quinta-feira 29 2013

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Ricardo Teixeira: ação entre parceiros
Andre Laport, implicado no caso revelado hoje pela Folha de S. Paulo e que envolve Ricardo Teixeira e Sandro Rossell, presidente do Barcelona, é sócio do Goldman Sachs e principal executivo da mesa do banco no Brasil. Laport é suspeito de ter aberto duas contas a familiares de Teixeira no GS.
Folha de S. Paulo revelou hoje que a Ailanto Marketing Ltda., de Rossell, pagou 2,8 milhões de reais a uma empresa da mulher de Ricardo Teixeira.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/futebol/ricardo-teixeira-sandro-rossell-e-presidente-do-goldman-sachs-no-brasil-agiram-juntos/

Procurador pede aumento igual ao solicitado pelo STF

 Por DAIENE CARDOSO, estadao.com.br
Assim com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal encaminhou hoje (29) à Câmara...


Assim com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal encaminhou hoje (29) à Câmara dos Deputados um projeto de lei que eleva a R$ 30.658,42 o salário do procurador-geral da República. Segundo o projeto, o impacto da proposta será de R$ 51.542.337,00 no Orçamento do Ministério Público da União.
No projeto de lei encaminhado pela procuradora-geral em exercício, Helenita Caiado de Acioli, o Ministério Público pede a recomposição das perdas sofridas pelo processo inflacionário no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013.
O valor requerido é resultante da aplicação do porcentual de 4,06% ao subsídio previsto para vigorar a partir de janeiro do próximo ano (R$ 29.462,25). A justificativa do projeto diz que a estimativa do IPCA para 2013 é de 5,8% e o índice já concedido pela lei 12.770, de dezembro passado, é de 5%.

Alves diz que contestará recurso de Donadon por salário

 Por WILSON TOSTA, estadao.com.br
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quinta-feira, 29, que a Casa contestará...



O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quinta-feira, 29, que a Casa contestará nesta sexta-feira, 30, o mandado de segurança impetrado pelo deputado Natan Donadon (sem partido-RO) contra a decisão da Mesa Diretora que lhe cassou o direito a salário, verba indenizatória, apartamento funcional e gabinete. O parlamentar teve cassadas essas prerrogativas porque, segundo Alves, as perdeu por ter sido condenado por decisão transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) - ele cumpre prisão em regime fechado na Papuda, em Brasília. A Câmara foi intimada nesta quinta-feira, 29, a se manifestar no processo relatado pelo ministro José Dias Toffoli, no prazo de 72 horas.
"Ele está requerendo direito ao salário, à verba indenizatória, ao apartamento funcional e ao gabinete. Tinha sido suspenso, por ele não estar no exercício do mandato, portando não merecia as prerrogativas do mandato parlamentar", disse Alves, após encontro, na prefeitura do Rio, com o prefeito Eduardo Paes (PMDB). "Entrou com ação recorrendo da decisão da Mesa Diretora. O ministro Toffoli é o relator. Mandou ouvir a Câmara, dentro do prazo de 72 horas para nos manifestarmos. Hoje mesmo, no mais tardar amanhã de manhã, a Câmara estará respondendo, mantendo a posição da Mesa Diretora."
A Mesa Diretora também convocou o suplente de Donadon, Amir Lando (PMDB-RO), porque, afirmou, nem a Câmara, nem Rondônia podem ficar com um deputado a menos do que o estabelecido em lei. A situação, assim, ficou ainda mais confusa, já que, formalmente, as Casa e o Estado ficarão com um deputado a mais.
Alves disse que não colocará para votar novos processos de cassação de mandato enquanto esse tipo de votação for feita sob voto secreto. A mudança em tese pode afetar o destino dos deputados condenados no processo do mensalão, mas o presidente da Câmara não quis falar especialmente sobre esse caso.
"Cada dia sua agonia", afirmou. "Vamos aguardar que esse processo se conclua." Ele ressaltou que o voto secreto para cassação de mandatos "não foi uma boa experiência" e lembrou que uma comissão especial já trabalha em um projeto para instituir o voto aberto.
"A Comissão especial ainda não concluiu seu trabalho, mas está em andamento esse processo, e deverá ir a voto muito brevemente", prometeu.

Deputados dizem que voto de Donadon viola regimento

Por AE, estadao.com.br
Na tentativa de anular a sessão que absolveu o deputado Natan Donadon (sem partido-RO), dois deputados questionaram...



Na tentativa de anular a sessão que absolveu o deputado Natan Donadon (sem partido-RO), dois deputados questionaram à Mesa Diretora o fato de ele ter votado na sessão que decidiu o próprio futuro. Os deputados Simplício Araújo (PPS-MA) e Amauri Teixeira (PT-BA) argumentam que a participação de Donadon no próprio julgamento viola o regimento da Câmara.
A Secretaria-Geral da Mesa sustenta que não houve irregularidades. Pelo regimento, "é vedado o acolhimento do voto do deputado representado". Durante a sessão, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que não computaria o voto. Tanto que na proclamação do resultado anunciou 130 votos pela absolvição enquanto o painel mostrava 131. No entendimento da Mesa, não seria possível acolher, mas não há previsão de impedi-lo de votar.
Também na tentativa de reverter a decisão, o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), protocolou mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a sessão seja anulada porque no entendimento dele a Câmara poderia apenas decretar a perda do mandato, sendo incorreto o procedimento de pôr o processo para votação em plenário. O PPS também anunciou recurso ao Supremo.

Leandro Karnal:O pecado envergonhado a inveja e a tristeza sobre a felic...



Artes visuais

O gênio de Leonardo da Vinci brilha em mostra em Veneza

Exposição reúne 52 desenhos do mestre renascentista, entre eles esboços dos clássicos 'A Última Ceia' e 'Homem Vitruviano'

Imagem da exposição 'Leonardo da Vinci, L'Uomo Universale' (Leonardo da Vinci, o Homem Universal), que acontece  29 de agosto a 1º de dezembro, na Gallerie dell'Accademia, em Veneza, Itália

Imagem da exposição 'Leonardo da Vinci, L'Uomo Universale' (Leonardo da Vinci, o Homem Universal), que acontece 29 de agosto a 1º de dezembro, na Gallerie dell'Accademia, em Veneza, Itália - Marco Secchi/Getty Images

O gênio do Renascimento, Leonardo da Vinci (1452-1519), brilha mais uma vez em Veneza com uma exposição que reúne 52 desenhos de um dos artistas mais talentosos da história, admirado pela capacidade de combinar arte com ciência, beleza com mecânica, natureza com proporções, corpo com alma. Os desenhos, de caráter artístico e científico, foram realizados pelo mestre italiano entre 1478 e 1516. As imagens foram cedidas por importantes museus da Itália e por prestigiosas coleções privadas, entre elas a da família real britânica de Windsor, a do Ashmolean Museum, a do British Museum e a do Louvre de Paris.

A exposição abriu as portas ao público nesta quinta-feira na Academia de Veneza, onde ficará em cartaz até dezembro, sob o título Leonardo da Vinci, L'Uomo Universale (Leonardo da Vinci, o Homem Universal). Pela primeira vez em 30 anos, o público poderá admirar o célebre desenho do Homem Vitruviano, com notas anatômicas escritas pelo mestre renascentista, que preenchia cadernos com múltiplas observações, escrevia cartas, elaborava croquis e cópias de obras consultadas nas bibliotecas das cidades que visitava.
"Os desenhos foram expostos de maneira que possam ser observados dos dois lados, algo muito raro. É como folhear seu diário íntimo, entrever seu pensamento e seu modo de trabalhar", diz a curadora da exposição, Annalisa Perissa. Admirar o diário pessoal do símbolo indiscutível do homem do Renascimento, considerado um gênio universal por seu talento em várias disciplinas e sua curiosidade infinita, é uma viagem pelo mundo criativo de um dos artistas mais interessantes da história. O arquiteto, botânico, científico, escritor, escultor, filósofo, engenheiro, inventor, músico, poeta e urbanista pinta, apaga, corrige, escreve, pensa, pula de uma ideia para outra.
Os minúsculos desenhos a lápis realizados em apenas uma folha, alguns a carvão, com pontas metálicas e também sanguínea (uma espécie de giz vermelho, que mistura de caulino e hematita) incluem perfis de rostos humanos, alguns muito estranhos, variedades de flores, formas geométricas, cálculos e anotações. "Há 25 desenhos que nunca haviam sido expostos desde 1980. É uma chance única poder admirá-los todos juntos", comenta Annalisa.
A sabedoria do mestre, a serviço da arte, é descoberta com os desenhos preparatórios para A Última Ceia, que retornarão, assim como as demais obras expostas, a arquivos climatizados e não poderão ser expostos antes de cinco anos. "Serão conservados a uma temperatura e com umidade constante, no escuro, em condições de segurança máxima", afirma a curadora. Ao lado do magnífico Homem Vitruviano, emblema da perfeição e do equilíbrio entre mente e corpo, estão expostos dois estudos procedentes da Biblioteca Real de Turim e da coleção da família Windsor. "No total, apresentamos onze estudos sobre a proporção que jamais haviam sido expostos juntos", destaca Perissa.
A mostra, dividida por temas, começa com uma área dedicada à botânica, com vários estudos de flores, retratos de pessoas e nuvens curiosas, em uma espécie de convite a navegar pela imaginação do artista. Dez desenhos permitem reconstruir a preparação e a execução de "A Batalha de Anghiari", uma pintura mural imponente de 7x17 metros, realizada em Florença enquanto Michelangelo pintava "A Batalha de Cascina" na parede oposta. As duas obras se perderam e a pintura de Leonardo da Vinci é conhecida apenas graças, justamente, aos croquis preparatórios e cópias.
"Se fossem só desenhos, a exposição poderia ser menos atrativa. Na realidade, ela vai além, porque nos permite analisar e ler o processo criativo do artista e sobretudo de um gênio extraordinário como Leonardo", afirma Giovanna Damiani, diretora do Departamento de Museus de Veneza. Ao precursor de várias máquinas modernas e armas, a exposição dedica uma área que inclui estudos sobre uma hipótese de carro armado: várias criações que traçam o perfil de um artista único.
(Com agência France-Presse)

Janot: Perda de mandato é 'pacote a ser desembrulhado'

Por ERICH DECAT, estadao.com.br
A falta de uma definição de quem tem a prerrogativa para decidir sobre perda de mandato de um parlamentar condenado...



A falta de uma definição de quem tem a prerrogativa para decidir sobre perda de mandato de um parlamentar condenado na Justiça é considerada pelo subprocurador Rodrigo Janot um dos problemas jurídicos que deverão ser "desembrulhados".
Indicado pela presidente Dilma Rousseff para comandar o Ministério Público Federal, Janot foi sabatinado nesta manhã na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e aprovado por 22 votos a favor e 2 contrários.
Questionado pelos senadores sobre qual entendimento teria sobre a prerrogativa da perda de mandato, Janot lembrou que o tema ainda não tem uma definição. No início de agosto, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenaram, por unanimidade, o senador Ivo Cassol (PP-RO) pelo crime de fraude a licitações quando era prefeito da cidade de Rolim de Moura (RO). Na ocasião, a Corte também entendeu que a perda imediata do mandato do senador deveria ser decidida pelo Congresso.
O entendimento do Supremo, no caso de Cassol, contrariou o que foi pacificado no julgamento do mensalão, no ano passado. À época, os ministros haviam decidido, por cinco votos a quatro, que os parlamentares perderiam o mandato automaticamente quando fossem condenados.
"Esse pacote vamos ter que desembrulhar. Vejo assuntos jurídicos relevantes que não têm nenhuma resposta agora. Vamos ter que compatibilizar a existência de um mandato com a perda dos direitos políticos, que é consequência lógica de uma sentença condenatória'', disse Janot na sabatina. "Vamos ter que compartilhar o parlamentar à restrição da liberdade ambulatória dele com a ausência nas sessões do Congresso. São vários os problemas jurídicos que daí decorrem, e é esse pacote que teremos que desembrulhar", acrescentou.
O subprocurador também foi questionado sobre a situação dos médicos estrangeiros que deverão participar do Programa Mais Médicos, criado pelo governo federal. "A questão está muito conturbada, muito discutida. Tem vários ingredientes nessa discussão. Tem vários procedimentos já sendo instaurados no âmbito do Ministério Público do Trabalho para analisar isso. Para eu não ser leviano, temos que ter as circunstâncias que vieram e não as circunstâncias do calor do debate, mas essas apuradas no foro próprio", afirmou.

Veja lista dos deputados que não votaram na cassação de Donadon

29/08/2013 11:45 | Por estadao.com.br
Durante a sessão, 50 parlamentares que registraram presença em plenário deixaram de votar; outros 54 nem sequer apareceram



Veja lista dos deputados que não votaram na cassação de Donadon
"A sessão não contou com o voto de 104 parlamentares"
A sessão de votação para decidir pela cassação ou não do mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO) não contou com o voto de 104 parlamentares. Desses, 50 chegaram a registrar presença em plenário, mas não votaram. Os demais não compareceram.

Na contagem final, a maioria dos deputados votou pela cassação, mas o número foi inferior ao mínimo exigido pelo regimento da Câmara (257 votos, o equivalente a maioria mais 1 de todos os parlamentares da Casa. Dos 405 deputados que votaram, 233 foram favoráveis, 24 a menos do que o necessário. A votação é secreta e por essa razão não é possível saber quem votou contra ou a favor. Por decisão do presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Donadon ficará afastado e o suplente, deputado Amir Lando (PMDB-RO), assumirá no lugar. A posse será nesta quinta-feira, 29.
Entre aqueles que compareceram à sessão, mas deixaram de registrar voto estão deputados como Jaqueline Roriz (PMN) - que escapou de processo de cassação em 2011 -, Valdemar Costa Neto (PR) - condenado no processo do mensalão -, Paulo Maluf (PP-SP), Marco Feliciano (PSC-SP) e Gabriel Chalita (PMDB-SP). Dos 14 partidos cujos deputados deixaram de votar, o PT foi o que registrou mais faltantes, com 11 parlamentares. Entre eles está João Paulo Cunha (SP), também condenado no processo do mensalão.
O resultado pela manutenção do mandato de Donadon, preso há dois meses, pode favorecer os parlamentares envolvidos no mensalão que, mesmo condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), poderão continuar a exercer o cargo.
Somados aos 11 petistas, outros 9 deputados do partido faltaram à sessão. Com 21 baixas, o PT foi o que mais contribuiu com ausências. Nesse grupo está o deputado José Genoino (SP), também condenado pelo esquema de corrupção envolvendo a sigla. Ele está licenciado por motivos de saúde, após ter sofrido um enfarte.
Com 15 deputados a menos, o PMDB, principal aliado do PT, foi o segundo com maior registro de faltas. Na sequência estão o PP (14) e o PSD (12), também integrantes da base aliada.
Abaixo, as listas dos 104 parlamentares. A relação foi feita com base nas listas de presença e de votação disponibilzadas pelo site da Câmara. / COLABOROU ESTADÃO DADOS
- Deputados presentes, mas que não votaram:
DEM
Claudio Cajado (BA)
Eli Correa Filho (SP)
Jorge Tadeu Mudalen (SP)
Lira Maia (PA)
PC do B
Jandira Feghali (RJ)
PDT
Enio Bacci (RS)
Giovani Cherini (RS)
Giovanni Queiroz (PA)
PMDB
André Zacharow (PR)
Eliseu Padilha (RS)
Gabriel Chalita (SP)
Genecias Noronha (CE)
José Priante (PA)
Leonardo Quintão (MG)
Newton Cardoso (MG)
PMN
Jaqueline Roriz (DF)
PP
Beto Mansur (SP)
José Linhares (CE)
José Otávio Germano (RS)
Luiz Fernando Faria (MG)
Paulo Maluf (SP)
Renzo Braz (MG)
Toninho Pinheiro (MG)
Vilson Covatti (RS)
PPS
Arnaldo Jardim (SP)
PR
Valdemar Costa Neto (SP)
Vicente Arruda (CE)
PSB
Abelardo Camarinha (SP)
Paulo Foletto (ES)
PSC
Nelson Padovani (PR)
Pastor Marco Feliciano (SP)
PSD
Edson Pimenta (BA)
Eduardo Sciarra (PR)
Eliene Lima (MT)
José Carlos Araújo (BA)
Sérgio Brito (BA)
PSDB
Carlos Roberto (SP)
Marco Tebaldi (SC)
PT
Angelo Vanhoni (PR)
Beto Faro (PA)
Biffi (MS)
Iriny Lopes (ES)
João Paulo Cunha (SP)
Marina Santanna (GO)
Miguel Corrêa (MG)
Odair Cunha (MG)
Pedro Eugênio (PE)
Pedro Uczai (SC)
Vicentinho (SP)
PV
Eurico Júnior (RJ)
- Deputados ausentes
ABELARDO LUPION (DEM-PR)
AFONSO HAMM (PP-RS)
ALCEU MOREIRA (PMDB-RS)
ALEXANDRE ROSO (PSB-RS)
ALICE PORTUGAL (PC do B-BA)
ALMEIDA LIMA (PPS-SE)
ANSELMO DE JESUS (PT-RO)
ANTONIO BALHMANN (PSB-CE)
ARTHUR OLIVEIRA MAIA (PMDB-BA)
ARTUR BRUNO (PT-CE)
ASDRUBAL BENTES (PMDB-PA)
BERNARDO SANTANA DE VASCONCELLOS (PR-MG)
BETINHO ROSADO (DEM-RN)
BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS)
BOHN GASS (PT-RS)
CARLOS BEZERRA (PMDB-MT)
CARLOS MAGNO (PP-RO)
DARCÍSIO PERONDI (PMDB-RS)
DR. LUIZ FERNANDO (PSD-AM)
FERNANDO TORRES (PSD-BA)
GUILHERME MUSSI (PP-SP)
HEULER CRUVINEL (PSD-GO)
HOMERO PEREIRA (PSD-MT)
INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR-PE)
JOÃO LYRA (PSD-AL)
JOSÉ GENOÍNO (PT-SP) - licença médica
JOSIAS GOMES (PT-BA)
JOVAIR ARANTES (PTB-GO)
JÚNIOR COIMBRA (PMDB-TO)
LAERCIO OLIVEIRA (PR-SE)
LUIZ ALBERTO (PT-BA)
MANOEL SALVIANO (PSD-CE)
MANUEL ROSA NECA (PR-RJ)
MARCON (PT-RS)
MARCOS MONTES (PSD-MG)
MARCUS PESTANA (PSDB-MG)
MÁRIO FEITOZA (PMDB-CE)
PEDRO HENRY (PP-MT)
PINTO ITAMARATY (PSDB-MA)
RENAN FILHO (PMDB-AL)
RENATO MOLLING (PP-RS)
ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE)
ROMÁRIO (sem partido-RJ)
RONALDO ZULKE (PT-RS)
ROSINHA DA ADEFAL (PTdoB-AL)
SABINO CASTELO BRANCO (PTB-AM)
SANDRA ROSADO (PSB-RN)
SERGIO GUERRA (PSDB-PE)
VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP)
VILALBA (PRB-PE)
WALDIR MARANHÃO (PP-MA)
WELITON PRADO (PT-MG)
ZÉ VIEIRA (PR-MA)
ZOINHO (PR-RJ)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação - 1 (© Dida Sampaio AE)

Morte como acontecimento Marcia Tiburi



WOODSTOCK


No verão do hemisfério norte de 1969, os mais representativos cantores e músicos da juventude da época, subiram ao palco improvisado de uma fazenda próxima ao vilarejo de Woodstock, na cidade rural de Bethel, próxima a Nova York. O evento, feito para gerar divisas para os organizadores, recebeu mais de 500 mil pessoas, que quebraram as cercas isolantes da fazenda e dos costumes, fazendo do festival a imagem de uma geração mergulhada na contracultura e na essência do seu tempo. Mais do que um festival de música popular, Woodstock foi um grito aos costumes, às guerras e a um sistema velho e pernicioso que oprimia e matava em nome da ideologia limitada da Guerra Fria.
Em 1969, a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética pela hegemonia ideológica do planeta levou o homem a pisar na lua. A internet foi inventada para garantir a espionagem no mundo. Uma carnificina humana era travada nos campos do Vietnã. A pílula, símbolo da liberdade corporal da mulher e da sua opção entre a maternidade e o prazer, era condenada pelo papa Paulo VI. O amor livre, uma descoberta recente, que ia além dos princípios da procriação catequizadora, pulsava na sexualidade dos jovens. As velhas ideologias e costumes já não condiziam com a revolução sociológica que acontecia no mundo. Os costumes morais ocidentais entraram em colapso diante da hipocrisia que o sustentava. Em 1968, gritos de contestação assolaram o mundo, de Paris à Praga, fazendo tremer as ideologias da Guerra Fria.
Foi diante da quebra de costumes e tabus, que surgiram os hippies, herdeiros da Geração Beat, que com suas barbas e cabelos longos, pregavam a paz no mundo, o culto ao amor livre, à contracultura e à plenitude da alma humana, traduzida na essência psicodélica da música e no misticismo importado de divindade e gurus orientais.
Em Woodstock, do dia 15 a 18 de agosto de 1969, 500 mil jovens puderam viver a essência do comportamento hippie e o seu apogeu de idealizado. Regados de drogas que se legitimaram durante o festival, ouvindo a música dos seus ídolos, dançaram nus, fizeram amor, conviveram pacificamente. Durante quatro dias tudo foi permitido, 500 mil pessoas fizeram de Woodstock o maior e mais mítico dos festivais da história da música no planeta. Era o apogeu do movimento hippie, e também o seu grande final, o último fôlego de um sonho que mergulharia na psicodelia do inicio dos anos setenta, tendo vários dos seus ídolos tragados pela droga. Várias foram às vezes que se tentou repetir o festival, mas Woodstock foi único, ficou preso nos sonhos daqueles jovens cabeludos de roupas coloridas ou nus, que debaixo de chuva e lama, conseguiram fazer dos homens de ideais velhos, senhores de corações novos.

Da Geração Beat aos Hippies

A contracultura, que assolaria a segunda metade do século XX, teve o seu início demarcado pela publicação do poema “Howl”, de Allen Ginsberg, em 1956. Ginsberg foi o representante máximo do que ficou conhecido como a beat generation(geração beat) e pode ser considerado um dos progenitores do movimento hippie.
Os Beats usavam as palavras de forma que exprimissem as frustrações cotidianas e existenciais, servindo de protesto contra aquilo que consideravam estar errado no mundo. O movimento cresceu nos últimos anos da década de 1950, expandindo-se por clubes e cafés de jazz, onde os seus componentes juntavam-se para longas tertúlias e declamação de poesia. Neste ambiente de espaços intelectuais emergentes, homens de barbas, vestindo roupas informais caracterizadas, conhecidas comoshabby; usando óculos escuros a qualquer hora do dia, passaram a ser conhecidos como os “Beatniks”.
Os beatniks tinham uma expressão freqüente com a qual se apresentavam: “I’m hip”. Com o seu modo “hip” de expressão, passaram a ser chamados de “hipsters”, de onde teria evoluído para o termo “hippies”, conforme o movimento entrava em decadência e fora dos modismos.
Nascido nos Estados Unidos, o movimento hippie espalhou-se pelo mundo, levando a contracultura aos jovens de todo o planeta nos últimos anos da década de 1960. A contracultura hippie atingia na sua essência, os jovens estudantes das universidades, que reprimidos entre os velhos costumes e conceitos judaico-cristãos da sociedade em que se inseriam, entre a ameaça de se ter que lutar e morrer pelos ideais da Guerra Fria nas batalhas do Vietnã; assumiam a utopia da paz, a contestação das funções da sexualidade, trocando o vazio deixado pelos preceitos falidos da igreja cristã pelo misticismo de crenças milenares de deuses hinduístas.

Faça Amor Não Faça Guerra

Jovens hippies abandonavam o conforto dos seus lares, que se revelava opressivo, rumando para os centros urbanos, principalmente para São Francisco, na Califórnia. A cidade da costa californiana tornara-se o maior centro do movimento hippie, onde se concentrou um imenso número de comunidades hippies. Foi em São Francisco que, em 1967, Scott Mc Kenzie gravou a canção “San Francisco”, de John Phillips, que se tornou o grande hino do movimento. A canção dizia, em seus versos de melodia suave e doce, para os que rumavam à cidade dos hippies: “Be sure to wear some flowers in your hair” (“Não te esqueças de usar algumas flores no teu cabelo”). Estava estabelecido o estilo hippie, seus integrantes vestiam-se com túnicas e roupas coloridas, traziam sandálias, cabelos compridos (homens e mulheres) e barba (homens). A flor passou a ser um dos símbolos do movimento, sendo chamado por alguns de movimento “Flower Power”.
Os hippies opunham-se às guerras; defendiam a paz e o amor no mundo; o amor livre e de todas as formas, quer no sentido de amar ao próximo e na forma mais libertária de praticar o sexo. Tudo era partilhado, os bens materiais, a comida, os companheiros, ninguém era de ninguém. A palavra de ordem do movimento ecoou pelo mundo: “Make Love Not War” (Faça Amor Não Faça Guerra).
Seguidores das filosofias orientais e pacifistas de Ghandi, as comunidades hippies utilizavam-se do consumo de drogas, em especial do então recém descoberto LSD, que na época não era considerado perigoso, não tendo o seu uso proibido. Através das drogas, os hippies achavam que a mente era aberta mais rapidamente.
Era através da música pop e do rock, movidas por baladas melodiosas e ritmos frenéticos, que a cultura hippie alcançava a sua expressão máxima. Feitas sob o efeito das drogas, as músicas que traduziam a filosofia hippie eram ouvidas por todos, que também drogados, assimilavam nas canções o princípio da mente sem amarras, libertada. Este momento lúdico produzido por químicos, foi chamado de psicodélico. O clima psicodélico estendeu-se da música para a arte, evidenciando-se na composição das capas dos discos e dos cartazes, muito coloridos, com letras fluídas e deformadas, com desenhos caleidoscópicos, reproduzindo a deformação e o alongamento de imagens que se refletiam durante o efeito de certas drogas. 
O professor universitário Timothy Leary tornou-se o grande líder espiritual do movimento hippie, resumindo os principais aspectos da contracultura daquela geração no slogan: “Turn On, Tune In, Drop Out”.
Turn On (ligar), significava, através do consumo das drogas, ligar a luz da mente, tornando-a uma grande dimensão libertária.
Tune In (sintonizar), era estar atento ao mundo e ao rompimento com o estabelecido, aderindo ao estilo de vida hippie.
Drop Out (sair, abandonar), era a palavra de ordem do movimento para que se abandonasse o estilo de vida tradicional, rompendo com os costumes morais da família, com as expectativas das carreiras estabelecidas. Foi nos meandros da filosofia drop out que se estabeleceu o movimento do desbunde no Brasil do início dos anos 1970.
Foram cerca de 500 mil desses jovens hippies que, no dia 15 de agosto, rumaram para o interior de Nova York, atrás de um festival de música que se intitulava como “Uma Exposição Aquariana”. Lá, quebraram as cercas da fazenda e, em um momento lúdico da expressão hippie e da música popular, entraram para a história com o mítico festival de Woodstock.

Projetando o Festival

Em 1969, John P. Roberts e Joel Rosenman, empresários em busca de um negócio que lhes trouxesse lucro, puseram um anúncio no “New York Times” e no “Wall Street Jounal”, sob o nome de Challenge International, Lda, que dizia: “Jovens com capital ilimitado buscam oportunidades legítimas e interessantes de investimento e propostas de negócio”. Michael Lang e Artie Kornfeld responderam ao anúncio. Estava formado o quarteto que iria realizar o lendário festival de Woodstock.
Após reunirem-se, Michael Lang, John P. Roberts, Joel Rosenman e Artie Kornfeld pensaram na criação de um estúdio de gravação em Woodstock. Aos poucos, a idéia foi sendo abandonada, evoluindo para a de um festival de verão de música e arte ao ar livre. Vencidas as dúvidas de Roberts, que procurava investir em um projeto lucrativo, e ao ludismo de Lang, que queria criar um evento atrativo e de diferente proposta juvenil, foram erguidas as bases para que se realizasse um festival de música ao ar livre no verão daquele ano.
Longe dos princípios da contracultura hippie, o projeto de Woodstock, embora arriscado, concebia um festival com fins lucrativos a favorecer quem o empresariasse. Para financiá-lo, foi criada a empresa “Woodstock Ventures”.
Inicialmente, foi agendado um concerto para ser realizado no Parque Industrial de Wallkill, Orange County, no nordeste de Middletown. O local chegou a ser alugado pela Woodstock Ventures durante a primavera, por cem mil dólares. Mas os moradores do lugar fizeram forte oposição, e as autoridades de Wallkill proibiram o concerto em julho de 1969.
Com a proibição, entrou em cena Eliot Tiber, que ofereceu a sala 80 do El Mônaco Motel, em White Like, Bethel, Nova York, para que o festival fosse realizado. Mas a idéia ficou inviável diante do tamanho do local. Tiber foi quem apresentou os produtores ao fazendeiro Max Yasgur, que concordou, em 20 de julho de 1969, em alugar, por setenta e cinco mil dólares, seiscentos acres da sua fazenda de produção leiteira, situada na vila rural de Bethel, em Sullivan County, a sudoeste do vilarejo de Woodstock, Nova York.
Estava definido o local que receberia o grande festival, inicialmente programado para um público máximo de duzentas mil pessoas.

Quase Meio Milhão de Pessoas Rumam para o Festival

Definido o local do festival, foram postos à venda antecipadamente, cerca de cento e oitenta mil bilhetes, vendidos em lojas de discos e na zona metropolitana de Nova York, ou ainda, através de uma caixa postal. Custavam dezoito dólares comprados antecipadamente e, vinte e quatro dólares adquiridos no dia nos portões do evento. Os cartazes anunciavam os três dias do festival 15, 16 e 17 de agosto de 1969, como um evento de música e arte de “Uma Exposição Aquariana” (An Aquarian Exposition).
As expectativas de juntar uma platéia de duzentas mil pessoas, foram absolutamente superadas, quando, imprevisivelmente acederam ao local cerca de quinhentas mil pessoas. Com eles vinha o furor da juventude hippie, os sonhos e os ideais da geração “Flower Power”, e todas as licitudes do que dantes parecia ser proibido.
Assim, no dia 15 de agosto de 1969, uma sexta-feira de verão no hemisfério norte, uma legião de jovens cabeludos assolou a fazenda de Max Yasgur. A primeira regra a ser quebrada foram as cercas da fazenda que ladeavam o palco, postas abaixo, tornando o evento gratuito. Mediante o acesso de tantas pessoas, as vias que ligavam Nova York ao local tornaram-se caóticas, intransitáveis, com um dos maiores congestionamentos da história da cidade. Bethel foi transformada em área de calamidade pública, diante da deficiência na infraestrutura logística, que não comportava tanta gente. Milhares de pessoas viram-se sem instalações sanitárias, preparos para que se efetuassem os primeiros socorros médicos a quem necessitasse, comida para todos, e, para piorar a situação, o local sofreu com uma grande tempestade, que fez do chão um rio de lama. As pessoas tiveram que enfrentar a fragilidade da higiene local, a chuva que caia sem perdão, e ainda racionar a comida.
Mesmo diante de uma catástrofe iminente, o festival trouxe um encontro pacífico, com jovens a enfrentar não somente as adversidades climáticas e de infraestrutura, como aos preconceitos e aos costumes da sociedade da sua época. Vestidos ou nus, receberam com um calor jamais repetido, aos ídolos que marcaram com brilho o nome da música popular do século XX. Entre a chuva e a música, jovens em busca de um sonho e de um tempo novo, derrubavam os costumes, faziam amor entre si, envoltos na psicodelia das suas mentes, que se abriam através da farta quantidade de drogas ingeridas e do prazer em quebrar os tabus.
No final do festival, após o susto da possível catástrofe, apenas duzentas pessoas foram presas no local, por ofensas menores e sem gravidades, profundamente minimizadas diante do estado incontestável do efeito das drogas por eles ingeridas. No meio da multidão, apenas duas mortes foram registradas, sendo uma delas em conseqüência de uma overdose de heroína; a outra envolveu um atropelamento de uma pessoa por um trator. No meio da psicodelia do festival, quatro abortos foram provocados; e dois partos foram efetuados, um dentro de um helicóptero de resgate, outro dentro de um carro preso ao grande congestionamento da principal via que conduzia a Nova York.
O festival entraria para a história não pelas pequenas catástrofes, quase insignificantes diante de meio milhão de pessoas juntadas em um local com condições precárias, mas pela empatia entre o artista e o público, que juntos acalentavam a ideologia contestadora dos anos de 1960, que quando consumada, traria aos costumes novos e definitivos códigos morais. A sexualidade seria desbravada, trazendo uma liberdade ao corpo que só seria freada com o surgimento da Aids no início da década de 1980. Mais do que um dos encontros mais ricos de grandes artistas da música, Woodstock desenhou um quadro de pintura realista diante de uma utopia, diante de um comportamento social de um público que por quatro dias, cumpriu com uma harmonia arrebatadora os seus sonhos de juventude e de um novo mundo.

O Festival e os Seus Bastidores

Grandes nomes compuseram o um mítico espetáculo, entre eles Jimi Hendrix, Richie Havens, Joan Baez, John Sebastian, The Who, Joe Cocker.
Alguns nomes históricos da música internacional ficaram de fora, muitos por motivos pessoais, como os The Doors, que inicialmente concordaram em fazer parte do festival. Conversas de bastidores apontam para o cancelamento de ultima hora da banda em razão de o espetáculo não ter sido feito no Central Park, e sim em um local rural. Outros dizem que foi devido ao medo de Jim Morrison, vocalista da banda, em cantar ao ar livre, pois a sua voz sairia inexpressiva. Há ainda a versão de que o vocalista, acometido por uma paranóia psicodélica, entrou em pânico, com medo de ser morto em público. Anteriormente, Morrison tinha sido preso em um show por postura indecente. Da mítica banda ausente, John Densmore, seu guitarrista, foi o único que compareceu ao festival.
Os Beatles não compareceram ao festival devido à produção não chegar a um acordo com John Lennon. Para levar a banda inglesa, Lennon exigiu que a Plastic Ono Band, da sua mulher Yoko Ono, também tocasse. A recusa dos produtores invalidou a presença dos Beatles.
Outra banda que declinou ao convite de última hora foi a canadense Lighthouse, pois temeram que o evento pudesse denegrir a sua imagem. Mais tarde, diante das evidências históricas do festival, alguns membros da banda declararam-se arrependidos de não terem ido.
Led Zeppelin também foi convidada para tocar no festival, mas Peter Grant, empresário da banda, declinou ao convite, por pensar que a apresentação não lhes traria lucros ou visibilidade, pois seriam mais um em uma extensa lista. Decidiram seguir em turnê.
O mesmo aconteceu a Frank Zappa e The Mothers of Ivention, que alegaram haver muita lama em Woodstock. The Jeff Beck Group teve que cancelar a sua apresentação, pois a banda terminou uma semana antes do festival. Os Iron Butterfly ficaram presos no aeroporto.
Assim, seja qual tenha sido a razão pela qual algumas bandas ou cantores declinaram de tocar em Woodstock, maior foi o arrependimento de não ter participado de um evento considerado como um daqueles que mudaram a história do rock.

O Primeiro Dia, 15 de Agosto (Sexta-Feira)
Assim, com uma platéia de cerca de quinhentas mil pessoas, com o som projetado por Bill Hanley, naquela tarde de verão de 1969, às 17h00, Richie Havens abria oficialmente o festival de Woodstock.
O primeiro dia teve como característica a apresentação de um elenco de músicos mais leves, em que se subiu ao palco a maior parte dos artistas folksconvidados. Após a apresentação de Richie Havens, Swami Satchidananda deu a invocação ao festival. Country Joe McDonald tocou separado da sua banda, os The Fish.
Uma chuva incessante começou a cair durante a atuação de Ravi Shankar, que apresentou um repertório de cinco músicas debaixo da água. Joan Baez, grávida de seis meses, foi quem fechou o primeiro dia do festival.
Naquele dia apresentaram-se:

Richie Havens 

1 High Flyin’ Bird
2 I Can’t Make it Any More
3 With a Little Help from My Friends
4 Strawberry Fields Forever
5 Hey Jude
6 I Had a Woman
7 Handsome Johnny
8 Freedom / Sometimes I Feel Like a Motherless Child

Swami Satchidananda (invocação)

Country Joe McDonald

1 I Find Myself Missing You
2 Rockin All Around the World
3 Flyin’ High All Over the World
4 Seen a Rocket Flyin’
5 The Fish Cheer / I Feel Like I’m Fixin’ To Die Rag

John Sebastian

1 How Have You Been
2 Rainbows Over Your Blues
3 I Had a Dream
4 Darlin’ Be Home Soon
5 Younger Generation

Sweetwater

1 What’s Wrong
2 Motherless Child
3 Look Out
4 For Pete’s Sake
5 Day Song
6 Crystal Spider 
7 Two Worlds
8 Why Oh Why

The Incredible String Band

1 Invocation
2 The Letter
3 This Moment
4 When You Find Out Who You Are

Bert Sommer

1 Jennifer
2 The Road to Travel
3 I Wondered Where You Be
4 She’s Gone
5 Things are Going My Way
6 And When it’s Over
7 Jeanette
8 America
9 A Note that Read
10 Smile

Tim Hardin

1 If I Were a Carpenter
2 Misty Roses

Ravi Shankar

1 Raga Puriya-Dhanashri / Gat in Sawarital
2 Tabla Solo In Jhaptal
3 Raga Manj Kmahaj
4 Iap Jor
5 Dhun In Kaharwa Tal 

Melanie
1 Tuning My Guitar
2 Johnny Boy
3 Beautiful People

Arlo Guthrie

1 Coming Into Los Angeles
2 Walking Down the Line
3 Story About Moses and the Brownies
4 Amazing Grace

Joan Baez

1 Story About How the Federal Marshals Came to Take David Harris Into Custody
2 Joe Hill
3 Sweet Sir Galahad
4 Drugstore Truck Driving Man
5 Sweet Sunny South
6 Warm and Tender Love
7 Swing Low, Sweet Chariot
8 We Shall Overcome

O Segundo Dia, 16 de Agosto (Sábado)
No segundo dia, o festival foi aberto às 12h15 da tarde, com a banda Quill. A característica desse dia de sábado foi marcada pela apresentação dos principais artistas psicodélicos e de rock do festival.
Destaque para a apresentação da banda Grateful Dead, que enfrentaram problemas técnicos, como um pedaço do palco com o chão defeituoso. A banda tocou debaixo de chuva, o que levou dois dos seus integrantes, Jerry Garcia e Bob Weir a sofrerem com choques constantes todas às vezes que se encostavam às guitarras. Phil Lesh, o baixo, diz ter ouvido o rádio de transmissão de um helicóptero através do amplificador do contrabaixo enquanto tocava.
No seu repertório de uma hora, Moutain incluiu “Theme For Na Imaginary Western”, de Jack Bruce. Janis Joplin voltou em dois bis, “Piece of My Heart” e “Ball & Chain”.
As apresentações entraram pela madrugada. Os The Who começaram a tocar às 4h00 da madrugada, trazendo no seu repertório a ópera rock “Tommy”. O dia foi encerrado com a apresentação da banda Jefferson Airplane, que subiram ao palco às 6h00 da manhã, com oito músicas.
No sábado apresentaram-se:

Quill 
1 They Live the Life
2 BBY
3 Waitin’ for You
4 Jam

Keef Hartley Band

1 Spanish Fly
2 Believe in You
3 Rock me Baby
4 Medley
5 Leavin’ Trunk
6 Sinnin’ for Yoy

Santana
1 Waiting
2 You Just Don’t Care
3 Savor
4 Jingo
5 Persuasion
6 Soul Sacrifice
7 Fried Neckbones

Country Joe McDonald

1 The Fish Cheer

Canned Heat

1 A Change is Gonna Come / Leaving this Town
2 Going Up the Country
3 Let’s Work Together
4 Woodstock Boogie

Mountain 
1 Blood of the Sun
2 Stormy Monday
3 Long Red
4 Who Am I But You and the Sun
5 Beside the Sea
6 For Yasgur’s Farm
7 You and Me
8 Theme for an Imaginary Western
9 Waiting to Take You Away
10 Dreams of Milk and Honey
11 Blind Man
12 Blue Suede Shoes
13 Southbound Train

Janis Joplin

1 Raise Your Hand
2 As Good as You’ve Been to this World
3 To Love Somebody
4 Summertime
5 Try (Just a Little Bit Harder)
6 Kosmic Blues
7 Can’t Turn You Loose
8 Work me Lord
9 Piece of My Heart
10 Ball & Chain

Grateful Dead

1 St. Stephen
2 Mama Tried
3 Dark Star / High Time
4 Turn on Your Love Light

Creedence Clearwater Revival 

1 Born on the Bayou
2 Green River
3 Ninety-Nine and a Half (Won’t Do)
4 Commotion
5 Bootleg
6 Bad Moon Rising
7 Proud Mary
8 I Put a Spell On You
9 Night Time is the Right Time
10 Keep on Chooglin’
11 Suzy Q

Sly & The Family Stone

1 M’Lady
2 Sing a Simple Song
3 You Can Make it if Your Try
4 Everyday People
5 Dance to the Music
6 I Want to Take You Higher
7 Love City
8 Stand!

The Who

1 Heaven and Hell
2 I Can’t Explain
3 It’s a Boy
4 1921
5 Amazing Journey
6 Sparks
7 Eyesight to the Blind
8 Christmas
9 Tommy Can You Hear Me?
10 Acid Queen
11 Pinball Wizard
12 Abbie Hoffman Incidente
13 Do You Think It’s Alright? 
14 Fiddle About
15 There’s a Doctor
16 Go to the Mirror
17 Smash the Mirror
18 I’m Free
19 Tommy’s Holiday Camp
20 We’re Not Gonna Take It
21 See Me, Feel Me
22 Summertime Blues
23 Shakin’ All Over
24 My Generation
25 Naked Eye

Jefferson Airplane

1 Volunteers
2 Somebody to Love
3 The Other Side of This Life
4 Plastic Fantastic Lover
5 Won’t You Try / Saturday Afternoon
6 Eskimo Blue Day
7 Uncle Sam’s Blues
8 White Rabbit

O Terceiro Dia, 17 de Agosto (Domingo)

Programado para ser o último dia do festival, os eventos sofreriam um atraso de nove horas, o que fez com que as apresentações continuassem pela madrugada do dia 18, alcançando o pôr do sol, apesar da maioria do público já ter ido embora.
O festival abriu o dia às 14h00, com a apresentação antológica de Joe Cocker, que cantou entre outras músicas, o hino lisérgico “Let’s Go Get Stoned”. Após a apresentação de Joe Cocker, iniciou-se um forte temporal, o que levou à interrupção do festival por várias horas, só sendo reiniciado às 18h00, com a apresentação de Country Joe And The Fish.
Entre as curiosidades daquele dia, destaca-se a apresentação de Johnny Winter, que trouxe o irmão Edgard Winter a participar de duas canções. Crosby, Stills, Nash & Young começaram a apresentação por volta das 3h00 da manhã, com um set acústico e outro set elétrico, separados.
Mas o grande destaque do dia foi Jimi Hendrix, que fechou o festival. Graças aos imprevistos que levaram ao atraso das apresentações, Hendrix só pôde tocar na manhã da segunda-feira, para um público restante de apenas trinta e cinco mil pessoas. Durante a execução de “Red House”, uma corda da guitarra do artista quebrou, mas ele continuou a tocar com apenas cinco cordas.
No último dia, de 17 para 18 de agosto, apresentaram-se:

Joe Cocker 

1 Dear Landlord
2 Something Comin’ On
3 Do I Still Figure In Your Life
4 Feelin’ Alright
5 Just Like a Woman
6 Let’s Go Get Stoned
7 I Don’t Need a Doctor
8 I Shall Be Released
9 With a Little Help From My Friends

Country Joe And The Fish

1 Rock and Soul Music
2 Thing Called Love
3 Love Machine
4 The Fish Cheer / I Feel Like I’m Fixin’ To Die Rag

Ten Years After

1 Good Morning Little Schoolgirl
2 I Can’t Keep From Crying Sometimes
3 I May Be Wrong, But I Won’t Be Wrong Always
4 Hear me Calling
5 I’m Going Home

The Band
1 Chest Fever
2 Tears of Rage
3 We Can Talk
4 Don’t You Tell Henry
5 Don’t Do It 
6 Ain’t No More Cane
7 Long Black Veil
8 This Wheel’s on Fire
9 I Shall Be Released
10 The Weight
11 Loving You is Sweeter Than Ever

Blood, Sweat & Tears

1 More and More
2 I Love You More Than You’ll Ever Know
3 Spinning Wheel
4 I Stand Accused
5 Something Comin’ On

Johnny Winter

1 Mama, Talk to Your Daughter
2 To Tell the Truth
3 Johnny B. Goode
4 Six Feet in the Ground
5 Leland Mississippi Blues / Rock me Baby
6 Mean Mistreater
7 I Can’t Stand It – Com Edgard Winter
8 Tobacco Road – Com Edgard Winter
9 Mean Town Blues

Crosby, Stills, Nash &Young

Set Acústico

1 Suite: Judy Blue Eyes 
2 Blackbird
3 Helplessly Hoping
4 Guinnevere
5 Marrakesh Express
6 4 + 20
7 Mr. Soul
8 Wonderin’
9 You Don’t Have To Cry

Set Elétrico

1 Pre-Road Downs
2 Long Time Gone
3 Bluebird
4 Sea of Madness
5 Wooden Ships
6 Find the Cost of Freedom
7 49 Bye-Byes

Paul Butterfield Blues Band

1 Everything’s Gonna Be Alright
2 Driftin’
3 Born Under a Bad Sign
4 Morning Sunrise
5 Love March

Sha-Na-Na

1 Na Na Theme
2 Yakety Yak
3 Teen Angel
4 Jailhouse Rock
5 Wipe Out
6 Book of Love
7 Duke of Earl
8 At the Hop 
9 Na Na Theme

Jimi Hendrix

1 Message to Love
2 Hear My Train a Comin’
3 Spanish Castle Magic
4 Red House
5 Mastermind – Cantada por Larry Lee
6 Lover Man
7 Foxy Lady
8 Jam Back At the House
9 Izabella
10 Fire
11 Gypsy Woman / Aware of Love - Medley cantado por Larry Lee
12 Voodoo Child (Slight Return) / Stepping Stone
13 The Star-Spangled Banner
14 Purple Haze
15 Woodstock Improvisation / Villanova Junction
16 Hey Joe

Jimi Hendrix encerrava com chave de ouro o mítico festival. O cantor teria, brevemente, a vida ceifada pela droga. Outros, como Janis Joplin, seguiriam o mesmo destino trágico.
As imagens históricas do evento foram transformadas em um documentário, “Woodstock”, lançado no ano seguinte, em 1970. O evento também foi registrado em disco, numa trilha sonora dos melhores momentos. Quatro décadas depois de ter ocorrido, Woodstock representa um movimento que se extinguiu, mas que deixou uma marca indelével nos costumes morais e sociais da sociedade que se construiu nos últimos anos do século XX.


Psicodelia, Beatles, Jimi Hendrix e Filosofia



Relações amorosas e encontro impossível Regina Herzog