sábado 20 2014

PT da Bahia desviou milhões de programa habitacional

Em VEJA desta semana

Dona de ONG revela como funcionava esquema que irrigou o caixa eleitoral do partido e beneficiou um senador, dois deputados federais, o atual candidato a governador e um ex-ministro do governo Dilma

Robson Bonin
O candidato do PT ao governo da Bahia, Rui Costa, um dos políticos envolvidos no esquema alimentado pela ONG Instituto Brasil: mesada entre três e cinco mil reais
O candidato do PT ao governo da Bahia, Rui Costa, um dos políticos envolvidos no esquema alimentado pela ONG Instituto Brasil: mesada entre três e cinco mil reais (Luciano da Matta/Ag. A Tarde/VEJA)
Desde 2010, o Ministério Público investiga o Instituto Brasil, uma ONG criada pelos petistas da Bahia. Em 2008, a entidade foi escolhida pelo governo do estado para construir 1 120 casas populares destinadas a famílias de baixa renda. Os recursos, 17,9 milhões de reais, saíram do Fundo de Combate à Pobreza. Os investigadores já tinham reunido provas de que parte do dinheiro desaparecera, mas não havia nada além de suspeitas sobre o destino final dele. O mistério pode estar perto do fim. Em entrevista a VEJA, a presidente do instituto, Dalva Sele Paiva, revela que a entidade foi criada para ajudar a financiar o caixa eleitoral do PT na Bahia, um esquema que funcionou por quase uma década com dinheiro desviado de “projetos sociais” das administrações petistas. A engrenagem chegou a movimentar, segundo ela, 50 milhões de reais desde 2004. O golpe era sempre o mesmo: o Instituto Brasil recebia os recursos, simulava a prestação do serviço e carreava o dinheiro para os candidatos do partido. Como os convênios eram assinados com as administrações petistas, cabia aos próprios petistas a tarefa de fiscalizar. Assim, se o acordo pagava pela construção de 1 000 casas, por exemplo, o instituto erguia apenas 100. O dinheiro que sobrava era rateado entre os políticos do partido.     

Senador petista culpa o partido em novo caso de corrupção

Bahia

'É mais uma vez o PT pregando peça para cima de mim', afirma Walter Pinheiro, acusado de caixa dois eleitoral em sua campanha à prefeitura de Salvador

Robson Bonin
O lider do PT no Senado, Humberto Costa (à esq.) conversa com o senador Walter Pinheiro, também do PT, no plenário
O lider do PT no Senado, Humberto Costa (à esq.) conversa com o senador Walter Pinheiro, também do PT, no plenário (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O senador Walter Pinheiro  sempre se orgulhou de estar do lado certo nas disputas políticas. Quando o PT mergulhou no mar de lama do mensalão, ele foi uma das poucas vozes petistas a falar contra a prática, batendo de frente inclusive com a cúpula mensaleira e seu próprio partido.Na edição desta semande VEJA, porém, o senador aparece no lado oposto do enredo. Dalva Sele, a presidente do Instituto Brasil, uma ONG criada por petistas para desviar recursos públicos, disse que parte da campanha dele foi financiada com dinheiro roubado dos pobres – recursos do Fundo de Combate à Pobreza que deveriam ter sido usados para construir casas para a população carente da Bahia. 

Segundo Dalva, a campanha de Walter Pinheiro à prefeitura de Salvador, em 2008, foi bancada com o dinheiro sujo. Os móveis do comitê, as refeições dos cabos eleitorais, os carros de som, faixas, panfletos e o aluguel de uma Parati que transportava o candidato – tudo foi pago pelo  Instituto. Atual vice-líder do PT no Senado, Pinheiro nega as acusações, diz que foi enganado e culpa seu partido, o PT, pelo escândalo. A presidente do Instituto disse que a mulher de Pinheiro era quem buscava o dinheiro durante a campanha. 
Em entrevista a VEJA, ao reconhecer a montagem do esquema, ele condenou o próprio partido por tê-lo atirado num clássico esquema de caixa dois eleitoral. “Essa mulher (Dalva) pertencia às correntes do PT, as mesmas correntes que nacionalmente viviam se estapeando comigo por causa do negócio do mensalão. Ela não veio para a minha campanha pelas minhas mãos, ela veio a partir das relações delas dentro do PT.” A seguir, o senador apresenta a sua versão para as acusações da presidente do Instituto Brasil.
INSTITUTO BRASIL – “Quando eu cheguei para a campanha de 2008 essa mulher já prestava serviço ao Estado. Nunca aceitei sentar para negociar com ninguém nada a respeito do que essa mulher fez ou deixou de fazer. Pelo que eu entendi, essa mulher utilizava esse negócio de campanha para traficar as coisas dela”
RELAÇÃO COM DALVA – “Você me perguntou se eu a conhecia essa mulher. Eu disse: óbvio! Ela chegou na minha campanha trazida pelo PT. Essa mulher não veio para a campanha pelas minhas mãos ou pelas mãos da minha mulher, por ninguém. Ela veio a partir das relações dela dentro do PT. 
CARRO ALUGADO – “Eu  peguei o pessoal todo da campanha e perguntei sobre essa história da Parati (carro que Dalva Sele afirma ter alugado com dinheiro de caixa dois do Instituto). Esse carro foi trazido, como qualquer outro, por um militante do PT que chega lá e diz: tá aqui um carro para rodar. Qual é o benefício que eu iria extrair daí?”
DINHEIRO PARA A CAMPANHA – “Esse dinheiro não veio para a minha campanha.  Um dos caras que trabalhou comigo me diz agora que foi funcionário do Instituto Brasil.  Essa pessoa veio na época da campanha, era funcionário do governo do Estado e tinha relação pessoal com ela. Eu nem sabia”
MULHER – “A minha mulher não tem nenhuma militância de PT. É óbvio que ela se envolve nas campanhas. É natural que se jogue na campanha, mas ela nem sabe onde essa Dalva mora. Essa acusação me dói na alma”.
DEDO DOS MENSALEIROS – “Essa mulher pertencia às correntes do PT, as mesmas correntes que nacionalmente viviam se estapeando comigo por causa do mensalão. Todo mundo sabe o quanto eu apanhei dentro do PT por causa disso. Quase fui expulso naquela época do mensalão. É mais uma vez o PT pregando peça para cima de mim. Você confiar numa história de um partido...”
INDIGNAÇÃO – “Isso me dói muito. Você ser enganado, ludibriado por um esquema desses, por alguém que vem como militante, se aproveitando. Ela (Dalva) está querendo, no fundo, é extorquir o governo do estado. Aí vai jogando lama na vida de todo mundo”

Eddie Vedder w/ The Doors - Roadhouse Blues (Los Angeles '93) HD





The Rolling Stones with Eddie Vedder - Wild Horses (Live)







Vale a pena VER e OUVIR de novo - JOAQUIM BARBOSA DETONA O PT E A DILMA.





Dilma é vaiada antes de evento em seu berço político

Maquiavel

Presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff é recebida com protestos na abertura da Expointer em Esteio (RS)
Presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff é recebida com protestos na abertura da Expointer em Esteio (RS)(Ivan Pacheco/VEJA.com)
A presidente-candidata Dilma Rousseff foi recebida sob forte vaia por um grupo de grevistas do Judiciário Federal na manhã desta sexta-feira em Esteio, no Rio Grande do Sul, Estado que é berço político da petista. Os manifestantes reivindicam reajuste salarial e creditam a Dilma a responsabilidade pelo congelamento de suas remunerações. "Dilma a culpa é sua. Trabalhador na rua", gritaram. Os protestos logo foram abafados por militantes pró-Dilma, que imediatamente a aplaudiram. Ao lado do governador Tarso Genro, Dilma faz uma visita a Expointer, tradicional feira de agronegócio, nesta manhã. O tucano Aécio Neves também visitará o evento nesta sexta. Marina Silva esteve na feira na tarde desta quinta-feira. (Marcela Mattos, de Esteio)

Tocantins: polícia apreende avião com R$ 500 mil e santinhos de candidato

Eleições 2014

Impressos com a foto e o número do candidato Marcelo Miranda foram apreendidos pela polícia. Quatro pessoas foram presas

Avião apreendido com santinhos em Goiânia
Avião apreendido com santinhos em Goiânia (Policia Civil/Divulgação/VEJA)
A Polícia Civil apreendeu um avião que transportava 500.000 reais e milhares de panfletos políticos do candidato a governador do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB), em uma pista de pouso em Piracanjuba, a 87 quilômetros de Goiânia. Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com lavagem de dinheiro. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rilmo Braga Cruz Júnior, um dos homens detidos informou que o dinheiro seria utilizado na campanha eleitoral do político. Segundo as investigações da polícia, o candidato estaria usando contas bancárias de laranjas para movimentar grandes quantias de dinheiro.
"Se houve algo errado, alguém vai ter que se explicar. Eu realmente não posso falar nada mesmo porque eu não conheço essa questão até esse momento", disse. Miranda teve os bens bloqueados pela Justiça Federal esta semana por causa de irregularidades em seu mandato como governador, em 2003. 
Equipes do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos investigavam a ação de traficantes de drogas e monitoravam aviões que estariam transportando entorpecentes quando viram uma caminhonete chegando a uma pista de pouso. Apreendido, o avião modelo bimotor prefixo PR GCM seria de um empresário tocantinense do ramo da construção civil, amigo de Miranda.
(Com Estadão Conteúdo)