quarta-feira 28 2013

Felicidade não se compra, mas confiança, sim, diz estudo

Comportamento

Para os pesquisadores, a criação de um sistema financeiro foi crucial para tornar possível a vida em sociedade

Dinheiro: segundo estudo, troa monetária mantém cooperação estável mesmo em grandes grupos
Dinheiro: segundo estudo, troca monetária mantém cooperação estável mesmo em grandes grupos (Thinkstock)
Um estudo feito por economistas de universidades dos Estados Unidos e da Itália concluiu que o dinheiro pode ter sido crucial para que os humanos consigam viver em grandes grupos. De acordo com os pesquisadores, o dinheiro pode ser usado para 'comprar' e 'vender' cooperação, servindo de lastro para que desconhecidos estabeleçam relações de confiança.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Money and trust among strangers

Onde foi divulgada: periódico Proceedings of the National Academy of Sciences

Quem fez: Gabriele Camera, Marco Casari e Maria Bigoni

Instituição: Universidade Chapman, EUA, e outras

Dados de amostragem: 448 estudantes universitários

Resultado: Em grupos grandes, a existência de um sistema financeiro aumenta a cooperação entre as pessoas, que passam a confiar na "moeda de troca".
Enquanto as primeiras sociedades humanas eram pequenos grupos de coletores ou caçadores, em que todos cooperavam, as sociedades modernas se mantêm devido aos esforços coordenados de inúmeros desconhecidos.
Para analisar como o dinheiro influencia o comportamento das pessoas, o economista Gabriele Camera, da Universidade Chapman, na Califórnia (EUA), em parceira com sua equipe de pesquisadores, desenvolveu uma série de experimentos. Os resultados foram publicados nesta segunda feira no periódicoProceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Confiança — Em uma sala com computadores, os participantes do primeiro grupo jogaram o "jogo da ajuda" ("helping-game"), em grupos virtuais de duas, quatro, oito ou 32 pessoas. Nesse jogo, as pessoas interagiam em pares escolhidos aleatoriamente, sendo um membro de cada par designado como produtor e outro como consumidor.
Cada jogador começa com oito unidades de uma moeda virtual que seria convertida em dinheiro para os participantes ao final do experimento. A cada rodada, o produtor deve decidir se ajuda ou não sua dupla. Ao fazê-lo, o produtor abre mão de seis unidades, e o consumidor recebe doze. Se o produtor decide não ajudar, os dois terminam a rodada com o mesmo número de unidades com que começaram.
Nas condições descritas acima, quanto maior o grupo, menos as pessoas se ajudavam. Enquanto nas duplas a cooperação era de 70,7%, em grupos de 32 pessoas ela caiu para 28,5%. Segundo os pesquisadores, isso provavelmente acontece porque as pessoas apostam na reciprocidade direta, ou seja, uma retribuição vinda de quem eles ajudaram. Em grupos grandes, a chance do mesmo par interagir mais de uma vez é muito pequena (3,2% no maior grupo), de forma que as pessoas ficam mais desconfiadas e cooperam menos.
Moeda de troca – O segundo experimento era similar ao primeiro, mas com um novo fator: ostokens (palavra em inglês para símbolo, sinal). Além das unidades de moeda virtual, cada jogador recebia também dois tokens, que não tinham qualquer valor no mundo real, nem seriam convertidos em dinheiro. Eles serviam apenas como uma moeda de troca de favores. Assim, as pessoas podiam optar por cooperar em troca de um token, que na rodada seguinte poderia ser usado para 'comprar' a cooperação de outra pessoa.
Assim, esse sistema monetário primitivo passou a funcionar com base na crença de que era possível 'vender' e 'comprar' ajuda em troca de tokens. No novo cenário, a cooperação se manteve estável, independentemente do número de participantes em cada grupo, com uma média de 52,1%. Em comparação com o primeiro cenário, a existência dos tokens reduziu a cooperação entre grupos muito pequenos e aumentou-a em grupos grandes. No maior grupo, com 32 pessoas, o índice de cooperação passou de 28,5% para 51,7%, com os tokens. Já entre as duplas, ocorreu o oposto. Esse valor passou de 70,7% para 54%.
Para os pesquisadores, esses resultados mostram que o dinheiro desempenha o importante papel de tornar possível a cooperação humana em larga escala. "Nossa pesquisa sugere que as normas de cooperação voluntária são difíceis de prevalecer em uma sociedade de desconhecidos, a não ser que elas sejam mediadas por alguma instituição. No experimento, a troca monetária, uma das instituições econômicas mais básicas, levou a um nível de cooperação estável em pequenos e grandes grupos”, escrevem os autores no estudo. Por outro lado, eles admitem que a existência de um sistema monetário prejudicou a cooperação voluntária entre as pessoas, vinculando a ajuda a uma recompensa estabelecida.

STF mantém penas de Genoino e Pedro Henry

Justiça

Suprema Corte também fixou a multa ao operador do esquema de corrupção e compra de votos, Marcos Valério de Souza, em 3 milhões de reais

Laryssa Borges, de Brasília
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, durante análise dos recursos apresentados pelas defesas dos 25 réus condenados pela corte, os chamados embargos, nesta quinta-feira (22)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, durante análise dos recursos apresentados pelas defesas dos 25 réus condenados pela corte, os chamados embargos, nesta quinta-feira (22) - Pedro Ladeira/Folhapress
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quarta-feira, por unanimidade, recursos apresentados pelo ex-presidente do PT José Genoino e manteve a pena de seis anos e 11 meses de reclusão imposta ao petista. O réu é o segundo integrante do núcleo político do mensalão a ter seus apelos rejeitados pela corte, que desconsiderou argumentos como “personalidade incensurável” para rever as sentenças de condenação. No julgamento desta quarta, o plenário também derrubou, por dez votos a um, a interpretação de que haveria excesso na definição de penas dos mensaleiros.
A alegação de pena excessiva foi analisada no caso específico de Marcos Valério de Souza, o operador do esquema criminoso. Condenado a mais de 40 anos de prisão, ele questionava a decisão dos magistrados de impor uma alta pena pelo crime de formação de quadrilha - dois anos e seis meses de pena-base e dois anos e onze meses de pena total. O ilícito prevê reclusão de um a três anos.
Se aceita, a alegação de Valério poderia beneficiar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado como o chefe da quadrilha do mensalão. O caso de Dirceu ainda não foi levado a julgamento, mas o elástico placar contra a tese, bancada exclusivamente pelo ministro Ricardo Lewandowski, sepulta de vez uma eventual interpretação favorável ao ex-ministro. A sequência de rejeições por unanimidade é interpretada pelos próprios ministros do STF como o fim de novos apelos por meio de embargos de declaração.
Genoino - Entre os casos julgados na sessão plenária desta quarta, o embargo de declaração apresentado pela defesa de José Genoino motivou nova manifestação do novato na corte Luís Roberto Barroso, que logo no início do julgamento do mensalão minimizou a importância do escândalo político. Nesta quarta, ele disse "lamentar” a condenação de Genoino.
Em sua manifestação, Barroso deu a entender que a trajetória política do petista de luta contra o regime militar e de defesa da redemocratização foi maculada em razão de um “sistema político distorcido e perverso”, que “induziria” a criminalidade de agentes políticos. “É um modelo político no qual o interesse público precisa frequentemente ser comprado. Se não se alterarem o sistema eleitoral e partidário, essa lógica da compra e venda irá continuar. Como água torrencial que escorre, a corrupção encontrará seus caminhos no loteamento de cargos públicos para, a partir deles, drenar recursos para o financiamento eleitoral, nas emendas orçamentárias que beneficiam empresas de fachada e que repassam verba para o bolso ou para o partido, nas licitações superfaturadas ou cartelizadas, na venda de penduricalhos em medidas provisórias para atender a interesses que não se saem bem no debate público”, afirmou.
Também na tarde desta quarta foram rejeitados por unanimidade os recursos apresentados pelo deputado federal Pedro Henry (PP-MT) e redefinido o valor da multa a ser aplicada ao empresário Marcos Valério: pouco mais de 3 milhões de reais. Até o momento, o plenário do STF já rejeitou recursos de 17 mensaleiros e concedeu habeas corpus ao ex-doleiro Carlos Alberto Quaglia para absolvê-lo da acusação de formação de quadrilha. Quaglia será julgado em primeira instância.

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HOMENS NA COZINHA - 02





Rafaela Silva fatura primeiro ouro do Brasil no Mundial

Judô

veja.com

Carioca de 21 anos é a primeira judoca do Brasil a conquistar o título mundial

A judoca brasileira Rafaela Silva, superou a francesa Automne Pavia e chegou a final do Campeonato Mundial de Judô na categoria 57 kg
Rafaela Silva, primeira brasileira campeã mundial na categoria (AFP)
Rafaela Silva entrou para a história do judô brasileiro nesta quarta-feira, ao se tornar a primeira judoca do Brasil a conquistar o título mundial. No campeonato disputado no Rio, ela ganhou o título inédito na categoria até 57 kg, após derrotar a americana Marti Malloy na final. A seleção masculina já somava quatro títulos mundiais, e a feminina agora tem esse com a carioca de 21 anos. Na última edição do Mundial, há dois anos, em Paris, Rafaela já tinha chegado perto do ouro inédito, mas perdeu a final para a japonesa Aiko Sato e ficou com a prata. Em 2012, na Olimpíada de Londres, Rafaela foi desclassificada por um golpe ilegal.
Foi a terceira medalha do Brasil em três dias de disputa do Mundial do Rio. E todas vieram com a seleção feminina. Na segunda-feira, Sarah Menezes ganhou bronze na categoria até 48 kg. Na terça, Érika Miranda levou prata no peso até 52 kg.
Para chegar ao pódio, Rafaela precisou disputar cinco lutas nesta quarta. Nas eliminatórias, na primeira parte da programação, conseguiu três vitórias complicadas: sobre Hana Carmichael (Estados Unidos), Loredana Ohai (Romênia) e Nora Gjakova (Kosovo).
Depois, na semi, no final da tarde, Rafaela enfrentou a francesa Automne Pavia, líder do ranking mundial. Mas a brasileira, atualmente em quarto na lista das melhores da categoria, dominou o combate. Na decisão, diante número 10 do ranking mundial, Rafaela entrou como favorita - nos sete combates que fez antes contra a americana teve seis vitórias. E precisou de apenas 59 segundos para aplicar um ippon em Marti Malloy.
Mais dois judocas brasileiros lutaram nesta quarta. Também pela categoria até 57 kg, Ketleyn Quadros perdeu na segunda luta, para Marti Malloy. E Bruno Mendonça foi eliminado no terceiro combate da disputa até 73 kg pelo bielo-russo Aliaksei Ramanchyk.
(Com Estadão Conteúdo)

Protesto SP: 28/8

Capital paulista é palco de novas manifestações


Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Na capital paulista, comerciantes ocuparam a pista local da Marginal do Pinheiros em protesto contra o fechamento definitivo do acesso à Rua Paes Leme pela via.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Cerca de 50 pessoas participaram da manifestação pedindo a reabertura do acesso.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

A CET informou que não houve registro de lentidão no trecho.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Segundo os comerciantes, o movimento dos estabelecimentos da Paes Leme diminuiu entre 40% e 60%.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

A redução no movimento ocorreu após o fechamento do acesso, por causa de obras no Largo da Batata, há mais de um ano.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

'Nós achamos que seria um fechamento temporário, enquanto durassem as obras. Mas há um mês ficamos sabendo que seria definitivo', diz o comerciante Manuel Avello.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Manuel Avello conta que donos dos estabelecimentos procuraram a Prefeitura - que teria considerado a demanda - e a CET.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Porém, o órgão de trânsito se mostrou irredutível por considerar que a rua deve servir para trânsito de ônibus do Terminal Pinheiros.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Avello, cuja loja tem mais de 50 anos, diz que perdeu metade dos clientes com o fechamento do acesso.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Outro protesto também dificultou o trânsito na capital paulista nesta quarta-feira, 28. Cerca de 2 mil manifestantes se reuniram no começo da tarde em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na região do Morumbi.
Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Manifestantes que protestavam em frente à sede do governo estadual paulista pediam mais moradias à população carente.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Representantes do grupo, que chegou a bloquear algumas vias da região, foram recebidos pelo governador de SP Geraldo Alckmin e pelo secretário de Habitação Silvio Torres.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

Eles reivindicam facilidades para o crédito e regularização de imóveis. Propostas serão analisadas pelo governo.

Capital paulista é palco de novas manifestações - 1 (© Felipe Rau AE)

A Avenida Morumbi continuou bloqueada uma hora após o protesto, complicando o trânsito nas marginais.


EUA ainda tentam curar feridas depois da histórica marcha de Luther King

Por EFE Brasil, EFE Multimedia



EUA ainda tentam curar feridas depois da histórica marcha de Luther King
EUA ainda tentam curar feridas depois da histórica marcha de Luther King
Washington, 28 ago (EFE).- Meio século depois da histórica Marcha sobre Washington, que, liderada por Martin Luther King, deu força ao movimento dos direitos civis, os Estados Unidos ainda tentam curar as feridas da segregação racial e da exclusão social das minorias.
A Marcha por Trabalho e Liberdade, em 28 de agosto de 1963, reuniu em Washington mais de 250 mil manifestantes em frente ao monumento a Lincoln, o presidente que emancipou os escravos e cujo decreto, nas próprias palavras de Luther King, pôs fim aos tempos de cativeiro dos negros nos Estados Unidos.
Mas, cem anos depois da 'Proclamação de Emancipação', as leis 'Jim Crow' adotadas entre 1876 e 1965 no sul do país deram licença para a segregação, o racismo e os linchamentos dos negros americanos, criando um sistema de apartheid que buscava asfixiá-los.
Em seu emblemático discurso 'Eu tenho um sonho', que encerrou a marcha de Washington, Luther King cristalizou essa campanha de opressão com exemplos cotidianos dos 'indizíveis horrores da brutalidade policial', relegados a 'guetos', à privação de serviços, à educação e ao direito ao voto, e à lembrança perene em letreiros públicos que diziam 'Somente para brancos'.
Em entrevista a Agência Efe, Gwen Fuller e Harry Klugel, dois ativistas que militaram com Luther King e atualmente são membros da Associação Nacional de Educação (NEA), disseram que a marcha e o discurso deixaram uma marca indelével que moldou suas vidas.
'Essas memórias me acompanham até hoje; a lembrança como um dia cheio de amor, fé e esperança. Foi um dia de muito orgulho e me senti mais fortalecida que nunca ao ver tanta gente de todas as partes apoiando uma ideia, a urgência da mudança', disse Fuller, de 69 anos.
'Ali havia políticos, estrelas de cinema, músicos e cidadãos comuns. Os críticos diziam que haveria violência e desordem, nada mais longe da verdade: houve um ambiente de amor', acrescentou.
Para Fuller a eleição de Barack Obama, o primeiro presidente negro na história dos EUA, é fruto do movimento dos anos 60, mas ainda há muito a fazer para promover o avanço das minorias.
'Às vezes me entristece ver a falta de progresso da comunidade negra em tantas áreas, mas não sou ingênua e nunca achei, dados os problemas que herdou, que o presidente Obama viria com uma varinha mágica para resolver nossos problemas. Acho que está trabalhando duro para apoiar a comunidade negra e as mudanças que têm promovido vão ser grandes avanços no futuro ', ressaltou.
Klugel também lembra a marcha liderada por Luther King em 1965, de Selma a Montgomery, no Alabama, na qual, da mesma forma que na de Washington, os encorajou a não perder o passo.
'Cresci no sul em uma comunidade e com escolas segregadas. Foi difícil romper com isso e embora a universidade Duke fosse segregada quando estudei ali, tive professores e companheiros que me ajudaram', contou Klugel, de 72 anos.
Segundo Klugel, uma lição que extraiu de Luther King é que o movimento 'é parte de um movimento maior pelos direitos humanos' e que a luta pela igualdade dos homossexuais e dos imigrantes através dos anos 'são parte dessa moralidade que ele pregava'.
'São movimentos multigeracionais, relacionados a um objetivo maior. Acho que temos que seguir nesta luta de longo prazo', salientou.
Heróis anônimos e agora professores aposentados, Fuller e Klugel viveram na própria carne a segregação institucionalizada, que deixou cicatrizes.
'Mas esses sentimentos negativos deram lugar a uma fortaleza interior e a uma mudança positiva. O apoio da família, da comunidade e da igreja criaram um ambiente de esperança para seguir lutando', enfatizou Fuller.
Na época poucos acharam que o discurso contribuiu para que o presidente Lyndon B. Johnson sancionasse a Lei de Direitos Civis de 1964 que proibiu a segregação e discriminação racial. As palavras de Luther King nem foram capa do jornal 'Washington Post', mas foram eternizadas pela história.
Com muitas conquistas a favor, ainda no século 21 os negros encontram barreiras para a ascensão social, com altas taxas de desemprego, pobreza, encarceramento e toxicomania, e desigualdade no acesso à educação e aos serviços de saúde e habitação.
Não surpreende que as celebrações em Washington, que começarão na próxima quarta-feira, 28 de agosto, com uma cerimônia religiosa na Igreja Batista Mt. Airy, terão como fio condutor o lema 'Trabalho, Justiça e Liberdade'.
Para Fuller e Klugel, a comemoração da marcha de 1963 servirá não só para olhar para trás e reviver um momento definitivo na história dos EUA, mas também para encontrar inspiração na contínua luta pela justiça social.
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Síria desenvolveu armas químicas para se contrapor a Israel

Por Reuters, Reuters



Por Anthony Deutsch e Khaled Yacoub Oweis
AMSTERDÃ/AMÃ, 28 Ago (Reuters) - A Síria, derrotada por Israel em três guerras e temerosa de que seu arqui-inimigo tivesse obtido armas nucleares, começou a construir um programa secreto de armas químicas há pelo menos três décadas, com a ajuda de vizinhos, aliados e de atacadistas europeus de produtos químicos.
Damasco não tinha tecnologia e capacidade científica para estabelecer um programa próprio, mas, com o apoio de aliados estrangeiros, acumulou o que seria um dos mais letais arsenais mundiais de gases nervosos, segundo especialistas militares ocidentais.
"A Síria dependeu fortemente da ajuda externa no começo do seu programa de armas químicas, mas o entendimento agora é de que eles têm capacidade doméstica de produção de armas químicas", disse Amy Smithson, do Centro James Martin para os Estudos da Não-Proliferação, em Washington, e especialista em armas químicas, nucleares e biológicas.
Desde o começo da guerra civil síria, há dois anos e meio, já houve várias denúncias sobre o uso de armas químicas, sendo a mais grave delas na semana passada, quando a oposição acusou o governo de ter matado centenas de civis durante a noite em um ataque com gás sarin ou similar contra subúrbios de Damasco dominados por rebeldes.
O ministro sírio da Informação, Omran Zoabi, disse que as acusações são "ilógicas e fabricadas".
Inspetores da ONU em Damasco fazem nesta quarta-feira sua segunda visita investigativa aos subúrbios supostamente atacados. Mesmo antes da conclusão do inquérito, no entanto, os EUA e seus aliados se preparam para uma possível ação militar que puna o presidente Bashar al-Assad.
Armas não-convencionais já foram usadas anteriormente no Oriente Médio. Na década de 1980, o ditador iraquiano Saddam Hussein costumava empregar gás mostarda e outros agentes nervosos contra opositores, o que incluiu um ataque que matou 5.000 curdos em 1988.
O Irã, aliado da Síria, é acusado pelo Ocidente de tentar desenvolver armas nucleares, apesar de insistir no caráter pacífico das suas atividades. Já Israel é amplamente visto como dono do único arsenal nuclear do Oriente Médio -- algo que o país não confirma nem desmente.
A Síria é um dos sete países que não aderiram à Convenção de Armas Químicas, de 1997, que obriga seus participantes a destruírem seus arsenais. Em julho de 2012, Damasco admitiu pela primeira vez que possuía esse tipo de arma.
(Reportagem adicional de Phillip Stewart, em Washington)

Rússia diz que Reino Unido e EUA manobram para justificar guerra

Por EFE Brasil, EFE Multimedia



Rússia diz que Reino Unido e EUA manobram para justificar guerra
Rússia diz que Reino Unido e EUA manobram para justificar guerra
Moscou, 28 ago (EFE).- A Rússia denunciou que o projeto de resolução que o Reino Unido levará nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU para pedir a autorização de uma intervenção militar na Síria é uma manobra tática para depois justificar um ataque unilateral contra o regime do presidente Bashar al Assad.
'Tanto Londres como Washington disseram que querem legitimidade para um ataque à Síria. Imaginam o resultado de sua proposta, mas o importante para eles é a formalidade de se dirigir ao Conselho de Segurança', disse o chefe do comitê de Assuntos Internacionais da Duma (Câmara dos Deputados), Alexei Pushkov.
O deputado, do partido governista Rússia Unida, afirmou à agência 'Interfax' que a proposta de Londres busca justificar a iminente operação militar sem mandato da ONU com o argumento de que até o último momento se tentou convencer o Conselho de Segurança sobre a necessidade de intervir na Síria.
'Querem mostrar que levam em conta o Conselho de Segurança. Pode-se inclusive prever o desenrolar dos eventos. Se a resolução proposta por Londres for rejeitada, Estados Unidos e Reino Unido dirão que têm certeza de suas razões e da necessidade de atacar a Síria', argumentou Pushkov.
O chefe do Conselho de Política Externa e Defesa russo, Fiodor Lukanov, disse que o projeto de resolução britânico, que em palavras de Cameron pede autorização para tomar as 'medidas necessárias para proteger os civis' na Síria, será vetado como em outras ocasiões pela Rússia e a China.
'É óbvio que a Rússia e a China não permitirão sua aprovação, e acho que a proposta desta resolução é uma mera formalidade para o Reino Unido, Estados Unidos e outros partidários da intervenção militar', criticou.
O analista político russo acredita que os países da aliança contra Assad 'necessitam que (a resolução) seja formalmente rejeitada para poder dizer que a postura destrutiva de alguns países não os permite atuar de acordo com o procedimento, e como não podem seguir inativos devem intervir com base em suas próprias decisões'.
Embora tanto em Londres como em Washington se diga que nenhuma decisão está tomada, tudo aponta para um ataque iminente contra instalações vitais para o aparato militar do regime sírio, em castigo pelo suposto uso de armas químicas nos arredores de Damasco.
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Facebook, Google e Microsoft se encontram com políticos brasileiros para discutir espionagem

Privacidade

Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional analisa o papel de empresas de tecnologia no monitoramento de dados feito pelos EUA

O jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian
O jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian  (Kin Cheung/AP)
Representantes de gigantes da tecnologia e internet como Google, Facebook, Microsoft e Twitter vão se reunir na próxima quinta-feira com representantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para discutir o impacto da rede de espionagem internacional do governo dos Estados Unidos no Brasil. A audiência, requerida pelo presidente da comissão, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), tem como objetivo abrir as investigações sobre o papel dessas companhias no monitoramento de dados no país, como e-mails e ligações telefônicas.
Entre os representantes das empresas estão Bruno Magrani, gerente de relações governamentais do Facebook Brasil; Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas do Google Brasil; Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil; e Alexandre Esper, diretor-geral jurídico e de relações institucionais da Microsoft Brasil.
Na semana passada, a CRE ouviu o jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, responsável pelas matérias que revelaram a rede de espionagem. Ele reafirmou que o governo dos Estados Unidos monitora comunicações eletrônicas dentro e fora do país, com a justificativa de combater o terrorismo e garantir a segurança nacional. O objetivo, entretanto, de acordo com o jornalista, seria obter informações privilegiadas sobre acordos econômicos, estratégias políticas e competitividade industrial de outros países.
Durante a audiência pública, Greenwald disse aos parlamentares que as agências de inteligência americanas têm a capacidade de acessar todo o conteúdo das comunicações eletrônicas, como e-mails ou mensagens instantâneas. “O governo dos EUA quer eliminar a privacidade de todo o mundo”, disse o repórter na ocasião. As informações divulgadas foram obtidas com a ajuda do americano Edward Snowden, o ex-técnico da CIA responsável pelo vazamento de informações que trouxe à tona os programas secretos de vigilância do governo Obama que obteve asilo político na Rússia.
A reunião começa logo após a votação das emendas da CRE à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2014, marcada para as 10 horas.

Brasil é o 7º país do mundo que mais solicita dados de usuários ao Facebook

Redes sociais

EUA lideram ranking divulgado pela companhia americana

Homens em frente a um logo do Facebook
Homens em frente a um logo do Facebook (Dado Ruvic/Reuters)
Os Estados Unidos foram o país que mais solicitou informação ao Facebook sobre seus usuários durante o primeiro semestre de 2013. Segundo relatório de transparência da companhia divulgado nesta terça-feira, o governo brasileiro aparece em sétimo lugar em número de requisições.
Entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano, 74 países pediram informação sobre 37.954 contas de usuários. Do total de requisições, 53,9% foram dos Estados Unidos. O Facebook respondeu às solicitações do governo americano em 79% dos casos, mas não deu mais detalhes do tipo de conteúdo e motivação para a entrega dos dados.
Depois dos EUA, aparecem na lista Índia, Reino Unido, Itália, Alemanha, França, Brasil, Espanha. Austrália e Chile.
O Brasil teve 715 solicitações feitas para 857 contas. Segundo a empresa, somente 33% dos pedidos foram atendidos. As informações solicitadas, esclareceu a rede social, são na maior parte das vezes relacionadas a investigações criminais, como casos de roubos ou desaparecimentos.
O Facebook explicou como são processados os pedidos: "Levamos em conta nossos termos, a legislação aplicável e ainda exigimos uma descrição detalhada de bases factuais e legais para cada requisição. Contestamos quando encontramos deficiências legais ou quando identificamos que são muito amplas ou vagas."
Ao tornar público o relatório, o primeiro elaborado pela rede social com esse grau de detalhamento, a companhia explicou que o objetivo é mostrar aos usuários a natureza e alcance das solicitações, além do modo como lida com essas requisições.
O Facebook deu esse passo depois que Microsoft e Google tomaram atitudes semelhantes, no rastro da revelação de que as companhias do setor tecnológico colaboraram com as autoridades dos Estados Unidos, fornecendo informação sobre seus usuários.
No comunicado, o Facebook diz estar cobrando do governo americano mais transparência em relação a essas solicitações, incluindo dados sobre as requisições relacionadas à segurança nacional. 
(Com agência EFE)

PSDB quer explicações sobre propina de deputado petista

http://veja.abril.com.br/blog/politica/

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), protocolou nesta terça-feira requerimentos para ouvir o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Batista de Rezende, sobre o achaque que o deputado petista Vicente Cândido (PT-SP) fez ao conselheiro do órgão regulador, Marcelo Bechara. O caso foi revelado por VEJA no último fim de semana.
A atuação de Vicente Cândido incluiu proposta de propina para que o conselheiro atuasse dentro da Anatel para minimizar as multas impostas pela agência à companhia telefônica Oi. A empresa tem mais de 10 bilhões de reais em multa.
Entre os pedidos protocolados pelo PSDB nesta terça está ainda ofício à Corregedoria-Geral da Câmara para que seja apurado se o deputado Vicente Cândido quebrou o decoro parlamentar. “Nos governos do PT as agências de regulação foram aparelhadas e, não raro, são focos de corrupção. Isso é inadmissível”, disse Sampaio.
A proximidade da empresa Oi com o governo petista não é novidade. No fim de 2008, o então presidente Lula autorizou a compra da Brasil Telecom pela companhia em uma operação para a formação de uma suposta gigante nacional no setor de telecomunicações. O negócio não deslanchou, e o discurso nacionalista caiu por terra.
(Laryssa Borges, de Brasília)

Protesto no Rio termina em confronto e depredação

Por FELIPE WERNECK, estadao.com.br
Policiais militares usaram bombas de efeito moral, balas de borracha, paintball e até pedras para acabar com mais...



Protesto no Rio termina em confronto e depredação
"Jovem é ferida durante protesto no Rio"
Policiais militares usaram bombas de efeito moral, balas de borracha, paintball e até pedras para acabar com mais um protesto na noites desta terça-feira, 27, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, zona sul do Rio, onde fica o Palácio Guanabara, sede do governo estadual. O tumulto se alastrou pelo bairro e pelo menos cinco agências bancárias, uma concessionária da Volkswagen e abrigos de ônibus foram destruídos na Rua das Laranjeiras. Várias barricadas com lixo queimado e pregos de quatro pontas foram montadas para tentar impedir a aproximação de caminhonetes do Batalhão de Choque.
O confronto entre policiais e os cerca de 300 manifestantes, que mais uma vez protestavam contra o governador Sérgio Cabral (PMDB), começou por volta de 20h30, quando uma rapaz tentou impedir que PMs revistassem sua mochila. Houve tumulto e a grade de ferro que interditava a Pinheiro Machado na esquina com Álvaro Chaves, impedindo a aproximação do Palácio, foi empurrada. PMs usaram armas de paintball para marcar manifestantes, que lançaram pedras. Em seguida, caminhonetes com policiais do Choque começaram a perseguir "Black Blocs", que rapidamente montaram barricadas. Até um táxi que passava perto da Pinheiro Machado foi obrigado a retornar e usado como "escudo" por manifestantes.
Ainda na Pinheiro Machado, antes da chegada do Choque, houve uma guerra de pedras entre "Black Blocs" e PMs que usavam apenas armas de choque e de paintball. Pelo menos três jovens foram arrastados por PMs e agredidos com chutes e cassetetes. Além de pedras, manifestantes lançavam rojões. Os grupo de PMs que recolhia pedras para jogar nos militantes acabou recuando e voltou para se proteger na barreira policial. Depois, começou a caçada do Choque pelo bairro.
Antes do tumulto na rua do Palácio, quando os manifestantes ainda se agrupavam no Largo do Machado, uma menina que atravessava a praça foi atingida na testa por uma bala de borracha. A confusão começou quando PMs detiveram um ativista que estava sem documento. Alguns lançaram pedras e policiais jogaram uma bomba de efeito moral e atiraram balas de borracha. A menina atingida na testa, que seria estudante de direito da UFRJ, foi atendida por socorristas em um banco da praça.
Alguns manifestantes afirmaram ter recolhido cápsulas de projéteis no Cosme Velho, o que indica que policiais não teriam usado apenas armas consideradas não letais. PMs do Choque usavam toucas ninja e não estavam com identificação na farda. A reportagem do Estado estava ao lado de um menino negro com camisa do Botafogo quando um desses policiais veio na direção dele e disse em seu ouvido: "Você estava no Catete. Vou te pegar depois", possivelmente referindo-se ao protesto ocorrido no bairro na semana passada.
Um advogado que acompanhava a manifestação disse que pelo menos oito pessoas tinham sido detidas até as 22h30. Com o tumulto, várias ruas do bairro foram interditadas.

Falta 'traquejo' e 'humildade' ao governo Dilma, diz Campos

Política

No Programa do Ratinho, governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência disse temer a volta da inflação e pediu mais diálogo à presidente

Felipe Frazão
O governador de Pernambuco Eduardo Campos participa do Programa do Ratinho no SBT nesta terça-feira (27/08/2013)
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, participa do Programa do Ratinho, no SBT (Gabriela Biló/Futurapress)
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível candidato à Presidência nas eleições do ano que vem, disse nesta terça-feira que falta humildade e traquejo político ao governo da presidente Dilma Rousseff. Campos também afirmou que todos os candidatos têm chance de vitória nas eleições de 2014.
“Eu tenho muito respeito por Dilma, uma pessoa honrada, mas acho que às vezes a falta de traquejo político, de diálogo, é percebida pelos prefeitos e governadores. Acho que o governo precisa dialogar mais, ter humildade. Governar é um gesto de humildade. É construir consenso”, disse Campos, que gravou nesta terça-feira participação no Programa do Ratinho, do SBT.
Na entrevista, o governador também atacou a política econômica do governo Dilma. “Eu tenho medo da volta da inflação. Temos de ter cuidado. A inflação é um germe perigoso”, disse. Ele defendeu, no entanto, os programas federais Minha Casa, Minha Vida e Mais Médicos. “Tem que chamar médico de onde vier”, disse.
Corrida - Campos disse ser difícil apontar alguém sem chances de vencer atualmente. “Eu acho que todos podem estar dentro. A eleição não está definida. O quadro econômico e o quadro dos partidos ainda não estão definidos. Tem muita gente falando em trocar de partido. Esse movimento [de manifestações nas ruas] vai ter influência sobre 2014. A eleição está completamente em aberto, está zerada.”
O governador evitou, no entanto, assumir a pré-candidatura e voltou a dizer que o lançamento de candidato próprio do PSB "será decidido no ano que vem". Para ele no entanto, é "natural" que militantes divulguem seu nome, porque o calendário eleitoral começa agora em setembro.


"O partido sabe qual é o tamanho da minha disposição. A confiança da base partidária eu sei que tenho, agora mais que disposição eu tenho responsabilidade. Sei a situação que o país vive e que a gente precisa ter muita responsabilidade com o futuro do país. Tudo o que construímos nos últimos 30 anos, democracia, estabilidade e um olhar sobre a desigualdade, não pode ser colocado em risco por ambição de quem quer que seja."

Eu tenho um sonho (realista)


Martin Luther King no concreto
O meu sonho é humildemente menos atraente e menos comovente que o de Martin Luther King.
Ele foi um pastor da humanidade (e não apenas de negros oprimidos pela segregação e racismo), dotado de uma retórica extraordinária. Há exatamente 50 anos, 28 de agosto de 1963, no discurso em Washington, Martin Luther King precisava sonhar alto, com as coisas tão desoladoras lá embaixo, no sul dos EUA, quando a polícia racista literalmente soltava os cachorros contra manifestantes pelos direitos civis.
Contra a cachorrada racista, Luther King sonhava que seus quatro filhos um dia “viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter”. O perfeito sonho pós-racial é inatingível, embora faça bem ser embalado pelas palavras de Luther King.
A vida é uma realidade de tantas identidades raciais, étnicas, nacionais, religiosas, classistas e sexuais. Eu apenas sonho com mais tolerância na aceitação das diferenças, das rivalidades e das múltiplas identidades. Temos nossas tribos, nossos times, nossas lealdades, nossos grupos de interesse para fazer pressão e aumentar o nosso quinhão.
Em 50 anos, graças a pessoas sábias e abnegadas como Martin Luther King, a sociedade americana deu saltos qualitativos e quantitativos para que as pessoas sejam menos julgadas pela cor de sua pele e negros tenham um lugar mais digno sob o sol.  Há ainda racismo dos brancos e racismo reverso, mas não sou chegado em histrionismos (a indústria da exploração racial tem várias cores e tonalidades). Enquanto Martin Luther King discursava em Washington e cachorros estavam soltos, o racismo era tolerável. O fato é que hoje em dia ser abertamente racista é uma atitude social inaceitável. Diferenças, porém, persistem.
Basta ver as distintas percepções em recentes pesquisas nos EUA. A maioria dos brancos acredita que a missão está cumprida e o sonho de Martin Luther King foi atingido. Esta é a percepção da minoria dos negros. Há indicadores fantásticos do avanço da minoria negra. O mais óbvio é Barack Obama na Casa Branca. Desde os anos 60, o índice de pobreza dos negros caiu de 42% para 28%. A disparidade de renda entre brancos e negros, no entanto, aumentou.
Aqui a conversa, claro, politiza. Para uns, os programas sociais arquitetados nos anos 60 ainda são necessários; para outros, o foco deve ser na responsabilidade individual dos negros, pois a marcha guiada pelo governo e seus programas sociais deve acabar. No debate sobre distribuição de poder e recursos, os canais de representação estão bem definidos.
Na expressão de Ross Douthat, colunista (conservador) do New York Times, o Partido Republicano é veículo da identidade branca, enquanto o Partido Democrata é veículo de clientelismo, não apenas de negros, mas de outras minorias. Está aí a prova da dificuldade de construção de uma sociedade pós-racial, embora racismo não seja mais aceitável.
Douthat e outros lembram que patologias sociais consideradas “problemas negros”, como alto nível de desemprego, especialmente entre homens jovens, e desagregação familiar, estão disseminadas em outros setores da sociedade, tornando especialmente necessárias reformas carcerárias e educacionais.
Uma resposta de setores marginalizados é o ressentimento. Negros e latinos acusam conservadores de estarem empenhados em suprimir o voto de minorias e reduzir programas sociais. Já setores remediados da classe trabalhadora branca, ao longo dos últimos 30 anos, abraçaram o Partido Republicano, repudiando os democratas, vistos como estimuladores de privilégios de minorias. O país é mais diverso, o que significa mais desafios para a acomodação e distribuição de recursos e de poder. As minorias avançam e setores brancos se sentem acuados.
Por conveniências eleitorais e amarras ideológicas, os dois partidos preservam suas agendas. A polarização política no país dificulta a construção de pontes, embora elas existam na busca destas reformas, com alguns pontos de convergência entre um  conservador e branco, como o governador do Texas, Rick Perry,  e o negro liberal Erick Holder, ministro da Justiça.
Barack Obama é herdeiro de alguns sonhos concretizados desde o discurso de Martin Luther King. lmpossível para ele será deixar o legado de pastor de uma sociedade pós-racial, como vaidosamente ambicionou. Mas um presidente, filho de mãe branca do Kansas e do pai negro do Quênia, discursando no aniversário dos 50 anos do “I Have a Dream” já é uma boa realidade.
http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/

Fuja da obesidade


Quando o assunto é perder peso, existem muitos erros comuns que cometemos, ou mesmo mitos em que caímos e nos impedem de ter sucesso. Veja quais são eles e aprenda a evitá-los

Maçã e sanduíche na balança - Foto Getty Images

Ignorar as calorias totais da dieta

"A alimentação desequilibrada é um dos principais fatores relacionados à obesidade", afirma a educadora física e doutoranda em nutrição Ana Dâmaso, coordenadora do Grupo de Estudo da Obesidade (GEO) da Unifesp. Segundo ela, quando este fator está associado ao excesso de peso, tona-se necessária a reeducação alimentar. Tudo começa estabelecendo um limite máximo de calorias que podem ser consumidas diariamente. "Uma pessoa acima do peso provavelmente ingere muito mais calorias do que seu metabolismo é capaz de queimar", afirma a especialista. Para isso, procure um bom nutricionista que possa elaborar um cardápio individual.
Mulher comendo salada - Foto Getty Images

Fazer escolhas pouco saudáveis à mesa

Bobagem ficar dentro das calorias previstas para o dia se os alimentos que você consome têm valor nutricional nulo. De acordo com a educadora física Ana, gorduras e açúcares são os grupos de alimentos mais presentes na alimentação do paciente com obesidade. Aprender a montar um prato colorido com muitas frutas, legumes e verduras, e uma parcela menor de carboidratos e proteínas, faz parte da reeducação alimentar. "Com o tempo, os pacientes percebem que não é preciso passar fome ou comer alimentos sem graça para perder peso", explica.
Homem sentado - Foto Getty Images

Manter o sedentarismo

"Exercícios físicos são uma das principais estratégias terapêuticas não medicamentosas para combater a obesidade", diz a educadora física Ana. Segundo a especialista, atualmente exercícios valem por remédio. O método mais eficaz para perder peso é combinar exercícios aeróbios, como a caminhada, com exercícios resistidos, com a musculação. "Juntos, eles não só combatem a obesidade, como ainda ajudam no controle da síndrome metabólica e da esteatose hepática não alcoólica (acúmulo de gordura no fígado)", explica. Antes de iniciar o treino, procure um profissional para não realizar movimentos incorretos ou exagerar na dose, o que pode gerar lesões.
Mulher ansiosa - Foto Getty Images

Perder o controle da ansiedade

A obesidade é uma doença multifatorial e, na maior parte dos casos, está ligada a disfunções emocionais. "Grande parte dos pacientes sofre de ansiedade, estresse e outros problemas que podem levar à compulsão alimentar, por exemplo", afirma o endocrinologista Marcos Antonio Tambascia, professor da Unicamp. Por isso, incluir um terapeuta comportamental no tratamento da obesidade pode ser fundamental para alcançar o sucesso.
Homem acendendo cigarro - Foto Getty Images

Adotar outros hábitos prejudiciais

"Principalmente pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica são mais propensos a adotar outros hábitos prejudiciais para compensar o prazer que deixaram de ter por não poder comer compulsivamente", afirma o endocrinologista Marcos. Segundo ele, é comum pacientes começarem a fumar e beber ao tentar seguir uma alimentação saudável. Por outro lado, alguns pacientes se sentem estimulados a mudar completamente de vida quando dão início ao tratamento da obesidade. Assim, começam a praticar exercícios, investem na reeducação alimentar e, de quebra, ainda adotam outros hábitos saudáveis como medida de prevenção da saúde.
Mulher comendo bolo - Foto Getty Images

Retomar os erros após a perda de peso

O paciente com tendência a ter obesidade não pode vacilar. Hábitos saudáveis adotados para perder peso devem ser mantidos mesmo após alcançar a meta. "Muitos pacientes acabam retomando os quilos perdidos porque deixam a disciplina de lado com o tempo", diz o endocrinologista Marcos. Segundo ele, comer bem, praticar exercícios e fazer check-ups no médico regularmente deveriam ser regra na vida de todas as pessoas durante a vida inteira. No caso de pessoas com tendência a desenvolver a doença, entretanto, a medida se torna ainda mais relevante e não segui-la pode trazer consequências mais imediatas, como a desnutrição e a volta da obesidade.
Homem medindo a pressão arterial - Foto Getty Images

Resistir a tratamentos mais agressivos

"A cirurgia bariátrica nunca é a primeira opção de tratamento para pessoas com obesidade", afirma o endocrinologista Marcos. Mas indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) maior do que 40 ou com IMC maior do que 30 e tendência a desenvolver doenças associadas à obesidade, como o diabetes, geralmente recebem indicação para a intervenção cirúrgica. Isso porque, neste caso, a necessidade de perder peso é imediata. Além disso, disciplina para mudar hábitos de vida nem sempre é o suficiente para vencer essa doença crônica. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental.