quarta-feira 13 2014

O cinema chora a morte de Robin Williams

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O cinema chora a morte de um de seus atores mais queridos, o popular, eclético e vencedor do Oscar Robin Williams, que faleceu aos 63 anos em um aparente suicídio após uma longa batalha contra a depressão. 

As autoridades indicaram um "suicídio por asfixia" e anunciaram que uma necropsia será realizada ainda nesta terça-feira. O ator e comediante, conhecido por filmes como Uma Babá Quase PerfeitaBom Dia VietnãSociedade dos Poetas Mortos ou Gênio Indomável, sofria de uma depressão severa há muitos anos, segundo sua representante Mara Buxbaum.

– Foi um piloto, um gênio, um presidente, professor, um extraordinário Peter Pan e tudo o que alguém possa imaginar. Não existiu outro come ele – afirmou o presidente americano Barack Obama em um comunicado.

A viúva, Susan Schneider, foi a última a encontrar o ator com vida, na noite de domingo. A polícia de Tiburon, uma cidade na região de San Francisco, Califórnia, onde Williams morava, declarou a morte do ator às 12h02min (16h02min de Brasília) de segunda-feira.

– Nosso desejo é que a atenção não se concentre na morte de Robin, e sim nos incontáveis momentos de alegria e risos que presenteou a milhões de pessoas – pediu a viúva do ator, que afirmou estar com "o coração totalmente quebrado".

A imprensa americana informou que Williams havia entrado há poucas semanas em um centro de desintoxicação para tentar superar os vícios, problema que nunca escondeu e sobre o qual falava abertamente.

– A cocaína é a maneira que Deus tem de fazer você compreender que você ganha dinheiro demais – declarou em uma ocasião.

Em 2006, o ator iniciou voluntariamente um tratamento, depois de uma recaída no alcoolismo após 20 anos de sobriedade.
 
Planos para o futuro  

Williams é mais um nome para a lista de astros de Hollywood mortos de maneira prematura recentemente, como Philip Seymour Hoffman no dia 2 de fevereiro, ou Heath Ledger, Britanny Murphy, Corey Monteith e Whitney Houston nos últimos anos.

O humorista e apresentador de televisão Jimmy Kimmel escreveu no Twitter uma mensagem emocionada ao tomar conhecimento da notícia: "Robin foi um homem tão doce quanto divertido. Se você está triste, por favor conte a alguém".
O diretor Steven Spielberg falou de Williams como "um companheiro" e afirmou que ele era "uma tempestade de luz de genialidade humorística". O ator, que tinha um talento natural para provocar risadas, havia concluído sua participação nos filmes Merry Friggin Christmas e Uma Noite no Museu 3, que devem estrear ainda este ano nos Estados Unidos, e Absolutely Anything, que chegará aos cinemas em 2015.

Além disso, ele havia concordado em filmar no próximo ano a sequência de Uma Babá Quase Perfeita, um personagem que conquistou crianças e adultos ao redor do mundo no início dos anos 90. Mas, ao mesmo tempo em que desenvolvia uma carreira de talento e sucesso de quase 40 anos, o ator tentava deixar para trás uma severa depressão. Williams também enfrentava os insistentes rumores sobre uma suposta bipolaridade.
 
Prêmios e indicações  
Williams recebeu em 1998 o Oscar de ator coadjuvante por Gênio Indomável. Também venceu quatro Globos de Ouro e recebeu outras três indicações ao Oscar de melhor ator (Bom Dia VietnãSociedade dos Poetas Mortos e O Pescador de Ilusões.

O ator demonstrou todo seu talento em filmes que iam da comédia pura ao drama, com filmes como Sociedade dos Poetas Mortos (1989), Pescador de Ilusões (1991), Retratos de uma Obsessão (2002), Insônia (2002) até a mais recente comédia de humor negro O Melhor Pai do Mundo (2009).

O sucesso começou na série de televisão Mork & Mindy (1978), na qual Robin Williams mostrou que era difícil não rir de suas piadas. Williams, que nasceu em Chicago, era casado com Susan Schneider desde 2011 e tinha três filhos, frutos de outros dois matrimônios. Uma fotografia do ator com a filha Zelda ainda criança, divulgada no fim de julho por Williams nas redes sociais, se tornou viral em todo o mundo. "Te amo. Sentirei sua falta. Tentarei seguir em frente", escreveu Zelda.

'Youssef era um banco', diz contadora de doleiro

Lava-Jato

Em depoimento na Câmara, Meire Poza confirmou que políticos receberam dinheiro do doleiro Alberto Youssef. "Hoje prefiro me limitar a falar do deputado Luiz Argôlo", disse

Gabriel Castro e Marcela Mattos, de Brasília
Meire Poza – "O Beto (Youssef) lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo."
Meire Poza a VEJA – "O Beto (Youssef) lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo." (Jefferson Coppola/VEJA)
Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Meire Bonfim Poza confirmou nesta quarta-feira que políticos receberam dinheiro do doleiro Alberto Youssef, pivô de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro no país. Contadora de Youssef, a quem classificou como "um banco", ela disse que só apontaria inicialmente o nome do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), que responde a processo de cassação de mandato. A contadora foi chamada pelo colegiado para ser ouvida como testemunha do processo contra Argôlo.

"Alberto Youssef era um banco. Ele emprestava dinheiro, pagava contas e dava presentes", disse ela aos deputados. Questionada pelo relator do caso, Marcos Rogério (PDT-RO), sobre os nomes dos políticos que participaram da trama criminosa de Youssef, ela respondeu: "Eu preferia me limitar a falar hoje do deputado Luiz Argôlo".

Sobre o deputado baiano, a contadora afirmou taxativamente – mais de uma vez – que ele mantinha contato com empresas que destinaram dinheiro para o esquema de lavagem e pagamento de propina. "Ele chegou a receber, sim. Inclusive, da última vez em que esteve em São Paulo eu o encontrei. Ele foi buscar dinheiro e iria embora nesse mesmo dia. Não pôde ir embora porque o dinheiro não chegou e ele ficou em São Paulo até o dia seguinte até depois que pegasse o dinheiro."
Os pagamentos, segundo a contadora, eram feitos em dinheiro ao próprio deputado. Em outros casos, Youssef determinou que as transferências fossem feitas por meio de transferências bancárias – nesse caso, segundo ela, o parlamentar não foi beneficiado diretamente. Meire Poza citou duas pessoas cujas contas receberam dinheiro destinado ao parlamentar: Manoelito Argôlo, pai do deputado, e Élia da Hora.
A contadora disse ainda que o doleiro era sócio do deputado em duas empresas sediadas em Fortaleza: a M.Dias Branco e a Grande Moinho Cearense. Elas teriam recebido mais de 1 milhão de reais do esquema. Meire citou ainda a empresa Labogen, pivô das denúncias que recaíram sobre o ex-petista André Vargas. Disse que Leonardo Meirelles, sócio do doleiro, fazia entregas e buscas de dinheiro. 
Meire Poza também confirmou que a empreiteira Mendes Júnior firmou contratos de fachada e fez pagamentos para a empresa GFD, de Youssef, que não exercia nenhuma atividade real além da emissão de notas frias. "A própria Mendes Júnior chegou a enviar os contratos prontos. E quem atuava era o Alberto. A operacionalização toda era feita pelo Alberto, pessoalmente", afirmou a contadora. A suspeita é de que o esquema do doleiro era utilizado para lavar dinheiro desviado de contratos de estatais, inclusive a Petrobras.
Revelações – Meire Poza é considerada testemunha-chave da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que levou Youssef à prisão em março. O convite para ouvir a contadora ocorreu depois da entrevista dela a VEJA, na qual contou um pouco do que presenciou durante os mais de três anos em que prestou serviços ao doleiro. Meire Poza era responsável por manusear notas fiscais frias, assinar contratos de serviços que jamais foram feitos e montar empresas de fachada destinadas à lavagem de dinheiro. Nesse período, ela viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras e chegando às mãos de notórios políticos.

A VEJA, ela citou nomes de outros políticos: o ex-petista André Vargas (PR), que também responde a processo de cassação na Câmara, o senador Fernando Collor (PTB-AL), o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o ex-ministro e atual conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia Mário Negromonte, filiado ao PP.

Luiz Argôlo é alvo de dois processos disciplinares na Câmara depois de a Polícia Federal ter encontrado registros de repasses de recursos de Youssef a ele. Um dos depósitos, no valor de 120.000 reais, teria sido depositado na conta de Vanilton Bezerra, chefe do gabinete do deputado. Em depoimento ao colegiado na semana passada, Bezerra negou ter recebido qualquer valor do doleiro. Mas o comprovante de depósito no valor de 8.000 reais, ao qual o site de VEJA obteve cópia, desmente sua versão. Ainda recaem sobre Argôlo as suspeitas de que ele tenha recebido de Youssef dois caminhões de bezerros. 

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Depoimento de contadora de Youssef apavora Congresso

Lava Jato

Meire Bonfim Poza presta testemunho sobre o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) nesta quarta, mas a expectativa é que ela faça revelações sobre outros políticos

Marcela Mattos, de Brasília
Meire Poza – "O Beto (Youssef) lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo."
Meire Poza – "O Beto (Youssef) lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo." (Jefferson Coppola/VEJA)
O Conselho de Ética da Câmara reúne-se nesta quarta-feira para ouvir o mais importante depoimento desde que surgiram as denúncias de envolvimento de parlamentares com o doleiro Alberto Youssef, pivô de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Contadora do doleiro, Meire Bonfim Poza é considerada testemunha-chave da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ela foi convidada pelo colegiado para ser ouvida como testemunha do processo de cassação do mandato do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), o  mais próximo dos parlamentares que mantinham relação com Youssef.
O convite para ouvir a contadora ocorreu depois da entrevista dela a VEJA, na qual contou um pouco do que presenciou durante os três anos em que atuou no escritório do doleiro – preso desde março. Meire Poza era responsável por manusear notas fiscais frias, assinar contratos de serviços que jamais foram feitos e montar empresas de fachada destinadas à lavagem de dinheiro. Nesse período, ela viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras e chegando às mãos de notórios políticos. Ela cita cinco deles: além de Argôlo, o ex-petista André Vargas (PR), que também responde a processo disciplinar, o senador Fernando Collor (PTB-AL), o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o ex-ministro e atual conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia Mário Negromonte, filiado ao PP. 
Segundo Meire Poza, o deputado Argôlo era sócio de Youssef. O parlamentar baiano é alvo de dois processos disciplinares na Câmara depois de a Polícia Federal ter encontrado registros de repasses de recursos de Youssef a ele. Um dos depósitos, no valor de 120.000 reais, teria sido depositado na conta de Vanilton Bezerra, chefe do gabinete do deputado. Em depoimento ao colegiado na semana passada, Bezerra negou ter recebido qualquer valor do doleiro. Mas o comprovante de depósito no valor de 8.000 reais, ao qual o site de VEJA obteve cópia, desmente sua versão. Ainda recaem sobre Argôlo as suspeitas de que ele tenha recebido de Youssef dois caminhões de bezerros. 
"Com a reportagem nós já temos informações contundentes sobre o caso. O que falta, agora, é a contadora dar clareza a essas informações", afirma o relator do processo de cassação, Marcos Rogério (PDT-RO).

O relator considera crucial para as investigações entender a suposta sociedade entre Argôlo e Youssef. "O Ministério Público dá a entender que ainda fazia parte da sociedade o empresário Leonardo Meirelles, também sócio da Labogen. A Meire trará um depoimento de quem cuidava da organização dessa rede criminosa e pode esclarecer os principais pontos", disse Marcos Rogério.
Expectativa – Nos corredores do Congresso, a expectativa na terça era que a contadora possa fazer novas revelações. "Meire será testemunha do Argôlo, mas ela pode ampliar o depoimento e trazer informações sobre novos parlamentares. Outros nomes foram citados e eles têm de ser investigados. O Conselho de Ética não tem o poder de abrir um processo, então eu espero que algum partido faça uma representação para que esses nomes sejam investigados”, disse o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), presidente do colegiado.
Na opinião do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que na semana passada pediu a cassação de André Vargas, o depoimento da funcionária de Youssef deve respaldar seu relatório. "A ida dela só potencializa o meu voto pela perda de mandato", avalia. O conselho marcou para o próximo dia 20 reunião para votar o parecer, mas depende de um quórum mínimo de onze parlamentares em meio à campanha eleitoral.