quarta-feira 05 2014

Cientistas revertem problemas de memória em laboratório

Cérebro

Estudo foi realizado em uma cultura de células de lesmas-do-mar e pode servir de base para tratamentos de doenças neurológicas

Neurocientistas do Centro de Saúde e Ciência da Universidade do Texas utilizam lesmas-do-mar para estudar a memória. Da direita para a esquerda: Yili Zhang, Jack Byrne e Rong-Yu Liu
Neurocientistas do Centro de Saúde e Ciência da Universidade do Texas utilizam lesmas-do-mar para estudar a memória. Da direita para a esquerda: Yili Zhang, Jack Byrne e Rong-Yu Liu (Divulgação)
Pesquisadores do Centro de Saúde e Ciência da Universidade do Texas, em Houston, nos Estados Unidos, conseguiram reverter em células cerebrais cultivadas em laboratório problemas neuronais relacionados à memória. O estudo representa o primeiro passo em direção a possíveis tratamentos para a perda de memória associada a doenças neurológicas, como Alzheimer.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Deficit in Long-Term Synaptic Plasticity Is Rescued by a Computationally Predicted Stimulus Protocol

Onde foi divulgada: periódico Journal of Neuroscience

Quem fez: Rong-Yu Liu, Yili Zhang, Douglas A. Baxter, Paul Smolen, Leonard J. Cleary e John H. Byrne

Instituição: Universidade do Texas, EUA

Resultado: Os pesquisadores adicionaram serotonina à cultura de células de lesma-do-mar em intervalos irregulares, previstos por um modelo matemático. Dessa forma, eles simulavam o que aconteceria no cérebro de um animal que estivesse sendo treinado para aprender algo. Com isso, as conexões entre as células foram restauradas. Isso significa que, mesmo com o problema de memória criado pelos pesquisadores, aquelas células estavam aptas a aprender e utilizar a memória tanto quanto células sem nenhum problema.
O estudo, publicado no periódico Journal of Neuroscience, foi realizado com células cerebrais de um tipo de lesma-do-mar denominado Aplysia californica que, apesar de ter um sistema de aprendizado e memória muito simples, apresenta reações bioquímicas semelhantes às dos seres humanos.
Os pesquisadores descobriram que, como as diferentes reações bioquímicas que se relacionam à memória têm velocidades diferentes, a melhor maneira de proporcionar o aprendizado (e neste caso, a memória) é através de intervalos de treinamento irregulares. Utilizando um modelo matemático, eles conseguiram estimar os melhores momentos para "treinar" as células cultivadas em laboratório.
"Nós temos o hábito de estudar em intervalos regulares, às segundas e quartas-feiras, por exemplo. Essa pesquisa mostra que estudar em intervalos irregulares pode ser melhor para o aprendizado", disse John Byrne, principal autor do estudo, ao site de VEJA.


Para imitar as sessões de treinamento, os pesquisadores adicionavam serotonina à cultura de células em intervalos irregulares, previstos pelo modelo matemático. Dessa forma, eles simulavam o que aconteceria no cérebro de um animal que estivesse sendo treinado para aprender algo.Treinamento de memória – Para descobrir se essa estratégia poderia ajudar a evitar a perda de memória, os autores provocaram problemas neuronais relacionados à memória em uma cultura de células nervosas deAplysia californica. Eles bloquearam a atividade de um gene que produz uma proteína relacionada à memória. Isso afetou a intensidade das conexões entre os neurônios, que são responsáveis pela memória de longo prazo.
Depois de cinco sessões, a força das conexões neurais estava novamente próxima do normal nas células que haviam sido afetadas. Isso significa que, mesmo com o problema de memória criado pelos pesquisadores, aquelas células estavam aptas a aprender e utilizar a memória tanto quanto células sem nenhum problema.
"Esse método pode ser aplicado em humanos se nós conseguirmos identificar o mesmo processo bioquímico. Nossos resultados sugerem uma nova estratégia para o tratamento de deficiências cognitivas. Os modelos matemáticos podem ajudar a desenvolver terapias que combinem os treinamentos e o tratamento com remédios", afirma Byrne.

Cientistas criam chip que restaura a memória

Neurociência

Dispositivo foi testado em ratos e macacos, e os pesquisadores esperam que os testes em humanos tenham início nos próximos dois anos

cérebro
Memória reativada: microchip seria capaz de devolver ao cérebro a capacidade de registrar memórias de longo prazo, simulando os impulsos nervosos emitidos por neurônios saudáveis em regiões afetadas por algumas doenças cerebrais(Thinkstock)
Um grupo de neurocientistas de diversas universidades americanas estima que, em até dez anos, será possível reverter problemas de memória com o implante de um microchip no cérebro. Até agora, a estratégia já foi testada com ratos e macacos, e seus resultados levaram a revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a MIT Technology Review, a incluir a pesquisa entre os dez principais avanços tecnológicos de 2013.
Os autores analisaram o processo a partir do qual as memórias de longo prazo (aquelas das quais nos lembramos por dias ou anos) são criadas e armazenadas no cérebro, a fim de simulá-lo nos casos em que o cérebro sofreu algum dano. Eles têm como foco o hipocampo, região do cérebro na qual a memória de curto prazo, aquela que dura alguns segundos ou minutos, é transformada em memória de longo prazo.
Ted Berger, professor de engenharia biomédica da Universidade do Sul da Califórnia e integrante da equipe de pesquisadores, analisou como os sinais elétricos se propagam através dos neurônios dessa região e utilizou seu conhecimento na área da matemática para criar um modelo que imita essa movimentação.
De acordo com Berger, o processo não consiste em colocar as memórias de uma pessoa em seu cérebro, mas sim devolver a ele a capacidade de gerar memórias, estimulando uma área danificada a replicar a função das células sadias. Ainda não foram realizados testes com seres humanos, mas experimentos com animais mostraram que os eletrodos podem processar a informação da mesma forma que um neurônio.
Experimentos – Em testes com ratos, os pesquisadores treinaram os animais para puxar uma de duas alavancas para receber uma recompensa e gravaram as séries de pulsos elétricos no hipocampo quando faziam a escolha correta. Eles observaram como esses sinais se transformavam à medida que a lição aprendida se transformava em uma memória de longo prazo e então extraíram um código que representasse essa lembrança. Em um segundo momento, os cientistas deram aos ratos drogas que prejudicavam sua memória, fazendo com que eles esquecessem qual era a alavanca que oferecia a recompensa. Então, utilizaram o microchip para reproduzir os pulsos elétricos gravados no cérebro dos animais. Resultado: os ratos relembraram qual era a alavanca correta.
No ano passado, foram realizados experimentos similares com macacos, envolvendo o córtex pré-frontal, parte do cérebro que recupera as memórias criadas pelo hipocampo. Os pesquisadores posicionaram os eletrodos no cérebro dos animais para decodificar os sinais correspondentes à lembrança de uma imagem. Na etapa seguinte do experimento, deram cocaína aos macacos, droga que atua negativamente sobre córtex pré-frontal, comprometendo a memória dos animais. Depois, utilizando os eletrodos para enviar o código correto ao cérebro dos macacos, os pesquisadores melhoraram significativamente seu desempenho em uma tarefa de identificação das imagens.
Um dos principais objetivos no campo do estudo da memória é o tratamento do Alzheimer. Porém, diferentemente dos derrames e outras doenças cerebrais, o Alzheimer tende a afetar diversas partes do cérebro, especialmente quando já se encontra em estágio avançado. Por essa razão, os pesquisadores acreditam que  essa técnica de implantes cerebrais não será uma opção viável para o tratamento da doença, pelo menos a curto prazo.

Sensibilidade ao toque aumenta proteção de plantas

Botânica

Ao serem tocadas, plantas liberam um hormônio que as protege de insetos e infecções e as faz crescer menos

Imagem mostra influência do toque no crescimento de plantas: aquelas tocadas frequentemente tendem a crescer menos e mais lentamente.
Imagem mostra influência do toque no crescimento de plantas: aquelas tocadas frequentemente tendem a crescer menos e mais lentamente. (Wassim Chehab/Rice University)
Estudos anteriores já tinham mostrado que plantadas tocadas frequentemente sofrem alterações em seu processo de crescimento
Uma pesquisa realizada na Universidade Rice (Houston, EUA) revela que, ao serem tocadas, as plantas podem aumentar sua proteção contra insetos e infecções de fungos. O estudo foi realizado com a Arabidopsis thaliana,uma pequena planta da família da mostarda amplamente usada em pesquisas. O artigo será publicado na edição de 24 de abril da revista Current Biology.
A influência do toque no crescimento de plantas foi comprovada pela primeira vez em 2000. Nesse ano, o mesmo grupo de pesquisadores mostrou que as plantas Arabidopsis que eram tocadas regularmente cresciam menos e mais lentamente, semelhante a árvores expostas a ventos costeiros que crescem menos e encurvadas. De acordo com um dos autores do estudo, Wassim Chehab, o que não se sabia era a forma como essas mudanças eram provocadas.
O novo estudo foi criado com o objetivo de verificar se a alteração no crescimento dessas plantas com o toque era regulada por um hormônio de plantas chamado jasmonato. 
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Arabidopsis Touch-Induced Morphogenesis Is Jasmonate Mediated and Protects against Pests

Onde foi divulgada: revista Current Biology

Quem fez: E. Wassim Chehab, Chen Yao, Zachary Henderson, Se Kim, e Janet Braam

Instituição: Universidade Rice, EUA

Dados de amostragem: Arabidopsis thaliana,uma pequena planta da família da mostarda

Resultado: Ao serem tocadas, as plantasArabidopsis thaliana crescem menos, para se protegerem de infecções e fungos.
O jasmonato tem papel importante no processo de defesa das plantas contra insetos. Quando o nível desse hormônio cresce, a planta aumenta a produção de substâncias capazes de provocar irritação no estômago dos animais que se alimentam delas. Essa defesa provocada pelo jasmonato acontece em praticamente todas as plantas, incluindo tomates, arroz e milho.
"Nesse novo estudo, nós mostramos que o jasmonato regula essa resposta de crescimento nas Arabidopsis", diz Janet Braam, professora e chefe do Departamento de Bioquímica e Biologia Celular da Universidade Rice. "Nosso experimento mostrou que as plantas que eram repetidamente tocadas mantinham altos níveis de jasmonato e assim aumentavam a proteção contra insetos e infecções por fungos."
Chebab afirma que as plantas não baseiam sua produção de jasmonato em uma única fonte de informação. "Existem múltiplos sinais que podem influenciar a resposta de jasmonato", diz Cherbab. 




"O toque é um deles, mas nós descobrimos recentemente que essa resposta pode ser regulada pelo relógio interno das plantas, por exemplo."
Na pesquisa, estudantes ficaram responsáveis por tocar as plantas com regularidade, mas os pesquisadores explicam que essa sensibilidade pode ser provocada por outros animais, como insetos, e até pelo vento. "As plantas não podem se mexer, então faz sentido que elas sejam altamente sensíveis ao toque para reagir rapidamente às mudanças em seu ambiente", explica Braam.

10 plantas que mudaram o rumo da história

Veja.Com


Cana-de-açúcar


Originária da Nova-Guiné, a cana-de-açúcar começou a ser refinada há cerca de 2.500 anos, em Bihar, na Índia. Os lucros obtidos com o seu cultivo, baseado no trabalho escravo, impulsionaram a Revolução Industrial. Nas colônias americanas, a expectativa de vida média de um escravo de uma plantação de cana-de-açúcar era a metade daqueles que trabalhavam com algodão ou tabaco, devido ao ritmo frenético de trabalho e ao maior esforço físico. Apesar das leis contra o tráfico de escravos que começaram a ser adotadas em diversos países no século XIX, quem realmente acabou com a escravidão nas plantações de açúcar foi a economia. Nações como Alemanha e França começaram a extrair açúcar da beterraba, que surgiu como uma opção ao monopólio britânico sobre a cana-de-açúcar. Em 1845, a beterraba esmagava o comércio de açúcar do continente americano. Muitos proprietários de plantações de cana-de-açúcar se salvaram graças às indenizações pagas pela perda de seu negócio.

Tabaco

Quando chegou à Europa, o tabaco era considerado um "remédio infalível". Talvez isso explique como essa planta, apesar de todo o mal que reconhecidamente provoca ao organismo, se difundiu pelo mundo. Provavelmente originária da Bolívia e do noroeste da Argentina, a "Nicotiana tabacum" foi levada da América ao Velho Continente pelos colonizadores europeus. No século XVI, o tabaco despertou o interesse de Jean Nicot, embaixador francês na corte portuguesa. Ele utilizou a planta para tratar úlceras e deu origem ao hábito de inalar a folha moída. Em 1571, o médico espanhol Nicolás Monardes revelou que o tabaco podia curar até vinte doenças, como enxaqueca, gota, dor de dente e febre intermitente. O tabaco começou a receber críticas no século XVII, mas só em 1952 foi desmascarado pela revista "Reader’s Digest" como o "maço do câncer".

Samambaia

Usadas para decoração, geralmente com suas longas folhas pendendo de vasos suspensos, as samambaias estão entre as plantas mais antigas do mundo, com 335 milhões de anos. Naqueles tempos remotos, quando todos os continentes ainda estavam unidos em um grande bloco chamado Pangeia, folhas de samambaias, cavalinhas e licófitas (grupo mais antigo de plantas ainda presente, em ervas) caíram e foram enterradas sob sedimentos. As folhas se transformaram em uma camada esponjosa denominada turfa e, com o passar dos milênios, foram comprimidas até se transformarem em uma matéria negra, rica em energia: o carvão. Restos de samambaias impulsionaram a Revolução Industrial, e são até hoje uma das principais fontes de energia utilizadas pela humanidade.

Soja

Os registros mais antigos de cultivo de soja na China e no Japão são dos tempos da dinastia Chou chinesa, que terminou em 770 a.C.. O alimento, um dos mais importantes da culinária oriental, pode ser consumido fresco, em brotos, fermentado ou seco. Alguns subprodutos dessa versátil semente são leite, óleo e farinha – além do shoyu, famoso molho japonês. Trazida do Japão ao ocidente por missionários holandeses, a soja não prosperou sob o frio da Europa setentrional, mas vingou na América. A partir de 1920, a semente passou a ser utilizada em diversos tipos de alimentos industrializados e colaborou com o aumento da produção de carne, servindo como ração para animais. O desenvolvimento de versões geneticamente modificadas (GM) na década de 1980 era a esperança de alguns cientistas para o fim da fome mundial, mas, na prática, essa semente criou problemas como a resistência a herbicidas. Fazendeiros brasileiros resistiram à soja transgênica, mas foram derrotados em 2002. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, hoje a área plantada no Brasil com soja geneticamente modificada representa 90% do total. O país é o segundo produtor mundial de soja. Na safra 2012/13, a produção de 82 milhões de toneladas quase passou a dos EUA, que atingiu 82,6 milhões. Atualmente, a crescente expansão do cultivo de soja na América do Sul preocupa ambientalistas, principalmente em razão de seu impacto sobre a Floresta Amazônica.

Algodão

O algodão é uma das mais importantes culturas não alimentícias do mundo. Seu fio serve de matéria-prima para a confecção de tecidos e materiais como ataduras, gaze e papel. A semente pode ser transformada em sabão, margarina e óleo de cozinha, enquanto as fibras que aderem à semente são empregadas em cosméticos e plásticos. Até goma de mascar contém celulose do algodoeiro. O trabalhoso processo de remover as sementes da cápsula do algodão, esticar a fibra e tecer o fio foi industrializado aos poucos. Na década de 1760, o inglês James Hargreaves lançou uma máquina de fiar operada por uma só pessoa que produzia vários fios de uma vez. Alguns anos mais tarde, foi lançado um equipamento capaz de produzir mil fios simultaneamente. O crescimento da produção nos Estados Unidos fez a posse de escravos disparar. Em 1855, quase metade da população do sul do país era composta por escravos africanos, e estima-se que 3,2 milhões deles trabalhavam nas plantações de algodão, tabaco e açúcar. Após a Guerra Civil Americana e o fim da escravidão no país, a produção de algodão foi transferida para outras partes do mundo, como a China e a África Ocidental.

Uva

Não se sabe qual foi o primeiro povo a transformar a uva em vinho, e quando isso aconteceu. A bebida pode ter sido produzida pela primeira vez no Irã, há 5.500 anos, ou na atual Turquia ou Geórgia, 2.000 anos antes. Independentemente do local de origem, é provável que o vinho seja uma feliz invenção do acaso. À semelhança de diversas frutas, as uvas contêm suco e açúcar, e, por isso, têm uma tendência natural à fermentação. Basta encontrar uma levedura para que isso ocorra – e algumas estão presentes na própria casca da fruta. O advento da rolha e da garrafa marcou um estágio importante no desenvolvimento do vinho. Do século XVIII ao XIX, oito de cada dez italianos trabalhavam com a bebida. A introdução da videira nos Estados Unidos acarretou em um problema que viria a devastar vinhedos europeus na década de 1860: a disseminação da filoxera, um pequeno inseto destruidor de uvas, levado à Europa pelos barcos a vapor. Demorou quase um século para a indústria se recuperar. Entre 1910 e 1911, trabalhadores da província francesa de Champagne invadiram suas fábricas de vinho, destruindo garrafas e barris e atirando uvas no rio, em protesto contra a decisão de trazer uvas de fora da região para compensar as perdas provocadas pelo inseto. Mais tarde, o governo aplicou uma medida que impedia que qualquer vinho espumante produzido fora daquela região fosse denominado champanhe. O vinho se disseminou pela cultura europeia por causa do Império Romano, que plantava videiras em todos os seus territórios, e a apropriação da bebida pelo Cristianismo.

Milho

Terceiro cereal mais importante do planeta, depois do arroz e do trigo, o milho foi originalmente cultivado pelos indígenas americanos. Antes de ser levado ao Velho Mundo por Cristóvão Colombo, ele sustentou as civilizações maia, asteca, inca e tolteca. Um século depois, o cereal já havia alcançado a China. O milho ganhou popularidade entre os novos habitantes da América quando os colonos de Jamestown, primeiro assentamento britânico fundado em caráter permanente no continente americano, escaparam de morrer de fome recorrendo ao milho nativo, até então considerado "lixo selvagem".

Trigo

Acredita-se que o trigo foi a primeira plantação da Idade da Pedra, tendo alimentado boa parte do mundo – tanto humanos quanto animais de criação – desde então. Ele já foi sinal de poder: no século III a.C., quando Roma enviou suas tropas para conquistar novos territórios na Sicília, Sardenha, norte da África, Egito e Espanha, um dos objetivos era garantir o suprimento de trigo. O colapso do Império Romano foi acompanhado pela perda dos campos de trigo. Na época das grandes navegações, essa planta ajudou marinheiros portugueses e espanhóis a explorar o Atlântico. Navegadores viajavam com sacos de cereais nos porões do navio e, ao aportar e ilhas intermediárias, como as Canárias, semeavam e colhiam o trigo para se alimentarem durante o próximo trecho da viagem. O trigo foi uma das plantas que mais modificou a paisagem rural europeia. Além dos moinhos, celeiros e silos usados para processar e armazenar os grãos, havia grandes celeiros, parecidos com catedrais, com compartimentos para armazenar os feixes de trigo e um espaço de debulha.

Arroz

O arroz rivaliza com o trigo como uma das culturas alimentícias mais importantes do planeta. Plantado em mais de 100 países, ele constitui 30% da produção mundial de cereais. Os arrozais modificaram a paisagem dos países produtores, principalmente os asiáticos, que cultivam cerca de 90% do arroz do mundo: em planícies ou terrenos escalonados em encostas de morros, eles são um cartão-postal do continente. No fim do século XX, quando o metano foi identificado como um dos causadores do efeito estufa, cientistas ocidentais apontaram a produção do arroz como uma das grandes emissoras desse gás, responsável pela liberação de mais de 37,8 milhões de toneladas de metano na atmosfera. Pesquisadores indianos, porém, argumentaram que a emissão poderia ser de apenas um décimo daquela medida. Para eles, o culpado não era o arrozal, mas a extrapolação estatística baseada em pesquisas relativamente pequenas.

Seringueira

A seringueira era conhecida como “madeira chorosa” pelas civilizações sul-americanas. Quando os espanhóis chegaram à América, os indígenas já cortavam a casca da seringueira e colhiam a seiva leitosa – o látex. O que determinou a corrida pela borracha, porém, viria apenas séculos depois: os pneus de automóvel. Muitos fazendeiros americanos abandonaram suas pequenas propriedades para coletar o látex. As árvores e os povos indígenas da região foram intensamente explorados. Com a redução dos suprimentos naturais, tiveram início esforços para levar a seringueira para a Europa. Muitas remessas de sementes morreram durante a viagem, até que, em 1876, o plantador inglês Henry Wickham conseguiu fazer a sementes germinarem fora de sua terra natal. Em 1910, havia cerca de 2,5 milhões de pneus em circulação. Apenas oitenta anos depois, com três quartos da borracha do mundo dedicadas à produção de pneus, eles chegaram a 860 milhões. A borracha seria usada também em aviões supersônicos, pisos à prova de faísca em fábricas de fogos de artifício e preservativos, que, além da contracepção, representaram um avanço no combate à aids.

Planta dormideira 'aprende' e tem 'memória', afirma estudo

Botânica

Biólogos demonstraram que a espécie 'Mimosa pudica', conhecida como dormideira ou não-me-toques, é capaz de responder a estímulos de aprendizado

Mimosa pudica
As folhas da dormideira ou não-me-toques que se fecham rapidamente ao serem tocadas, mostraram aos pesquisadores que plantas têm memória (Getty Images/iStockphoto)
Conversar com plantas pode não ser em vão. Segundo biólogos da University of Western Australia, uma espécie vegetal não só tem 'memória', como se lembra do que aconteceu durante um longo tempo. O estudo, publicado na edição de janeiro da revista Oecologia, demonstra como as plantas são capazes de aprender e de recordar o aprendizado semanas depois.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Experience teaches plants to learn faster and forget slower in environments where it matters

Onde foi divulgada: revista Oecologia

Quem fez: Monica Gagliano, Michael Renton, Martial Depczynski e Stefano Mancuso

Instituição: University of Western Australia

Resultado: Os pesquisadores descobriram que as plantas são capazes de aprender e de se lembrar do aprendizado por longos períodos
Para provar essa tese, a bióloga Monica Gagliano e outros três cientistas usaram a espécie Mimosa pudica, originária das américas Central e do Sul e conhecida no Brasil pelo nome de não-me-toques ou dormideira. Quando tocadas, suas folhas se fecham rapidamente, uma estratégia natural de defesa contra predadores. A equipe criou um mecanismo para submeter as plantas a choques que não ofereciam ameaça a sua integridade. Suspensas sobre uma base de espuma, os vasos de dormideira caíam de uma altura de 15 centímetros, deslizando sobre um trilho. O objetivo era descobrir se as folhas poderiam ser treinadas a ignorar o estímulo – lembrando-se de que a queda não oferecia risco algum.
No primeiro choque, as dormideiras fechavam suas folhas e repetiam o gesto em uma mesma queda oito horas depois. Os biólogos então submeteram um grupo de 56 plantas a uma série de 60 quedas, distantes poucos segundos entre elas, repetidas sete vezes em um dia. As folhas habituaram-se ao estímulo, mantendo-as abertas depois de quatro ou seis quedas. Para checar se as folhas não estariam apenas em estado de fadiga, os cientistas um experimentaram um tipo de choque diferente. As folhas se fecharam.
Após seis dias, as plantas continuaram a não fechar suas folhas quando experimentaram o mesmo choque. E quase um mês depois, quando submetidas novamente às quedas, o fenômeno se repetiu, demonstrando que as plantas se lembravam do que aprenderam um mês antes.
Memória vegetal – A pesquisa muda radicalmente o modo de estabelecer as fronteiras entre vegetais e animais, incluindo a definição de aprendizado como uma propriedade especial de organismos com sistema nervoso. Os cientistas ainda não sabem como as plantas, desprovidas de tecido nervoso, são capazes de aprender e de memorizar eventos. Algumas possíveis explicações estão no processo de transmissão de informação celular por íons de cálcio.
"As plantas não têm cérebro ou neurônios, mas possuem uma rede sofisticada de sinalização de informações em suas células por meio de íons de cálcio, similar ao processo de memorização animal", afirmam os pesquisadores no artigo. "O que mostramos é que o processo de memorização talvez não necessite de redes e conexões neurais como as dos animais: cérebro e neurônios são apenas uma forma possível, inegavelmente uma solução sofisticada, mas não precisa ser a única para o aprendizado."

Estudo mostra que nossas memórias são 'editadas'

Cérebro

Segundos pesquisadores, o cérebro continuamente insere fragmentos do presente em lembranças do passado, e está longe de ter a precisão de uma filmadora

A memória se “atualiza” com as nossas novas experiências, diz estudo
A memória se “atualiza” com as nossas novas experiências, diz estudo (Thinkstock)
Um novo estudo sugere que a nossa memória não é tão confiável como costumávamos acreditar. Segundo pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, o cérebro continuamente insere fragmentos do presente em lembranças do passado, e está longe de ter a precisão de uma filmadora.
A memória se "atualiza" com as nossas novas experiências. O amor à primeira vista, por exemplo, pode ser fruto desse truque do cérebro. "Quando você pensa no momento em que conheceu seu parceiro atual, pode se lembrar de um sentimento de amor e euforia, mas isso talvez seja uma projeção de seus sentimentos atuais", diz Donna Jo Bridge, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern e uma das autoras do estudo, que publicado nesta quarta-feira no periódico Journal of Neuroscience.
O estudo é considerado o primeiro a mostrar de forma precisa as falhas que a memória apresenta, e como ela é capaz de inserir elementos do presente no passado quando as lembranças são revividas. Segundo Donna, as memórias se adaptam a um ambiente em constante mudança para nos ajudar a lidar com o que é importante a cada momento. "Nossa memória não é como uma câmera, ela se ajusta e edita eventos para recriar uma história que se encaixe no seu mundo naquele momento. Ela é construída para ser atual."
A "edição" acontece no hipocampo, área do cérebro encarregada da memória que, segundo o novo estudo, atua como equivalente a um editor de vídeo e equipe de efeitos especiais, reconstruindo as lembranças.
Testes – No experimento, 17 voluntários estudaram a posição de 168 objetos em uma tela de computador com imagens de fundo diferentes — como um oceano ou a vista aérea de uma fazenda. Em seguida, eles deveriam tentar colocar alguns dos objetos de volta na posição original, mas em uma nova imagem de fundo. Essa tarefa foi quase sempre malsucedida.
Na última etapa do estudo, os participantes viam um objeto em três posições diferentes na tela (com a imagem de fundo usada no primeiro teste) e deveriam escolher a correta. As opções eram: onde eles viram o objeto pela primeira vez, onde eles o colocaram na segunda etapa e um lugar novo.
"As pessoas sempre escolheram a mesma localização em que tinham colocado o objeto no segundo teste", explica Donna. "Isso mostra que sua memória original da localização foi modificada para mostrar o lugar em que eles se lembravam no novo plano de fundo. A memória tinha atualizado a informação, inserindo uma nova memória por cima da anterior", afirma. Os participantes realizaram os testes enquanto sua atividade cerebral era monitorada por ressonância magnética.
"Todos gostamos de pensar na memória como uma coisa que nos faz relembrar vividamente a nossa infância ou aquilo que fizemos na semana anterior, mas a memória é feita para nos ajudar a tomar boas decisões no momento e, por isso, ela tem que ficar atualizada. Uma informação que é relevante agora pode se sobrepor ao que estava lá antes", afirma Joel Voss, integrante da equipe de pesquisadores. "Apesar de o estudo ter se passado em um laboratório, é possível supor que a memória se comporte dessa forma no mundo real", diz Donna.

Bomba: médica cubana pede asilo no Brasil. Ou: A prova de que o governo do PT é cúmplice de escravidão

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/


Fonte: G1
Estava demorando. O primeiro caso de uma médica cubana pedindo asilo no Brasil. Procurou o deputado Ronaldo Caiado, do DEM, e está abrigada no gabinete do partido. Ramona Matos Rodriguez diz que foi enganada pela ditadura cubana, que não pode sair livremente sem ser vigiada, e que ganha apenas US$ 400 de salário. Disse a cubana:
Eu penso que fui enganada por Cuba. Não disseram que era o Brasil estaria pagando R$ 10 mil reais pelo serviço dos médicos estrangeiros. Me informaram que seriam 400 dólares aqui e 600 pagos lá depois que terminasse o contrato. Eu até achei o salário bom, mas não sabia que o custo de vida aqui no Brasil seria tão alto.
A cubana afirmou que não deixará a Câmara porque teme ser presa. Ela afirmou ainda estar preocupada com a filha, que mora em Cuba. “Tenho uma filha que é médica e mora lá. Esse é o grande problema”, disse. Apenas alguém muito desesperada faria isso, colocando em risco a vida da própria filha lá na ilha-presídio.
O governo do PT é cúmplice de escravidão, ao compactuar com isso tudo. Negociou com uma ditadura para utilizar trabalho escravo no país, sabendo que quase todo dinheiro ficará com o regime tirano e que tais profissionais não terão liberdade de ir e vir em nosso país, o que vai contra nossa Constituição.
Isso é da maior gravidade. O precedente do governo petista é o pior possível: quando dois boxeadores pediram asilo, o então ministro Tarso Genro os despachou de volta para Cuba, sabendo que seriam duramente punidos pelo ditador Castro. O PT coloca sua afinidade ideológica e sua camaradagem com a ditadura acima de nossas leis e dos direitos humanos.
Ronaldo Caiado, em sua página do Facebook, escreveu:
Ramona nos entregou cópia do contrato assinado. E sabe qual a surpresa? O contrato é intermediado por uma empresa que funciona como “gato”. A “Comercializadora de Servicios Médicos Cubanos S.A.” é a responsável pelos contratos. Ela recebe 400 dólares (R$800) dos R$ 10 mil. Outros 600 dólares (R$ 1200) são depositados em uma conta cubana e supostamente seriam pagos quando o médico retornasse. E o restante dos R$ 10 mil mensais? Para o bolso dos ditadores Castro. 
Já falei com a Comissão de Direitos Humanos da OAB e vamos entrar com o pedido de asilo, amanhã, no Ministério da Justiça! Se Ramona voltar para Cuba, será presa. A Polícia Federal já está atrás dela. Grampearam o seu telefone. A Liderança do Democratas agora é a embaixada de apoio aos refugiado cubanos. Ela vai ficar aqui. Daqui só sai quando estiver segura.
Espero que o Brasil ainda tenha algum resquício de oposição política, pois o caso é grave e demanda uma atitude firme e conjunta. A probabilidade de ela ser ameaçada e ter de voltar atrás para simular arrependimento é enorme. A pressão do governo brasileiro, fosse um governo minimamente decente, seria para que o regime cubano mandasse sua filha para cá, e ambas teriam o asilo concedido. Como se trata do PT, sabemos que a reação será outra, bem diferente…
Rodrigo Constantino

Escrava cubana que atuava no “Mais Médicos” do candidato Padilha deserta, é perseguida pela PF de Dilma, que atua a serviço dos irmãos Castro, e pede asilo no gabinete de Caiado, deputado do DEM. Ou: Contrato de médica pode ser indício de caixa dois eleitoral

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Médica cubana na Câmara exibe contrato com uma tal "Sociedade Mercantil Cubana", que ninguém sabe o que é (Pedro Ladeira/FolhaPress)
Médica cubana na Câmara exibe contrato com uma tal “Sociedade Mercantil Cubana”, que ninguém sabe o que é (Pedro Ladeira/Folhapress)
Que título forte, não é, colegas? Será que exagero? Acho que não. O caso é complicado mesmo. Vou lhes contar uma história que envolve trabalho escravo, tirania política e, não sei não, podemos estar diante de um caso monumental de tráfico de divisas, lavagem de dinheiro e financiamento irregular de campanha eleitoral no Brasil. Vamos com calma.
O busílis é o seguinte. Ramona Matos Rodríguez, de 51 anos, é uma médica cubana, que está em Banânia por causa do tal programa “Mais Médicos” — aquele que levou Alexandre Padilha a mandar a ética às favas ao transmitir o cargo a Arthur Chioro. Ela atuava em Pacajá, no Pará. Como sabemos, cada médico estrangeiro custa ao Brasil R$ 10 mil. Ocorre que, no caso dos cubanos, esse dinheiro é repassado a uma entidade, que o transfere para o governo ditatorial da ilha, e os tiranos passam aos doutores apenas uma parcela do valor — cerca de 30%. Os outros 70%, na melhor das hipóteses, ficam com a ditadura. Na pior, nós já vamos ver.
Pois bem. No caso de Ramona, ela disse receber o correspondente a apenas US$ 400 (mais ou menos R$ 968). Outros US$ 600 (R$ 1.452) seriam depositados em Cuba e só poderiam ser sacados no seu retorno ao país. O restante — R$ 7.580 — engordam o caixa dos tiranos (e pode não ser só isso…). Devem atuar hoje no Brasil 4 mil cubanos. Mantida essa proporção, a ilha lucra por mês, depois de pagar os médicos, R$ 30,320 milhões — ou R$ 363,840 milhões por ano. Como o governo Dilma pretende ter 6 mil cubanos no país, essa conta salta para R$ 545,760 milhões por ano — ou US$ 225,520 milhões. Convenham: não é qualquer país que amealha tudo isso traficando gente. É preciso ser comuna! Mas vamos ao caso.
Ramona fugiu, resolveu desertar. Não consegue viver no Brasil com os US$ 400. Sente-se ludibriada. Ocorre que os cubanos que estão por aqui, o que é um escárnio, obedecem às leis de Cuba. Eles assinam um contrato de trabalho em que se obrigam a não pedir asilo ao país — o que viola leis nacionais e internacionais. Caso queiram deixar o programa, não podem atuar como médicos no Brasil — já que estão proibidos de fazer o Revalida e só podem atuar no Mais Médicos — e são obrigados a cair nos braços dos irmãos Castro. A deportação — é esse o nome — é automática.
Pois bem. Ramona quis cair fora do programa. Imediatamente, segundo ela, passou a ser procurada pela Polícia Federal do Brasil. Acabou conseguindo contato com o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é médico, e está agora refugiada em seu gabinete — na verdade, no gabinete da Liderança do DEM. Ali, ela está a salvo da ação da Polícia Federal. Não poderão fazer com ela o que fizeram com os pugilistas cubanos quando Tarso Genro era ministro. Eles foram metidos num avião cedido por Hugo Chávez e devolvidos a Cuba.
Vejam que coisa… Ramona sabia, sim, que receberia apenas US$ 1 mil pelo serviço — só US$ 400 aqui. Até achou bom, coitada! Afinal, naquele paraíso de onde ela veio, cantado em prosa e verso pelo petismo, um médico recebe US$ 25 por mês. A economia, como se sabe, se movimenta no mercado negro. Ocorre que a médica, que é clínica geral, disse não saber que o custo de vida no Brasil era tão alto.
A contratante
O dado que mais chama a atenção nessa história toda, no entanto, é outro. Até esta terça-feira, todos achávamos que os médicos cubanos eram contratados pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), que é um órgão ligado à OMS (Organização Mundial de Saúde), da ONU. Sim, a Opas é uma das subordinadas ideológicas do regime dos Castro. Está lotada de comunistas, da portaria à diretoria. De todo modo, é obrigada a prestar contas a uma divisão das Nações Unidas. Ocorre que o contrato da médica que desertou é celebrado com uma tal “Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Cubanos”.
Que estrovenga é essa, de que nunca ninguém ouviu falar? Olhem aqui: como Cuba é uma tirania, a entrada e a saída de dinheiro são atos de arbítrio; dependem da vontade do mandatário. Quem controla a não ser o ditador, com a colaboração de sua corriola? Assim, é muito fácil entrar no país um dinheiro como investimento do BNDES — em porto, por exemplo —, e uma parcela voltar ao Brasil na forma, deixem-me ver, de doação eleitoral irregular. E o mesmo vale para o Mais Médicos. Nesse caso, a tal Opas podia atrapalhar um pouco, não é? Mas eis que entra em cena essa tal “Sociedade Mercantil Cubana”, seja lá o que isso signifique.
A Polícia Federal não poderá entrar na Câmara para tirar Ramona de lá. O contrato com os cubanos — e, reitero, é ilegal — não prevê asilo político. A Mesa da Câmara também não pode fazer nada porque o espaço da liderança pertence ao partido.
Vamos ver no que vai dar. O primeiro fio que tem de ser puxado nessa meada é essa tal “Sociedade Mercantil”, que não havia aparecido na história até agora. Quantos médicos vieram por intermédio dela? O que isso significa em valores? Quem tem o controle sobre esse dinheiro?
Texto publicado originalmente às 2h32
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/escrava-cubana-que-atuava-no-mais-medicos-do-candidato-padilha-deserta-e-perseguida-pela-pf-de-dilma-que-atua-a-servico-dos-irmaos-castro-e-pede-asilo-em-gabinete-de-caiado-deput/

Rio de Janeiro

Não há como descrever em palavras – a beleza da Cidade Maravilhosa transcende qualquer descrição.

ONS nega que consumo elevado de energia tenha provocado apagão

Por Wellingotn Bahnemann, da Agência Estado, estadao.com.br
Órgão ainda não sabe as causas do problema e marcou uma reunião na quinta-feira para discutir o apagão
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BRASÍLIA - O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, negou que o consumo elevado de energia e o baixo nível dos reservatórios no País tenham provocado o apagão desta terça-feira, 4. Segundo ele, o órgão ainda não sabe as causas reais do problema, apenas que dois defeitos causaram a queda do sistema e motivaram um terceiro defeito. A falha afetou parte das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, além do Tocantins, no Norte. Mais cedo, o ONS informou que o apagão ocorreu por causa de um problema entre a linha de transmissão entre Colinas (TO) e Serra da Mesa (GO).


O ONS marcou para a próxima quinta-feira uma reunião para discutir o apagão. O encontro contará com representantes de empresas, do Ministério das Minas e Energia e da Aneel. De acordo com Chipp, não houve sobrecarga no sistema de transmissão.


Chipp assegurou que a falha no sistema de transmissão nnão foi provocada por um incêndio, a exemplo do que ocorreu em outubro do ano passado. O executivo, no entanto, não descartou a possibilidade de que o defeito tenha ocorrido por conta de carga atmosférica, embora as causas ainda não sejam conhecidas. De acordo com o ONS, as falhas ocorreram em linhas de transmissão da Taesa, da Intensa (empresa formada pelo FIP Brasil Energia, Chesf e Eletronorte) e da Eletronorte.


"O sistema estava operando dentro dos limites de carregamento", disse. No momento da falha, as três linhas da interligação norte-sul estavam transportando 4,8 mil MW, sendo que o limite operacional é de 5,1 mil MW.


De acordo com o ONS, "para evitar a propagação do evento", o órgão solicitou às distribuidoras locais o desligamento automático de cargas. A falha foi detectada às 14h03 e começou a ser normalizada às 14h41. As concessionárias seguiram um procedimento técnico predefinido de alívio de carga, coordenado pelo ONS, o que envolve o desligamento de subestações. O procedimento é chamado de Esquema Regional de Alívio


de Carga - ERAC.


Concessionárias dos Estados de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins confirmaram a falha.


Em outubro do ano passado, um incêndio em uma linha de transmissão do Piauí provocou um apagão em todos os Estado do Nordeste. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, afirmou que o governo seria "implacável" na fiscalização do setor e que iria aperfeiçoar os mecanismos de prevenção e controle de acidentes.


Sem problema de abastecimento. Antes do ONS se pronunciar, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu que o setor de energia elétrica no Brasil teve aumento da sua capacidade e, por isso, apesar da chuva em nível abaixo do esperado e do maior consumo de energia no verão, há tranquilidade. "No passado, talvez o Brasil não suportasse passar um janeiro como este. Felizmente tivemos aumento de capacidade e, apesar de janeiro ruim, estamos tranquilos", disse.


"Em termos de afluência de reservatório tivemos um janeiro atípico, em que afluências foram muito abaixo da media de longo prazo", disse. Segundo Tolmasquim, é o pior janeiro em termos de afluência desde 1954. "Temos quantidade de usinas instaladas no País bastante grande e uma diversificação dessas usinas que permite que, mesmo tendo um janeiro ruim, não tenhamos nenhum problema em termos de abastecimento de energia elétrica", disse.


"Temos uma situação de um equilibro estrutural entre oferta e demanda." Tolmasquim disse que há tranquilidade porque o Brasil tem, além de hidrelétricas, as termelétricas, que estão sendo acionadas e "dando conta das necessidade". Ele defendeu, ainda, que não há "nada anormal" operá-las. "É esperado que elas operem durante certos períodos do ano", disse.


Ele citou, ainda, que em outros países as termelétricas são responsáveis por 80% da geração de energia elétrica, enquanto no Brasil o porcentual é de 20%. "Elas estão aí para isso, quando tem uma coisa ruim, você poder acioná-las", disse. Tolmasquim disse que a situação de afluência é ruim devido, além da chuva abaixo do esperado, ao calor, que aumenta o consumo de energia. "Felizmente investimentos foram feitos e não há riscos em termos de abastecimento de energia elétrica", reforçou.

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