segunda-feira 03 2014

SHOPPINGS DE SÃO PAULO: O GUETO ÀS AVESSAS

Veja.Com

http://veja.abril.com.br/blog/leonel-kaz/

Ao jovem da periferia, cercado pelo aparato militar dentro do shopping, só cabe o que aponta o policial: o olho da rua!
Ao jovem da periferia, contra o qual nenhuma acusação paira, cercado pelo aparato militar dentro do shopping, só cabe o que aponta o policial: o olho da rua!
1. O Brasil é capaz de grandes inventos ( apesar de nunca termos ganhado um Nobel). O mais recente são os guetos às avessas. Gueto é assim: uma prisão. Na de Pedrinhas, em São Luiz do Maranhão, a governadora declarou que “até setembro, Pedrinhas tinha 39 mortes, estava portanto dentro do limite que se esperava”. Segundo Dorrit Harazim, “caso ela tenha se expressado bem, isso significa que apesar de estar no comando do estado há cinco anos a governadora opera com a expectativa de uma taxa anual de 39 presos chacinados em seus presídios”. Muitos, decapitados.
2. No seu Palácio das Princesas, outra forma de prisão ou gueto, aquela que está lá dentro detida (portanto, vernacularmente, a detenta) resolveu licitar por milhões a aquisição de uísque 12 anos, lagosta, caviar e outros manjares, enquanto crianças eram assassinadas nas ruas, a mando dos presídios. Então, ruas é que passam a ser guetos, já que seu palácio é um shopping de delícias.
3. Agora, os shoppings de São Paulo conseguiram liminares para impedir a entrada de quem o “seu” guarda designar como suspeito a partir do seguinte cardápio: jovem, negro, pardo, mestiço, caboclo, cafuzo. O mesmo fez em 1910, quando foi fundado, o Botafogo, do Rio, ao proibir entre seus associados, “a presença  de trabalhadores braçais”, ou seja, os mesmos “suspeitos” acima que não poderiam praticar o então nobre futebol.
4. Ora, os governos FHC e Lula (que deu continuidade ao plano econômico de seu antecessor) promoveram a ascenção social das classes, embora no campo educacional isto não tenha ocorrido. E agora, esta gente toda não pode frequentar os shoppings? Vamos criar um apartheid social no Brasil, quando o último deles, o da África do Sul já se esgotou?
5. No artigo publicado, em dezembro,  no jornal espanhol El País, a jornalista Eliane Brum mostra que, “quando a juventude pobre e negra das periferias de São Paulo ocupa os shoppings anunciando que quer fazer parte da festa do consumo, a resposta é a de sempre: criminalização. Mas o que estes jovens estão, de fato, “roubando” da classe média brasileira?”
6. Diz o El País: “O Natal de 2013 ficará marcado como aquele em que o Brasil tratou garotos pobres, a maioria deles negros, como bandidos, por terem ousado se divertir nos shoppings onde a classe média faz as compras de fim de ano. Pelas redes sociais, centenas, às vezes milhares de jovens, combinavam o que chamam de “rolezinho”, em shopping próximos de suas comunidades, para “zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras” ou “tumultuar, pegar geral, se divertir, sem roubos”. No sábado, 14, dezenas entraram no Shopping Internacional de Guarulhos, cantando refrões de funk da ostentação. Não roubaram, não destruíram, não portavam drogas, mas, mesmo assim, 23 deles foram levados até a delegacia, sem que nada justificasse a detenção.”
7. Neste fim de semana, a polícia usou bombas de gás e balas de borracha em ação contra “rolezinho” no shopping Itaquera, de São Paulo. Cerca de 150 deles foram revistados, embora nada se encontrou que atentasse à moral e bons costumes, ou à proposta de atos de vandalismo ou todos estes epítetos com que estes jovens serão brindados, a partir de agora.
8. O antropólogo Alexandre Barbosa Pereira faz uma provocação precisa: “Se fosse um grupo numeroso de jovens brancos de classe média, como aconteceu várias vezes, seria interpretado como um flash mob?” Designações como “maloqueiros”, “vadios”, “prostitutas” são os comentários que surgem em redes sociais, revelando o racism embrenhado em parte da população– tal como expus em meu recente artigo “Joaquim Barbosa é preto e de origem pobre”.
9. O Brasil é preto, índio e de origem pobre. A tal ponto que somos o único povo cuja designação não identifica quem aqui nasceu, mas quem aqui trabalha. Não somos, como deveríamos ser, brasilienses ou brasilianos, mas brasileiros, operários, escravos que saqueiam e carregam, toras às costas, o que brotou e cresceu na terra generosa. Agora, somos nós, os próprios brasileiros,  que aprisionamos os pobres nas ruas, transformando as ruas em guetos. E transformando shoppings, sob a tosca justificativa de serem lugares privados, em guetos também.
10. Será que não há uma cabeça pensante, além daquelas decapitadas, para buscar soluções mais equilibradas e amenas no trato com a população “encarcerada” em favelas e periferias do país? Será que o jogo de cintura para tomar decisões só pode existir no samba ou no futebol?Ou, mesmo não havendo nenhum crime, os decapitados do poder público e privado vão criar um invento jurídico que criminalize a zoada da garotada e acabe, de uma vez por todas, com o constitucional direito de ir e vir?

AOS MEUS LEITORES: ROLEZINHOS EM SHOPPINGS

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Recebi cerca de 55 comentários de leitores, aos quais, indistintamente, agradeço. Durante os 25 artigos que publiquei na VEJA nunca fui atacado frontalmente por ser marxista, esquerdista e sei-lá-mais-o-quê.
Creio que este tipo de vitupério é uma trincheira estrita e estreita. O que propus foi, simplesmente, um elenco de possibilidades de reflexão para não reduzir, uma vez mais, as fronteiras que separam as classes sociais no Brasil. Minhas sugestões não estão prontas e acabadas e, a exemplo do que dizia meu mestre, o  educador Anísio Teixeira: “Não tenho compromisso com minhas idéias”.
O que me causa espécie, no entanto, é o fato  de que a revista VEJA também seja atacada com epítetos desairosos. Faz 40 anos adentrei pela primeira vez a porta da Editora Abril. Não tenho procuração dos editores para defendê-los do que quer que seja. Mas sei que, por sua trajetória histórica, a Abril sempre acolheu o mais amplo direito à opinião, desde que não seja xenófoba, sectária ou racista, seguindo nossa legislação.
Ora, os que leem este blog e os que leem VEJA devem ter a liberdade de si mesmos, devem ter a coragem de si mesmos e não serem presa fácil de vitupérios, reducionismos e palavras de ordem tais  como “baderneiros”, “malfeitores”, “cambada de desocupados”, “esquerdistas” tal qual foi assacado contra mim e contra os demais concidadãos brasileiros como eu.
Meu texto propõe reflexões. A quem me lê. A mim mesmo. E, principalmente, às autoridades públicas. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, pai do Chico, no Brasil os decretos nascem “das paixões momentâneas”. É pena, portanto, que se inventem proibições, criminalizações e fossos que separem ainda mais uns e outros. Temos de lidar com realidades importantes, como a do crescimento da população e da demanda desta população por novos espaços de moradia, de trabalho e de consumo.
Agradeço imensamente a quem procurou contribuir à esta reflexão como o leitor Geraldo Siqueira que propôs perspectivas novas ao tema e foi por isso reverberado por muitos.

UM PAÍS SEM ENREDO E SEM BABÁS


Na imagem de Henschell, em pleno Império, a elegantemente trajada (para a foto)  escrava-babá e o menino. Não havia piscinas para mergulhar juntos, mas  era costuem ( quase regra)  que os seios fartos e próximos  destas amas-de-leite amamentassem os filhos das elites.
Na imagem de Henschell, em pleno Império, a elegantemente trajada (para a foto) escrava-babá e o menino. Não havia piscinas para mergulhar juntos, mas era quase-regra que os seios fartos dessas amas-de-leite amamentassem os filhos das elites.
1.“O clima fechou, quarta passada, no Jockey Club, no Rio. É que duas babás, que tomavam conta de duas crianças, entraram na piscina com as miúdas. 
Uma madame não gostou e esbravejou com diretores. Ficou decidido que babá não pode entrar na piscina”, informou Ancelmo Góis no Globo.
2. Mesmo diante do verão historicamente mais inclemente já ocorrido no Sudeste e ainda que por razões de segurança visando proteger as crianças, babás não podem entrar no mesmo meio líquido em que flutuam madames. Compartilhar o mesmo ar parece que ainda pode; a mesma água, não. A cena sugere uma analogia com século e meio de atraso: relatou-me o psiquiatra Benilton Bezerra que um norte-americano criou, à época, uma patologia psiquiátrica para diagnosticar o “ absurdo  e doentio desejo dos negros escravos por liberdade”. É fato. Era.
3. Não se está aqui discutindo este mundo infinitamente terminal de regras. Graças a elas o Custo Brasil é o que é. Estamos paquidermicamente empacados no Ministério da Fazenda ou no Jockey Club. O que vale é a regra da Casa-Grande & Senzala: manda quem detém o poder. Ficou, portanto, tomada a definitiva decisão: babá não entra na água nem para salvar criança se afogando.
4. O que aqui se discute é porque continuamos a ser tão desiguais. Cidadania exige o exercício do espírito comunitário. Se por uma série de circunstâncias históricas o brasileiro não conseguiu ocupar o palco dos acontecimentos políticos e sociais, nem se converter em ator do próprio enredo pela cidadania, que pressupõe esse espírito comunitário, ele acaba por se projetar nos ídolos e sonha em se tornar um deles.
5. É um tipo de conquista individualista que reflete a falta de laços coletivos, porque sempre idealizamos algo que esta externo a nós.
6. O que nos é, de certa forma externo, à exceção dos laços coletivos do mesmo grupo ou tribo? Uma das respostas é  não se converter em ator do próprio enredo, mas sim ver-se no outro. O brasileiro ama o personagem que, por um golpe de sorte ou graças a “genialidade” no que faz, como no exemplo dos jogadores de futebol e artistas (incluindo os MCs do funk ostentação), tenha poder – não o político, mas o poder como acesso irrestrito às fontes de prazer. Um prazer de valor imediato, que se pode comprar, usufruir e abandonar.
7. A mídia amplifica o triunfo e aumenta a popularidade do personagem, alvo da inveja e do desejo. Ficam as telinhas eletrônicas e as páginas impressas repletas de “personagens famosos” que se encarregam de representar a soma de todas as qualidades “humanas” e de alegria de viver, ausentes do cotidiano da maioria dos indivíduos, relegados a papéis secundários.
8. Aqui frutifica o que se encontra no mundo das representações – da própria vida! – que é o espetáculo.
9.  Vemos, ouvimos, lemos. E calamos. Rara vez há algum tipo de reação nevrálgica ao que nos é imposto. Nos agarramos ao controle remoto, que nos permite controlar o mundo (ou o que a sociedade de consumo nos diz que é o mundo). Chegamos à porta trancada do quarto, depois de trancar a porta da casa, tendo atravessado a grade do prédio que, trancada, nos alivia, momentaneamente, dos perigos trovejados em nossos ouvidos. Tenha pânico: não reaja a nada. Com a imagem (e a idealização que dela fazemos) estamos salvos e libertos. Ficamos imersos na passividade da contemplação, nos tornando ainda mais isolados uns dos outros.
10. Não criamos nenhum tipo de laço verdadeiramente solidário. Com este sem-número de regras e olhando (para o bem ou para o mal) apenas para o outro, deixamos de ser autores de nosso próprio enredo. E de um enredo que dê sentido à nossa história comunitária como povo e nação.

Ainda a carnificina no Distrito Federal de Agnelo Queiroz e os feiticeiros que gostam de fazer proselitismo em quartel

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A escandalosa violência no Distrito Federal, a região com a maior renda per capita do país, é a prova mais cabal da falência do petismo em matéria de segurança pública. Já demonstrei aqui, na sexta, o que se passa nos estados governados pelo PT. É claro que não são os únicos violentos do país — a unidade da Federação que lidera em número de mortos por 100 mil habitantes é Alagoas, governado pelo tucano Teotônio Vilela Filho. Pode-se acusá-lo de não ter resolvido a questão, historicamente escandalosa. Ocorre que, no caso do petismo, dá-se algo um pouco diferente: nas mãos de seus “especialistas”, a violência explode. O caso mais gritante, nesse sentido, é a Bahia. O Distrito Federal merece destaque porque a área é localmente governada pelo PT — Agnelo Queiroz — e está, obviamente, sob a proteção federal porque ali está a sede administrativa do país, também nas mãos do partido.
O que estou dizendo, meu caros, é que o cheiro de sangue chega ao gabinete de Dilma. O cheio de sangue chega ao gabinete de José Eduardo Cardozo — que, pateticamente, disse que poderá colaborar se o governador lhe pedir ajuda. É mesmo? Então ele não está vendo o que se passa à sua volta? Provavelmente, não! Essa gente anda protegida com tantos seguranças que coisas assim não parecem urgentes.
Que é que há? Então o Distrito Federal teve, em 2012, 32,1 Crimes Violentos Letais Intencionais por 100 mil habitantes (o CVLI inclui latrocínios e homicídios dolosos), quando a média brasileira, que já é escandalosa, foi de 25,8, e o governo federal, que está ali, no caldeirão, não se interessou pelo caso? Os números são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Mata-se no Distrito Federal, proporcionalmente, quase o triplo do que se mata em São Paulo, e todos decidiram silenciar? E que se note: em 2012, a PM do DF ainda não estava fazendo a tal “Operação Tartaruga”, como faz agora.
O peso da demagogia
Ah, meus caros, eu já tratei desse assunto aqui faz tempo, sabem? Vou ter de refrescar a memória de vocês. A PM do Distrito Federal é a mais bem paga do país. O dinheiro sai dos cofres federais. Adivinhem quem está na raiz do proselitismo em porta de quartel… Vejam este vídeo. Explico em seguida.

No dia 8 de maio de 2008, o Apedeuta assinou a Medida Provisória 426, que concedia reajuste de 14,2% aos 28 mil policiais militares e bombeiros do Distrito Federal, extensivo aos que já estavam na reserva. O aumento era retroativo a fevereiro, e o atrasado, pago numa vez só. O piso dos coronéis da PM do DF passou, aquele ano, para R$ 15.224, e o dos soldados, R$ 4.117. Hoje, deve ser maior. Pesquisem aí. Por que por Medida Provisória? Justamente porque os gastos com segurança, saúde e educação do Distrito Federal são bancados por um Fundo Constitucional. Vale dizer: saem dos cofres da União! Fez-se uma grande festa em Brasília.
O “Arruda” a quem Lula se refere é aquele mesmo, o então governador José Roberto Arruda, que já estava nas malhas da Polícia Federal e seria destruído pelos petistas no ano seguinte. Não que não merecesse, como se sabe. A população do DF é que merecia saber quem era o petista Agnelo Queiroz, né? Esse aumento à PM, diga-se, está na origem da tal Proposta de Emenda Constitucional nº 300, a PEC 300? Ela iguala o salário das Polícias Militares de todos os estados ao que se paga no Distrito Federal. E se tornou uma espécie de fomentadora continuada de revoltas das polícias Brasil afora. Como o estados não teriam condições de arcar com o custo, o texto transfere para o governo federal o peso do reajuste. Dilma conseguiu, até agora, impedir a sua aprovação.
Irresponsáveis
Quando os benefícios foram concedidos, com o proselitismo que se vê, não se estabeleceu um programa de metas para a redução da violência, por exemplo — e o Distrito Federal, em 2008, já exibia índices alarmantes. Estava na cara que algo de muito ruim se passava por lá.
E, como o PT não aprende, no vídeo abaixo, vocês veem Agnelo Queiroz fazendo proselitismo numa reunião de policiais e bombeiros, durante a campanha eleitoral.
http://www.youtube.com/watch?v=0VQRxJJH4wE
AssombroOs leitores sabem o que eu penso. Sou contra greve de funcionário público. A razão é simples: quem paga o pato é o povo. E, obviamente, sou especialmente contrário a manifestações grevistas e assemelhados de policiais. Gente que é armada pelo estado, entendo, não pode ter esse direito.
Atenção, meus caros, o número de mortes violentas no Distrito Federal chegou a 73 no mês passado.  É um escândalo? É, sim, mas tenho algo a lhes dizer: já era antes. Em 2012, houve 839 mortes violentas no DF — e não havia Operação Tartaruga: uma média de 70 por mês.
Não é de hoje que a situação está fora de controle. Atenção, segundo o Mapa da Violência, no ano em que Lula concedeu aquele grande reajuste à PM, 2008, a taxa de homicídios no DF era de 34,1 por 100 mil habitantes. No ano seguinte, saltou para 39,2, caindo para 34,2 em 2010, mas ainda superior à de 2008.
Não há dinheiro que compense a incompetência, e não há mal que a demagogia não possa tornar pior. Com a palavra, o sempre loquaz José Eduardo Cardozo.
Por Reinaldo Azevedo

O Distrito Federal entregue ao crime. Ou: Os reiterados desastres dos governos petistas na segurança pública. Ou: Máquinas de produzir cadáveres

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Agnelo Queiroz: incompetência comprovada também na segurança pública
Agnelo Queiroz: incompetência comprovada também na segurança pública
Os governos petistas são notavelmente incompetentes em várias áreas, mas em nenhuma eles conseguem ser tão ruins como na segurança pública. Atenção! O Distrito Federal tem a renda per capita mais alta do país. O Distrito Federal tem a Polícia Militar mais bem paga do país — salário médio de R$ 4.300. O Distrito Federal tem o maior número de policiais militares por habitante: 1 para cada 168. Não obstante, a região vive um impressionante surto de violência. Os roubos cresceram 22% nos últimos dois anos. Os homicídios, em janeiro, tiveram um aumento de 41% em relação a igual mês de 2013. Desde o fim do ano passado, a PM realiza o que se chama “Operação Tartaruga” — que é, assim, trabalhar com vagar, com moleza. Pedem aumento de salário e mudança no plano e carreira. Os crimes explodiram.
Debaixo do nariz de José Eduardo Cardozo, aquele que gosta de vir dar pitaco na polícia de São Paulo.
Debaixo do nariz de Maria do Rosário, aquela que gosta de emitir notas marotas quando chama de homicídio um suicídio acontecido em São Paulo.
Debaixo do nariz de Dilma Rousseff, aquela que disse esperar explicações sobre suposta ação injustificada da PM de São Paulo — que, na verdade, era a vítima.
Vamos botar números nessa história. Segundo o Anuário de Segurança Pública, o Distrito Federal teve, em 2012, uma taxa de 32,1 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) por 100 mil habitantes, quase três vezes a de São Paulo, que tem menos policiais por habitantes, cuja polícia ganha bem menos e com renda per capita inferior. Os CVLI incluem homicídios dolosos e latrocínios. Sem dúvida, uma polícia bem paga é importante para garantir a segurança pública — mas, sem competência, é inútil. Sem dúvida, uma renda per capita elevada pode contribuir para diminuir certos crimes. Mas, sem competência, é inútil. Sem dúvida, um número maior de policiais é importante para garantir a segurança pública, mas, sem competência, é inútil.
E, está demonstrado, competência, nessa área, o PT não tem. E a prova não está só no Distrito Federal, não. De 2008 a 2012, segundo o mesmo anuário — que é do Ministério da Justiça! —, a taxa de CVLI da Bahia cresceu 30% — de 31,3 por 100 mil habitantes para 40,7. O caso desse estado é mesmo espantoso. Segundo um outro levantamento, o Mapa da Violência, no ano 2000, a Bahia tinha 9,4 homicídios por 100 mil habitantes. Dez anos depois, já havia chegado a 37,7.
Sergipe
O PT governa o Sergipe desde 2007. A taxa de Crimes Violentos Letais Intencionais saltou de 27 por 100 mil habitantes em 2008 para 40 em 20912. É outro escândalo.
Acre
O PT está no poder no Acre há 15 anos. Os Irmãos Viana e Marina Silva são os donos do pedaço. De 2008 para 2012, conseguiu-se reduzir um pouco a taxa dos CVLI: de 26 para 24,2 — ainda assim, mais do que o dobro da de São Paulo.
“Pô, Reinaldo, que história é essa de ficar o tempo todo comparando com São Paulo? Ora, meus caros, a esmagadora maioria dos “especialistas” ouvidos pela imprensa paulistana quando há questões relativas a segurança pública é do PT ou pertence a aparelhos do PT. O partido tem a ambição de conhecer a área. Por que, então, quando lhe é dado governar, consegue implementar uma política que produz o dobro, o triplo e até o quádruplo de cadáveres?
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, Tarso Genro assumiu o poder com uma taxa de CVLI de 17 por 100 mil. Em 2011, ela passou para 17,5 e saltou para 19,8 em 2012. Não tenho os dados de 2013.
Piauí
PT e PSB dividem o governo do Piauí desde 2003. A taxa de CVLI saltou de 9,9 por 100 mil em 2008 para 16,4 em 2012 — e, ainda assim, o anuário inclui o estado entre aqueles cujos dados são de confiabilidade apenas média. Deve ser mais do que isso.
Encerro
A taxa de homicídios dolosos do Estado de São Paulo em 2010 foi de 10,5 por 100 mil. Deve ser a mais baixa do país. Não obstante, a polícia do estado é a que mais apanha do PT — claro! —, das ONGs, dos “advogados ativistas”, do governo federal e também da imprensa.
Se a taxa de homicídios do Brasil fosse igual à de São Paulo, salvar-se-iam por ano perto de 30 mil vidas. Em breve, virá a campanha eleitoral, e o petista Alexandre Padilha tentará dar aula aos paulistas de segurança pública. Vai ver pretende pôr em prática as lições que aprendeu com Agnelo Queiroz, no Distrito Federal, e Jaques Wagner, na Bahia, entre outros especialistas… Dá para tremer só de pensar.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-distrito-federal-entregue-ao-crime-ou-os-reiterados-desastres-dos-governos-petistas-na-seguranca-publica-ou-maquinas-de-produzir-cadaveres/

Joaquim Barbosa, a foto e a baixaria da rede petralha

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Barbosa Mahfuz
Na semana passada, Luiz Inácio Lula da Silva, chefão inconteste do PT, apareceu nas redes sociais falando sobre as maravilhas da Internet. Num vídeo postado em sua página no Facebook, pregou a necessidade de se ter ética, de não usar o meio para caluniar pessoas, para agredir. Observei aqui que Lula se fingia de Madre Teresa de Calcutá para minimizar o uso agressivo que seu partido faz das redes sociais. Se há um grupo organizado que sabe assassinar reputações alheias, convenham, esse grupo é o PT. O partido tem até uma divisão para cuidar do assunto, chamada MAV: Mobilização em Ambientes Virtuais. É uma forma que os militantes do partido têm de ficar molestando as pessoas de que não gostam ou de cujo pensamento discordam.
Pois bem. Um senhor chamado Antonio Mahfuz, dono de uma cadeia de lojas de eletrodomésticos no Brasil que faliu nos anos 90 — as Lojas Mahfuz —, postou no Facebook, em novembro, uma foto (no alto) em aparece ao lado de Joaquim Barbosa com a seguinte legenda: “Renasce a esperança com o justiceiro”.
Pois bem. Ocorre que Mahfuz já foi, sim, um foragido da Justiça em 2007 em razão dos problemas com as suas empresas, ano em que obteve, então, um habeas corpus. Foi o que bastou para a rede petista na Internet e mesmo políticos do partido tentarem ligar o nome do presidente do Supremo a um fugitivo. O ministro foi impiedosamente fustigado pela militância partidária — e tudo por causa do mensalão.
É evidente que, em razão da projeção que teve por causa do julgamento — e dado que milhões de pessoas sentem repulsa por tudo aquilo —, Joaquim Barbosa é uma pessoa popular, conhecida. E, suponho, onde quer que vá e haja brasileiros, sempre haverá alguém querendo tirar uma foto a seu lado. O que isso significa? Nada! A assessoria de Barbosa diz o óbvio: o ministro não conhecia aquele que estava a seu lado. O próprio Mahfuz, em conversa com a Folha, disse não se lembrar direito quando a foto foi feita e deixou claro não ter amizade com o ministro.
Há em fatos assim elementos óbvios: ninguém tira uma foto para que fique escondida, a menos que seja uma imagem roubada, feita sem consentimento. Quem, como é caso, posa para uma imagem sabe que há a possibilidade de ela vir a público. Se o ministro quisesse esconder alguma coisa, o prudente teria sido não ter feito a fotografia.
Isso dá conta, na verdade, de como andam os espíritos e comprova como era falsa aquela beatitude que Lula exibiu no vídeo. A campanha eleitoral de 2014 tem tudo para ser um impressionante festival de baixarias na Internet.

Oito regras para ganhar massa muscular

Atividade física

Algumas medidas ajudam a aumentar os músculos, entre elas seguir uma alimentação adequada e exercitar-se no mínimo três vezes por semana

Vivian Carrer Elias
Massa muscular: manter a frequência da atividade física é um dos segredos para aumentar os músculos
Massa muscular: manter a frequência da atividade física é um dos segredos para aumentar os músculos (Thinkstock)
Os benefícios do ganho de massa muscular vão muito além da estética. O tecido da chamada massa magra apresenta uma atividade metabólica mais acelerada do que a do tecido gorduroso. Portanto, quanto maior o aumento da massa muscular, mais acelerado será o seu metabolismo, o que impacta positivamente todas as funções fisiológicas do organismo: do sono à eliminação de gordura corporal e controle do colesterol.
Porém, engana-se quem pensa que a gordura é capaz de se transformar em músculo e vice-versa. Ou seja: emagrecer não implica necessariamente ganho de músculos. “São dois processos diferentes, e os estímulos que levam a cada resultado são distintos”, explica o fisiologista da Unifesp Turíbio Leite de Barros. “Queimar calorias exige um aumento do metabolismo de todo o corpo, que usa o seu combustível para remover a gordura estocada. E isso acontece com os exercícios aeróbicos.”
O processo do corpo que leva ao aumento da massa muscular, por outro lado, acontece dentro das células do músculo. Quando uma pessoa realiza um exercício de força em um determinado grupo muscular, ela ativa enzimas presentes dentro dessas células que são responsáveis pela síntese de proteína. “Com as enzimas trabalhando em ritmo mais acelerado, aumenta-se a velocidade da síntese de proteínas. E essas proteínas são o que chamamos depois de massa muscular”, diz Barros.
Bom para todos — Segundo o médico, todas as pessoas têm condições de aumentar a massa muscular, mas não na mesma intensidade. “Existem diferenças genéticas que aumentam ou diminuem a propensão a ganhar músculos. A genética de cada um leva a resultados diferentes, mesmo que dois indivíduos sigam o mesmo programa de atividades”, diz. Uma maior ou menor propensão a engordar, no entanto, não interfere na capacidade de uma pessoa aumentar sua massa muscular. “Há pessoas com facilidade para emagrecer que, no entanto, têm dificuldades em aumentar os músculos, por exemplo”, explica Barros.
Para especialistas, uma pessoa que segue as recomendações para ganho de massa muscular apresenta resultados visíveis após, em média, oito a dez semanas. No entanto, alcançar os objetivos não significa que uma pessoa possa deixar de praticar exercícios físicos sem perder o que foi conquistado. “É difícil determinar quando uma pessoa começa a perder massa muscular depois de deixar de se exercitar, mas é muito rápido. Os músculos não se mantêm como estão espontaneamente.”

Faça algum tipo musculação

Fazer musculação não significa necessariamente levantar peso em máquinas de academia. "Musculação é um termo genérico que significa qualquer atividade que promova um estímulo localizado em determinados grupos musculares", explica Turíbio Leite de Barros, professor da Unifesp e fisiologista do Instituto Vita. "O tipo de exercício mais comum para aumentar a massa muscular é o levantamento de peso. Mas outras atividades também são eficazes, embora muitas vezes promovam aumento da massa muscular em menor escala. A corrida, por exemplo, é um exercício aeróbico, mas que fortalece a musculatura dos membros inferiores.”


Evite exercícios aeróbicos antes dos musculares

Se a prioridade é ganhar massa muscular, o ideal é fazer o treino de força antes ou intercalado com os exercícios aeróbicos, como a corrida. "A pessoa terá mais energia para puxar peso se começar pela musculação. Quando for para a esteira, estará com o corpo aquecido, o que elevará a queima de calorias e gordura", diz Vladimir Modolo, educador físico e mestre em fisiologia pela Unifesp. "Se ela fizer o contrário, o corpo vai demorar mais para começar a queimar calorias no exercício aeróbico e ficará mais cansado para o treino de musculação, de modo que o rendimento será pior." Para o fisiologista Turíbio Leite de Barros, treinos que intercalam exercício aeróbico com trabalho de força, como os circuitos, também surtem efeitos positivos. "Por serem dinâmicos, são mais motivadores para pessoas com dificuldade em passar muito tempo fazendo apenas musculação ou esteira."


Varie os exercícios

"Nosso organismo sempre trabalha para que o exercício seja confortável para ele", explica Vladimir Modolo.Isso é ruim porque, na zona de conforto, os músculos não crescem. "Algumas estratégias para driblar esse mecanismo incluem aumentar o peso dos exercícios e trocar o tipo de atividade para um grupo muscular a cada três ou quatro semanas. Assim, o organismo sempre estará em busca de adaptação."


Vá à academia no mínimo três vezes por semana

Para alcançar um bom resultado, é preciso exercitar-se no mínimo três vezes por semana. De acordo com Vladimir Modolo, seguindo essa frequência, os resultados se tornam visíveis, em geral, depois de oito a dez semanas. "Mas muitas vezes é possível sentir a evolução antes disso ou a cada treino."

Dê descanso ao músculo

Embora a prática de atividade física tenha de ser frequente, o mesmo grupo muscular não deve ser exercitado dois dias seguidos. "A musculação causa microlesões no músculo. O dia de descanso é importante para que a proteína chegue ao músculo e o regenere, levando ao aumento da massa muscular", diz o educador físico Vladimir Modolo. "Sem o dia de descanso, não há tempo para o músculo se recuperar." Se o treino for diário, é necessário alternar o trabalho de cada grupo muscular. "Deve-se, por exemplo,exercitar os braços em um dia e as pernas no outro", explica Turíbio Leite de Barros.


Alimente-se adequadamente

O corpo precisa de energia para se exercitar. Antes da atividade física, carboidratos são bem-vindos, de preferência os complexos, como batata doce e pão integral, não o açúcar simples. Depois do exercício, o corpo precisa repor a energia que gastou com mais carboidrato, e restaurar a integridade do músculo, função exercida pela proteína. "Uma pessoa normal deve ingerir, em média, 1 grama de proteína por quilo de seu peso total. Mas quem deseja aumentar a massa muscular pode elevar essa ingestão para 1,5 a 2 gramas de proteína por quilo de peso", diz Vladimir Modolo. Evitar gordura, açúcar e sal – regra que vale para praticamente qualquer pessoa – é especialmente importante para quem quer conquistar músculos.


Comece aos poucos

Pessoas que não estão acostumadas a praticar musculação não devem iniciar um treino de hipertrofia de cara, por mais que o objetivo seja ganhar massa muscular. "O ideal é que os exercícios musculares comecem com um maior número de repetições e pouco peso. Com o tempo, a tendência é que esse quadro se inverta: o peso aumenta e as repetições diminuem", diz Turíbio Leite de Barros. Iniciantes costumam iniciar o treino com três séries de doze a quinze repetições.

Ao atingir o objetivo, não deixe de se exercitar


Conquistar o corpo que sempre quis não significa que você pode deixar de se exercitar. "Engana-se quem pensa que os músculos se mantêm espontaneamente. Uma pessoa que parar de praticar atividade física vai perder a massa muscular que ganhou. É preciso continuar com os treinos e com a alimentação adequada", diz o fisiologista Turíbio Barros.

Guia de corrida para iniciantes

Atividade física

Correr proporciona muitos benefícios à saúde, mas é preciso responsabilidade para ingressar no esporte sem correr o risco de sofrer lesões

Vivian Carrer Elias
Corrida: Atividade é benéfica para o coração, controle do peso e condicionamento físico
Corrida: Atividade é benéfica para o coração, controle do peso e condicionamento físico (Thinkstock)
São inúmeros os motivos para adotar a corrida no dia a dia. A prática ajuda a manter o peso, cuidar da saúde do coração, melhorar o condicionamento físico e aumentar a longevidade. Comparado com outros esportes, a corrida tem a vantagem de poder ser praticada em qualquer lugar e de requerer apenas um acessório: um par de tênis. 
"A corrida melhora o sistema cardiovascular como um todo, reduz o colesterol e controla a pressão arterial, evitando uma série de doenças", diz Turíbio Leite de Barros, fisiologista do esporte da Unifesp e coordenador do Instituto Vitta. "Além disso, a atividade contribui para diminuir a gordura e aumentar a massa magra, o que é sinônimo de melhor saúde."
Apesar de todos os benefícios e facilidades, é preciso ter cautela antes de começar a correr, já que se trata de um esporte de alta intensidade e impacto para as pernas. Nem todos estão autorizados a aderir a esse exercício – pessoas com algumas doenças cardíacas e problemas ortopédicos colocam a saúde em risco se praticarem corrida.
O ingresso na modalidade deve ser precedido de uma fase de preparação para diminuir o risco de lesões e melhorar o desempenho na atividade física. Essa fase pode incluir semanas de treinos de caminhada ou de trabalho de fortalecimento muscular. Sedentários, obesos e idosos estão entre os que devem fazer treinos preparatórios.
Uma visita ao médico e o auxílio de um profissional da educação física são essenciais para minimizar o risco de lesões e outras complicações de saúde. Também é preciso ter em mente que cada iniciante tem um ponto de partida e deve respeitar os limites do corpo para que uma atividade tão benéfica e prazerosa não se transforme em uma ameaça ao organismo.
Guia de corrida para iniciantes
Existem regras básicas que valem para todos os iniciantes na corrida – independentemente de idade, condicionamento físico e histórico de saúde. A primeira delas: embora a corrida seja um esporte prático que não exige equipamentos, é preciso ter um bom tênis. Não precisa ser o modelo mais caro ou mais novo da loja – basta que ele tenha bom amortecimento e seja confortável. Além disso, é indicado que pessoas que praticam corrida sigam uma planilha para controlar a evolução dos treinos. "O ideal é ter uma planilha feita por um professor. Mas, se não for possível, seguir treinos prontos publicados em revistas, por exemplo, é sempre melhor do que não seguir nenhum", diz o educador físico Renato Dutra. Conhecer o seu próprio condicionamento físico é essencial para saber o ponto de partida da corrida – se mais moderado ou intenso. Por fim, alimentação e hidratação são essenciais antes, durante e depois da prática. "O ideal é beber 200 mililitros de água ou isotônico a cada 15 minutos de corrida", diz o nutrólogo Celso Cukier.

Sedentários com sobrepeso ou obesidade

A corrida é um esporte de impacto para as pernas. A sobrecarga no joelho e o risco de lesão são maiores para praticantes despreparados que têm sobrepeso ou obesidade. Isso não quer dizer que quem está fora de forma nunca poderá correr. O ideal é que, antes de dar os primeiros trotes, essas pessoas percam peso e pratiquem algum exercício que não cause impacto no joelho. "Elas não devem começar caminhando. O mais seguro é iniciar com treinos de bicicleta de 30 a 60 minutos, entre três e quatro vezes por semana, durante um a dois meses", diz o educador físico Renato Dutra. Após esse período, o praticante pode passar a fazer caminhadas com a mesma frequência. Somente depois dessa adaptação é indicado inserir a corrida nos treinos, mas sempre com a orientação de um profissional.

Sedentários e magros

Pessoas sedentárias precisam fazer uma preparação antes de começar a correr, já que a corrida é uma atividade que exige força na musculatura da perna e condicionamento cardiorrespiratório. Como o iniciante magro não corre o risco de sobrecarregar o joelho com o excesso de peso, ele já pode começar com treinos com caminhadas. O ideal é caminhar entre 30 e 50 minutos, de três a cinco vezes por semana, durante quatro a seis semanas. "Depois dessa fase, ele pode fazer treinos intercalando 1 ou 2 minutos de corrida leve com 4 ou 5 minutos de caminhada rápida, totalizando entre 30 e 40 minutos cada treino", diz o educador físico Renato Dutra.

Praticantes de atividades físicas diferentes da corrida

Um dos tipos mais perigosos de iniciantes é o de praticantes de exercícios sem impacto, como a natação ou bicicleta. Eles têm condicionamento cardiorrespiratório suficiente para aguentar longos treinos, mas um aparelho locomotor despreparado para atividades de impacto. Consequentemente, esses indivíduos tendem a correr muito porque têm fôlego, o que os expõe a um risco maior de lesão. É preciso fazer uma transição antes de começar a correr. "Se não houver histórico de lesão, essas pessoas já podem começar com uma ou duas sessões semanais de treinos que intercalam 1 a 3 minutos de corrida com 2 a 4 minutos de caminhada. O tempo total desse treino deve ser de 30 a 40 minutos", diz Renato Dutra. Depois daí, a evolução do treino dependerá do desempenho de cada aluno.

Praticantes de exercícios de explosão

Essas pessoas estão acostumadas com a corrida, pois praticam esportes como futebol ou tênis, que exigem que elas corram. Nesse caso, a progressão dos treinos de corrida não precisa ser tão lenta. O educador físico Renato Dutra sugere que o treino inicial seja de 15 a 20 minutos de corrida contínua e feito entre duas e três vezes por semana.

Grávidas

A possibilidade de mulheres praticarem corrida durante a gravidez varia de acordo com as condições da gestação e do condicionamento físico de cada uma. "Grávidas que tiveram sangramento vaginal no início da gestação, que apresentam alguma área de descolamento da placenta ou que têm outra contraindicação para atividade física precisam de repouso", diz Mário Martinez, chefe da equipe de ginecologia e obstetrícia do Hospital São Luiz, em São Paulo. Segundo Martinez, gestantes que não apresentam problemas como esses podem, de maneira geral, praticar exercícios, inclusive a corrida. "Mas é preciso ter bom senso. Uma coisa são as grávidas que estão acostumadas a praticar esportes. Já as que sempre foram sedentárias não devem começar correr na gravidez", diz. O ideal é que as gestantes consultem um cardiologista ou um obstetra para saber se estão autorizadas a correr.

Idosos

De uma maneira geral, idosos estão liberados a praticar corrida — mesmo com o início tardio no exercício, esse grupo pode obter muitos benefícios à saúde. Uma pesquisa britânica publicada em 2013 mostrou que pessoas que passam a se exercitar na faixa dos 60 anos têm o triplo de chance de envelhecer sem doenças crônicas, grandes limitações físicas ou problemas cognitivos e mentais graves comparadas àquelas que permanecem sedentárias. Idosos, porém, devem ingressar na corrida com cautela. Segundo o educador físico Renato Carvalho do Nascimento, é fundamental que eles pratiquem, primeiro, caminhada. "Isso vai ajudá-los a trabalhar força, flexibilidade e consciência corporal", diz. O ideal é que idosos sedentários pratiquem entre 30 e 45 minutos de caminhada três vezes por semana até que tenham condições de realizar treinos que intercalem caminhada e corrida. A indicação da mudança de treino deve ser feita por um profissional a partir do condicionamento de cada um.
Fontes: Mário Martinez, chefe da equipe de ginecologia e obstetrícia do Hospital São Luiz; Renato Dutra, professor de corrida e diretor da Run&Fun assessoria esportiva; Renato Nascimento, personal trainer; Turíbio Leite de Barros, fisiologista do esporte da Unifesp e coordenador do Instituto Vitta; Wanderlei Oliveira, técnico de atletismo

Filho de Coutinho sofreu surto psicótico, diz delegado

Crime

Segundo titular da Divisão de Homicídios do Rio, não há dúvidas de que o filho do cineasta é autor da morte do pai e da tentativa de homicídio da mãe

Pamela Oliveira, do Rio
Pamela Oliveira
Rivaldo Barbosa, diretor da Divisão de Homicídios do Rio (Pamela Oliveira)
Daniel de Oliveira Coutinho, de 41 anos, sofreu um surto psicótico na manhã deste domingo, afirmou Rivaldo Barbosa, delegado titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, em entrevista ao site de VEJA. De acordo com o Barbosa, não há dúvidas de que o jornalista é o autor da morte do pai, o cineasta Eduardo Coutinho, de 80 anos, e da tentativa de homicídio da mãe, Maria das Dores de Oliveira Coutinho, de 62 anos.
Coutinho, o filho, matou o pai a facadas e atingiu a mãe. Maria das Dores passou por cirurgia e está em estado grave no Hospital Miguel Couto. De acordo com Barbosa, Daniel tentou tirar a própria vida com duas facadas no abdômen. A mãe conseguiu fugir do filho ao se trancar no banheiro, de onde ligou para um irmão do jornalista. Após a tragédia, Daniel procurou os vizinhos pedindo para que eles ligassem para o Corpo de Bombeiros.     
"Daniel falava coisas desconexas", afirmou o delegado. Ainda de acordo com Barbosa, o jornalista disse aos vizinhos: "Eu libertei meu pai e minha mãe. Eu tentei me libertar, me furei duas vezes e não aconteceu nada." As duas facas do crime foram encontradas no quarto de empregada da residência.
O filho de Coutinho está sob custódia da polícia no Hospital Miguel Couto, onde segue internado. Segundo o delegado, uma perícia será realizada no apartamento da família. Até o momento, a polícia ouviu quatro testemunhas. Um psicólogo será enviado ao hospital para avaliar a saúde mental de Daniel.  
"O que aconteceu na manhã deste domingo é a expressão genuína da palavra tragédia. Um filho matou o pai, tentou matar a mãe e depois tentou tirar a própria a vida", disse o delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro.  Daniel foi indiciado por homicídio doloso e tentativa de homicídio doloso.