quinta-feira 24 2014

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STF absolve Collor de acusações de desvio de dinheiro que teria acontecido durante sua presidência


Ex-presidente e atual senador, Fernando Collor de Mello é absolvido mais uma vez pelo STF (Reprodução TV Senado)
Do site de VEJA
Corte livrou o ex-presidente de três acusações e alegou falta de provas. Ele já respondeu a 14 inquéritos no Supremo e nunca foi condenado
Quase 22 anos depois de o país protagonizar o principal capítulo da recente história da democracia brasileira, aprovando o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou um ponto final no último processo a que o atual senador alagoano respondia por irregularidades no período em que ocupou o Palácio do Planalto.
Por unanimidade, o STF considerou não haver provas suficientes para condenar o parlamentar pelo crime de peculato (uso do cargo público para desvio de recursos). Denunciado ainda por corrupção passiva e falsidade ideológica, Collor também não será punido por esses ilícitos porque a Corte considerou que o caso estava prescrito.
Com a prescrição – os fatos criminosos datam de 1991 e 1992 e só foram julgados em 2014 – o Estado perde o direito de condenar o réu.
No derradeiro processo a que o senador alagoano e ex-presidente da República responde por fatos relacionados aos 930 dias em que exerceu poderes presidenciais, o Ministério Público o acusava de liderar uma rede de corrupção e distribuição de benesses com dinheiro público na época em que ocupou a Presidência.
O esquema consistia em cobrar propina de empresários para, por meio de fraudes, permitir que corruptos saíssem vencedores em licitações para a contratação de serviços de publicidade. De acordo com a acusação, Collor utilizava prepostos para extorquir dinheiro dos empresários e dava instruções para que o propinoduto circulasse por meio de contas bancárias de pessoas fictícias ou de “laranjas”.
Os recursos seriam então utilizados por ele e seus comparsas para quitar faturas de cartão de crédito, empréstimos bancários, despesas de hotéis e até a pensão que o ex-presidente pagava para o filho fora do casamento que teve enquanto era prefeito de Maceió.
“A despeito pela versão da acusação, os depoimentos e documentos acostados aos autos não apresentam elemento de convicção para a formação de juízo de certeza, faltando prova irrefutável para demonstrar materialidade e autoria”, afirmou a relatora do caso, ministra Cármen Lúcia.
Ministros criticam a peça de acusação
No julgamento, os ministros do STF fizeram duras críticas à peça de acusação feita pelo procurador da República Luís Wanderley Gazoto no ano 2000 e ainda na 1ª instância.
Para os magistrados, a denúncia não listou provas da culpabilidade de Collor e ainda alterou o teor de depoimentos de testemunhas e informantes (testemunha que não assina compromisso de dizer a verdade), comprometendo a credibilidade do processo.
Para o STF, não houve evidências suficientes para se ter certeza de que Collor praticou os crimes de que é acusado. Não estava anexado, por exemplo, quais contratos de licitação teriam sido corrompidos. As testemunhas também deram versões diferentes na fase de depoimento policial e quando questionadas pelo juiz.
“Os autos não tem os contratos de publicidade, as licitações também não estão listadas. Falta o elemento mínimo probatório. Em nenhum momento se narra qualquer conduta especifica atribuída a Collor, ou nenhuma ação com propósito de interferir na licitação, não há narrativa de conduta nenhuma”, disse o advogado de defesa de Collor, Rogério Marcolini.
Na tentativa de convencer os ministros da culpabilidade de Collor, a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko defendeu que os ministros aplicassem a controversa Teoria do Domínio do Fato, doutrina em que se prevê que um réu pode ser condenado quando, pelo cargo que ocupa, tem ciência da prática dos crimes e poderes para influenciar e paralisar a atividade ilícita.
“A denúncia imputa a Collor a coautoria e só podemos considerar isso com a Teoria do Domínio do Fato. Não há nenhuma assinatura posta pelo então presidente, ou retirada direta pessoal [de dinheiro]. Isso é feito através de interpostas pessoas por meio de contas fantasmas a partir de licitações fraudadas”, disse a representante do Ministério Público.
“É triste, não só para o Ministério Público, mas principalmente para a sociedade brasileira, (…) que num passe de mágica tudo isso acabe em uma absolvição e que isso não é crime de peculato. É aterrador como se desvia recursos públicos nesse país. São sucessivos desvios públicos que continuam assolando o país”, completou ela.
“Só tem o domínio do fato quem tem conhecimento do fato e é dever do Ministério Público provar que [o réu] conhece [os crimes]. Essa denúncia não é um primor de denúncia”, criticou a relatora. “A versão do MP revela contornos de conjectura insuficientes para a condenação. O interesse do estado é julgar, e não condenar necessariamente ou dar resposta a um anseio de vingança que eventualmente possa existir”, completou a ministra Cármen Lúcia.
“Para condenação exige-se certeza, não basta probabilidade. E no caso, a dúvida prevalece em favor do acusado”, disse.
A denúncia contra Fernando Collor foi aceita pela justiça de 1ª instância no ano 2000 e chegou ao STF em 2007, após o político ter tomado posse como senador e ter conquistado o direito a foro privilegiado. Ficou parado quase dois anos no gabinete do antigo relator Carlos Alberto Menezes Direito e desde 2009 estava sob responsabilidade da ministra Cármen Lúcia.
Ao final da sessão plenária, o presidente do STF Joaquim Barbosa afirmou que a prescrição de crimes, como no caso de Collor, são um “retrato de como funciona a justiça criminal brasileira” e disse que “tropeços” e “dificuldades” atrasam a conclusão dos casos.
O caso – Em um dos episódios de pagamento de propina descritos pelo MP, o empresário Chucre Said, sócio da SR Publicidade e Promoções Ltda, declarou ter sido procurado por Osvaldo Sales, então adjunto da Secretaria Particular da Presidência e “testa-de-ferro” de Collor.
Os recursos arrecadados com a propina empresarial eram, ao final, utilizados para pagamentos de despesas pessoais de Collor, Osvaldo Sales e do advogado Claudio Vieira, então secretário particular do presidente.
Em dezembro de 1992, quando Collor foi absolvido pelo Supremo no principal processo a que respondeu por participação no esquema PC Farias, a maioria dos ministros considerou que não havia provas de que o ex-presidente tivesse praticado “ato de ofício” que confirmasse os crimes, ou seja, que não havia evidências de que ele tivesse solicitado, aceitado ou recebido benefícios do corruptor e oferecesse algo em troca ao alcance das atribuições do seu cargo, o chamado “ato de ofício”.
Naquela época, foi comprovado, entre outros episódios, que o célebre Fiat Elba de Collor havia sido comprado com dinheiro levantado do esquema PC Farias, mas o Supremo considerou que faltava registro da retribuição do ex-presidente ao presente recebido.
Com o recente julgamento do mensalão, porém, a interpretação da Corte sobre o ato de ofício e o crime de corrupção ficou mais clara, já que o artigo 317 do Código Penal, que descreve o crime de corrupção passiva, não exige que o agente público tenha praticado o ato criminoso em si, prevendo que a corrupção já se caracteriza quando existe a simples solicitação da vantagem indevida.
Desde que deixou a presidência da República, Fernando Collor de Mello respondeu a 14 inquéritos no STF, oito petições criminais, quatro ações penais e constava como parte em mais de duas dúzias de habeas corpus. Na Corte, saiu ileso em todos os casos.

Perguntar não ofende: que competências tem Ideli Salvatti para ser ministra do Tribunal de Contas?

Ideli: ex-professora da rede pública de SC, ex-militantes sindical, ex-senadora: onde estão as competências técnicas mínimas para estar no TCU? (Foto: Agência Brasil)
Ideli: ex-professora da rede pública de SC, ex-militantes sindical, ex-senadora: onde estão as competências técnicas mínimas para estar no TCU? (Foto: Agência Brasil)
Ela foi professora da rede estadual de Santa Catarina durante pouco mais de dez anos.
Ela militou em comunidades eclesiais de base, na Pastoral Operária e em associações de moradores.
Ela ajudou a fundar o PT na cidade em que vivia em Santa Catarina.
Ela foi sindicalista em diferentes organizações, desde a associação de professores até o sindicato dos “trabalhadores em educação”.
Foi fundadora da CUT em Santa Catarina, e depois tesoureira do órgão.
Foi duas vezes deputada estadual, uma vez senadora e, quando tentou ser governadora do Estado, terminou a disputa em terceiro lugar.
Foi ministra da Aquicultura e Pesca, seja lá o que isso signifique.
Foi ministra das Relações Institucionais, mas como na prática ficou sem função, segurando a pastinha do verdadeiro articulador político do governo Dilma, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, acabou ganhando a Secretaria dos Direitos Humanos.
A presidente Dilma, mesmo depois do fracasso estrondoso que foi a tentativa de indicar um senador atolado em processos para o Tribunal de Contas da União (ideia de Renan Calheiros, presidente do Senado, que a presidente encampou), pensa em apoiá-la para o cargo.
Vocês já sabem: trata-se da ministra Ideli Salvatti.
Ela ficaria onde está até que haja uma nova vaga no TCU, o que ocorrerá em novembro, quando o ministro José Jorge atingirá a idade-limite de 70 anos. Pela Constituição, que prevê que 6 dos 9 ministros do TCU sejam escolhidos pelo Congresso, esta vaga será teoricamente preenchida pelo Congresso (no caso, pela Câmara dos Deputados), porque José Jorge, ex-senador, havia sido indicado pelo Legislativo.
E nós sabemos que o governo Dilma tem maioria com sua chamada “base de sustentação” no Congresso e, portanto, teoricamente aprova o nome que quiser. No caso, o de Ideli.
Agora, pergunto — já que perguntar não ofende: em tudo o que vocês leram acima sobre as atividades da ministra, em que, exatamente, ela se qualifica para ser ministra do Tribunal de Contas?
Vejam o que a Constituição, em seu artigo 72, inciso III, coloca como exigências para integrar o tribunal, além dos requisitos normais referentes à idade, idoneidade etc:
“III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.”
Qual sua competência técnica? Ondo estão os “notórios conhecimentos”, sobretudo jurídicos (ela se formou em Física), contábeis, econômicos e financeiros?
Onde estão os “mais de dez anos de exercício ou de efetiva atividade profissional” que exija tais conhecimentos? Nos sindicatos de professores? Nas salas de aula? Na CUT?
Quanto ela conhece de contabilidade, matemática financeira, Direito Constitucional, Direito Administrativo e mais centenas de habilidades necessárias para ser um ministro minimamente competente do TCU?
Digo e repito: perguntar não ofende.

CORRUPÇÃO: Após mais de 20 anos, pode estar chegando a hora da justiça para Collor

Fernando Collor ao lado de sua então mulher, Rosane, após assinar o documento de seu afastamento da Presidência da República, na saída do Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo)
Fernando Collor ao lado de sua então mulher, Rosane, após assinar o documento de seu afastamento da Presidência da República, na saída do Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo)
SUPREMO JULGA COLLOR POR CORRUPÇÃO NA PRESIDÊNCIA
Após mais de 20 anos, STF pode condenar ex-presidente acusado de comandar e ser o principal beneficiário de esquema de pagamento de propina no Planalto
Por Laryssa Borges, de Brasília, para o site de VEJA
Mais de duas décadas depois de o ex-presidente Fernando Collor o ter sido apeado do poder na histórica votação do impeachment, a Justiça brasileira terá sua última oportunidade de fazer justiça.
O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a tarde desta quinta-feira o derradeiro processo a que o senador alagoano e ex-presidente da República responde por fatos relacionados aos 930 dias em que exerceu poderes presidenciais.
Estará sob a alçada da mais alta Corte do país a ação penal em que o parlamentar é acusado pelo Ministério Público de liderar uma rede de corrupção e distribuição de benesses com dinheiro público na época em que ocupou a Presidência.
O esquema consistia em cobrar propina de empresários para, por meio de fraudes, permitir que corruptos saíssem vencedores em licitações para a contratação de serviços de publicidade.
Acervo Digita
Mentor do esquema criminoso segundo o MP, Collor utilizava prepostos para extorquir dinheiro dos empresários e dava instruções para que o propinoduto circulasse por meio de contas bancárias de pessoas fictícias ou de “laranjas”.
Os recursos eram então utilizados por ele e seus comparsas para quitar faturas de cartão de crédito, empréstimos bancários, despesas de hotéis e até a pensão que o ex-presidente pagava para o filho fora do casamento que teve em 1980 com a amante Jucineide Braz da Silva.
Em um dos episódios de pagamento de propina, o empresário Chucre Said, sócio da SR Publicidade e Promoções Ltda, declarou ter sido procurado por Osvaldo Sales, então adjunto da Secretaria Particular da Presidência e “testa-de-ferro” de Collor.
Diante dos astronômicos recursos movimentados à margem da lei, ele chegou ao ponto de abrir uma conta corrente específica para gerir os valores oriundos da publicidade do governo.
O titular da conta, aberta no Banco de Boston, era João Carlos Gavilán, um personagem fictício, mas que daria ares de veracidade para que o próprio Said administrasse o dinheiro e fugisse dos órgãos de fiscalização. Adeilton Leodino dos Santos e João Batista Ferreira Filho também figuravam como titulares fantasmas de contas bancárias do esquema.
Os recursos arrecadados com a propina empresarial eram, ao final, utilizados para pagamentos de despesas pessoais de Fernando Collor, Osvaldo Sales e do advogado Claudio Vieira, então secretário particular do presidente.
Diz o Ministério Público: “Os depoimentos e os laudos grafotécnicos e contábeis realizados conferem a certeza da efetiva conduta do réu na prática do ato delituoso, ou seja, que o então Presidente da República, Fernando Collor, comandava as operações por meio do ‘testa-de-ferro’ Osvaldo Mero Sales”.
E continua: “É inadmissível acreditar que um esquema que movimentou vultosas quantias, beneficiando diretamente o denunciado [Collor], não tenha participação do mesmo. Todos os depoimentos creditam a atuação do grupo à figura do ex-presidente”.
Pena – Collor, que se vangloria até hoje de ter sido absolvido, em 1994, pelo STF no processo que o acusava de corrupção no célebre esquema PC Farias, pode receber pena de até vinte anos de prisão pelos crimes de peculato e corrupção passiva se condenado agora pela rede de fraude em licitações de contratos de publicidade.
Mas em seu favor está sentença da juíza Pollyanna Kelly Martins Alves, da 12ª Vara Federal, que absolveu os réus sem foro privilegiado, apontados como partícipes do mesmo esquema, do crime de peculato por falta de provas. A juíza também absolveu Claudio Vieira e companhia das acusações de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, desta vez por considerar ter havido a prescrição dos crimes, situação em que o Estado, por ter demorado a julgar o processo, não pode mais condenar os réus.
A prescrição, aliás, é o principal trunfo de Fernando Collor no STF. A demora no julgamento do caso já foi responsável pela impossibilidade de punição pelo crime de falsidade ideológica. Se a Corte impuser pena mínima ao senador nos outros dois ilícitos, também haverá prescrição e Collor sairá ileso de mais essa acusação. A denúncia contra o senador foi recebida pela Justiça de primeira instância no ano 2000 e está paralisada no STF desde 2007.
Ato de ofício – Em dezembro de 1992, quando Fernando Collor foi absolvido pelo Supremo no principal processo a que respondeu por participação no esquema PC Farias, a maioria dos ministros considerou que não havia provas de que o ex-presidente tivesse praticado “ato de ofício” que confirmasse os crimes, ou seja, que não havia evidências de que ele tivesse solicitado, aceitado ou recebido benefícios do corruptor e oferecesse algo em troca ao alcance das atribuições do seu cargo, o chamado “ato de ofício”.
Naquela época, foi comprovado, entre outros episódios, que o célebre Fiat Elba de Fernando Collor havia sido comprado com dinheiro levantado do esquema PC Farias, mas o Supremo considerou que faltava registro da retribuição do ex-presidente ao presente recebido. Com o recente julgamento do mensalão, porém, a interpretação da Corte sobre o ato de ofício e o crime de corrupção ficou mais clara, já que o artigo 317 do Código Penal, que descreve o crime de corrupção passiva, não exige que o agente público tenha praticado o ato criminoso em si, prevendo que a corrupção já se caracteriza quando existe a simples solicitação da vantagem indevida.
A exemplo de 1994, a suposta falta de um ato de ofício, porém, é a tese de defesa do senador alagoano para tentar desconstruir a acusação de que ele comandava um esquema de desvio de dinheiro público e fraude em contratos de publicidade. “A denúncia é omissa na descrição da conduta que pretende atribuir ao acusado a fim de ter pretensamente concorrido para a suposta fraude nos procedimentos licitatórios que teria propiciado a alegada prática de peculato. A acusação em momento algum descreve qual foi a atuação do então presidente na realização das referidas licitações ou por que meio teria influenciado seu resultado a fim de propiciar a transferência ilícita de recursos públicos para terceiros”, afirma a defesa.

Especial Nelson Gonçalves





Nelson Gonçalves (Depoimento) O Trágico Resultado Das Drogas





SURPRESA: Ministra Rosa Weber dá ganho de causa à oposição, em medida liminar (provisória), e a CPI da Petrobras vai investigar exclusivamente… a Petrobras


Ministra Rosa Weber: depois de decepcionar no julgamento do mensalão, concede medida para obstar tentativa de "melar" a CPI da Petrobras (Foto: Nelson Jr./Supremo Tribunal Federal)
Ministra Rosa Weber: depois de decepcionar no julgamento do mensalão, concede medida pedida pela oposição para obstar tentativa de “melar” a CPI da Petrobras (Foto: Nelson Jr./Supremo Tribunal Federal)
Como é que diz mesmo a brincadeira? De onde menos se espera…
O fato é que a ministra Rosa Weber, que decepcionou vastos setores da opinião pública com seus votos no julgamento do mensalão por parte do Supremo Tribunal Federal, contrariou expectativas e, sim, concedeu liminar em mandado de segurança impetrado por senadores e deputados do PSDB e do DEM, a que acabaram se associando parlamentares do PDT e o senador Jarbas Vasconcelos do PMDB — estes dois últimos partidos são teoricamente integrantes da base de apoio do governo no Congresso — e mandou o Congresso instalar uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras.
Uma malandragem da base governista tentou “ampliar a investigação” para os casos do metrô de São Paulo e da construção do Porto de Suape e da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco – o pretendendo, com isso, não apenas “melar” uma investigação profunda sobre a Petrobras mas também tentar prejudicar os pré-candidatos de oposição à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
A decisão da ministra é liminar, ou seja, ela concedeu provisoriamente o mandado de segurança, até que o plenário se pronuncie. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já avisou que vai entrar com um recurso específico para tentar apressar a decisão do Supremo (o chamado agravo regimental) mas, felizmente, para quem quer ver a Petrobras efetivamente investigada, o recurso não tem efeito suspensivo, não impede que a CPI possa ser instalada de imediato.
Pode ainda haver manobras dos partidos governistas para retardar a CPI, demorando para designar os senadores que a integrarão, mas a comissão vai se instalar.
ROSA WEBER DETERMINA CPI EXCLUVIDA DA PETROBRAS 
Ministra do Supremo Tribunal Federal atende pedido da oposição e Comissão Parlamentar não será ampliada para outros temas como desejava o governo
Do site de VEJA
A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber determinou nesta quarta-feira a instalação pelo Senado de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exclusiva para investigar a Petrobras.
Com a decisão, a ministra atendeu o pedido dos partidos de oposição e ignorou a tentativa do governo federal de empilhar na CPI outros temas.
Além do escândalo da Petrobras, a base governista tentou ampliar a investigação para os contratos de trens do metrô de São Paulo e a construção do Porto de Suape e da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco – uma forma de atingir os adversários políticos e pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Durante a queda de braço entre integrantes do governo e da oposição, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) fraudou o conteúdo de um acordão para enterrar a CPI exclusiva, como revelou Reinaldo Azevedo em seu blog no site de VEJA.
A decisão de Rosa Weber tem caráter liminar até que o plenário do STF decida sobre o tema. “Defiro em parte a liminar. A definição, no momento oportuno, será do plenário desta Suprema Corte”, escreveu a ministra.
Supremo – O caso foi levado ao Supremo pela oposição, que exige a instalação imediata da investigação exclusiva sobre a Petrobras. O processo chegou ao gabinete da ministra Rosa Weber há duas semanas. Apesar de analisar apenas as duas CPIs propostas no Senado, pela oposição e pela base governista, a decisão de Rosa Weber deve se refletir sobre as duas CPIs mistas criadas no Congresso, mas que ainda não foram votadas.

Post do Leitor: “Lendo o que os investidores estão escrevendo sobre o Brasil lá fora, a gente fica roxo de vergonha”

Veja.Com

Foram-se os tempos em que o Brasil era o destino dos sonhos para investidores. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
Post do leitor e amigo do blog Moacir 1
POST DO LEITORNeste país continental e de tantas e tão profundas diferenças, concordam gregos, troianos, petistas e oposicionistas numa questão: o Brasil precisa de investimentos!
Os road-shows do nosso Mantega Adivinho, o megaotimista – e com direito a escala lusitana! – discurso da Dona Dilma em Davos, a ida de Lula em fevereiro à Big Apple e as tentativas mais recentes do Temer de convencer os investidores estrangeiros de que a economia de Banãnia vai muito bem, obrigado, evidenciam tal necessidade.
O problema é que nossos desgovernantes, mesmo desesperados para fazer o país caminhar, mesmo precisando que a presidenta diga na campanha “o que é que vai fazer na economia”, ao fazer tudo que não deveriam parecem delirar por seus malfeitos não estarem sendo vistos, lidos e compreendidos por aqueles que detêm o tão vital capital no planeta azulzinho. Petistas, estou quase convencido, são suicidas a longo prazo.
Petistas fazem uma espécie de leitura seletiva: só leem determinados blogueiros e publicações, e por aí vai. E só acreditam nos aplausos das Bolsas Brasil e dos militontos que já passaram pela lavagem cerebral.
Investidor, porém, prefere leitura mais diversificada e especializada. “Be aware the man of one book!” (Cuidado com o homem de um só livro). Grande Aquino.
E lendo o que os investidores estão escrevendo sobre o coitado do “Brazil”, ultimamente, a gente fica roxo de vergonha de ser brasileiro. Aliás, este é um dado científico. Em recente pesquisa, o assombroso percentual de 75% de brasileiros verbalizaram vergonha de sê-lo. Pudera!
Graça Foster e Dilma: as presidentas do macacão laranja (Foto: Agência Petrobras)
No dia 27 de março, The Economist já tinha explicado ao mundo alienado sobre a presença petista nas páginas policiais tupiniquins. Lava-jato, you know! Apresentaram ao mundo o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, e o ex-diretor da Petrossauro Paulo Roberto Costa Preso da Silva, apesar de ser afilhado de Renan Calheiros, o poderosíssimo presidente do Senado brasileiro.
Graças a Deus os britânicos ainda não sabiam do doleiro, do Labogem e da fracassada tentativa de vender o princípio ativo do Viagra para o Ministério da Saúde escravo do candidato petista ao governo de São Paulo, Mr. Padilha.
A mensagem de The Economist foi clara: Hello Earth! A fama da gerentona já era! She has blown it, folks!
Ontem, foi a vez do The New York Times – aquele para quem o Lula é articulista desde que foi alfabetizado em ingrêis. A reportagem capitalista golpista começa lembrando ao vasto mundo que, em 2006, todo lambuzado de petróleo e com as mãos sujas do ouro negro, o então presidente prometeu-nos uma Petrobras maior até mesmo que a Apple, além da nossa independência energética. Viva o pré-sal!
Em vez disso – diz o jornal, e não a oposição – a produção estagnou, a Petrossauro encontra-se mergulhada em investigações de corrupção, a incompetência gerencial tornou-se dona da maior dívida empresarial do mundo e totalmente dependente de fundos de investimento estrangeiros para financiar seus ambiciosos planos de investimento: situação em que quer queira, quer não queira, tem que comparecer com 30%, mesmo para perder dinheiro.
A reportagem nos mostra fotos de uma Dilma vociferante, discursando na refinaria de Abreu e Lima: ”eles querem acabar com a Petrobras”, e esquecendo, no entanto, de explicar por que Abreu e Lima, cujo custo estimado por petistas foi de R$ 2,5 bilhões, já nos custou R$ 18,5 bilhões.
Refinaria de Pasadena: o grande presente da Petrobras para o Brasil (Foto: Agência Petrobras)
Também esqueceu a mandatária de mencionar que a polícia prendeu recentemente um dos mais poderosos ex-executivos da Petrobras, o já mencionado Paulo Roberto Costa, que liderou as operações de refino até 2012. Investigadores dizem que ele estava envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro alastrado pela Petrobras do Oiapoque ao Chuí, e que pode ter recebido subornos relacionados com uma miríade de contratos.
Além do Land, mas tal carrinho já é uma praxe petista! Pois é. A saliva e os perdigotos presidenciais nada podem contra números.
“Essa empresa de energia, que já serviu de modelo para outros países em desenvolvimento, agora é o exemplo do que — exatamente — não se deve fazer.”
The New York Times, depois de passar pelas declarações da Maria das Graças aos senadores (“Pasadena foi mau negócio e o relatório foi falho”), assegura que até agora “os detentores de bônus estrangeiros, que financiam um recorde de 43 por cento do programa de investimentos gigante da Petrobras, foram notavelmente pacientes”.
Ainda alerta o jornalzinho desimportante que, se os problemas da Petrobras continuarem a crescer, a empresa encontrará resistência nos mercados internacionais. “O problema com o Brasil é que os dias de 4 por cento de crescimento já se foram.”
“O problema com o Brasil é que os dias de 4 por cento de crescimento já se foram”, avalia o jornal The New York Times. (Foto: AvidTrader)
Diz ainda o maior jornal americano:
- que despencou o valor da Petrobras administrada pelo PT, aparelhada por afilhados políticos corruptos e sindicalistas, cujos esforços conjuntos fizeram o valor de mercado da empresa encolher de US$ 300 bilhões para os atuais US $ 76 bilhões;
- que, num esforço para segurar a inflação, que insiste em subir num ano eleitoral, o governo da presidente Dilma Rousseff impediu a Petrobras de elevar os preços dos combustíveis para atender ao custo de importação de gasolina refinada e diesel — o resultado é que as perdas da Petrobras em suas operações de refino, transporte e comercialização chegaram a US $ 8 bilhões em 2013;
- que, ao mesmo tempo, o consumo de combustível doméstico aumentou desde  que as autoridades brasileiras ofereceram incentivos para os fabricantes de automóveis aumentarem a produção; que a crise na indústria de etanol, que já foi um orgulho para o Brasil, deve-se ao fato de os produtores não conseguirem competir em preço com a gasolina subsidiada da Petrobras;
- que a Petrobras é sobrecarregada por políticas voltadas para a afirmação de um maior controle estatal sobre a indústria do petróleo, como medidas que obrigam a empresa a comprar equipamentos no mercado interno, sustentando indústrias ineficientes no Brasil, tais quais a construção naval;
- que, enfrentando pressões orçamentais, as autoridades também têm displicentemente parado de fortalecer o fundo soberano do Brasil. Criado em 2008, logo após a Petrobras ter anunciado suas principais descobertas de pré-sal, o fundo era visto como um pilar de esforços para atingir uma maior estabilidade financeira no Brasil, a exemplo do que fizeram exportadoras de commodities como a Noruega, o Chile e o Canadá;
- que, numa tentativa de cumprir a meta do Orçamento para o ano fiscal de 2012, as autoridades retiraram cerca de 80 por cento do dinheiro do fundo soberano, deixando-o com apenas US $ 1,3 bilhão;
- que, em vez de reabastecer o fundo com recursos provenientes das exportações de petróleo, a Petrobras tornou-se mais dependente da importação de combustíveis e da participação em projetos caros, forçando a subida de sua dívida;
- que a Petrobras enfrenta denúncias de que seus funcionários receberam US$ 139 milhões em subornos da SBM Offshore, fornecedora holandesa de plataformas de petróleo;
- que um sell-off de papéis da Petrobras pode iniciar uma retração de mercados emergentes em geral.
- que “ESTAMOS APENAS ESPERANDO A COISA EXPLODIR”
E por aí vai…
afirma que o maior desafio da Petrobras é que ela não é apenas uma empresa de energia . Ela está no centro de uma  FOME FEROZ.
“O USO QUE FAZ O GOVERNO PETISTA DE SUA RIQUEZA PARA ATINGIR SEUS OBJETIVOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS”.
Chamou-me especial atenção os dois últimos parágrafos do artigo que transcrevo entre aspas, finalizando:
“A Petrobras continua longe dos níveis de tensão política e relações opacas que agora caracterizam a PVDSA – Petróleos de Venezuela SA, o produtor de petróleo agudamente politizado de propriedade do governo da Venezuela, que já foi considerado um líder da indústria e um bastião do conhecimento técnico.Mas alguns afirmam que a Petrobras também está sendo conduzida por ambições políticas de Brasília” .
”AS DESGRAÇAS DA PETROBRÁS SÃO O RESULTADO DE POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS BEM DEFENIDAS.E É AÍ QUE AS COISAS COMPLICAM, POIS ALTERAR TAIS POLÍTICAS É UM DESAFIO DE FATO”.