sexta-feira 19 2013

Zé Carioca - Criação


Criação:  No início dos anos de1940, o governo americano - mais especificadamente o assessor de Washington para assuntos da América Latina, Nelson Rockfeller - estava preocupado com o interesse crescente dos governos latinoamericanos sobre o nazismo e o fascismo e pediu a Walt Disney que fizesse uma viagem de “boa vizinhança” aos principais países do continente.

Disney e uma equipe de desenhistas vieram ao Brasil (visitaram Manaus, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) e desta viagem surgiu o simpático “embaixador” Joe Carioca, ou melhor, José Carioca.
O personagem, cujas características principais eram arrumar comida grátis, evitar o trabalho, fugir de cobradores e conquistar garotas, fez sua estréia em alto estilo nas páginas dominicais dos jornais americanos, em outubro de 42.
A página inicial mostrava uma panorâmica do Rio de Janeiro, fechando lentamente no barrado que era “a moradia de um jovem alegre e folgazão papagaio chamado José Carioca”.
O personagem durou dois anos nas páginas dominicais antes de ser substituído por outro latino de Disney, o galo Panchito. Os dois por sinal, contracenaram em dois desenhos animados com o Pato Donald - Saludos Amigos (1943) e The Three Cabaleros (1945) - Donald e o Papagaio também se encontraram no desenho Você já foi à Bahia, de 1944.
Com o fim da Segunda Guerra, José Carioca sumiu dos jornais americanos, mas em julho de 1950 a Editora Abril lançou no Brasil o número 1 do Pato Donald, trazendo na capa o personagem brasileiro. A Abril contratou desenhistas e roteiristas locais para criarem histórias do papagaio que até hoje tem publicação própria no Brasil, ainda na mesma editora.
Zé, Panchito e Donald no desenho de 1945: política de boa vizinhança contra o nazismo
Quando o prazo apertado exigia mais HQs e não havia tempo para elaborar argumentos, o personagem chegava a ser desenhado sobre o Mickey ou o Pato Donald em histórias menores estreladas por eles.
Mas os quadrinhistas brasileiros também criaram outros papagaios de sucesso, primos de Zé Carioca, que representam outros Estados e constantemente entram em cena com o personagem - Zé Paulista, Zé Jandaia, Zé Queijinho, Zé dos Pampas, etc.
Também aprimoraram o núcleo do Papagaio – personagens como o simpático Afonsinho e os cobradores da Anacozeca são obra nacional.
Nos anos de 1990 os estúdios da Abril reformularam o papagaio e sua turma para os tempos atuais, trocando o tradicional terno e chapéu de palha por camisetas, tênis e boné. O novo visual foi bem aceito, mas nem sempre é usado - mesmo porque grande parte das histórias de antigamente são reeditadas entre as novas HQs nas revistas.
Com a namorada Rosinha, no visual mais moderno: sai o chapéu, entra o boné
Em abril de 2000, Zé Carioca protagonizou uma HQ excelente sobre a descoberta do Brasil, em homenagem aos 500 anos. Na revista, a história, feita com muito bom humor, é intercalada com relatos científicos e históricos sobre a descoberta do Brasil e a navegação portuguesa.
Enredo: Zé Carioca é um típico malandro brasileiro. Odeia trabalho, vive correndo de cobradores e mora em uma vila quase que favelada, a Vila Xurupita. O papagaio também sonha em ganhar na loteria (o que já ocorreu em uma das melhores séries já criadas pelos artistas nacionais, na revista O Zé Cutivo), não perde a chance de roubar uma jaca do vizinho e de filar uma boa feijoada e, principalmente, não pode ver um rabo-de-saia (para o azar da eterna prometida Rosinha Vaz). Zé também se mete em encrencas como detetive, na sua agência Moleza (que não é exatamente um - argh - trabalho) e tem uma identidade secreta, a de Morcego Verde - inspirado pelo Morcego Vermelho, de Patópolis (por sua vez, uma alegoria bem-humorada ao herói Batman na pele do atrapalhado Peninha). Nas histórias mais novas, o politicamente correto dá as caras e Zé é mostrado de maneira menos caricata, em especial menos malandro e vagabundo.
Personagens:

Além do próprio Zé, aparecem no núcleo de Vila Xurupita, entre outros: Rosinha, a namorada, e o “sogrão” ricaço Rocha Vaz; Nestor, Pedrão e Afonsinho, os melhores amigos; os cobradores da ANACOZECA (Associação Nacional dos Cobradores do Zé Carioca); Zé Galo, o rival malandro e atrapalhado; Luís Carlos, outro rival no amor de Rosinha; Glória, rival de Rosinha no amor pelo Zé; Zico e Zeca, os sobrinhos travessos.

Curiosidade: José Carioca foi criado por um brasileiro? - O grande ilustrador brasileiro J. Carlos participou da escolha e da criação de um papagaio para o grupo de desenhistas de Walt Disney. Em um jantar com os americanos, o próprio Walt teria convidado J. Carlos para trabalhar nos EUA. O artista chegou a fazer um cartoon em cores, onde um papagaio de charuto na boca (vale lembrar, Zé Carioca aparecia fumando charuto nos primeiros números) fazia as malas observado por outros animais. Mas J. Carlos desistiu da viagem. Disney, no entanto, foi embora levando o papagaio na mala. E mandou de volta José Carioca.

Papagaio! De canalha charmoso a malandro jovial, Zé Carioca chegou aos 70!




Ele surgiu como um canalha charmoso e sedutor, usando chapéu palha, paletó e muita lábia, mas definitivamente um canalha: vivia de golpes, enganava os amigos, era um mulherengo sem par. Os golpes foram aos poucos deixado de lado, substituídos por uma preguiça imensa e uma capacidade incrível de não emprestar dinheiro sem pagar de volta e dar calotes inúmeros. Muita gente reclamou do estereótipo antiético que ele dava ao brasileiro (mais especificamente o nascido no Rio) e nos anos de 1990 ele se submeteu ao politicamente correto, trocou chapéu e terno por boné e camiseta, e até arruma trabalho de vez em quando, mas continua usando a esperteza e não deixa de olhar para as moças, apesar de ser eternamente apaixonado por sua Rosinha.  Com 70 anos de vida completados em 2012, Zé Carioca ganhou de presente duas belas edições de aniversário pela Abril, que merecem lugar na gibiteca de qualquer leitor Disney que se preze.


Criado em 1942 como resultado de uma ação para reforçar a amizade entre EUA e Brasil em tempos de guerra – e com “inspiração” de desenho do cartunista brasileiro J.Carlos – Zé, ou melhor, Joe Carioca teve tiras publicadas nos jornais americanos de 1942 a 1944. As tiras, por sinal, são um dos atrativos do primeiro volume de Zé Carioca 70 anos (304 páginas, R$ 16,00). Elas foram especialmente coloridas digitalmente para a edição, que também traz histórias dos anos 40, 50 e 60.

Freddie Mercury and Montserrat Caballe - How can I go on


Super Super...

Freddie Mercury levou Lady Di disfarçada de homem a bar gay


Gente

História, ocorrida na década de 1980, consta de biografia da atriz Cleo Rocos, nascida no Brasil e radicada na Grã-Bretanha

Lady Di e Freddie Mercury
Freddie Mercury, líder do grupo britânico Queen morto em 1991, levou a princesa Diana disfarçada de homem a um bar gay muito conhecido em Londres. A revelação consta de passagem do livro de memórias da atriz Cleo Rocos, nascida no Rio de Janeiro e radicada na Grã-Bretanha, publicada neste domingo pelo jornal Sunday Times.
No livro The Power of Positive Drinking, a atriz conta como, na década de 1980, ela, Mercury e o ator Kenny Everett vestiram Lady Di com um casaco militar, um gorro e óculos de sol para uma noite no Royal Vauxhall Tavern, no sul de Londres.
"Quando entramos, sentíamos que a princesa Diana poderia ser reconhecida a qualquer momento. Mas as pessoas pareciam simplesmente ignorá-la. E ela amou isso", afirma Cleo Rocos. A presença de Mercury, Everett e Rocos teria desviado a atenção dos presentes, e Diana pôde pedir bebidas sem ser reconhecida. "Ela parecia um lindo jovem", acrescenta. 
Diana, ex-mulher do príncipe Charles e alvo favorito dos paparazzi, morreu em um acidente de carro em Paris, em 1997, precisamente quando estava sendo perseguida por fotógrafos. Freddie Mercury, apreciado pelo público por suas atuações cativantes no palco e por sucessos como Bohemian Rhapsody, morreu de Aids em 1991, aos 45 anos.
(Com agência France-Presse)

Força da palavra




Betty Milan, No livro Carta ao Filho, a autora fala sem pudor de episódios de sua vida e do contato com Lacan


LAURA GREENHALGH - O Estado de S.Paulo
Em Carta ao Filho, a coragem de contar "quase" tudo - "pois jamais se deve contar tudo", adverte Betty Milan - passa não só pelas sessões de análise com o mestre Jacques Lacan, mas pela teia de contatos com uma intelectualidade que encarnou a geração 68. "E que mudou o mundo", acrescenta a autora da epístola. "Hoje os filhos não se dão conta do que seus pais fizeram, de como tivemos que quebrar barreiras." Betty Milan tem obras publicadas em vários países, como o romance O Papagaio e o Doutor, inspirado em seu contato com Lacan, e o ensaio O País da Bola, sobre futebol. Também assinou as crônicas de Paris Não Acaba Nunca e as entrevistas de A Força da Palavra, coletânea de conversas memoráveis com nomes como Octavio Paz e Jacques Derrida (todos pela ed. Record). Vivendo parte do tempo em São Paulo, parte em Paris, fundou e dirige a companhia teatral Vozes, marcando sua longa relação com a dramaturgia. Relação iniciada nas experiências em psicodrama com Zerka Moreno, no Public Theater of New York. É também autora de peças, entre elas, Paixão e a Vida É Um Teatro.
Com tudo o que tem de revelador, você diria que seu livro nasce de um ato de coragem?Sim. A coragem de falar dos meus sentimentos. Mãe não fala disso ao filho. Sendo uma figura sacralizada, impõe-se a ela o silêncio. Claro, nunca se conta tudo. Nem se deve. Contar tudo é uma forma de usar o outro indevidamente. Mãe e filho também não têm que falar de seus relacionamentos sexuais, algo que diz respeito a cada um. Mas isso não se aplica aos sentimentos. Até porque filhos sempre sabem a verdade. Se for inútil mascará-la, melhor legitimá-la. Mãe tem uma missão educativa, então imaginamos que falar dos nossos tropeços, erros e mesmo de um adultério é algo que pode inviabilizar essa missão. É como se a mãe não estivesse mais autorizada a educar. Só que, escrevendo esse livro, me dei conta de que faz parte da missão educativa da mãe ensinar filho a escutar. E o pai, onde fica nisso tudo? Não me detive na figura paterna, embora ela esteja presente o tempo todo, e assim tem que ser. Do contrário, a relação mãe-filho torna-se fusional.
Você escreve num momento em que o pai não está mais em cena, por ser falecido, você e seu filho estão rompidos e nem se falam, enfim, o desenho da família nuclear parece desfeito.
Meu filho vinha me censurando por ser excessivamente apegada e ter uma demanda infinita sobre ele. Resolvi escrever. Na verdade, a carta cumpre o papel do pai. Ela é o terceiro elemento na relação. Ela instaura a paz. É com a simbolização dessa relação que a mãe pode cumprir um papel dificílimo: cuidar do filho ao mesmo tempo em que está se separando dele. E dizendo "vai". Pega o seu caminho.
Antes, porém, você revê toda a sua vida para o filho. A carta começa tratando dos nascimentos em família e a intenção foi refletir até que ponto somos determinados pela história do nascer. Sim, porque já nascemos com uma história. No meu caso, vim ao mundo depois de um irmão natimorto, ocupei o lugar deste primogênito, sendo uma mulher. Isso me traz uma identificação incompleta com o sexo feminino, embora tenha sempre me relacionado com homens. Eu era "o primeiro filho". Assim fui criada. Quis mostrar que, mais importante do que o sexo biológico, é a fantasia (em termos psicanalíticos) que a pessoa tem sobre a sua sexualidade. Na minha família, cresci autorizada a fazer o que os filhos homens fazem. Isso explica o fato de, aos 18 anos, cursar uma faculdade de medicina, algo raro para as moças do meu tempo e mais raro ainda numa família árabe em que as mulheres eram educadas para o lar. Inverti isso. Hoje os filhos não se dão conta da subversão que a geração de seus pais ousou fazer, 50 anos atrás. Falo de uma geração que subverteu a ordem e quebrou barreiras. Se agora nossos filhos optam pela fidelidade em seus relacionamentos, isso acontece porque nós mostramos, lá trás, que infidelidade não é crime.
Essa filha que ficou no lugar do filho tem a ver com o comentário que Foucault fez a seu respeito: "Você é tão afável quanto um rapaz"? Ele percebeu essa ambivalência quando eu tinha 18, 19 anos. Foucault veio a São Paulo para uma conferência na USP e (o filósofo José Arthur) Giannotti convenceu-o a passar um fim de semana no Guarujá. Eu estava neste grupo de amigos. Foucault já havia escrito a História da Loucura, trabalhava numa obra sobre sadomasoquismo. Anos mais tarde fui procurá-lo no Collège de France, onde dava aulas, e ele me convidou para jantar. Esse tipo de reciprocidade parece ter desaparecido hoje em dia.
Você viveu com intensidade a geração 68. Mas foi criada no seio de uma família árabe tradicional, abastada...Tudo começa com um avô mascateando. Depois veio um lado materno abastado, com avós vivendo em palacete, e do lado paterno, uma família que estava se construindo economicamente, mas que já podia dar educação boa aos filhos. Nesse período e do ponto subjetivo, o que me vem é a angústia da separação. Eu era muito pequena quando minha mãe ficou quase cega. Fui com meus pais para Chicago, para que ela se tratasse, e lá ficamos um ano até sua cura. Mamãe vivia agarrada a mim, senti essa angústia forte. Os primeiros sinais de rebeldia iriam se manifestar no Colégio Bandeirantes, quando participei da fundação do grêmio e fui convidada a me retirar da escola. Entrei na medicina da USP, porém me relacionava com os colegas da Filosofia e, se não cheguei a tomar parte em organizações políticas, entrei para uma militância cultural. Como a revista aParte, que fiz com Flávio Império e Sérgio Ferro. Nunca me identifiquei com certos valores da família árabe. Eu não frequentava as festas do Sírio Libanês, sempre gostei da companhia das empregadas, trabalhava na mesa da cozinha. Também nunca bati de frente com essa família. Sabia levar.
Como foi admitir, na carta, que cometeu adultério quando casada com o pai do seu filho?Vivi um triângulo amoroso e o pai do meu filho sabia disso. Dizia que eu não deveria encarar a situação com sentimento de culpa - ele, que era um autêntico libertino, algo caro à cultura francesa. O próprio Lacan dizia que esse jeito francês de lidar com amantes era uma forma de civilidade. Mas foi meu filho quem um dia bateu na minha porta, eu lhe disse que estava com aquela outra pessoa, e ele pediu para entrar. Hoje se dão muito bem. Nos grandes casos de adultério da literatura, Madame Bovary ou Anna Karenina, por exemplo, essas heroínas acabam mortas. Na carta tento mostrar que o adultério é algo a que nós, humanos, estamos sujeitos e tanto por isso não pode ser punido como crime. A grande sorte nos relacionamentos é a fidelidade. Mas ela é rara.
E quando você assume ter feito um aborto mais jovem?Não tive uma militância feminista, mas este ponto para mim é capital. Decidi falar. Contei de uma época em que as mulheres, lá na França, interrompiam a gestação em Londres, pois não havia legalização alguma em solo francês. Quis refletir sobre essa identificação do ser com a vida biológica, quando se esquece que a vida não faz sentido se o desejo dela não existe.
Qual a importância de Jacques Lacan na sua trajetória?Meu filho não teria nascido se eu não tivesse feito formação analítica com Lacan. Começa daí. Porque sendo o "primogênito", eu não me permitiria engravidar. E, mesmo engravidando, não toleraria não poder nomear o filho. Isso foi resolvido na análise. Foram mais de quatro anos, tempo no qual fui assistente de Lacan na Universidade de Vincennes. Outra coisa importante que veio com Lacan foi a relação com a língua. Como vivi entre dois idiomas, e levei isso às últimas consequências ao traduzir Lacan para o português, acabei tendo um olhar sobre a língua materna diferente. Enfim, Lacan me deu o filho e a escrita. Não é pouca coisa.
"Lacan só entendia o que eu falava na sua língua. Meu mundo se limitava ao que era traduzível." Você diz isso na carta. Quer dizer, você configurava a sua fala nas sessões em função da escuta dele?
Veja que problema isso coloca ao processo analítico. Lacan até tentou me passar para uma colega dele, de origem portuguesa, mas vimos que haveria problema de transferência. Daí percebeu que eu só faria formação com ele, mais ninguém. E topou. Foi mesmo uma aventura. Também trabalhamos no Hôpital Sainte-Anne, grande instituto psiquiátrico francês onde ele fazia as famosas entrevistas públicas dos doentes. Conversava com o paciente, um psicótico, diante de alunos, médicos, professores de Vincennes. Era um lugar de alto aprendizado.
Quando foi a última vez em que esteve com ele?Foi quando me chamaram para votar a dissolução da Escola Freudiana de Paris. Lacan precisava de votos para dissolver aquilo. Nessa ocasião, o câncer de que sofria já estava avançado, então se deu um encontro penoso, porque ele não me reconheceu. Era um fantoche na mão de alguns, algo triste.
Por que decidiu pesquisar o mundo do carnaval, do futebol, da umbanda?Quando voltei ao Brasil, senti que precisava escutar o País. Um outro país que não fosse aquele da família árabe. Iniciei errâncias intelectuais, algo que sempre se repete em minha vida, e acabei cruzando com um florilégio de pessoas lindas: Joãosinho Trinta, Gilberto Freyre, Zé Celso Martinez Corrêa. Quis escutar o Joãosinho porque era um homem de ideias, pouco valorizado no Brasil. Por anos fui ao barracão ver como ele construía o carnaval. Descobri o "brincar" como a paixão particular do brasileiro. Na França, é o "droit". Na Espanha, "el honor". Na Inglaterra, "humour". E nós somos o brincar. Depois, enveredei pelo mundo do futebol, foi escutar homens inteligentíssimos, como Leônidas da Silva, e fiz O País da Bola, livro considerado um dos melhores do ano na França, exatamente quando o Brasil perdeu a Copa lá. Com Gilberto Freyre, fui ver o que pensava da cultura do brincar, que ele associava à cultura negra. Já o encontro com Zé Celso aconteceu em 1991, quando lancei aqui o romance inspirado na formação com Lacan, O Papagaio e o Doutor. O livro mexeu com Zé Celso, que acabou escrevendo na imprensa sobre o "strip-tease da dra. Betty Milan". Daí nasceu uma longa convivência com o Teatro Oficina. Hoje tenho minha pequena companhia de teatro, na qual fazemos algo diferente do Zé Celso. É teatro intencionalmente despojado, cujo apoio reside na força da palavra.
Entre tantas histórias e tantas confissões, qual foi a reação do seu filho ao ler a carta-livro?Leu com interesse. Sua colaboração se tornou essencial, porque fez perguntas, deu sugestões. Lembrou, por exemplo, que em nossa casa nunca se ameaçou filho de ir para internato, essa punição não havia. Surpreendeu-se com minha disposição otimista diante do mundo e reconheceu que fui elegante ao narrar toda minha história de vida. É preciso dizer que comecei a escrever a carta como um consolo diante da dor da separação. E não pretendia transformá-la em livro. Mas como foi adquirindo uma forma interessante, aceitei publicá-la. O curioso é que, no mesmo período em que eu escrevia a carta, meu filho fazia um documentário sobre a avó, minha mãe, uma mulher de 95 anos que vive para falar do amor. Enfim, nós nos encontramos na mesma busca pelas origens. Procurávamos a independência dos laços familiares, não a supressão deles. Foi um grande momento.
E para você, o que fica dessa experiência pessoal e literária?Eu precisava lidar com essa mãe que tudo pode, que dá conta de tudo. Chega. Se já liberamos a mulher, agora temos que liberar a mãe. De certa maneira, o feminismo atuou em favor dos homens, ao sobrecarregar a mulher. Comunico ao meu filho: estou me separando dessa mãe fálica, onipresente e masoquista. Penso em Sêneca ao lhe dizer que me predisponho a viver intensamente, com meus pares, como a única maneira de combater o tempo que passa. Acho que estou pronta para escrever um novo romance. 

Seria ético trazer animais extintos de volta à vida?


Ética

Em entrevista ao site de VEJA, Henry Greely, especialista em bioética da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, fala sobre os riscos e limites éticos desta prática

Juliana Santos
Reprodução de Neandertal feita pela Universidade de Zurique, na Suíça
Reprodução de Neandertal feita pela Universidade de Zurique, na Suíça: "Nós temos a sequência completa de DNA dos neandertais, mas os seres humanos extintos jamais deveriam ser trazidos de volta", diz Greely (Domínio público/Wikipedia)
A possibilidade de trazer espécies extintas de volta à vida está se tornando cada vez mais próxima da realidade. Mas, enquanto a ciência e a tecnologia se ocupam dos caminhos técnicos que possibilitam tornar a volta dos animais extintos realidade, surge a necessidade de discutir os aspectos éticos e sociais relacionados a essa prática. O primeiro sinal dessa preocupação foi a realização, em março deste ano, de uma conferência TEDx sobre o tema. O TEDx é um versão local e independente das grandes conferências TED, eventos sem fins lucrativos que se dedicam a debater e difundir ideias relevantes e inovadoras. No encontro, realizado em Washington, foram levantadas perguntas como quais animais deveriam ser trazidos de volta à vida e se somente aqueles extintos pelo homem deveriam ser objeto dessas técnicas.
Este mês, dois pesquisadores da Universidade Stanford, Jacob Sherkow e Henry Greely, publicaram na revista Science uma espécie de "revisão de literatura” sobre o tema. Sem dar grande destaque aos detalhes científicos do "como" fazer a "desextinção" e excluindo o "se", uma vez que os autores consideram certo que ela vai acontecer, eles discutem os possíveis riscos e benefícios associados a esta prática.
Nesta etapa, não basta pensar apenas no animal que pode ser trazido de volta, é preciso considerar sua relação com o meio ambiente. Muitas espécies não encontrariam mais seus habitats naturais se voltassem a viver na Terra nos dias de hoje. Para os pesquisadores, isso pode tanto incentivar o homem a conservar e recriar ecossistemas extintos ou danificados, quanto impossibilitar que os animais trazidos de volta sejam devolvidos à natureza. O artigo questiona: será que os habitantes dos Estados Unidos e do Canadá gostariam de ter de volta os imensos bandos de pombos-viajantes?
Por outro lado, alguns pesquisadores defendem que o retorno dos mamutes-lanosos poderia ajudar a reestabelecer a vegetação de estepe no Ártico, caracterizada pela presença de plantas rasteiras, em lugar da tundra, vegetação menos rica ecologicamente, composta por musgos, liquens e pequenos arbustos.
Em entrevista ao site de VEJA, Henry Greely, especialista em bioética e um dos autores do artigo da Science, defende que a "desextinção" seja feita, mas com regras bem definidas. Para ele, é preciso avaliar muito bem o impacto que a espécie trazida de volta pode ter sobre o meio ambiente, além de não deixar que essa possibilidade desvie os esforços voltados para a preservação de espécies ameaçadas de extinção atualmente. Greely admite que um dos melhores argumentos para defender que mamutes e outros animais sejam trazidos de volta à vida é que seria "fascinante", mas é categórico quando ao único animal que considera terminantemente antiético trazer de volta: espécies humanas extintas.
Na opinião do senhor, a ciência está próxima de tornar realidade o retorno de espécies extintas? Depende de qual método estamos falando. De certa forma, uma equipe espanhola já fez isso se tornar realidade para o íbex-dos-pireneus (Capra pyrenaica pyrenaica), que foi extinto em 2000. Infelizmente, o filhote clonado morreu dez minutos após nascer. Porém durante esses dez minutos eles trouxeram de volta uma subespécie extinta. Usando a clonagem, acho que seremos bem-sucedidos em breve. Talvez ainda não o bastante para que os animais sejam introduzidos na natureza, mas provavelmente haverá alguns indivíduos de espécies extintas trazidos de volta em um ano ou dois.
O que pode ser considerado "desextinguir" uma espécie? Quantos indivíduos são necessários para isso? Não há uma resposta definitiva para esta questão. Existem algumas espécies que têm indivíduos vivos, mas estão efetivamente extintas, porque têm poucos animais restantes e eles estão velhos demais para se reproduzir. Acredito que é necessário ter indivíduos o bastante para formar uma população autossustentável que possa se reproduzir e, preferencialmente, que possa existir na natureza. A quantidade varia de acordo com a espécie, mas acredito que seriam necessários pelo menos 20, 50 ou 100 indivíduos antes que seja possível dizer que uma espécie foi realmente trazida de volta. O elefante marinho setentrional (Mirounga angustirostris) era um animal que se acreditava estar extinto, mas, no início do século XX, uma quantidade relativamente pequena de indivíduos, entre 20 e 100 espécimes, foi encontrada na Ilha de Guadalupe, próxima ao México. Eles foram protegidos e agora existem mais de 50.000 deles. Então um número pequeno pode gerar uma população, mas são necessários mais do que três ou quatro indivíduos.
Quais são as condições necessárias para que seja possível "ressuscitar" espécies? Qual é o tempo máximo que o animal pode estar extinto? Depende do método utilizado. Para realizar a clonagem são necessárias células congeladas, então isso só é válido para animais extintos por volta dos últimos trinta anos. A seleção retroativa é o que tem sido feito na Europa com um tipo de gado chamado auroque (Bos primigenius). O auroque foi extinto, mas seus genes ainda existem no gado moderno, então as pessoas estão tentando fazer com que o gado moderno se reproduza de forma a tentar recriar um auroque. Isso provavelmente pode ser feito, mas apenas com espécies que foram extintas há algumas centenas ou milhares de anos, pois é necessário que esses animais ainda possuam seus genes preservados em descendentes. Já para a engenharia genética, duas coisas são necessárias: a sequência do DNA do animal extinto e a de um animal moderno que seja próximo a ele e possa ser modificado para se tornar o animal extinto. No caso do mamute, nós temos o seu DNA e temos os elefantes, que são semelhantes a eles e podem ser usados para criar um novo mamute. Nós temos também DNA de dodôs (Raphus cucullatus), mas eles são aves estranhas e não sabemos se algum animal ainda vivo é próximo o bastante deles para possibilitar a sua volta. Provavelmente a ciência não vai conseguir DNA de mais de 100.000 anos atrás. Os últimos dinossauros morreram há cerca de 65 milhões de anos, então não vai existir um Jurassic Park.
Algumas pessoas dizem que nós devemos trazer de volta os animais que foram extintos pela ação do homem. Seria correto? A ideia de que nós matamos essas espécies e agora podemos trazê-las de volta é atrativa. Parece justo que os tragamos de volta, mas nós não matamos o pombo-viajante ou o mamute-lanoso — nossos ancestrais podem ter feito isso. Nós realmente temos obrigações para com uma espécie extinta? Para mim isso não é claro. Esse argumento é atraente, mas não sei se ele funciona logicamente. Além disso, há alguns casos em que não sabemos se foi a ação humana que levou determinada espécie à extinção. Nós sabemos que o homem matava mamutes, mas não sabemos se foi isso que os levou à extinção. Provavelmente não os ajudou, mas a Era do Gelo estava acabando, o clima estava mudando, o quão responsáveis são os homens pela extinção dos mamutes? E há animais que foram extintos sem intervenção humana. Nós devemos trazê-los de volta, ou não? Essa não é a principal razão pela qual eu apoiaria trazer de volta algumas espécies extintas. Para mim é uma combinação do conhecimento científico que nós poderíamos obter sobre essas espécies e o fato de que seria incrível. Seria muito legal ver um mamute-lanoso. Nós não pensamos que ser "legal" seja um bom argumento para fazer coisas, mas na vida a gente faz muitas coisas porque achamos que seria interessante, fascinante, ou apenas legal.
Dentre as espécies cogitadas para fazer o caminho de volta, há alguma que o senhor acha que não seria ético "reviver"? Sim, há um gênero em particular que não deveria ser trazido de volta: os seres humanos extintos. Nós temos a sequência completa de DNA dos neandertais e de outras espécies humanas relativamente recentes, como o Hominídeo de Denisova [espécie extinta de hominídeo que ocupava grande parte da Ásia e dividiu a Terra com neandertais e humanos entre 400.000 e 50.000 anos atrás]. Seria possível tentar trazê-los de volta, mas seria perigoso para a saúde das mães humanas que fariam a gestação e para os bebês também. E mesmo se a experiência fosse bem sucedida, seria irresponsável socialmente: como nós trataríamos neandertais? Não penso que os trataríamos adequadamente. Trazer de volta espécies humanas extintas seria um erro ético, tanto pela segurança quanto pela possibilidade de discriminação.
O senhor escreve em seu artigo que fazer espécies ressurgirem é algo que vai acontecer e a questão é como nós vamos lidar com isso. Como o senhor acha, então, que devemos lidar com isso? Com cuidado. Não acho que devamos banir a desextinção completamente. Os riscos são relativamente pequenos e, se os benefícios potenciais não são imensos, também não são irrelevantes. É necessário regulamentá-la. Devemos nos certificar de que os processos não são cruéis e dolorosos para os animais envolvidos. Se todas as vezes que tentarmos trazer de volta um íbex-dos-pireneus ele morrer depois de dez minutos, é melhor parar. Outro ponto com o qual é preciso ter cuidado é não introduzir no meio ambiente animais que possam ser perigosos para ele e provocar mudanças. Outro grande problema, e isso é algo que não pode ser resolvido com a regulamentação, é que seria uma tragédia se a técnica prejudicasse os esforços para proteger espécies atualmente ameaçadas. Seria loucura deixar espécies se extinguirem apenas por pensar que "nós podemos trazê-las de volta no futuro se quisermos". Eu acho que a "ressurreição" de espécies sempre será difícil, cara e incerta.
Quais são os benefícios potenciais que a técnica pode trazer? Ela pode trazer muito conhecimento científico. É possível aprender muito sobre um animal extinto através de seus ossos, mas podemos aprender ainda mais de um animal vivo. Eu acredito que a desextinção, especialmente a abordagem da engenharia genética, pode acelerar o avanço tecnológico. E, dependendo da situação, ela pode melhorar a ecologia de uma região. Alguns cientistas, por exemplo, afirmam que trazer os mamutes de volta melhoraria o ecossistema do Ártico.
Qual a opinião do senhor sobre o argumento de que "a ciência tem outras prioridades"? Eu concordo com esse argumento. Não gostaria de desviar dinheiro que seria usado para pesquisas sobre doenças infecciosas ou a cura do câncer para a "ressurreição" de espécies. Ela é interessante, mas de prioridade relativamente baixa. Porém esse é um argumento complicado. Eu adoro o fato de que existam robôs estudando Marte, mas não acho que estudar Marte é particularmente importante para a vida na Terra. Nesse sentido, trazer espécies extintas de volta à vida é mais ou menos como a exploração de Marte: não é uma prioridade, mas tem valor potencial.

Conheça 6 direitos que o consumidor acha que tem, só que não


Uma das máximas mais difundidas no mundo dos negócios diz que o cliente tem sempre razão. A legislação que dita os direitos dos consumidores e alguns entendimentos da Justiça, no entanto, têm mostrado que essa afirmação nem sempre é verdadeira.

Exigir a troca de uma roupa só porque ela não serviu ou o presenteado não gostou, por exemplo, é uma prática baseada num direito que não existe. O Código de Defesa do Consumidor não obriga as lojas a fazerem a troca em casos assim.

"Na tentativa de fidelizar os clientes, comerciantes permitem a realização da troca, mas como cortesia", diz o advogado especializado em direitos do consumidor Alexandre Berthe.

Pela lei, a troca só é obrigatória se o produto tiver algum defeito. Mesmo assim, o fabricante tem 30 dias para fazer o conserto do produto. Só depois que esse prazo chega ao fim é que o consumidor pode exigir uma de três opções: a troca imediata, a devolução do dinheiro ou o abatimento proporcional do valor pago (se o defeito não impedir o produto de ser usado e o cliente desejar ficar com ele, ganha um desconto no preço).

Existem, porém, algumas exceções, diz a presidente da SOS Consumidor, Marli Sampaio. Entre elas estão os casos de o produto ser considerado essencial (como uma geladeira ou um carro usado como meio de trabalho) ou de o defeito impossibilitar o seu uso (uma pane no motor que impede o uso do carro, por exemplo).

"Nesses casos, o consumidor não terá que esperar 30 dias pelo conserto. Ele poderá exigir de imediato uma das três opções", diz.

Em caso de compras feitas por meio remoto (internet, telefone ou venda direta, por exemplo), a regra também é diferente: o consumidor pode desistir da compra em até sete dias, seja por que motivo for.

Justiça decide contra consumidor que quer obter vantagem Outro direito que muitos consumidores têm pleiteado, mas a Justiça tem entendido que eles não têm, é a compra de um produto por um preço irrisório.

Em agosto, um juiz de São Paulo negou o pedido de um consumidor que queria ter o direito de pagar R$ 0,01 por um carro. O cliente alegou que a loja anunciou veículos "a preço de banana" e deveria cumprir o prometido. Para o juiz, o consumidor agiu de má-fé.

Decisões semelhantes têm sido tomadas quando lojas virtuais anunciam produtos por preços muito baixos por causa de erros no sistema.

"Nesses casos, a Justiça tem usado o bom senso. Se um produto custa R$ 1.000 e é anunciado por R$ 100, por exemplo, está claro que houve um erro. Quando o erro é muito grotesco e o preço foge completamente ao padrão, fica evidente que o consumidor quis tirar vantagem", diz Alexandre Berthe.

Tribunais de todo o país também têm decidido contra o consumidor no caso da cobrança da assinatura de telefonia fixa. Apesar de essa tarifa ser amplamente contestada na Justiça e ainda ser alvo de polêmica, o entendimento tem sido de que a cobrança é correta, afirma Marli Sampaio.

Compra de pessoa física não é relação de consumo Da mesma forma, o consumidor não tem razão, dizem os especialistas, quando quer usar o Código de Defesa do Consumidor para se defender de problemas de compras feitas de pessoas físicas. Nesse caso, não se trata de uma relação de consumo. Por isso, a lei que vale é o Código Civil, o que, na prática, faz com que seja necessário o consumidor provar que sofreu um dano.

"Por isso, se o consumidor for comprar um carro de outra pessoa, por exemplo, o ideal é que compre de alguém que conhece ou leve junto uma pessoa que entende muito de carros", declara Berthe.

O consumidor também não tem direito de reclamar se a loja se recusa a aceitar um cheque como forma de pagamento, diz Marli Sampaio. "Não existe lei obrigando o lojista a aceitar cheque. Mas é necessário colocar uma placa informando isso ao consumidor, em lugar visível, de modo que o consumidor saiba da restrição antes de fazer sua compra", diz a presidente da SOS Consumidor.

A loja não pode, porém, discriminar situações em que o cheque pode ser aceito. Se ela aceitar essa forma de pagamento, não pode determinar valor mínimo de compra, por exemplo.

1. TROCA DE PRESENTES - Depois do Natal, as lojas ficam cheias de consumidores querendo trocar presentes. Mas a lei diz que o lojista só é obrigado a trocar se o produto tiver defeito. "Comerciantes permitem a troca, mas isso é uma cortesia", diz o advogado Alexandre Berthe. A exceção é para compras feitas pela internet ou por telefone, que podem ser devolvidas, seja qual for o motivo, em até sete dias.

2. TROCA IMEDIATA DE PRODUTO COM DEFEITO - O fabricante não é obrigado a fazer a troca imediata de um produto com defeito. A empresa tem um prazo de 30 dias para resolver o problema. Só depois é que o cliente pode exigir a troca, a devolução do dinheiro ou um abatimento no preço. A troca imediata só precisa ser feita se o defeito afetar uma parte essencial do produto (se for no motor do carro, por exemplo).

3. COMPRA DE PRODUTO POR PREÇO IRRISÓRIO - De maneira geral, a loja é obrigada a vender o produto pelo preço anunciado. Mas a Justiça tem dado ganho de causa para as empresas nos casos em que se constata a má-fé do consumidor. Muita gente já tentou se aproveitar, por exemplo, de erros cometidos por lojas virtuais, que anunciaram sem querer preços bem abaixo do real.

4. PAGAR COMPRA COM CHEQUE EM TODAS AS LOJAS - Não existe nenhuma lei que obrigue o lojista a aceitar cheque como forma de pagamento. Se o comerciante optar por não aceitar, porém, precisa deixar a informação clara. Além disso, a restrição deve valer para todas as situações. O lojista não pode, por exemplo, aceitar pagamento com cheque só a partir de determinado valor.

5. RECLAMAR NO PROCON DE COMPRAS FEITAS DE PESSOA FÍSICA - Quem compra um carro de outra pessoa e tem problemas não pode lançar mão do Código de Defesa do Consumidor ou reclamar no Procon. Isso porque essa não é uma relação de consumo. A pessoa pode reclamar, nesse caso, na Justiça comum, com base no Código Civil, diz o advogado Alexandre Berth.

6. ISENÇÃO DA ASSINATURA DO TELEFONE FIXO - A cobrança da assinatura do telefone fixo é motivo de diversas ações na Justiça, muitas movidas por órgãos de defesa do consumidor. Mas, apesar de não existir uma legislação clara sobre o assunto, o entendimento que tem sido firmado nos tribunais é que a cobrança pode ser feita enquanto não houver decisão final sobre o tem.


Fonte: economia.uol.com.br - 05/12/2012

Saiba como bancos decidem se clientes merecem crédito


Muitos clientes foram nas últimas semanas a bancos públicos e privados em busca de taxas de juros mais baixas em diversas linhas de crédito, mas se decepcionaram.

Em razão dos critérios usados pelas instituições para analisar o perfil de endividamento e o risco de calote de cada cliente, são poucas as pessoas que, de fato, conseguem se beneficiar das menores taxas, informa reportagem de Carolina Matos e Toni Sciarretta publicada na edição desta segunda-feira da Folha.

Entre as características dos tomadores de crédito avaliadas pelos bancos estão: salário, idade, empregabilidade, comprometimento da renda com dívidas, volume de investimentos na instituição e histórico de pagamentos (se já passou cheque sem fundos ou atrasou prestações).

O cliente que tem mais de 30% da renda comprometida com dívidas costuma ser visto como de alto risco.

O banco tem modelos estatísticos que analisam, por exemplo, a probabilidade de um cliente que deu cheque sem fundos há dez anos ficar inadimplente hoje. "É uma chance pequena, mas, se ele fez isso há um ano, a probabilidade costuma ser maior", disse Maria Dolores Oliveira, diretora de modelos analíticos da Boa Vista Serviços.

Com AURÉLIO ARAÚJO, colaboração para a Folha


  Editoria de Arte/Folhapress  
Fonte: Folha Online - 30/04/2012

Dicas para você não entrar em desespero



Milhões de brasileiros estão endividados. Caíram na armadilha do “crédito fácil”, acharam que um empréstimo era um bom investimento, que o cartão de crédito era uma ótima opção para gastar e pagar contas, que o banco era seu amigo e os considerava ótimos clientes, por isso lhes deu cheque especial, cartão, financiamentos, empréstimos e portanto usaram todos estes recursos, sem pensar nas conseqüências.

Bem, se você é um destes milhões de brasileiros e está totalmente endividado, usando o limite do cartão para cobrir dívidas de lojas, usando o cheque especial para cobrir despesas de casa, tirando um empréstimo para quitar outro, com contas atrasando, se os juros estão multiplicando suas dívidas mês a mês, as cartas e ligações telefônicas de cobrança e ameaças de seus credores não param, seu nome já foi para o SPC e SERASA ou está prestes a ir e você já não consegue dormir, não consegue pensar, não sabe o que fazer, certamente sabe sobre do que estou falando.

Começa o desespero. Você está deixando de pagar contas importantes, como seguro do carro, colégio das crianças, condomínio, água, luz e deixando de comprar produtos necessários para sua família, pois está tentando tapar o buraco dos juros, dos juros sobre juros, das multas e outras cobranças derivadas do crédito.

Se você continuar cedendo, aceitando renegociações e pagando mais juros e encargos sobre as dívidas, os meses e anos passarão, você gastará uma fortuna, talvez tenha que vender o carro e a casa, destruindo o patrimônio conquistado ao longo de anos de esforço além, é claro, o orçamento da sua família, e ainda continuará devendo.

Troque dívidas mais caras por dívidas mais baratas

As dívidas com cartão de crédito e cheque especial são as mais caras, pois os juros e outros encargos por atraso podem fazer com que ela aumente até 20% ao mês.

Portanto, é uma boa conseguir um empréstimo pessoal ou um consignado, os quais tem juros entre 3% e 5% em média e quitar as dívidas com o cartão de crédito e cheque especial, ficando com dívidas menos onerosas.

Você também pode procurar outros bancos para fazer a portabilidade de sua dívida, ou seja, a troca. Muitos bancos aceitam quitar a sua dívida e abrir com eles outra, com juros menores e maiores prazos, o que, com certeza, é uma ótima opção!

Se mesmo assim, não resolver seus problemas, talvez seja o momento de você dar um basta na situação.

Quando as dívidas com juros e outros encargos advindos do crédito começam a corromper o orçamento e prejudicar a subsistência da família, e você tem que escolher entre sobreviver ou pagar juros, a melhor escolha é sobreviver.

Portanto, é melhor parar de pagar estas dívidas que não param de crescer e parecem eternas e dedicar seus rendimentos apenas para pagar as dívidas mais básicas e necessárias (moradia, alimentação, luz, água, etc).

Não faça mais nenhum gasto desnecessário! Tenha o foco apenas nos gastos mais básicos e canalize seus esforços na economia. Abra uma poupança e guarde tudo o que sobrar no final do mês. Esta reserva será muito importante para você poder começar a ajeitar sua vida e saldar as dívidas com seus credores.

Tenha consciência que esta é uma situação extrema mas temporária, pois você continua com a obrigação de pagar os seus credores e este será um dos seus principais objetivos a partir de agora.

Dever não é crime (desde que a pessoa não tenha feito a dívida já premeditando não paga-la, pois neste caso é estelionato), quanto mais se sua dívida se originou da cobrança dos juros, multas e outros encargos absurdos que são cobrados no Brasil e o pagamento destas dívidas está prejudicando a subsistência de sua família.

Bem, agora é hora de respirar e começar a enfrentar esta nova realidade.

Nos primeiros dias, você começará a receber uma avalanche de cartas e telefonemas de seus credores. As ligações são feitas sem respeitar horário ou local. Eles ligam para o seu telefone residencial, celular e para qualquer telefone que saibam onde você pode estar ou de alguém que possa conhecer você.

Eles vão infernizar a sua vida. É o trabalho deles! Vão ligar dia e noite e vão fazer ameaças: - Seu nome vai para o SPC e SERASA! Vamos entrar com um processo e um oficial de justiça vai na sua casa com dois policiais tirar seus bens! Você vai ser preso! Etc

Não se intimide com estas ameaças, na maioria dos casos não passarão de simples “ameaças”.

Bem, em relação ao SPC e SERASA, não precisa nem de ameaça. Se você não pagar a dívida, a chance de seu nome ser cadastrado é de 99,9%. Mas existe um lado bom nisso: você não vai mais fazer dívidas, pois não terá crédito no mercado. Terá que comprar tudo à vista e aprender a controlar seu orçamento!

O direito de um termina onde começa o direito do outro! Portanto, o credor tem todo o direito de inscrever o nome do devedor no SPC e SERASA, protestar a dívida em cartório, processar o devedor na justiça para exigir o que entende ser seu por direito, além de enviar cartas e fazer ligações, mas nestes últimos dois casos além de agir dentro da lei, não pode extrapolar os direitos do devedor de não ter sua vida privada (família, amigos, emprego etc) prejudicada.

Portanto, em relação as correspondências, as mesmas não podem ser endereçadas para outras pessoas que não o devedor, tampouco podem trazer qualquer informação que possa ser lida no seu exterior que trata-se de cobrança. Já no caso das  ligações telefônicas, assim como os credores têm o direito de ligar para você, você tem o direito de não ser importunado em sua privacidade. Portanto, no celular, basta bloquear a ligação e no telefone fixo coloque um identificador de chamadas. Ninguém é obrigado a ficar ouvindo desaforos e ameaças de um funcionário mal educado e que é pago para agir desta maneira!

Na prática, bancos, cartões de crédito, financeiras e outras instituições do gênero não costumam entrar com ações de cobrança judicial, apenas em casos em que há um bem financiado (automóvel, máquina, etc) ou de grandes dívidas, e mesmo neste último caso, somente entram com ação de cobrança quando têm certeza que o devedor tem dinheiro ou bens para pagar.

Imagine se estas instituições financeiras tivessem que entrar com ações para cada pessoa que deve (dezenas de milhões de pessoas). Seria o caos, certamente reduziriam em muito sua margem de lucro, pois teriam que gastar com advogados e custas processuais (valores que são pagos para entrar com o processo na justiça) verdadeiras fortunas, sendo que grande parte dos devedores não tem bens para pagar a dívida, e mesmo que tenham, não vale a pena para os credores terem que estar correndo atrás de bens para levar a leilão e toda a burocracia da justiça.

Portanto, o melhor, mais rápido, barato e eficiente negócio para eles é colocar o nome do devedor no SPC e SERASA e infernizar a sua vida através de empresas de cobrança que ficam ligando dia e noite e fazendo ameaças.

Estas empresas somente recebem em cima do que conseguem cobrar (normalmente seus "honorários" são de 10% do que conseguem tirar do devedor).

Assim não há gastos com advogados ou com a justiça. Há somente lucro, porque as instituições financeiras só pagam 10% em cima do que for recuperado.

Em relação à ameaça de prisão, lembre-se: Dever não é crime! E você não ficou devendo por que quis, mas sim porque teve que fazer uma escolha entre pagar os juros absurdos cobrados ou colocar o alimento na mesa para sua família. Portanto, você não será preso por dever! (Na prática, somente há prisão no caso de dívida de pensão alimentícia).

Mas ATENÇÃO aos seus direitos: Os credores têm o direito de cobrar (ligar e mandar cartas), mas o direito deles vai até onde começa o seu. Portanto, cobranças que começam a incomodar você, que sejam em lugares ou horários impróprios, não são permitidas e você pode buscar a Justiça para limitar estes abusos e até pedir danos morais, se for o caso.

Eles também não podem ligar para seu trabalho, para familiares ou vizinhos, tampouco fazer você passar vergonha, isto é crime!

Agora, passados alguns meses, você vai começar a colocar a sua vida em ordem e procurar os credores para quitar às dívidas.

Veja o quanto você conseguiu guardar na poupança (lembre-se de fazer a poupança, isto é muito importante, ou estes conselhos não servirão para nada). Faça uma listagem dos credores, em ordem da maior para a menor dívida. Comece pela menor. Entre em contato e veja a possibilidade de acordo com um bom desconto para pagamento à vista. Se não obtiver sucesso, passe para o próximo.

Coloque os mais flexíveis no topo da lista. Negocie com um de cada vez, e só aceite a proposta se for para pagamento à vista, com um bom desconto e que o valor caiba dentro do seu orçamento. (novos parcelamentos somente nos casos em que você tenha certeza de que são um "ótimo" negócio, em relação à dívida).

* Você pode procurar o Fórum de Justiça de sua cidade para tentar intermediar um acordo. Muitos Fóruns oferecem este tipo de serviço!

Não tente fazer acordos com vários credores ao mesmo tempo, a não ser que suas economias permitam que você consiga quitar as dívidas à vista, ou as parcelas caibam com folga no seu orçamento.

Não tenha pressa, você se endividou ao longo de meses (ou anos) e não será da noite para o dia que irá resolver “todas as suas dívidas”.

Lembre-se de ter disciplina e força de vontade. Você tem que economizar e tem que correr atrás de seus credores para quitar as dívidas!

Assim, a médio prazo, você conseguirá saldar todas as suas dívidas e poderá começar uma vida nova.

Agora vai um último conselho: Não adianta limpar o nome e começar a gastar novamente, seja consciente com o quanto você ganha e o quanto pode gastar, tenha os pés no chão e nunca "dê o passo maior que a perna", assumindo algo que não poderá pagar sem folga no orçamento, e viva bem, sem preocupações, sem desespero e sem dívidas. 

Dicas para controlar seu orçamento



Fizemos uma seleção de dicas muito importantes para que você aprenda a controlar o seu orçamento e mantenha a sua vida econômica em dia.

Seguindo à risca as nossas dicas, você estará dando um grande passo na direção de manter seu orçamento saudável e assim afastando-se do problema do endividamento.

Vamos às dicas:

1. Nunca gaste mais do que você ganha. Embora seja uma dica básica, muita gente esquece!

2. Faça um levantamento de todos os seus ganhos e todos os seus gastos mensais. Faça uma “planilha”. Coloque tudo no papel. Assim você consegue identificar os seus gastos e saber se foram necessários ou não. Desta forma, fica mais fácil reduzir ou cortar gastos desnecessários e o dinheiro começa a sobrar no final do mês;

3. Lembre-se dos imprevistos! Desemprego, doenças, divórcios não têm hora para acontecer e você deve ter uma reserva para estes casos;

4. Pense antes de comprar! Muitas pessoas compram por impulso, ou seja, estão passando na frente de uma loja, olham o produto e compram, sem pensar no final do mês. É importante pensar se o produto é necessário, se o preço é bom, se cabe dentro do orçamento e se aquele dinheiro não vai fazer falta para comprar algo mais importante;

5. Compre à vista! Ao invés de pagar em 24 vezes, se você economizar o valor da prestação por 12 a 15 meses, terá dinheiro para comprar à vista, quando normalmente lhe dão desconto de 10%, e assim estará economizando quase 50%;

6. Procure nunca usar crédito ou dinheiro emprestado. No Brasil, com as maiores taxas de juros reais do mundo, para quem não tem muito controle sobre seu orçamento, isto é um suicídio financeiro;

7. Se o uso de crédito ou empréstimos for inevitável, antes de usa-los, faça uma pesquisa em vários bancos e financeiras, e peça demonstrativos com os valores que serão usados, os juros que serão cobrados e os valores que serão pagos, para ter certeza se é um bom negócio e qual seria a melhor opção. Não use o crédito por impulso. Seja racional antes para não se arrepender depois;

8. Diminua ou elimine os supérfluos – Gastar em bobagens que lhe trarão uma satisfação momentânea pode lhe trazer dores de cabeça duradouras no futuro, pois pode faltar para pagar produtos e serviços importantes para você e sua família;

9. Controle-se no Supermercado - Ao ir ao supermercado leve sempre a lista dos produtos que estão faltando em casa e que devem ser comprados e somente compre produtos fora da lista se você tiver certeza de que o mesmo está bem mais barato que nos outros supermercados (promoção), com bom prazo de validade, que haja local de estocagem em sua casa e que este será consumido dentro do prazo de validade;

10. Economize – Faça uso racional de tudo, desde energia elétrica até a alimentação. O excesso de consumo reflete no excesso de gastos;

11. Poupe – sempre é bom ter uma poupança. Não precisa poupar 30% do salário, mas é sempre bom ter uma reserva para as horas de aperto e necessidade. Portanto, tente poupar 10% ou 5% de seu salário, mas poupe, pois assim, você estará guardando uma reserva, que poderá ser utilizada para diversos fins. Lembre-se que doenças, demissões e apertos financeiros não marcam hora, eles simplesmente aparecem!

12. Evite compras a prazo, faça isso somente se você tem total controle de sua vida financeira, sabendo exatamente o que terá que pagar nos finais de cada mês e que estes valores caberão com folga em seu orçamento;

13. Pesquise preços. Algumas horas de pesquisa podem significar a economia de muitos dias de trabalho. Vale a pena!

14. Cuidado com a conta de telefone! Filhos pequenos e adolescentes adoram ficar pendurados no telefone. Se sua conta não para de crescer, tenha uma séria conversa com eles e desconte de suas mesadas. Se isto não resolver, a solução é mandar desligar a linha, ao menos por um tempo, até que aprendam o valor do dinheiro;

15. Não use o celular. Se precisar, use o telefone público ou mande uma mensagem de texto, é muito mais barata;

16. Evite fazer refeições em restaurantes, ou limite-as a datas importantes. Estes gastos freqüentes acabam por comprometer o orçamento familiar;

17. Troque dívidas mais caras por dívidas mais baratas. Não pague uma conta de loja, que tem juros de 2% ao mês com o cartão de crédito que tem juros de 12% ao mês, somente se você tiver o dinheiro para pagar o total da fatura no final do mês. Assim, mais vale ficar com a dívida da loja em aberto e quitar o cartão, do que usar o cartão e criar uma bola de neve de dívidas;

18. Aproveite os finais de ano para quitar dívidas. Nesta época os credores estão precisando fazer caixa e ficam muito mais abertos a dar descontos para quitação de dívidas, que podem chegar a 90%;

19. Não caia no conto do CRÉDITO FÁCIL! Nada é fácil na vida, e o crédito muito menos. Ninguém sai por aí distribuindo dinheiro sem querer nada em troca. Muito menos no Brasil. O “crédito fácil” vem acompanhado de juros e taxas absurdamente altos e que acabam por torna-lo extremamente caro e inviável ao consumidor brasileiro assalariado. Muitos acabam por ceder a tentação do dinheiro fácil e acabam se super endividando em alguns meses, chegando a ponto de ter que deixar de pagar contas, vender pertences, carros e até casas para pagar os juros destes créditos. Portanto, tenha muito CUIDADO com a palavra “fácil”;

20. Tenha apenas uma conta bancária e não aceite todos os produtos e serviços o que o banco lhe empurrar. Aceitar cheque especial, cartões de crédito, financiamentos, planos de previdência, seguros, títulos de capitalização e outros, somente se você tiver plena certeza que serão úteis, que terá condições de administra-los e que terá condições de pagá-los;

21. Cuidado com a venda casada! Normalmente os bancos obrigam os clientes que querem um empréstimo, um cheque especial, um cartão de crédito, a assinarem também um contrato de pecúlio, seguro, previdência, título de capitalização e outros. Isto é considerado prática abusiva, pois ninguém é obrigado a adquirir um produto ou serviço para ter acesso a outro. Denuncie e se for preciso, procure a Justiça.

22. Ao pensar em comprar um carro, lembre-se dos gastos! Em média, os custos com combustível, estacionamento, seguro, impostos e manutenção equivalem ao preço de um carro a cada três anos. Portanto, se você vai comprar um carro de R$ 20.000,00, vai gastar cerca de R$ 7.000,00 para mantê-lo;

23. Em caso de carros financiados o custo anual do carro acaba subindo, porque há ainda os juros que são cobrados nestas operações;

24. Tenha apenas um cartão de crédito. Se um cartão de crédito já consegue arruinar a vida de muita gente sem controle, mais de um será a falência total;

25. Use seu cartão de crédito com inteligência:

a) Ao fazer compras no cartão, mantenha controle de todos os gastos para não ter uma infeliz surpresa quando sua fatura chegar. A falta de controle financeiro, acaba por causar grandes prejuízos econômicos;
b) Nunca pague o cartão de crédito com atraso;
c) Nunca pague apenas o “mínimo” da fatura, é a pior coisa que pode acontecer. Nestes casos é melhor até pegar um empréstimo ou usar o cheque especial para pagar a fatura, pois os juros do cartão são de cerca de 12% ao mês e o dos empréstimos e cheque especial, normalmente ficam em torno de 5%.

26. Tenha disciplina e respeite o seu orçamento. Ao conseguir equilibrar as contas, é muito importante manter o equilíbrio. Um deslize e pode ser o fim de meses de esforço;

27. Sempre que tiver dúvidas e antes de fazer qualquer negócio, procure orientação! Entre no Fórum gratuito clicando AQUI ou procure as associações de defesa do consumidor, os Procons, a Defensoria Pública, o Ministério Público ou um advogado de sua confiança. Isto pode fazer toda a diferença entre você entrar em numa fria ou não.

Fonte: Site SOSConsumidor.com.br