quinta-feira 08 2014

Justiça quebra sigilo de contratos da Petrobras com a Camargo Corrêa

Lava-Jato

Polícia Federal e Ministério Público Federal vão vasculhar pagamentos da estatal à empreiteira, e dela à Sanko Sider. Objetivo é rastrear recursos desviados para esquema de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (Leo Correa)
A Justiça Federal do Paraná determinou nesta quinta-feira a quebra do sigilo bancário da Petrobras e da Camargo Corrêa para serem investigados desvios de recursos da estatal originalmente destinados a obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, tocadas pela empreiteira. A abertura de informações financeiras é restrita a transações entre as duas empresas, e inédita na história da estatal. Serão remetidos para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal as transações feitas entre Petrobras, Camargo Corrêa e a Sanko Sider. Também serão devassados os dados das transações entre Camargo Corrêa e Sanko Sider.
O objetivo é dimensionar os recursos desviados da refinaria Abreu e Lima. De acordo com o Ministério Público, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef receberam cerca de 7,9 milhões de reais dos cofres da estatal. Isso foi feito por transferências do consórcio CNCC, comandado pela Camargo Corrêa, para a Sanko Sider - empresa que, após os recebimentos, fez depósitos em contas da MO Consultoria, empresa de fachada comandada por Youssef. 
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal vão ter acesso a todas as transações bancárias feitas entre Petrobras, Camargo Corrêa e Sanko Sider no período de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2013. Também vai ser feita a quebra integral do sigilo bancário de Paulo Roberto Costa, das suas filhas Arianna e Shanni Bachmann e dos genros Humberto Sampaio de Mesquita e Márcio Lewkowicz. De acordo com a Justiça Federal, os familiares podem ter sido usados para ocultação de recursos ilícitos. Essa suspeita foi reforçada pelo episódio de obstrução à Justiça, quando as filhas e os genros do ex-diretor da Petrobras esconderam papéis e arquivos que seriam apreendidos na operação Lava-Jato. 
Também foi quebrado o sigilo bancário de Márcio Bonilho e Murilo Tena Barrios, sócios da Sanko Sider, e da empresa GFD Investimentos, outra firma comandada por Youssef.

Câncer no Brasil

Brasil

Total: 576 580 novos casos (52,4% entre homens e 47,6% entre mulheres)
 
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (32,5%); de próstata (22,8%); de traqueia, brônquio e pulmão (5,4%); s cólon e reto (5%) e de estômago (4,3%).
 
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (30,3%); de mama (20,8%); de cólon e reto (6,4%); de colo do útero (5,7%); e de traqueia, brônquio e pulmão (4%)

Sudeste

Total: 299 730 novos casos (52,3% entre homens e 47,3% entre mulheres)
 
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (34,7%); de próstata (22,9%); de cólon e reto (5,9%); de traqueia, brônquio e pulmão (4,8%); e da cavidade oral (4%)
 
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (33,9%); de mama (21,5%); de cólon e reto (7,4%); de traqueia, brônquio e pulmão (3,5%); e de colo do útero (3,1%)

Sul

Total: 116 330 novos casos (57% entre homens e 43% entre mulheres)
 
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (33,7%); de próstata (19,3%); de traqueia, brônquio e pulmão (7,1%); de cólon e reto (4,3%) e de estômago (3,4%)
 
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (25,2%); de mama (20,8%); de cólon e reto (6,4%); de traqueia, brônquio e pulmão (6,2%); e de tireoide (4,7%)

Nordeste

Total: 99 060 novos casos (48% entre homens e 52% entre mulheres)
 
Principais tipos entre homens: Câncer de próstata (27,2%); de pele não melanoma (23,1%); de estômago (5,9%); de traqueia, brônquio e pulmão (5,2%); e da cavidade oral (4,1%).
 
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (25,8%); de mama (20,4%); de colo do útero (10,4%); de cólon e reto (4,3%); e de traqueia, brônquio e pulmão (3,6%)

Centro-Oeste

Total: 41 440 novos casos (51,3% entre homens e 48,7% entre mulheres)
 
Principais tipos entre homens: Câncer de pele não melanoma (38%); de próstata (21,5%); de traqueia, brônquio e pulmão (4,8%); e cólon e reto (4,2%); e de estômago (3,7%)
 
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (36,5%); de mama (18,9%); de colo do útero (8,1%); de cólon e reto (5,5%); e de traqueia, brônquio e pulmão (3,1%)

Norte

Total: 20 020 novos casos (50,4% entre homens e 49,6% entre mulheres)
 
Principais tipos entre homens: Câncer de próstata (24,6%); de pele não melanoma (23%); de estômago (8,9%); de traqueia, brônquio e pulmão (6,1%); e de cólon e reto (3,6%)
 
Principais tipos entre mulheres: Câncer de pele não melanoma (20,1%); de colo do útero (19%); de mama (17,3%); de estômago (4,7%); e de cólon e reto (4,3%)

Aspirina pode reduzir o risco de câncer de ovário

Prevenção

Estudo americano concluiu que tomar o remédio diariamente reduz em 20% as chances da doença

Aspirina: Pesquisa é mais uma a associar medicamento a benefícios à saúde
Aspirina: Pesquisa é mais uma a associar medicamento a benefícios à saúde (Thinkstock)
A aspirina pode ajudar a diminuir o risco de câncer de ovário, um tumor agressivo, difícil de ser diagnosticado e com pouca chance de cura — na maioria das vezes, a doença é detectada já em estágio avançado. Segundo uma nova pesquisa do Instituo Nacional do Câncer dos Estados Unidos, mulheres que tomam o medicamento diariamente podem ser até 20% menos propensas a desenvolver esse câncer do que aquelas que fazem uso de aspirina menos do que uma vez por semana.
A conclusão foi obtida após os autores analisarem doze pesquisas feitas, ao todo, com cerca de 8 000 mulheres com câncer de ovário e outras 12 000 livres da doença. A equipe levou em consideração se essas participantes faziam uso de aspirina e, depois, estabeleceu uma relação entre o medicamento e a incidência do tumor. O estudo foi publicado na edição desta semana do periódico Journal of the National Cancer Institute.
A aspirina já se comprovou eficaz para inibir o acúmulo de plaquetas no sangue e, assim, é considerada uma forma de prevenir doenças cardiovasculares. Porém, pesquisas recentes mostram que o medicamento também pode diminuir o risco de outras condições. Um estudo da Universidade Stanford divulgado no ano passado, por exemplo, associou o uso regular do remédio à proteção contra o melanoma. Já um trabalho da Sociedade Americana do Câncer concluiu que a aspirina pede ser útil no combate à mortalidade provocada pelo câncer.
Os autores dessa nova pesquisa lembram, porém, que as conclusões foram obtidas a partir da análise de estudos observacionais. Ou seja, eles não sabem dizer os mecanismos que levam a esse possível benefício. As pessoas não devem, portanto, passar a tomar aspirina como forma de diminuir o risco de câncer de ovário. Além disso, o medicamento pode ser prejudicial para pessoas que sofrem de úlcera.
Doença — O câncer de ovário não é o tumor ginecológico mais frequente entre as mulheres, mas é o mais agressivo. Isso porque ele é muito difícil de ser diagnosticado e é aquele com a menor chance de cura — cerca de 3/4 dos casos desse tipo de câncer já estão em estágio avançado no momento do diagnóstico. Mesmo assim, as principais entidades médicas do mundo não recomendam exames de prevenção para a doença, que incluem uma análise de sangue e a ultrassonografia dos ovários, em mulheres saudáveis, pois, além de não reduzirem a mortalidade, podem levar a cirurgias desnecessárias.
Cerca de 5% dos casos desse câncer são hereditários. A incidência pode ter relação com o número de ovulações — por isso, tomar pílula e engravidar muitas vezes pode ajudar a reduzir o risco do problema. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o tumor causou 3 027 mortes no Brasil em 2011.

Como manter a saúde em dia

Olhos


A consulta com um oftalmologista é necessária não só para detectar graus de miopia, hipermetropia ou astigmatismo do paciente, mas para o diagnóstico de doenças que acometem a vista, especialmente após os 40 anos. Essas condições incluem glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). "Uma pessoa com caso de glaucoma na família tem de dez a quinze vezes mais chances de apresentar o problema. Por isso, a partir dos 40 anos, ela deve acompanhada por um oftalmologista com frequência", diz Fabrício Witzel, oftalmologista do Hospital das Clínicas da USP.

Vacinação

Um adulto não vacinado não somente coloca em risco a sua saúde, mas pode servir como vetor de transmissão para crianças que ainda não completaram a imunização. Por isso, é essencial manter a vacinação em dia durante toda a vida. As vacinas para adultos incluem difteria e tétano (uma dose a cada dez anos); HPV (três doses entre 19 e 26 anos); tríplice viral (uma dose após os 19 anos, mesmo tendo tomado essa vacina na infância); varicela (caso não tenha tomado a vacina na infância); hepatite A e B (ambas para quem não tomou na infância ou nunca teve a doença); meningocócica (uma dose na vida); gripe (doses anuais); pneumocócica (uma dose a partir dos 60 anos).

Coração

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil tanto entre homens quanto mulheres, sendo responsáveis por 30% dos óbitos registrados no país, segundo o Ministério da Saúde. Por isso, é essencial ter cuidado com a saúde do coração. Toda consulta com um cardiologista inclui medida da pressão arterial e realização do eletrocardiograma. Esse exame, que traça o registro de atividade elétrica do coração enquanto o paciente está em repouso, identifica distúrbios do funcionamento do órgão e ajuda a prevenir problemas como morte súbita cardíaca. Além disso, pessoas sedentárias ou com mais de 40 anos que decidem praticar atividade física devem ser submetidos a um teste ergométrico. Ele avalia o coração em situação de stress, geralmente com o paciente se movimentando em uma esteira ou bicicleta estacionária. O exame pode identificar alterações do coração durante o exercício, como uma arritmia cardíaca, e ajudar a prevenir hipertensão ou algum evento cardiovascular.

Saúde bucal

Infecções que ocorrem na boca já foram relacionadas a uma série de problemas de saúde – entre eles, diabetes, doenças do coração e câncer. A periodontite, por exemplo, é o problema dentário mais comum entre adultos. Causada pelo acúmulo de bactérias, pode iniciar como uma gengivite e, sem cuidados adequados, evoluir para a perda de um ou mais dentes. Além disso, essas bactérias podem entrar em contato com a corrente sanguínea e se espalhar pelo corpo, infeccionando diferentes órgãos e tecidos. Por esse motivo, é essencial que a higienização bucal esteja em dia e que um dentista seja consultado regularmente para barrar o avanço das cáries e da gengivite, explica Alênio Calil Mathias, diretor Sociedade Brasileira de Estudos da Halitose. "A visita ao dentista deve ser, no mínimo, anual. Mas a frequência pode aumentar de acordo com os cuidados do paciente com a higiene bucal", diz.

Saúde da mulher

O Papanicolau é o exame para diagnosticar câncer de colo do útero, o terceiro mais incidente em brasileiras, com 15 000 novos casos esperados para 2014. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Papanicolau deve ser feito em mulheres com mais de 25 anos e que têm uma vida sexual ativa. As diretrizes recomendam que os dois primeiros exames sejam realizados anualmente e, caso os resultados sejam normais, a cada três anos. Já a detecção precoce do câncer de mama (57 mil novos casos previstos para 2014 no Brasil) pode ser feita com a mamografia. Não existe um consenso em relação à idade mínima em que a mulher deve se submeter ao exame. A recomendação do Inca é a cada dois anos para pacientes de 50 a 69 anos.

Saúde do homem

A partir dos 30 anos, recomenda-se que o homem comece a fazer o autoexame do testículo. "Basta apalpar o contorno do testículo durante o banho, uma vez a cada quinze dias. Se encontrar algum caroço ou outra anormalidade, é preciso procurar o médico", diz Valter Javaroni, chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Já os exames para detecção do câncer de próstata – o PSA e o de toque retal — devem se iniciar aos 50 anos, segundo a SBU. A idade mínima cai para 45 anos no caso de pessoas negras, obesas ou com histórico da doença na família. Se os resultados forem normais, o paciente deve repetir os exames depois de um ano. Caso algum dos testes levante a suspeita de câncer, o médico realiza uma biópsia. O tumor de próstata é o mais comum entre homens no país. Para 2014, o Inca prevê 69 000 novos casos.

Exames laboratoriais

Os exames de sangue avaliam uma série de características do organismo. O hemograma, por exemplo, mede os níveis de glóbulos vermelhos e brancos na corrente sanguínea e pode acusar anemia ou infecções. Já os testes de glicemia e colesterol mostram como estão as taxas de gordura e açúcar no sangue, podendo revelar o risco de diabetes e problemas cardiovasculares, respectivamente. A checagem da tireoide calcula os níveis de hormônios como o TSH e TS4 livre, e acusa distúrbios a exemplo de hipotireoidismo e hipertireoidismo.

Câncer colorretal

A colonoscopia é o exame que detecta o câncer colorretal, que atinge uma parte do intestino grosso e o reto – 32 000 novos casos são estimados no Brasil em 2014, sendo 17 000 em mulheres e 15 000 em homens. Segundo as diretrizes do Inca, a colonoscopia é recomendável a pacientes com mais de 50 anos que apresentarem sangramento nas fezes. Caso uma pessoa dessa faixa etária não tenha esse sintoma ou alterações intestinais importantes, o exame deve ser repetido a cada dois ou três anos.

Ossos

A densitometria óssea é essencial para o diagnóstico da osteoporose, enfermidade que afeta uma em cada três mulheres com mais de 50 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Segundo Gutemberg Almeida, diretor do Instituto de Ginecologia do Hospital Moncorvo Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela deve ser feita em pessoas com mais de 60 anos. A idade diminui caso o paciente tenha histórico familiar de osteoporose.


Em 70% dos casos, câncer de ovário é diagnosticado em estágio avançado

Saúde da mulher

Estatística é do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Doença é o tipo de tumor ginecológico mais agressivo, mas não o mais prevalente entre mulheres

Câncer de ovário: 70% das mulheres com a doença atendidas em hospital de SP têm mais de 55 anos
Câncer de ovário: 70% das mulheres com a doença atendidas em hospital de SP têm mais de 55 anos (Thinkstock)
Um levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) mostrou que sete em cada dez mulheres com câncer de ovário que chegam ao hospital já apresentam uma forma muito avançada da doença, o que pode comprometer o sucesso do tratamento. O tumor é mais frequente em mulheres acima dos 55 anos – cerca de 70% das pacientes atendidas no Icesp são desta faixa etária, segundo os dados divulgados nesta terça-feira.
O câncer de ovário não é o tumor ginecológico mais frequente entre as mulheres, mas é o mais agressivo e com menores chances de cura. Na maioria das vezes em que os sintomas se tornam aparentes, a doença já está em um estágio muito avançado e é praticamente incurável. 
Além disso, não há formas de detectar o tumor precocemente. As principais entidades médicas do mundo não recomendam exames de prevenção para a doença em mulheres saudáveis. Estudos concluíram que esses exames não reduzem a mortalidade e podem levar a cirurgias desnecessárias. “A visita anual ao ginecologista e a procura por médicos em casos de alguma anormalidade podem ajudar a antecipar o diagnóstico, aumentando as chances de sucesso do tratamento”, diz coordenadora da oncologia clínica do Icesp, Maria Del Pilar Estevez Diz.
Parte dos casos do câncer de ovário é hereditária. A incidência da doença pode ter relação com o número de ovulações — por isso, tomar pílula e engravidar muitas vezes pode ajudar a reduzir o risco do problema. Segundo o Icesp, obesidade, terapia de reposição hormonal e tratamento para a fertilidade podem aumentar a propensão ao câncer.
Estimativas do Instituo Nacional do Câncer (Inca) sugerem que o Brasil terá 6 000 novos casos de câncer de ovário neste ano – uma incidência dez vezes menor do que a do câncer de mama, por exemplo.

Morre o cantor Jair Rodrigues aos 75 anos em São Paulo

Memória

Músico estava em sua casa em Cotia. Causa da morte ainda não foi confirmada


Jair Rodrigues comemorando 50 anos de carreira com o show "Festa para um Rei Negro", no Citibank Hall, em 2009

O cantor Jair Rodrigues, 75 anos, morreu nesta quinta-feira em sua casa em Cotia, na região metropllitana de São Paulo. A informação foi confirmada pela produtora do artista ao site de VEJA. No momento, a perícia está na casa do cantor para analisar os motivos da morte. Jair deixa dois filhos, os cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello.
Nascido em Igarapava, em São Paulo, no dia 6 de fevereiro de 1939, Jair Rodrigues começou a carreira nos anos 1960 em casas noturnas e no rádio, em programas de calouro.
Gravou seu primeiro LP em 1962, com as canções Brasil Sensacional Marechal da Vitória, com temática da Copa do Mundo. Rodrigues ficou realmente conhecido a partir de 1964, com a música Deixa Isso pra Lá, que misturava samba, MPB e uma pitada de funk.
Boa praça, o cantor conquistou muitos amigos no meio musical, como Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Sua amizade mais frutífera foi ao lado da cantora Elis Regina, que conheceu em 1965. Ao lado da pimentinha, ele lançou três discos ao vivo, o Dois na Bossa, volumes 1, 2 e 3. Formou-se então a dupla Jair e Elis, que comandou o programa O Fino da Bossa, exibido pela rede Record.
Em 1966, defendeu a canção Disparada no II Festival de Música Popular Brasileira, também na Record, e dividiu o primeiro lugar com Nara Leão, com a música A Banda, de Chico Buarque. 

É a década de 1970 que vê Jair Rodrigues se transformar em um dos maiores nomes da música brasileira. Produtivo, o cantor grava mais de um disco por ano, entre eles Festa para um Rei Negro, que continha o samba-enredo da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, com o famoso refrão “Ô lê lê, ô lá lá / pega no ganzê / pega no ganzá”. Álbuns como Eu Sou o SambaMinha Hora e Vez e Pisei Chão também foram lançados nos anos 1970.
A carreira de Jair Rodrigues continuou a se proliferar nos anos seguintes, com discos novos do cantor quase a cada ano, com direito a algumas coletâneas, como 500 anos de folia – 100% Ao Vivo, lançada em 1999. Em 2000, chegaria às lojas o segundo volume do álbum e Jair faria parte da trilha sonora da novela O Cravo e a Rosa, exibida na faixa das 18 horas na Rede Globo, interpretando a canção título do folhetim.
Duas gravações de Jair Rodrigues nos anos 2000 deixaram o negócio musical do cantor em família: em 2004, ele cantou Falso Amor/Fake Love junto com seu filho, o músico Jair Oliveira, para o disco A Nova Bossa, já no ano seguinte, ele gravou a canção Alma Negra com a filha, a cantora Luciana Mello, para o disco de mesmo nome.
No total, sua discografia contém 44 discos, entre álbuns de inéditas e coletâneas. Apesar da idade, o cantor continuava na ativa. Seu último álbum foi Alma Negra, lançado em 2005 que lhe rendeu, no ano seguinte, o Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de samba brasileiro.

PF cumpre mandado de busca na presidência da Petrobras

Investigação

Polícia investiga contrato de R$ 500 milhões intermediado por ex-diretor Paulo Roberto Costa. Justiça expediu 23 mandados de busca e de prisão da operação Lava-Jato. Presidente Graça Foster recebeu agentes em sala de reunião

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Logo da Petrobrás
Petrobras: contratos suspeitos de R$ 500 milhões (Ricardo Moraes/Reuters)
(Atualizado às 17h)
A nova rodada de apreensões da Polícia Federal na Operação Lava-Jato, antecipada pelo Radar On-line, tem como alvo contratos supostamente intermediados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Policiais recolheram na manhã desta sexta-feira documentos na sede da estatal, no Centro do Rio, e em uma unidade da empresa em Macaé (RJ). Os agentes estiveram no gabinete da presidência, mas não há informações sobre o recolhimento de material. Ao todo, estão sendo cumpridos 23 mandados – dois de prisão, seis de condução coercitiva e quinze de busca e apreensão.
À tarde, em nota, a empresa informou que a presidente Graça Foster recebeu pessoalmente os agentes. "Um delegado e três agentes da Polícia Federal foram recebidos pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, em uma sala de reunião. Imediatamente, a presidente acionou a Gerência Jurídica da companhia para tomar todas as providências, com vistas ao cumprimento da ordem judicial", diz a nota. A PF informou que a Justiça Federal do Paraná expediu mandados de intimação prévia para que a Petrobras apresentasse documentos. No entanto, “como houve colaboração, não foi necessário o cumprimento de mandados de busca e apreensão para o êxito na obtenção desses papéis. A presidência da Petrobras colaborou com os policiais federais apresentando os documentos, que foram apreendidos e contribuirão para a continuidade das investigações”..

Além dos desdobramentos criminais da investigação, a entrada da Polícia Federal no coração da estatal petrolífera é simbólica em um momento que a empresa enfrenta a pior crise em décadas. Ontem, a presidente da Petrobras, Graça Foster, combinou com a base do governo no Senado que comparecerá à audiência, na próxima terça-feira, para falar sobre a crise. Politicamente, é uma tentativa do governo de esvaziar a CPI criada para investigar a empresa no Congresso.
A PF suspeita que Paulo Roberto Costa, atualmente preso em Curitiba (PR), tenha recebido propina para favorecer fornecedores e prestadores de serviço. A PF detectou trocas de e-mails de Costa com empresários que prestam serviços para a estatal. Num dos casos, a Ecoglobal, administrada por Vladimir Silveira e pela filha Clara, fechou contrato de 500 milhões de reais com a Petrobras em meados de 2013. Os investigadores suspeitam de um detalhe em particular, identificado nas trocas de mensagens: antes de começar a prestar os serviços, os empresários da Ecoglobal já mencionavam a possibilidade de conseguir um aditivo de até 15% sobre o valor do contrato. 
As residências dos sócios da Ecoglobal foram alvo de mandado de busca e apreensão. Vladimir Magalhães da Silveira e Clara tiveram de prestar depoimento na Superintendência da PF no Rio, porque foram expedidos contra eles mandados de “condução coercitiva”. Foi detectado que a Ecoglobal negociou com outras empresas a venda de uma participação societária. E há indícios de que a conclusão desses negócios dependia da obtenção de aditivos. 
Antes disso, a Ecoglobal já tinha obtido pelo menos 28,6 milhões de reais em contratos com a Petrobras de agosto de 2009 a abril de 2013. O primeiro contrato,que aparece no site de transparência da Petrobras, foi fechado em 19 de agosto de 2009, e, depois de quatro aditivos, chegou a 18,2 milhões de reais. As contratações, teoricamente, foram para prestar serviços de recuperação de efluentes, tratamento e descarte de água oleosa.
A Superintendência da PF no Paraná, base da operação, informou que o objetivo é buscar documentos que auxiliem os trabalhos da investigação. "O material arrecadado hoje contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento", diz a nota da PF.
Operação Lava-Jato foi deflagrada no dia 17 de março deste ano para desmontar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo quatro doleiros, que movimentaram mais de 10 bilhões de reais. A operação prendeu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O cabeça do esquema era o doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba (PR).

Empresas sob suspeita faturaram R$ 31 bilhões com a Petrobras na era PT

Lava-Jato

Levantamento do site de VEJA revela somas milionárias destinadas a empresas agora investigadas pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (Leo Correa)
Um conjunto de fornecedores, agora sob suspeita, recebeu pelo menos 31,1 bilhões de reais da Petrobras desde 2003 – ano em que o PT assumiu a Presidência da República e passou a interferir diretamente na gestão da estatal. Essas empresas, que incluem as maiores empreiteiras do país, são consideradas suspeitas de abastecer financeiramente um esquema montado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Eles são os 'cabeças' do esquema desvendado pela operação Lava-Jato, que encontrou sinais de corrupção nos contratos da estatal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O site de VEJA levantou os contratos fechados pela estatal com 14 fornecedores que, a julgar pelos documentos apreendidos, estão sob suspeita ou comprovadamente destinaram recursos a empresas controladas por Youssef. Entre os objetivos cogitados estavam o enriquecimento ilícito da quadrilha e o financiamento de partidos e políticos, segundo a PF. Os policiais e procuradores da República encarregados da investigação possuem especial interesse por aditivos em contratações – mecanismo que permite aumentar os valores recebidos sem nova licitação. Na sexta-feira, a investigação chegou ao gabinete da presidência da Petrobras, com policiais sendo recebidos pessoalmente pela presidente Graça Foster, num encontro que resultou no recolhimento de mais de 400 páginas, dois CDs e um pendrive com arquivos referentes a contratos com fornecedores.

De acordo com as investigações, fornecedores da estatal irrigaram as contas da MO Consultoria, uma firma em nome de laranjas de Youssef. Mencionadas em uma planilha apreendida pela polícia, empresas como a Jaraguá e a Sanko Sider já admitiram que pagaram a essa empresa de fachada as “comissões” relatadas no documento. Como revela a edição de VEJA desta semana, a Polícia Federal descobriu que Paulo Roberto, Youssef, políticos e prestadores de serviços estão interligados em um consórcio criminoso montado para fraudar contratos na Petrobras, enriquecer seus membros e financiar políticos e partidos.
Nessa planilha, fica delineado o caminho dos desvios. O documento menciona o pagamento de 24,1 milhões de reais pela Sanko Sider, fornecedora de tubos da Petrobras, em comissões para a MO Consultoria, a empresa de fachada utilizada por Youssef para movimentar propinas, de acordo com a suspeita dos investigadores. O melhor contrato fechado diretamente com a estatal rendeu 2 milhões de reais, após dois aditivos, pela venda de tubos de aço. A Sanko Sider diz que o incremento foi de 25% do valor inicial, como permite a lei. De outubro de 2011 a agosto de 2013, a empresa conseguiu vender diretamente 2,9 milhões de reais, mas, além disso, também faturava com vendas para fornecedores da estatal. O diretor-jurídico da Sanko Sider, Henrique Ferreira, admitiu a VEJA na última edição que houve o pagamento de tais comissões.
Outra empresa que também reconheceu ter pago para a MO Consultoria, pela intermediação de contratos com a Petrobras, foi a Jaraguá. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente-executivo da Jaraguá Equipamentos, Paulo Roberto Dalmazzo, confirmou que pagou 1,9 milhão de reais por certa "consultoria de intermediação de negócio". O grupo faturou 2,9 bilhões de reais diretamente da estatal entre julho de 2007 e fevereiro de 2014. Nesse filão, estão serviços prestados para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. Assinado em abril de 2008, um contrato para elaboração de projeto executivo para fornecimento de bens, construção civil e montagem elétrica chegou a ter 15 aditivos, com um custo final de 41,8 milhões de reais. A construção da refinaria era um projeto sob a responsabilidade de Paulo Roberto Costa, que foi diretor da estatal de 2003 a 2012. O Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou sinais de superfaturamento nesse empreendimento. A Camargo Corrêa, que atuou no projeto, também é suspeita de ter contribuído com 7,9 milhões para o esquema de Costa e Youssef, como retribuição por seus contratos referentes à refinaria. O consórcio CNCC, do qual a Camargo Corrêa faz parte, fechou pelo menos dois contratos que somam 4,7 bilhões de reais com a estatal para a construção dessa unidade de refino.
Na mesma planilha em que são mencionadas contribuições de Jaraguá e Sanko Sider, há também referência a um pagamento de 3,2 milhões de reais à empresa de Youssef pelo Consórcio Rnest Edificações, formado por Engevix Engenharia e Empresa Industrial Técnica (EIT). Esse consórcio também tem participação na construção da refinaria Abreu e Lima, em contratos que já chegam a 1 bilhão de reais. Num deles, houve pelo menos 17 aditivos.
Outra empreiteira mencionada na planilha obtida pela PF é a Galvão Engenharia, com a suposta remessa de 1,5 milhão de reais ao esquema. Esse grupo fechou 4,4 bilhões de reais em contratos com a Petrobras, de setembro de 2008 a novembro de 2013. Em um deles, há 25 aditivos. Já a empreiteira OAS é responsabilizada pelo desembolso de 1,2 milhão de reais à empresa de fachada do doleiro. Diretamente, a construtora fechou um contrato de 184 milhões de reais em novembro de 2013 com a Petrobras, para construção e montagem de dutos para o Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro (Comperj), outro empreendimento com indícios de sobrepreço em contratações.

Fornecedoras de menor porte como a Ecoglobal Ambiental também entraram no foco do inquérito. A Polícia Federal investiga a relação de Costa e Youssef com a empresa, pela suspeita de que o ex-diretor tenha articulado a obtenção de contratos milionários com a estatal. Em uma disputa por carta-convite com gigantes internacionais, a Ecoglobal faturou um contrato de 443 milhões de reais para realizar testes de poço de petróleo, uma área na qual não era considerada experiente. Antes disso, estava habituada a serviços menos custosos e tinha obtido 28,6 milhões de reais da estatal. Em entrevista ao site de VEJA, Vladimir Silveira, que aparece como sócio-diretor da Ecoglobal, disse que foi assediado por emissários de Costa e Youssef que tentaram pagar 18 milhões de reais por 75% da empresa. Mas, pela versão de Silveira, a transação não foi concretizada e ele nega que Costa tenha facilitado a obtenção de contratos. Mas chamaram atenção dos policiais e-mails em que emissários de Youssef tratavam de um aditivo de 15% a essa venda, antes até de o serviço começar a ser prestado.
No material apreendido com o ex-diretor, também há anotações que contabilizam doações a políticos feitas por fornecedores da Petrobras. Numa lista, há menções a contribuições de Mendes Júnior, UTC Engenharia, Engevix, Toyo Setal, Hope e Iesa. Esse grupo recebeu pelo menos 17,3 bilhões de reais em contratos diretos com a Petrobras na administração petista. Só a Mendes Júnior teve 48 aditivos no projeto de detalhamento, construção e montagem do terminal aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz, no Espírito Santo, e o desembolso chegou a 895 milhões de reais.
Com a revelação da atuação de Costa na Petrobras, também surgiram denúncias sobre a contratação do genro do ex-diretor pela estatal. Humberto Sampaio de Mesquita é sócio de uma empresa que, supostamente, prestou serviços de consultoria para a petrolífera. A Pragmática Consultoria em Gestão fechou contrato que, com dois aditivos, chegou a 2,5 milhões de reais. A seleção da empresa se deu em dezembro de 2010, através do sistema de carta-convite. O objetivo era prestar serviços técnicos especializados para dar suporte a “atividades de qualificação”.

Bilhões sob suspeita

O site de VEJA levantou os contratos fechados pela estatal com 14 fornecedores que estão sob suspeita ou comprovadamente destinaram recursos a empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef. Confira abaixo:

EmpresaQuanto faturaramPrimeiro contratoÚltimo contrato
IESAR$ 5.818.145.695,13fev/06dez/13
CNCCR$ 4.754.061.051,84fev/10abr/15
GALVÃOR$ 4.453.768.218,24set/08nov/13
MENDES JÚNIORR$ 3.181.884.774,87mai/07dez/12
ENGEVIXR$ 3.030.290.821,45mar/07dez/11
JARAGUÁR$ 2.901.701.441,49jul/07fev/14
HOPER$ 2.123.067.413,43out/05nov/13
UTCR$ 2.046.094.886,23set/07dez/11
TOYO SETALR$ 1.119.892.019,39mai/13set/13
RNEST EDIFICAÇÕESR$ 1.005.399.261,14abr/09
ECOGLOBALR$ 472.463.795,14ago/09abr/13
OASR$ 184.808.001,00nov/13
SANKO SIDERR$ 2.990.446,96out/11ago/13
PRAGMÁTICAR$ 2.521.003,14dez/10http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/empresas-sob-suspeita-faturaram-r-31-bilhoes-com-a-petrobras-na-era-pt

Fornecedores da Petrobras sob suspeita financiaram campanha de 121 parlamentares em atividade

Lava-Jato

Na Câmara, 96 dos deputados eleitos receberam dinheiro de empresas investigadas pela Operação Lava-Jato, entre eles o novo vice-presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP). Senado tem 25 integrantes com contribuições de campanha feitas por companhias ligadas ao doleiro Alberto Youssef

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Deputado Arlindo Chinaglia PT/SP
Deputado Arlindo Chinaglia PT/SP (Leonardo Prado/Agência Câmara)
Dos deputados e senadores da atual legislatura, pelo menos 121 receberam dinheiro oficialmente como doação de campanha de empresas investigadas pela operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Um levantamento feito pelo site de VEJA nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que 96 dos parlamentares da Câmara e 25 do Senado estão na lista de beneficiados por repasses feitos por fornecedores da Petrobras sob suspeita. Algumas dessas empresas são investigadas por terem comprovadamente depositado recursos na MO Consultoria, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, ou são suspeitas de colaborar para o esquema de coleta de recursos tocado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O grupo de congressistas recebeu, ao todo, 29,7 milhões de reais de um conjunto de 18 grupos empresariais sob suspeita.
O levantamento mostra que os grupos empresariais ambicionavam estabelecer relações com um espectro amplo de partidos e políticos. Na composição atual do Congresso, um em cada cinco deputados e um em cada três senadores eleitos receberam alguma doação oficialmente das empresas ligadas de alguma forma ao doleiro ou ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.
Entre os beneficiados pelas doações, há dois pré-candidatos a governos estaduais - o senador Lindbergh Farias (PT), do Rio, e a ex-ministra Gleisi Hoffmann, do Paraná. O novo vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), e o ex-presidente da Casa Marco Maia (PT) também integram a lista. Pela oposição, destacam-se nomes como Rodrigo Maia (DEM), Antonio Imbassahy (PSDB) e Roberto Freire (PPS).
Como mostrou reportagem do site de VEJA, os fornecedores da Petrobras agora investigados doaram, oficialmente, 856 milhões de reais a partidos e candidatos entre 2006 e 2012. Entre os parlamentares em atuação no Congresso, o PT desponta com 12,6 milhões de reais recebidos, seguido por PP (4,4 milhões) e PMDB (3 milhões). Parlamentares da oposição, como DEM e PSDB, também foram beneficiados com 2,9 milhões de reais e 2,3 milhões, respectivamente.
Os beneficiados pelos grupos suspeitos formam uma bancada multipartidária. E, para especialistas, isso cria riscos para o sucesso de investigações de qualquer CPI no Congresso que pretenda investigar irregularidades na Petrobras. “Não significa que todos vão defender os interesses desses grupos, mas, em qualquer decisão que se tome, tem que ser analisado se os parlamentares não servem aos interesses de financiadores. Isso só pode ser verificado na atuação concreta”, alertou o diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo.
Suspeita de ter liberado mais de 7,9 milhões de reais em propinas a Costa e Youssef, a Camargo Corrêa financiou 31 deputados federais e oito senadores em atuação no Congresso. Entre os suspeitos, é o grupo com maior quantidade de parlamentares financiados no poder. No Senado, foram beneficiados parlamentares como o líder do PT, Humberto Costa, e futuros candidatos petistas a governos estaduais, como Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR). Cada um recebeu 1 milhão de reais para tocar a campanha.
Na Câmara, o conglomerado financiou também a candidatura do líder do PMDB e comandante dos rebeldes na base do governo, Eduardo Cunha (RJ), com 500.000 reais. Oposicionistas como Beto Albuquerque, líder do PSB, e Mara Gabrilli (PSDB) também levaram recursos da empreiteira.
No Senado, Gleisi e Lindbergh são os parlamentares com mais vínculos financeiros com investigados na operação Lava-Jato. Cada um recebeu de cinco fornecedores envolvidos na operação. Só da OAS, que depositou 1,6 milhão de reais em contas da empresa de fachada comandada por Youssef, Gleisi recebeu um milhão de reais em doações oficiais na eleição de 2010, enquanto Lindbergh angariou 200.000 reais. A OAS financiou, no total, 24 deputados federais e sete senadores em exercício. É o segundo grupo em quantidade de parlamentares financiados.
Outra empresa diretamente ligada à empresa fantasma de Youssef é a Arcoenge, que depositou 491.000 reais em contas operadas pelo doleiro, e ajudou a eleger três deputados federais e um senador. Entre os beneficiados estão o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), o oposicionista Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o senador Magno Malta (PR-ES). Vicentinho ganhou 116.000 reais do grupo, Malta embolsou 100.000 e, Lorenzoni, 50.000 reais. Conheça a lista de parlamentares que receberam doações do grupo:
NOMESIGLAUFCARGODOAÇÕES SUSPEITAS RECEBIDAS
ALEXANDRE LEITEDEMSPDEPUTADO FEDERALR$420.000,00
BETINHO ROSADODEMRNDEPUTADO FEDERALR$60.000,00
GUILHERME CAMPOSDEMSPDEPUTADO FEDERALR$450.000,00
IRAJA ABREUDEMTODEPUTADO FEDERALR$250.000,00
JORGE TADEU MUDALENDEMSPDEPUTADO FEDERALR$400.000,00
JULIO CAMPOSDEMMTDEPUTADO FEDERALR$20.000,00
JULIO CESARDEMPIDEPUTADO FEDERALR$50.000,00
JUNJI ABEDEMSPDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
LAEL VARELLADEMMGDEPUTADO FEDERALR$50.000,00
ONOFRE SANTO AGOSTINIDEMSCDEPUTADO FEDERALR$15.000,00
ONYX LORENZONIDEMRSDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
PAUDERNEY AVELINODEMAMDEPUTADO FEDERALR$250.000,00
RODRIGO GARCIADEMSPDEPUTADO FEDERALR$466.000,00
RODRIGO MAIADEMRJDEPUTADO FEDERALR$300.000,00
JANDIRA FEGHALIPC do BRJDEPUTADO FEDERALR$260.000,00
ADEMIR CAMILOPDTMGDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
PAULO PEREIRA DA SILVAPDTSPDEPUTADO FEDERALR$80.000,00
SEBASTIAO BALA ROCHAPDTAPDEPUTADO FEDERALR$20.000,00
ANIBAL GOMESPMDBCEDEPUTADO FEDERALR$270.000,00
ARTHUR OLIVEIRA MAIAPMDBBADEPUTADO FEDERALR$200.000,00
CELSO MALDANERPMDBSCDEPUTADO FEDERALR$20.000,00
EDUARDO CUNHAPMDBRJDEPUTADO FEDERALR$500.000,00
FABIO TRADPMDBMSDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
GERALDO RESENDE PEREIRAPMDB>MSDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
HENRIQUE EDUARDO ALVESPMDBRNDEPUTADO FEDERALR$150.000,00
LEANDRO VILELAPMDBGODEPUTADO FEDERALR$100.000,00
MANOEL JUNIORPMDBPBDEPUTADO FEDERALR$50.000,00
PEDRO PAULOPMDBRJDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
RAUL HENRYPMDBPEDEPUTADO FEDERALR$65.000,00
ROSE DE FREITASPMDBESDEPUTADO FEDERALR$20.000,00
THIAGO PEIXOTOPMDBGODEPUTADO FEDERALR$240.000,00
ALINE CORREAPPSPDEPUTADO FEDERALR$863.000,00
JOSE OTAVIO GERMANOPPRSDEPUTADO FEDERALR$620.000,00
JULIO LOPESPPRJDEPUTADO FEDERALR$350.000,00
LUIZ FERNANDO FARIAPPMGDEPUTADO FEDERALR$600.000,00
NELSON MEURERPPPRDEPUTADO FEDERALR$500.000,00
REBECCA GARCIAPPAMDEPUTADO FEDERALR$250.000,00
ROBERTO BRITTOPPBADEPUTADO FEDERALR$150.000,00
ROBERTO TEIXEIRAPPPEDEPUTADO FEDERALR$500.000,00
ARNALDO JARDIMPPSSPDEPUTADO FEDERALR$350.000,00
ROBERTO FREIREPPSSPDEPUTADO FEDERALR$250.000,00
STEPAN NERCESSIANPPSRJDEPUTADO FEDERALR$30.000,00
AELTON FREITASPRMGDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
ARACELY DE PAULAPRMGDEPUTADO FEDERALR$200.000,00
BERNARDO SANTANA DE VASCONCELLOSPRMGDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
HENRIQUE OLIVEIRAPRAMDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
JOSE ROCHAPRBADEPUTADO FEDERALR$90.000,00
LUCIANO CASTROPRRRDEPUTADO FEDERALR$50.000,00
SANDRO MABELPRGODEPUTADO FEDERALR$100.000,00
ABELARDO CAMARINHAPSBSPDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
ANTONIO BALHMANNPSBCEDEPUTADO FEDERALR$230.000,00
BETO ALBUQUERQUEPSBRSDEPUTADO FEDERALR$40.000,00
DOMINGOS NETOPSBCEDEPUTADO FEDERALR$200.000,00
FERNANDO COELHO FILHOPSBPEDEPUTADO FEDERALR$65.000,00
CARLOS EDUARDO CADOCAPSCPEDEPUTADO FEDERALR$50.000,00
MARCELO AGUIARPSCSPDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
ANTONIO IMBASSAHYPSDBBADEPUTADO FEDERALR$100.000,00
BRUNA FURLANPSDBSPDEPUTADO FEDERALR$400.000,00
EDUARDO GOMESPSDBTODEPUTADO FEDERALR$350.000,00
FERNANDO FRANCISCHINIPSDBPRDEPUTADO FEDERALR$10.000,00
MARA GABRILLIPSDBSPDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
NELSON MARCHEZAN JUNIORPSDBRSDEPUTADO FEDERALR$25.000,00
OTAVIO LEITEPSDBRJDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
PAULO ABI ACKELPSDBMGDEPUTADO FEDERALR$400.000,00
RAIMUNDO GOMES DE MATOSPSDBCEDEPUTADO FEDERALR$30.000,00
REINALDO AZAMBUJAPSDBMSDEPUTADO FEDERALR$330.000,00
RODRIGO DE CASTROPSDBMGDEPUTADO FEDERALR$300.000,00
ARLINDO CHINAGLIAPTSPDEPUTADO FEDERALR$400.000,00
BENEDITA DA SILVAPTRJDEPUTADO FEDERALR$3.000,00
BIFFIPTMSDEPUTADO FEDERALR$160.000,00
CANDIDO VACCAREZZAPTSPDEPUTADO FEDERALR$675.000,00
CARLOS ZARATTINIPTSPDEPUTADO FEDERALR$480.000,00
DEVANIR RIBEIROPTSPDEPUTADO FEDERALR$150.000,00
EDSON SANTOSPTRJDEPUTADO FEDERALR$60.000,00
GABRIEL GUIMARAESPTMGDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
IRINY LOPESPTESDEPUTADO FEDERALR$15.000,00
JILMAR TATOOPTSPDEPUTADO FEDERALR$50.000,00
JOAO PAULO LIMAPTPEDEPUTADO FEDERALR$65.000,00
JORGE BITTARPTRJDEPUTADO FEDERALR$75.000,00
LUCI CHOINACKIPTSCDEPUTADO FEDERALR$30.000,00
LUIZ ALBERTOPTBADEPUTADO FEDERALR$150.000,00
LUIZ SERGIOPTRJDEPUTADO FEDERALR$200.000,00
MAGELAPTDFDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
MARCO MAIAPTRSDEPUTADO FEDERALR$80.000,00
NEWTON LIMAPTSPDEPUTADO FEDERALR$100.000,00
ODAIR CUNHAPTMGDEPUTADO FEDERALR$320.000,00
PAULO TEIXEIRAPTSPDEPUTADO FEDERALR$123.000,00
PEDRO EUGENIOPTPEDEPUTADO FEDERALR$125.000,00
RUI COSTAPTBADEPUTADO FEDERALR$2.000,00
VICENTE CANDIDOPTSPDEPUTADO FEDERALR$130.000,00
VICENTINHOPTSPDEPUTADO FEDERALR$116.000,00
ZE GERALDOPTPADEPUTADO FEDERALR$50.000,00
ZECA DIRCEUPTPRDEPUTADO FEDERALR$150.000,00
JORGE CORTE REALPTBPEDEPUTADO FEDERALR$60.000,00
JOVAIR ARANTESPTBGODEPUTADO FEDERALR$150.000,00
SILVIO COSTAPTBPEDEPUTADO FEDERALR$75.000,00
INACIO ARRUDAPC do BCESENADORR$100.000,00
VANESSA GRAZZIOTINPC do BAMSENADORR$500.000,00
CRISTOVAM BUARQUEPDTDFSENADORR$50.000,00
JAYME CAMPOSPFLMTSENADORR$25.000,00
EUNICIO OLIVEIRAPMDBCESENADORR$1.000.000,00
JOSE SARNEYPMDBAPSENADORR$50.000,00
LUIZ HENRIQUEPMDBSCSENADORR$40.000,00
ANA AMELIAPPRSSENADORR$50.000,00
BENEDITO DE LIRAPPALSENADORR$400.000,00
CIRO NOGUEIRAPPPISENADORR$150.000,00
MAGNO MALTAPRESSENADORR$200.000,00
MARCELO CRIVELLAPRBRJSENADORR$100.000,00
LIDICE DA MATAPSBBASENADORR$200.000,00
CICERO LUCENAPSDBPBSENADORR$25.000,00
FLEXA RIBEIROPSDBPASENADORR$150.000,00
ANGELA PORTELAPTRRSENADORR$1.000.000,00
GLEISI HOFFMANNPTPRSENADORR$2.420.000,00
HUMBERTO COSTAPTPESENADORR$1.530.000,00
JOSE PIMENTELPTCESENADORR$1.000.000,00
LINDBERGH FARIASPTRJSENADORR$2.300.000,00
PAULO PAIMPTRSSENADORR$2.000,00
WALTER PINHEIROPTBASENADORR$200.000,00
WELLINGTON DIASPTPISENADORR$250.000,00
ARMANDO MONTEIROPTBPESENADORR$300.000,00
EPITACIO CAFETEIRAPTBMASENADORR$50.000,00
Bancada da Lava-Jato
GRUPOPARLAMENTARES FINANCIADOSCARGOTOTAL EM DOAÇÕES
ARCOENGE3DEPUTADO FEDERALR$ 266.000,00
ARCOENGE1SENADORR$ 100.000,00
GRUPO ALUSA7DEPUTADO FEDERALR$ 1.160.000,00
GRUPO ALUSA3SENADORR$ 420.000,00
GRUPO ANDRADE GUTIERREZ1DEPUTADO FEDERALR$ 10.000,00
GRUPO ANDRADE GUTIERREZ1SENADORR$ 100.000,00
GRUPO CAMARGO CORREA31DEPUTADO FEDERALR$ 6.245.000,00
GRUPO CAMARGO CORREA8SENADORR$ 5.900.000,00
GRUPO EGESA14DEPUTADO FEDERALR$ 1.350.000,00
GRUPO EIT8DEPUTADO FEDERALR$ 784.000,00
GRUPO ENGEVIX11DEPUTADO FEDERALR$ 475.000,00
GRUPO ENGEVIX2SENADORR$ 90.000,00
GRUPO GALVAO11DEPUTADO FEDERALR$ 600.000,00
GRUPO GALVAO4SENADORR$ 630.000,00
GRUPO HOPE1DEPUTADO FEDERALR$ 30.000,00
GRUPO IESA1SENADORR$ 200.000,00
GRUPO JARAGUA4DEPUTADO FEDERALR$ 600.000,00
GRUPO MENDES JUNIOR7DEPUTADO FEDERALR$ 552.000,00
GRUPO MENDES JUNIOR1SENADORR$ 50.000,00
GRUPO OAS24DEPUTADO FEDERALR$ 2.043.000,00
GRUPO OAS7SENADORR$ 3.200.000,00
GRUPO QUEIROZ GALVAO12DEPUTADO FEDERALR$ 1.862.000,00
GRUPO QUEIROZ GALVAO1SENADORR$ 2.000,00
GRUPO TOME1DEPUTADO FEDERALR$ 30.000,00
GRUPO TOYO SETAL2DEPUTADO FEDERALR$ 43.000,00
GRUPO UTC14DEPUTADO FEDERALR$ 1.963.000,00
GRUPO UTC3SENADORR$ 1.150.000,00
RAUL ANDRES ORTUZAR RAMIREZ1DEPUTADO FEDERALR$ 10.000,00
WILSON DA COSTA RITTO FILHO (sócio do grupo Hope)1DEPUTADO FEDERALR$ 10.000,00

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