente: a exemplo de seu partido, ela também não esquece nada nem aprende nada.
Texto publicado originalmente às 5h26
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dilma-acha-que-a-sua-vitoria-se-deve-a-sabedoria-dos-que-votaram-nela-e-que-o-triunfo-de-alckmin-aecio-e-serra-em-sao-paulo-se-deve-a-ignorancia-do-povo-paulista/#.VFAEBn-NdY8.twitter

Don't Close Your Eyes Tonight-John Denver





John Denver Placido Domingo - Perhaps Love 1980





Em 2016, PT terá indicado dez dos onze ministros do STF

Supremo

Gilmar Mendes será o único integrante da corte a não ter sido nomeado por um presidente petista; Celso de Mello e Marco Aurélio Mello deixarão o STF

Gabriel Castro, de Brasília
Ministros do supremo
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (ABR/VEJA)
No momento em que as investigações sobre o petrolão avançam e mais autoridades com foro privilegiado são mencionadas pelos delatores do caso, a reeleição da presidente Dilma Rousseff permitirá a ela indicar mais cinco nomes para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de 2016, o único integrante do STF não indicado por um presidente petista será Gilmar Mendes. Se permanecer no cargo até a aposentadoria compulsória, ele deixará a corte em 2025. 
Hoje, há uma vaga aberta no tribunal: Dilma ainda não escolheu o sucessor de Joaquim Barbosa, que se aposentou em julho. Outros dois lugares surgirão na primeira metade do próximo mandato da presidente. Em novembro de 2015, Celso de Mello completará 70 anos e deixará a corte por causa do limite de idade. Decano do STF, ele foi indicado em 1989 pelo presidente José Sarney. Em julho de 2016, quem terá de se aposentar é Marco Aurélio Mello, nomeado por Fernando Collor em 1990.
Com exceção de Gilmar Mendes, dos outros dez ministros, três foram escolhidos por Lula: Ricardo Lewandowski, Cármen Lucia e José Dias Toffoli. Sete estarão na conta de Dilma: Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso e os três nomes que ela ainda vai escolher. Dilma ainda poderá substituir outros três ministros em 2018: Lewandowski, Rosa Weber e Zavascki. Eles terão de se aposentar no último ano de mandato da presidente. 
A mudança no perfil do STF se acentuou nos últimos anos. O julgamento do mensalão deixou evidente uma divisão na corte: os ministros mais antigos, inclusive alguns nomeados por Lula, foram mais rigorosos do que os integrantes mais novos do Supremo. O julgamento dos embargos do processo, que favoreceu os condenados e reduziu a pena de figuras como José Dirceu e José Genoino, teve a participação decisiva dos novatos Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.

Durante o julgamento dos embargos, após a absolvição dos réus que haviam sido condenados por formação de quadrilha, Joaquim Barbosa afirmou que os novos nomes foram escolhidos para livrar os mensaleiros: "Temos uma maioria formada sob medida para lançar por terra o trabalho primoroso desta corte no segundo semestre de 2012", disse. Barbosa também fez um alerta: "Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que esse é apenas o primeiro passo. É uma maioria de circunstância que tem todo o tempo a seu favor para continuar sua sanha reformadora".