quarta-feira 06 2014

Assessor do Palácio do Planalto admite ter colaborado para armar farsa em CPI

CPI da Petrobras

Luiz Azevedo, número dois da pasta de Relações Institucionais, disse ter atuado para evitar "uso político eleitoral" da CPI da Petrobras no Senado

Gabriel Castro, de Brasília
Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para análise do plano de trabalho e de requerimentos - (14/05/2014)
FARSA – Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras: era tudo teatro (Geraldo Magela/Agência Senado/VEJA)
O secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo, admitiu nesta quarta-feira ter participado das negociações para montar um plano de blindagem da Petrobras na CPI do Congresso destinada a investigar a estatal. Nesta quarta-feira, a Folha de S. Paulo informou que Azevedo participou da operação montada para proteger a Petrobras. A manobra, que incluía o treinamento de representantes da estatal e o compartilhamento de perguntas que seriam feitas por parlamentares, foi revelada por VEJA desta semana.

A Secretaria de Relações Institucionais tem a função de negociar com o Congresso temas de interesse do governo .O ministro é o petista Ricardo Berzoini.

Em nota divulgada nesta quarta, Azevedo tenta se explicar: "Enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras – relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo".
Azevedo prossegue que sua atribuição é evitar o "uso político eleitoral" da comissão, embora não trabalhe nem no Congresso nem na Petrobras. "Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI", diz o texto.
Ele também critica a oposição, que, na visão dele, "se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado". "Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição."

Leia a íntegra da nota da Secretaria de Relações Institucionais:

A respeito da matéria publicada nesta quarta-feira (6), no jornal Folha de S. Paulo, esclareço: enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras – relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo. Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI. Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado. Em nenhum momento nossa atuação feriu as atribuições e soberania do parlamento, que preserva suas prerrogativas com denodo e independência.

Cartola - Preciso Me Encontrar


O “anão diplomático” usa nosso dinheiro para ajudar líderes palestinos e ditadores cubanos

Veja.Com

O Itamaraty sob o governo do PT merece a alcunha de “anão diplomático”. A acusação é legítima. Já a endossei , e hoje foi a vez de Demétrio Magnoli concordar em sua coluna. Diz ele:
O Brasil converteu-se num anão diplomático desde que, 11 anos atrás, Lula inaugurou a sua “nova política externa”. [...] Desde que subiu a rampa do Planalto, Lula conferiu à política externa as funções de promover o seu prestígio pessoal e de atender às idiossincrasias ideológicas do PT, contrabalançando no plano simbólico a ortodoxia do governo no terreno da economia. Dilma Rousseff persistiu na linha de seu patrono, subtraindo apenas a primeira das funções (afinal, dois sóis não devem brilhar no mesmo firmamento). O produto final do desprezo pelo interesse nacional está sintetizado na expressão pouco diplomática de um “sub do sub do sub do sub do sub do sub” que não foi desmentida por nenhum de seus (supostos) seis chefes.
[...] A inconsistência tem o condão de destruir a credibilidade diplomática dos países que negociam princípios. O Brasil calou-se diante da anexação da Crimeia pela Rússia, violando os princípios constitucionais da “não intervenção” e da “igualdade entre os estados” com a finalidade mesquinha de não desagradar a Vladimir Putin pouco antes da cúpula do Brics em Fortaleza e Brasília. Pelo mesmo motivo, logo após o encerramento da reunião, fechou-se em constrangedor mutismo diante da criminosa derrubada da aeronave da Malaysian Airlines no leste da Ucrânia. O anão diplomático não distingue o certo do errado: age caso a caso, segundo tortuosas conveniências políticas e deploráveis tiques ideológicos.
Pois bem: a mais nova decisão do “anão diplomático” foi liberar US$ 150 milhões do nosso dinheiro para financiar obras no aeroporto… de Cuba! Como se nossa Infraero fosse um exemplo de eficiência aqui em nosso país, e não uma estatal merecedora do apelido carinhoso Infrazero.

Aeroporto cubano vai receber $ 150 milhões do BNDES. Fonte: GLOBO
Está sobrando dinheiro, Dilma? Vale tudo para ajudar os camaradas cubanos e, por tabela, o grupo Odebrecht, um dos maiores do Brasil? Não bastou emprestar a taxas camaradas mais de US$ 1 bilhão para a ditadura cubana modernizar o Porto de Mariel, usado, segundo várias denúncias, como ponte para o tráfico de drogas internacional?
Mas não é tudo. O governo autorizou a doação de até R$ 25 milhões para a Autoridade Palestina Nacional. Será que isso explica o fato de o governo ter tomado um partido no conflito e condenado unilateralmente apenas Israel, ignorando os atos terroristas do Hamas? Mandar nosso suado dinheiro para os palestinos? Será que foi usado para a construção de novos túneis que auxiliam os terroristas e que o governo de Israel tenta destruir para proteger sua população civil?
Palestina
Nunca antes na história deste país o brasileiro decente sentiu tanta vergonha de ser brasileiro!
Rodrigo Constantino

Prova da professora “black bloc” Camila Jourdan, da UERJ, faz proselitismo sob o pretexto de ensinar filosofia

Veja.Com

Um aluno de filosofia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) me manda um troço que é mesmo do balacobaco! Trata-se de uma espécie do símbolo do desastre intelectual que acomete os cursos da chamada área de “humanidades” das universidades brasileiras, especialmente das públicas. É claro que há pessoas pensando com seriedade nos corpos docente e discente instituições afora. É claro que há ilhas de excelência. Mas é evidente que essa não é a regra.
Lembram-se de Camila Jourdan, a tal professora de filosofia da UERJ que é, digamos, uma espécie de farol dos black blocs do Rio? É uma das que tiveram prisão preventiva decretada e depois revogada. Em sua casa, foram encontrados artefatos explosivos. Pelo visto, a doutora não acredita que a arma de uma intelectual seja uma… caneta, ou um livro, ou um teclado. Estão preparados? Vejam a prova que a “doutora” Camila aplicou a seus alunos. Volto em seguida.
 Prova de lógica
Retomo
Seria apenas folclórico não fosse um procedimento extremamente autoritário. Obviamente, a prova da doutora induz os alunos a desfazer supostas falácias lógicas que, na prática, endossam os preconceitos da professora. Ou seja: ela quer contestar as falácias com as quais não concorda empregando como instrumento aquelas com as quais concorda. Camila não está preparada para ensinar, mas para doutrinar. É ridículo! É patético!
Esse desastre não é de agora. De forma larvar, começou com as Marilenas Chauis lá da década de 80, quando a filosofia era mero pretexto para a pregação política. Nesta terça-feira, por exemplo, milhares de alunos, professores e funcionários da USP são reféns de uma suposta greve decretada por uma minoria de extremistas que só se criam no ambiente universitário. Com dinheiro público.
Eu olho cheio de vergonha para a “prova” que vai acima. O pressuposto do pensamento é ele ser livre. Nada impede a doutora Camila de pensar o que lhe der na telha, mas que renuncie, então, ao emprego público no Estado que ela não respeita, diz ser autoritário e expressão da violência de uma classe.
Hoje, meus caros, quase tudo está ao alcance das mãos. Pesquisem. Não se pratica esse tipo de proselitismo vagabundo em lugar nenhum do mundo. A universidade brasileira não é um dos reinos da ineficiência por acaso.
A propósito: quem não concorda com a pregação da “doutora” deve fazer o quê? Pedir uma prova alternativa? O mais nefasto nessa história não é Camila ser adepta de uma prática doidivanas, mas, na condição de “mestra”, conspurcar a própria teoria.
É um desastre intelectual, sim, mas também é um desastre moral e ético!
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/prova-da-professora-black-bloc-camila-jourdan-da-uerj-faz-proselitismo-sob-o-pretexto-de-ensinar-filosofia/

Relator pede cassação de André Vargas por elo com doleiro

Congresso

Para Júilio Delgado, Vargas "insere-se no contexto de uma imensa rede criminosa especializada na lavagem de dinheiro e na evasão de divisas"

Marcela Mattos, de Brasília
O deputado André Vargas depõe no Conselho de Ética da Câmara, em Brasília
O deputado André Vargas depõe no Conselho de Ética da Câmara, em Brasília (Joel Rodrigues/Folhapress)
Depois de mais de três meses de investigação, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra André Vargas no Conselho de Ética da Câmara, pediu nos primeiros minutos desta quarta-feira a cassação do ex-petista pelo seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema desbaratado pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Para Delgado, Vargas “insere-se no contexto de uma imensa rede criminosa especializada na lavagem de dinheiro e na evasão de divisas como o agente responsável por abrir as portas da administração pública”.
Em parecer de cinquenta e quatro páginas, Delgado afirma que Vargas quebrou o decoro ao agir intermediando contratos entre a empresa de Youssef e órgãos do governo federal – e ainda pelo recebimento de vantagem indevida, ao viajar em aeronave fornecida pelo doleiro, “integrando a censurabilidade do comportamento o senso geral de moralidade e de indispensável correção do parlamentar, tanto na sua atuação política quanto nas suas relações privadas”. “Em conclusão, dos episódios narrados e do exame cuidadoso do conjunto probatório, vê-se que os fatos apontam a responsabilidade do deputado André Vargas no abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional”, afirma.
Após a leitura do parecer, três deputados pediram vista, o que impediu a votação do texto pelos integrantes do Conselho de Ética. Com o Congresso em recesso por causa das eleições, o relator afirma que vai tentar marcar uma sessão antes de setembro, quando está prevista uma nova rodada de esforço concentrado, mas admite ser “difícil” o comparecimento dos parlamentares. O relatório ainda tem de ser votado pelo colegiado para seguir para análise do plenário da Câmara dos Deputados.
Ex-vice-presidente da Câmara, Vargas estava no auge de sua carreira política quando começou a cair em desgraça após a revelação de que ele e sua família utilizaram um jatinho pago por Youssef para passar as férias em João Pessoa (PB). A situação agravou-se após reportagem de VEJA revelar novos detalhes de sua ligação com o doleiro: Youssef mantinha contato constante com o congressista. Mais: segundo as investigações da PF, os dois trabalhavam para enriquecer juntos fraudando contratos com o governo federal. A ajuda foi materializada em um contrato inicial de 30 milhões de reais firmado com o Ministério da Saúde.
No relatório, Delgado afirma que a PF coletou 270 mensagens entre setembro de 2013 e março deste ano e ressalta o estreito relacionamento entre Vargas e Youssef. “O nível de intimidade e de frequência com que eles se falavam deixam claro que o episódio envolvendo a cessão da aeronave ou da ‘suíte mais cara’ do Hotel Blue Tree não são fatos isolados, mas consequências de um relacionamento estreito e íntimo, que transbordava os limites da amizade pessoal para chegar à efetiva participação nos negócios ilícitos de Youssef.”
Na tentativa de evitar a abertura do processo, Vargas quebrou o silêncio nesta tarde e compareceu, pela primeira vez, ao Conselho de Ética. Em sessão tumultuada, ele pediu o afastamento de Delgado, solicitou que mais testemunhas fossem ouvidas e reclamou pelo direito de ser ouvido, embora ele tenha sido convidado por cinco vezes a prestar audiência – Vargas, estrategicamente, fugiu das notificações do colegiado. Ao ser cedido o espaço para prestar depoimento, o ex-petista abandonou a sessão e prometeu recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A confusão criada por Vargas se arrastou por três horas e impediu que o relator fizesse a leitura do relatório. Em uma nova tentativa do relator, a reunião foi retomada depois da sessão frustrada de votação na Câmara e terminou apenas no início da madrugada desta quarta.