terça-feira 11 2012

12-21-2012 Doomsday? - Just Another Day - NASA explains why the world w...



 A Nasa divulgou um vídeo de resposta às várias teorias que se popularizaram sobre o fim do mundo em dezembro de 2012. Nele, o cientista do Laboratório de Propulsão de Jatos Don Yeomans discorre sobre cada uma das hipóteses mais conhecidas e explica por que elas não se concretizarão.

Primeiro, Yeomans explica que toda essa comoção em volta do dia 21 de dezembro de 2012 começou com o calendário Maia, que terminaria neste dia. Mas, segundo o cientista, o que está indicado no calendário é o fim de um ciclo e o início de outro, não o apocalipse. Ele o compara com a forma em que nós contamos os anos – todos os dias 31 de dezembro um ciclo termina, para outro começar no dia 1 de janeiro.

Depois o especialista da Nasa fala sobre Nibiru, um planeta que seria quatro vezes maior do que a Terra, também conhecido como “Planeta X”. Segundo outra teoria do apocalipse, esse astro estaria em uma rota de colisão com a Terra. Para Yeomans, é impossível que ninguém tenha detectado Nibiru se aproximando, se isso realmente estiver acontecendo.

“Tem gente que acredita que a Nasa está escondendo essas informações. Mas existem milhares de astrônomos fora da organização que olham para os céus todas as noites. Com certeza, eles teriam notado essa movimentação”, argumenta o cientista.

Outra hipótese é a de uma grande tempestade solar que aconteceria no dia 21 de dezembro seria a razão do fim do mundo. Este tipo de evento, como já explicamos em outro artigo, realmente está se tornando mais frequente – isso porque o Sol passa por ciclos e seu período de maior atividade está previsto para o fim deste ano e o começo de 2013.

O argumento de Yeomans é que, na verdade, a máxima solar irá acontecer apenas em maio do ano que vem e que, mesmo assim, a atividade não deverá ser tão intensa. Basicamente, não há evidências de que tempestades solares, como as que aconteceram durante o início de março, possam ocorrer novamente.

Para quem acredita que o apocalipse será causado pelo alinhamento dos planetas, que geraria uma mudança catastrófica nas marés, a resposta do cientista da Nasa é direta: não há nenhum alinhamento previsto para o fim de 2012. Mesmo que houvesse uma movimentação do gênero, outros planetas não poderiam afetar as marés. Os únicos corpos celestes capazes de fazer isso são a Lua, como aprendemos nas aulas de geografia, e o Sol.

Também existe o boato de que, de alguma forma, os pólos magnéticos da Terra irão se inverter. Isso simplesmente não pode ocorrer por causa da Lua – nosso satélite estabiliza a rotação do planeta e não permite que a rotação dele mude de uma hora para a outra. Os pólos podem, sim, mudar, mas fazem isso aos poucos, demorando milhares de anos até que eles se invertam.

Yeomans conclui seu vídeo lembrando-se das inúmeras previsões para o fim do mundo que já foram feitas, causaram pânico e não se cumpriram. “Ainda estamos aqui”, declara.


Por: Cris Gouvêa

Freud Godoy: os rolos do faz-tudo de Lula


Corrupção

Auxiliar do petista desde 1989, ele ocupou cargo de confiança na mais alta administração federal e participou de ao menos dois dos mais ruidosos escândalos do PT – o mensalão e o Dossiê dos Aloprados

Carolina Freitas
Freud Godoy ex-segurança de Lula, em 2006
Freud Godoy: a serviço de Lula e do PT (J.F.Diorio/AE)
Freud Godoy é uma daquelas figuras que, de longa data, cerca a carreira de Luiz Inácio Lula da Silva. Faz-tudo do ex-presidente, ele atuou por vinte anos como guarda-costas do petista. A ligação nasceu na primeira campanha presidencial de Lula, em 1989, e a lealdade de Freud foi recompensada quando, em 2002, o chefe elegeu-se presidente. Quatorze dias depois de assumir a Presidência, Lula nomeou Freud seu assessor especial, com salário de 6 300 reais. Ele trabalhava no mesmo andar do gabinete do presidente. Apesar do cargo, seguiu atuando como um misto de segurança e auxiliar pessoal do então presidente. E prestou serviços de máxima importância ao PT.
Freud estreou no noticiário policial em 2006, no caso do Dossiê dos Aloprados, tentativa atrapalhada de petistas de comprar documentos com informações falsas sobre os candidatos do PSDB, seus adversários nas eleições daquele ano. Às vésperas do primeiro turno, a Polícia Federal prendeu em flagrante em um hotel perto do Aeroporto de Congonhas, dois petistas portando quase 2 milhões de reais, que seriam usados para comprar o falso dossiê. Freud Godoy foi apontado como o homem que levantou o dinheiro e era responsável por supervisionar a parte final da operação de compra do material.
Quando o caso veio a público, Freud pediu demissão do cargo de assessor. Tentou fazer parecer que era um mero auxiliar do presidente. Na ocasião, reportagem de VEJA mostrou que ele era, na verdade, um personagem capital do submundo petista. Entre as atribuições de Freud, estava a segurança das operações do PT consideradas de risco, principalmente as que envolviam dinheiro. Por um ano, até estourar o escândalo do mensalão, em maio de 2005, Freud cuidou da escolta pessoal do tesoureiro do partido Delúbio Soares – hoje condenado no julgamento do mensalão por corrupção ativa e formação de quadrilha. 
A função de Freud na compra do dossiê foi denunciada por Gedimar Pereira dos Passos, membro do comitê de campanha de Lula em 2006 e também envolvido no caso dos Aloprados. Depois de um encontro na superintendência da PF em São Paulo, onde foi pressionado a mudar sua versão, Gedimar recuou.
Freud, como homem fiel a Lula, esteve envolvido também no mensalão, segundo depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República revelado nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo. A CPI dos Correios, que investigou o esquema, concluiu que a empresa de Freud, a Caso Comércio e Serviço Ltda, foi beneficiária de um repasse no valor de 98 500 reais feitos pela SMP&B. A agência de publicidade de Marcos Valério era responsável por escoar o dinheiro de corrupção.
Em depoimento à Polícia Federal durante as investigações do caso, Freud disse ter recebido o montante como pagamento pela prestação de serviços de sua empresa à campanha presidencial de Lula em 2002. Registrada como uma varejista de produtos de limpeza e prestadora de serviços burocráticos de escritório, a firma atuou, de forma irregular, na campanha do petista e na fase de transição do governo na área de segurança, alimentação, transporte e hospedagem de equipes de apoio. 
Em janeiro de 2003, Freud procurou o comitê eleitoral do PT para receber o pagamento pelo serviço, no valor aproximado de 115 000 reais. “Ele disse ter sido orientado pela tesouraria do comitê a procurar uma empresa, cujo nome não foi declinado, através do número de um telefone, por meio do qual ficou sabendo tratar-se da SMP&B”, informa o inquérito da PF. “Ao contatar a empresa, foi orientado a emitir uma nota fiscal no valor do crédito existente e encaminhá-la por via postal, tendo então recebido pelo Correio um cheque de 98 500 reais.” O montante correspondia ao valor devido, com as deduções tributárias.
O Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, não conseguiu, na época, rastrear o destino do dinheiro depois que foi depositado na conta da empresa de Freud, no banco Santanter. Segundo o depoimento de Marcos Valério, que agora vem à tona, o dinheiro tinha como destinatário Lula e como finalidade cobrir “gastos pessoais” do então presidente. 
A Caso Comércio e Serviço Ltda tem capital de 10 000 reais – inalterado desde sua criação, em 1988 –, segundo dados da Junta Comercial do estado de São Paulo. A firma tem como sede um apartamento na Rua Vergueiro, no bairro Paraíso, na capital paulista. A mulher de Freud, Simone Messeguer Godoy, é sócia dele no negócio, com uma participação de 500 reais. Além dessa empresa, Freud foi sócio, até 2009 da Caso Segurança, em Santo André. Hoje a empresa está em nome da mulher e do cunhado e tem sede numa casa em uma rua pacata da cidade, com letreiro na fachada.
Freud Godoy disse nesta terça-feira que pretende processar Marcos Valério. “A minha vida, a vida da minha empresa já foram escancaradas. Se tivesse uma vírgula a mais teriam achado”, disse em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, nesta terça. “Faz seis anos que eu não vejo o presidente Lula, não vejo ninguém e agora o cara vai lá e fala um negócio desses. Eu quero ver provar. Se não provar, vai tomar mais uma ação.”

Abelha encontrada na África e na Europa sacrifica filhas mais velhas para favorecer caçulas


Comportamento animal

Estudo suíço mostra que abelhas rainhas da espécie 'Halictus scabiosae' dão propositalmente menos nutrientes a suas filhas mais velhas, condenando-as à morte, para que elas possam ajudar no desenvolvimento das irmãs mais novas

abelha suíça ninhada
Fêmea da Halictus scabiosae. As rainhas deixam intencionalmente parte de suas filhas malnutrida (Francis Ratnieks)
Dizem que as mães devem amar e cuidar de seus filhos de forma igual, sem mostrar predileção por um ou outro. Não parece ser este o caso das abelhas Halictus scabiosae, encontradas na Europa Central e no Norte da África. Um estudo publicado nesta segunda-feira no periódicoFrontiers in Zoology sugere que elas praticamente sacrificam suas filhas mais velhas em benefício das caçulas.

Saiba mais

EUSSOCIAL
Eussocial é o termo utilizado para os animais que são organizados nas mais complexas sociedades, o que inclui divisão de tarefas (como entre reprodutores e operárias). São exemplos formigas, abelhas e cupins.
DIAPAUSA
A diapausa é uma espécie de hibernação dos insetos e de alguns outros seres vivos. Em condições climáticas adversas, como em temperaturas muito baixas, ocorre a redução do desenvolvimento de um determinado organismo.
As abelhas Halictus scabiosae são chamadas eussociais, o que significa que são capazes de formar sociedades complexas, com notável divisão de tarefas. Quando acaba o inverno, as rainhas dessa espécie saem em busca, sozinhas ou em grupos, de novas colônias. Na Suíça, onde foi realizado o estudo, elas dão origem a duas ninhadas ao ano, uma entre junho e julho e a outra entre agosto e setembro. Só que as fêmeas da primeira geração, que têm a função de ajudar a mãe na criação de suas irmãs mais novas, são significativamente menores e têm menos reservas de energia. Como essa reserva é fundamental para suportar o rigoroso inverno seguinte, quando as abelhas precisam até mesmo entrar em estado de diapausa (espécie de hibernação dos insetos), a grande maioria das filhas mais velhas morre. Se elas, assim como as caçulas, também têm capacidade reprodutiva, por que são mais frágeis?
A resposta encontrada por Nayuta Brand e Michel Chapuisat, pesquisadores do Departamento de Ecologia e Evolução da Universidade de Lausanne, na Suíça, é bastante simples: a abelha rainha propositalmente deu menos nutrientes às filhas da primeira ninhada, quando elas ainda estavam em estado larval, fazendo com que seus corpos ficassem menores e mais fracos. "Fêmeas com corpos menores podem ser mais fáceis de manipular em um papel subordinado por meio de agressões e interações de dominância", escrevem os autores no estudo. Ao intencionalmente restringir o desenvolvimento das filhas primogênitas, a abelha-mãe aumenta as chances de sobrevivência das caçulas, que após o inverno reiniciarão o ciclo como novas rainhas.
O acompanhamento de dois anos envolveu 2.498 abelhas e mostrou que o total de pólen e néctar dado à primeira ninhada era menor: as larvas de abelha mais novas receberam, em média, 40% mais recursos do que suas irmãs mais velhas.
"Embora seja difícil distinguir manipulação maternal da disponibilidade natural de recursos, que é influenciada pela vegetação e pelo clima, o fato de termos visto que o tamanho do corpo (das fêmeas) da primeira ninhada permaneceu constante, apesar das diferentes condições climáticas, mostra que as rainhas restringem o alimento para suas filhas, de modo a relegá-las a papéis de operárias", afirma Chapuisat.
Chapuisat pondera, no entanto, que ainda não está claro até que ponto se pode dizer que a rainha "sacrifica" a primeira ninhada. "Sabemos que existe uma manipulação de alimentos. Mas pode ser que as abelhas mais velhas façam isso voluntariamente, uma vez que ao ajudar suas irmãs e irmãos elas também estão transmitindo seus genes, só que indiretamente."

Anvisa suspende marca de implantes usados para preenchimento de rugas


Saúde pública

Fabricação dos produtos estéticos da marca Biossimetric não seguiam as normas estipuladas pela agência

rugas
Estética: Anvisa suspende todos os lotes de marca de implantes usados como preenchimento de rugas e maçãs do rosto
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a distribuição, venda, divulgação e uso do implante utilizado para preenchimentos faciais em tratamentos estéticos da marca Biossimetric, produzido pelo laboratório MTC Medical. Segundo a agência, o produto não é fabricado conforme o registro concedido pelo órgão havia determinado, representando um "elevado grau de risco para a saúde dos usuários".
A Anvisa ainda determinou que todos os lotes do produto que ainda estão no mercado ou que não foram implantados devam ser recolhidos. A decisão foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União (DOU), data a partir da qual a medida deve entrar em vigor.
De acordo com Lucia Mandel, dermatologista e colunista do site de VEJA, o produto é um polimetilmetacrilato e pode ser aplicado sob as rugas para torná-las mais suaves ou então fazer com que elas desapareçam. O implante também costuma ser aplicado em regiões como maçã do rosto, por exemplo.
No entanto, de acordo com a médica, é mais comum que os especialistas optem por preenchimentos de ácido hialurônico. "Apesar de bons médicos utilizarem o polimetilmetacrilato, praticamente todos os que eu conheço preferem o ácido hialurônico. Particularmente, eu opto por esse material, pois ele apresenta menos chances de reação alérgica, não migra para outras regiões da face e não é definitivo", disse Lucia Mandel ao site de VEJA.
Resposta do fabricante — Procurado pelo site de VEJA, o laboratório MTC Medical afirmou que tomou conhecimento da suspensão da Anvisa e declarou que "todas as exigências impostas peça agência reguladora sempre foram atendidas de imediato, fato este que nos credenciou a receber o CBPF (Certificado de Boas Práticas de Fabricação) emitido por essa mesma agência". A empresa ainda afirmou que seu "corpo jurídico está entrando em contato com a agência reguladora para saber o motivo do ocorrido."

E o Vento Levou Trailer Original (1939)

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Joaquim Barbosa diz que MP deve investigar Lula


veja.com

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão afirma ter "conhecimento oficioso" do depoimento prestado por Marcos Valério à PGR

Laryssa Borges, de Brasília
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante julgamento do mensalão, em 10/12/2012
O presidente do STF, Joaquim Barbosa (José Cruz/ABr)
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa defendeu nesta terça-feira que o Ministério Público investigue a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema criminoso do mensalão. O envolvimento do petista, revelado em depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, aponta que o valerioduto arcou com "despesas pessoais" do ex-presidente. Os recursos no valor de 98 500 reais foram depositados, segundo o do operador do mensalão, na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.
No intervalo da sessão plenária do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa disse que o MP deve apurar as novas informações, mas evitou comentar o conteúdo do depoimento. O magistrado disse ter tomado conhecimento do teor das revelações de forma "oficiosa". Ao ser questionado se o Ministério Público deveria abrir um inquérito sobre o caso, respondeu: "Eu creio que sim".
Como Lula não detém mais foro privilegiado, as possíveis investigações seriam realizadas na primeira instância. Conforme o depoimento de Valério ao MP, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente Lula deu aval para que as agências de publicidade do operador do mensalão tomassem empréstimos com os bancos BMG e Rural. Segundo o Ministério Público, esses recursos foram utilizados para corromper parlamentares aliados no primeiro mandato de Lula na Presidência.

'Vocês estão dez anos atrás de nós', diz médico americano


Terapia antienvelhecimento

Jeffry Life, ícone do antienvelhecimento nos Estados Unidos, fala sobre a proibição dessa prática no Brasil

Juliana Santos
Dr. Jeffrey Life
“Eu não estaria aqui se não tivesse começado a terapia com testosterona dez anos atrás, provavelmente estaria morto”, afirma Jeffry Life (Eladio Machado)
Aos 74 anos, Jeffry Life tem um corpo musculoso e — afirma — muita disposição e uma ótima vida sexual. O fisiologista americano se tornou símbolo do envelhecimento saudável e da chamada medicina antienvelhecimento — termo que ele próprio rejeita. Sua transformação teve início aos 59 anos quando, acima do peso e com problemas cardíacos, decidiu participar do concurso Body For Life (algo como "Corpo para a Vida"). Em 12 semanas de dieta e exercícios físicos,  ele perdeu gordura, ganhou massa muscular e venceu o concurso.
Apesar de satisfeito com os novos hábitos, Life conta que, aos 63, já não sentia o mesmo resultado de suas atividades físicas. Foi nessa época que ele conheceu a clínica Cenegenics, na qual trabalha até hoje, que pratica a reposição hormonal. "Eu não estaria aqui se não tivesse começado a terapia com testosterona dez anos atrás. Provavelmente estaria morto", afirma ele.
Para evitar problemas de interpretação, Life prefere usar o termo age management medicine(medicina de gerenciamento do envelhecimento), aos invés do anti-aging. A ideia é que essa técnica não é capaz de reverter o processo de envelhecimento, mas fazer com que ele ocorra da maneira mais saudável possível. 
Life faz musculação e bicicleta ergométrica diariamente. Três vezes por semana pratica pilates — para manter a flexibilidade —  e, duas vezes, artes marciais. Além disso, ele atende pacientes em Los Angeles, onde vive com sua esposa, de 55 anos, cuida de seu website e escreve livros. Sua primeira obra, The Life Plan (Um Plano de Vida, que faz um trocadilho com seu sobrenome), dá dicas para quem quer seguir seus conselhos de alimentação, exercícios e terapia hormonal. O segundo livro, Mastering the Life Plan (Dominando o Plano de Vida), será lançado em março e aborda de forma mais específica a rotina de Jeffry para manter a forma.
O médico esteve no Brasil em outubro deste ano, e promoveu um evento para médicos sobre a medicina antienvelhecimento - coincidentemente, no dia seguinte à publicação da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe a terapia hormonal em idosos. Ele falou ao site de VEJA sobre essa decisão e as críticas que costumam ser feitas sobre a medicina antienvelhecimento.
A medicina antienvelhecimento foi proibida no Brasil, de modo que hormônios não podem ser prescritos para pacientes que não tenham uma deficiência específica. Isso significa que um paciente com pouca testosterona, mas com níveis compatíveis para sua idade, não é considerado apto para receber reposição. O que o senhor pensa a respeito? Isso é um pensamento antiquado. Essa recomendação foi feita por pessoas que não estão familiarizadas com a literatura que tem sido produzida nos últimos dez anos. Um homem de 70 anos deveria ter um nível de testosterona de um homem de 35, 40 anos. A razão é que isso melhora sua saúde, reduz os riscos de câncer — até câncer de próstata — ataque cardíaco, derrame, diabetes e outras doenças. Nós sabemos hoje que homens que têm níveis baixos de testosterona têm baixa qualidade de vida, perdem massa muscular e força e vão custar para a sociedade mais dinheiro do que se nós cuidarmos deles e colocarmos seus níveis hormonais onde eles devem estar para pessoas mais novas e saudáveis.
Uma das hipóteses levantadas por endocrinologistas é que, à medida que você envelhece, seus níveis de hormônios diminuem porque o corpo não pode mais lidar com a mesma quantidade de hormônios, então essa redução seria benéfica. A causa de morte número um nos EUA são ataques cardíacos. Em segundo lugar, derrames. E níveis baixos de testosterona colocam os homens em grande risco de ter ataques cardíacos, derrames e doenças cardiovasculares. Não há literatura que mostre que quando nós envelhecemos nossos níveis de hormônio devem diminuir, que isso é parte do envelhecimento saudável. É colocar as pessoas em risco para todas as doenças relacionadas com o envelhecimento, que estão matando a maior parte dos americanos e eu tenho certeza que brasileiros também.
Muitos médicos que não são a favor da terapia antienvelhecimento afirmam que é natural ter baixos níveis de hormônios quando se envelhece e a suplementação só é recomendada para aqueles que apresentam sintomas. Parte do processo de envelhecimento é que as pessoas desenvolvem doenças cardíacas, então se você seguir esse tipo de pensamento, por que fazer angioplastias e outros tratamentos, se é parte do envelhecimento? É um pensamento insano. Por que a gente deveria fazer qualquer coisa se é tudo parte do processo de envelhecimento e é natural? Ignorar os níveis de testosterona à medida que se envelhece é o mesmo que ignorar níveis de colesterol e pressão sanguínea. Nós precisamos tratá-los. Não temos que seguir os mesmos caminhos que nossos pais seguiram. A gente não deve se render a essa noção de que envelhecer é ficar doente, que é o que está acontecendo. Isso precisa parar e grande parte de impedir isso é fazer com que as pessoas não percam massa muscular, façam exercícios e comam corretamente. E corrigir suas deficiências hormonais porque isso faz muita diferença, faz toda a diferença. Eu não estaria sentado aqui te dizendo isso se eu não tivesse começado a terapia com testosterona dez anos atrás, Tenho 74 anos, eu provavelmente estaria morto, porque tinha doenças cardíacas. O meu programa, do qual eu falo no meu livro, reverteu isso. E uma grande parte disso é devido à terapia de reposição hormonal, especialmente testosterona.
Quais são os riscos? Não há nenhum estudo que comprove algum risco e há um número imenso de estudos que mostra que níveis saudáveis de testosterona reduzem o risco dos homens desenvolverem câncer de próstata. Mais uma vez, é um pensamento antiquado. A medicina mudou, nós estamos seguindo em frente e pensar assim é impedir o que nós podemos fazer para ajudar os pacientes.
Qual é a situação da medicina antienvelhecimento nos EUA? Existem duas organizações nos EUA, o grupo antienvelhecimento e o grupo de manutenção do envelhecimento, que é a Cenegenics, da qual eu faço parte. Eu acredito que o que nós fazemos é muito mais relacionado a saúde e bem estar. Agora estamos focados em doenças cardíacas, na prevenção de ataques cardíacos e derrames. O hormônio do crescimento é muito regulamentado. Nós fazemos muitos testes se temos um paciente que tem deficiência desse hormônio. Se ele não passar nos testes, a gente sabe que pode tratá-lo.
E quanto à testosterona? Agora nós temos empresas farmacêuticas produzindo-a em cremes e em gel, vendendo na televisão, eu estou muito preocupado porque os fisiologistas vão prescrever isso e depois não fazer um acompanhamento do paciente, não farão todos os testes que nós fazemos a cada três ou quatro meses. Quando eu comecei na Cenegenics, há dez anos, a testosterona era um dos hormônios considerados ruins, como aqui no Brasil agora. Vocês estão dez anos atrás de nós. Mas agora há muitas evidência, e pesquisas que apóiam o uso de testosterona em pessoas envelhecendo. Os benefícios são incríveis.
O senhor acha que alguns médicos estão vendendo a medicina antienvelhecimento de forma exagerada, prometendo parar o tempo e rejuvenescer pessoas, e isso contribui para a formação de uma má-reputação a respeito dessa especialidade? Sim, eu concordo. Sou contra usar esses hormônios para parar de envelhecer. Eu sou completamente a favor de utilizá-los para alcançar o que nós sabemos das pesquisas médicas, que eles ajudam a saúde das pessoas, melhoram a qualidade de vida e a habilidade de pensar. Não é antienvelhecimento, é envelhecimento saudável. 

A batalha da medicina antienvelhecimento


Envelhecimento

A prática foi recentemente proibida no Brasil por falta de comprovação científica mas, para seus adeptos, é apenas uma questão de tempo até que novas pesquisas atestem sua eficácia

Juliana Santos
Dr. Jeffrey Life
"Eu sinto que me tornei um exemplo vivo do que os homens podem fazer para manter a qualidade de vida, evitar doenças”, diz Jeffry Life, 74 anos, médico americano ícone da medicina antienvelhecimento (Eladio Machado)
Desde a publicação de uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe a prática da chamada medicina antienvelhecimento no Brasil, no dia 19 de outubro, a discussão sobre a terapia de reposição hormonal ganhou força. Está vetada a prescrição de qualquer tipo de hormônio ou outras substâncias com finalidade de reduzir os efeitos do envelhecimento.  A terapia hormonal é permitida apenas em caso de deficiência comprovada da substância e os médicos que não seguirem a resolução estão sujeitos a punições. De acordo com o relatório do CFM, uma revisão dos estudos publicados sobre o assunto nos últimos seis anos concluiu que “encontram-se evidências claras de riscos e prejuízos à saúde e nenhuma ou pouca evidência de benefícios para a capacidade funcional, qualidade de vida, cognição e para prevenir doenças crônicas associadas à idade”.
A resolução causou descontentamento em parte da classe médica, seja praticante ou simpatizante dessa técnica. Foi nesse cenário que o médico americano Jeffry Life, ícone da medicina antienvelhecimento, voltou ao Brasil promover um evento sobre o assunto, no dia 21 de outubro, em um luxuoso hotel de São Paulo. 
História de vida - Aos 59 anos, Dr. Life tinha problemas cardíacos e estava acima do peso. A mudança em sua vida teve início quando ele resolveu participar de um concurso chamado Body for Life, destinado a pessoas que desejavam transformar seu corpo e estilo de vida em apenas 12 semanas. Ele entrou em uma dieta rigorosa e num elaborado programa de exercícios e, em 1998, aos 60 anos, se tornou o vencedor do concurso.
Satisfeito com a mudança em seu estilo de vida, o médico continuou a rotina de dieta e exercícios, mas aos 63 anos, percebeu que os efeitos alcançados já não eram os mesmos. Jeffry decidiu então adicionar um tratamento com suplementação hormonal a sua rotina e, segundo ele, os resultados foram ainda melhores.
Life se tornou uma espécie de ícone do antienvelhecimento. Suas fotos de "antes e depois", sem camisa, aos 59 anos e, atualmente, aos 74, aparecem em diversos programas de televisão e matérias de jornal. "Eu sinto que me tornei um exemplo vivo do que os homens podem fazer para manter a qualidade de vida, evitar doenças. Considero isso uma grande responsabilidade, porque impacta na saúde e bem estar de milhões de pessoas nos Estados Unidos e outros países, como o Brasil, apenas por mostrar às pessoas o que eu posso fazer, por ser um exemplo", disse Life ao site de VEJA.
Evidências científicas — Nos Estados Unidos, a medicina anti-aging, como é chamada, também não é reconhecida pelo American Board of Medical Specialties (Conselho Americano de Especialidades Médicas, organização sem fins lucrativos que ajuda a desenvolver e implementar parâmetros para avaliação de especialistas), mas a regulamentação da prática fica a cargo de cada estado, como é comum no país. No Brasil, a resolução do CFM e a alegação de falta de evidências científicas é contestada por adeptos da prática. O próprio Dr. Life, quando questionado sobre quais estudos comprovam a eficácia da terapia hormonal, não hesita em mostrar a extensa bibliografia ao final de seu livro, The Life Plan. A maior parte dos estudos citados, porém, foram realizados em um número reduzido de pessoas e publicados em periódicos de menor impacto.
Um dos estudos citados por Life, publicado em 1992 no periódico Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, foi realizado apenas com 23 homens obesos de meia-idade. Metade deles foi tratada com testosterona e os demais com placebo. Os resultados encontrados no grupo que utilizou testosterona foram bons: houve redução da gordura abdominal, dos níveis de açúcar no sangue, da pressão arterial e do colesterol. O estudo também relatou um pequeno aumento no volume da próstata dos participantes, mas os níveis de antígeno protático específico (PSA, considerado um marcador tumoral) não sofreram alterações.
Já um estudo dos pesquisadores Nicole Nigro e Mirjam Christ-Crain, publicado este ano no periódico Swiss Medical Weekly, concluiu que o uso de testosterona em idosos pode trazer benefícios como o aumento de massa muscular e densidade óssea, mas outros efeitos, como força muscular e aumento da qualidade de vida, ainda apresentam dados contraditórios. Os autores afirmam que mais estudos são necessários, uma vez que nem mesmo sobre os riscos há um consenso, e por enquanto a terapia hormonal com testosterona deve ser restrita àqueles que apresentam deficiência do hormônio.
Nem tão distantes assim - Mesmo em um assunto controverso como a medicina antienvelhecimento, parte dos argumentos tanto dos médicos que são contra e quanto dos que são a favor de tal prática coincidem em muitos pontos.
O primeiro deles tem relação com o próprio nome da prática. "Não é antienvelhecimento, é envelhecimento saudável", defende Life. Edson Peracchi, presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, compartilha a visão de Jeffry: "O termo medicina antienvelhecimento dá a impressão de que os médicos tem o poder de parar o relógio e fazer as pessoas voltarem no tempo. Isso não existe. O que existe é o seguinte: a pessoa pode envelhecer com doença ou envelhecer com saúde." A prática também tem sido chamada de age management medicine (medicina de gerenciamento do envelhecimento) nos Estados Unidos. 
O segundo ponto em comum se refere à realização de exercícios físicos e alimentação adequada. Quando questionado sobre qual a parte mais importante da medicina antienvelhecimento, Jeffry Life não tem dúvidas: "Faça exercícios de forma inteligente e tenha uma alimentação saudável, o que eu chamo de 'alimentação limpa'. Isso é mais importante do que os hormônios."  Ruth Clapauch, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, tem restrições em relação a terapia antienvelhecimento. "Não há nada que possa retardar o envelhecimento, o que você pode fazer é ter o envelhecimento o mais saudável possível. E o que a gente sabe é que dieta e atividade física são praticas essenciais que levam à promoção da saúde."
Terapia hormonal — O principal causador de divergências a respeito da medicina antienvelhecimento é o uso da terapia hormonal. A resolução do Conselho Federal de Medicina deixa claro que a terapia hormonal é um tratamento reconhecido, mas só deve ser utilizado quando há uma deficiência comprovada no paciente e que acarreta sintomas para ele. É na interpretação do que vem a ser "deficiência" e "sintomas" que recai a grande dissidência entre os dois lados.
Para Ruth Clapauch, a terapia hormonal é útil em casos de deficiência, ou seja, ausência incomum da substância. Quanto utilizada em jovens, ela pode restaurar todas as características de uma condição hormonal normal. "No idoso existem outros fatores, não é só a reposição que vai anular todas as consequências. Existe uma diminuição da função cardíaca, da função renal, artrofia muscular, diminuição da massa óssea, as articulações vão ficando mais rígidas. Em uma pessoa idosa [a reposição hormonal] não vai ter o mesmo efeito do que num organismo jovem", diz Ruth. Ela explica que um nível normal de testosterona é aquele que fica dentro de uma faixa que vai de em torno de 220 até 800 nanogramas por decilitro de sangue, com pequenas variações dependendo do laboratório. Isso significa que, mesmo que um indivíduo sofra uma redução nos níveis de testoterona com o passar dos anos, desde que ele continue acima do valor mínimo, ele não é considerado deficiente.
Com o passar dos anos, os níveis de hormônio presentes no organismo vão sendo reduzidos. De acordo com Ruth, uma das hipóteses para explicar essa redução seria a necessidade dos níveis hormonais acompanharem a desaceleração do metabolismo que ocorre com o envelhecimento, de modo que o organismo teria dificuldades de lidar com a mesma quantidade de hormônios que tinha antes.
Do ponto de vista da medicina antienvelhecimento, porém, essa redução de níveis hormonais não deve ser encarada com naturalidade. "Um homem de 70 anos deveria ter um nível de testosterona de um homem de 35, 40 anos. A razão é que isso melhora sua saúde, reduz os riscos de câncer, até câncer de próstata, reduz os riscos de ataque cardíaco, derrame, diabetes e outras doenças. Nós sabemos hoje que homens com níveis baixos de testosterona têm baixa qualidade de vida, perdem massa muscular e força e vão custar para a sociedade mais dinheiro do que se nós cuidarmos deles e colocarmos seus níveis hormonais onde devem estar para pessoas mais novas e saudáveis", afirma Jeffry Life.
Riscos x benefícios — Os pontos em comum e variações de interpretação vão chegando ao fim quando o assunto são os riscos e os benefícios da utilização de hormônios. Enquanto diversos médicos apontam para os riscos dessa prática, seus adeptos afirmam que eles podem ser controlados quando o acompanhamento adequado é realizado. "Existem riscos, sim. E eles devem ser monitorados muito de perto, por meio de acompanhamento médico, exames de rotina periódicos. Mas hormônio não é um bicho de sete cabeças, não é mais um mistério, já se tem o domínio científico sobre as vantagens e as desvantagens dele", diz Edson Peracchi. 
Para a endocrinologista Ruth Clapauch, a testosterona, hormônio principalmente masculino mas também presente nas mulheres, quanto utilizada em indivíduos que não apresentam deficiência, eleva o risco de câncer de próstata, aumento de glóbulos vermelhos e tumores do fígado (se administrado por via oral).
O mesmo ocorre com o hormônio do crescimento, que pode elevar os riscos do aparecimento de diabetes, doenças articulares e até alguns tipos de câncer. Jeffry Life explica que o uso do hormônio do crescimento é bastante regulamentado pelas autoridades americanas, mas pode ser utilizado depois que o paciente é submetido a alguns testes que comprovam a necessidade do hormônio.
Menopausa — O tratamento com hormônios, indicado para algumas mulheres na menopausa, é um capítulo à parte na discussão da terapia hormonal. Ela não faz parte das práticas vetadas pelo CFM, pois sua finalidade principal não é o antienvelhecimento. "Nesse caso, trata-se de um problema de saúde, causado pela deficiência de um hormônio que não só está em falta, mas também está causando sintomas", afirma Salo Buksman, diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Ele explica que se for realizada uma medição hormonal em mulheres na menopausa, todas apresentarão níveis baixos mas, mesmo assim, nem todas são indicadas para o tratamento. 
"Tem que haver sintomas muito sérios, que justifiquem o risco dela desenvolver essas doenças que são provocadas pela ingestão do hormônio. É preciso pesar o risco, pesar o benefício e ver se vale a pena. É bem diferente de dar hormônios para qualquer mulher, mesmo que ela não tenha sintoma nenhum de menopausa. Seria expô-la a riscos desnecessariamente", diz Buksman. 
Os principais sintomas ligados à menopausa são ondas de calor, ressecamento vaginal, incontinência urinária e até osteopenia (um caso mais leve de osteoporose). Além disso, a terapia hormonal só pode ser indicada para pacientes que não apresentam contraindicações: histórico pessoal de trombose e histórico pessoal ou de pelo menos dois parentes próximos de câncer relacionado a hormônios (mama, endométrio e ovários). "Se não tiver contraindicação ela é elegível para fazer a terapia hormonal, mesmo assim acompanhada muito de perto pelo ginecologista, com exames bem frequentes", afirma Buksman.
Outro ponto importante desse tipo de tratamento é o momento de início. A reposição hormonal deve começar a ser feita no início da menopausa, e de seus sintomas, que ocorre por volta dos 50 anos. "Se a mulher começou o tratamento no inicio da menopausa, ela pode continuar após os 60 anos, mas não é uma terapia para ser feita a partir da idade idosa. Trabalhos atuais mostram que esse início em torno dos 50 anos é fundamental", diz Ruth Caplauch
Bioidênticos – A resolução do Conselho Federal de Medicina também se refere aos hormônios bioidênticos. A prescrição desses hormônios com finalidade antienvelhecimento fica proibida, de acordo com o documento, por falta de evidências que comprovem sua eficácia.
O termo "bioidêntico" se refere ao fato de que esses hormônios têm a constituição química exatamente igual ou o mais próximo possível aos hormônios que o organismo produz. "O estradiol, por exemplo, é um hormônio produzido pelo ovário. Ele é fabricado por indústrias farmacêuticas há muitos anos e sua estrutura química é idêntica ao feito pelo ovário. A versão produzida pela natureza mais próxima possível do estradiol é um fitoestrogênio denominado isoflavona, encontrado em diversas espécies vegetais, principalmente a soja. Ela tem uma ação no organismo semelhante à do estradiol, mas como eles não são bioidênticos, têm efeitos um pouco diferentes. As isoflavonas podem ter um efeito mais fraco ou provocar alguma coisa que o estradiol não provoca", explica Ruth Clapauch.
De acordo com a endocrinologista, os bioidênticos podem ser utilizados, desde que com a mesma finalidade da terapia hormonal permitida no país atualmente: suprir carências do organismo. Para ela, a questão problemática é que alguns médicos, adeptos do antienvelhecimento, utilizam-se do termo para se referir apenas a hormônios feitos em farmácias de manipulação, o que é incorreto. "Os bioidênticos apresentam os mesmos riscos dos demais, caso utilizados de forma não-indicada", diz Ruth.
Abusos – A discussão sobre a medicina antienvelhecimento tem início em uma etapa anterior à prática clínica. Trata-se de um debate que ainda está sendo travado no campo da pesquisa científica. Edson Peracchi, presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, acredita que novos trabalhos científicos levarão a uma revisão nas determinações do CFM. Para ele, essa proibição tem caráter mais preventivo, para evitar os abusos que vinham ocorrendo em relação à medicina antienvelhecimento: "Infelizmente, no processo de implantação de qualquer técnica, tem a fase inicial que gera um deslumbramento e só depois vem uma sedimentação." Por enquanto, e pelo menos até uma nova revisão dos trabalhos científicos sobre o assunto, o que vale é a resolução do CFM.

Okamotto nega ter ameaçado Valério de morte



Atualizado: 11/12/2012 13:17 | Por ANDREI NETTO, CORRESPONDENTE, estadao.com.br
Paulo Okamotto, assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou, nesta terça-feira, em Paris, onde acompanha...

Paulo Okamotto, assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou, nesta terça-feira, em Paris, onde acompanha o ex-presidente no Fórum do Progresso Social, ter ameaçado o publicitário Marcos Valério de morte caso ele denunciasse o envolvimento de personalidades do Partido dos Trabalhadores (PT) no esquema do mensalão. Pouco antes de participar como painelista do Fórum, Okamotto disse que não vê novas denúncias no testemunho de Valério à Procuradoria Geral da República e que Lula tem de responder por ele mesmo.
Interpelado pelo jornal O Estado de S. Paulo antes de participar do fórum, ao lado do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e do presidente da França, François Hollande, Okamotto disse não ter lido a reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal, que traz detalhes sobre o depoimento de Marcos Valério. Questionado sobre se o ex-presidente havia lido, o assessor disse que Lula "não lê o Estadão".
A matéria publicada nesta terça-feira explica os fatos relatados por Valério à Procuradoria Geral, entre eles o de que o ex-presidente Lula teria dado seu "ok" para que as empresas de Valério pegassem empréstimos com os bancos BMG e Rural para alimentar o esquema de compra de apoio político no Congresso, o mensalão. "Meu nome não é Lula. Se teve esse negócio, eu não estava nessa reunião. Tem de perguntar para o Lula um negócio desses", disse Okamotto.
Ameaça
Em relação à denúncia de que o esquema do mensalão também teria bancado financeiramente despesas pessoais da família do ex-presidente Lula, Paulo Okamotto retrucou: "Que contas pessoais? Tem de perguntar para o Lula". Indagado sobre as supostas ameaças de morte que teria feito a Valério, Okamotto devolveu a pergunta. "Eu ameacei ele de morte? Por que eu vou ameaçar ele de morte?", questionou. "Está nos autos que eu ameacei ele de morte? Duvido! Duvido que ele tenha dito isso!"
Sobre sua suposta conversa com Marcos Valério na qual teria afirmado que "gente do PT" o queria morto (referindo-se a Valério), Okamotto negou com ênfase. "Não, não, não. Eu não tenho nenhum motivo para desejar o mal a Marcos Valério. Eu o conheci depois do episódio do mensalão, da história que ele contava que tinha feito empréstimos em nome das empresas dele para ajudar o PT", disse ele. "Isso acabou trazendo um grande transtorno para ele, não é? Ele chegou a ser condenado." Após negar veementemente todas as acusações, o assessor do ex-presidente Lula colocou em dúvida a credibilidade das declarações de Valério à Justiça.
Até o momento, o ex-presidente Lula evitou os jornalistas. Abordado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na saída do Hotel Meurice, onde está hospedado, Lula não quis falar. Outro assessor que acompanha a delegação, Luiz Dulci também não quis comentar as declarações de Valério à procuradoria. "Não vi o Estadão hoje. Acordei às 5h da manhã, mas por coisas daqui. Eu estou cuidando das coisas daqui", disse.
http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=255098426

Veja fotos do último 'Saia justa' com Mônica Waldvogel


CLARA PASSI
Bastidores da gravação do último 'Saia Justa' de 2012 (Foto: Arquivo pessoal)BASTIDORES DA GRAVAÇÃO DO ÚLTIMO 'SAIA JUSTA' DE 2012 (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
A última gravação do “Saia justa” de 2012 - e também o último com Mônica Waldvogel na formação - teve lágrimas, flores, champanhe e bolo compartilhados pelos debatedores e a equipe de produção.O programa inédito,  conduzido por Mônica, Maria Fernanda Cândido, Teté Ribeiro e Xico Sá, vai ao ar na quarta-feira (12). Nos dois seguintes deste ano, de 19 e 26 de dezembro, serão escolhidos os melhores blocos com cada um dos "calças" do programa: Léo Jaime, Xico Sá, Dan Stulbach e Du Moscovis - exibidos a partir da chegada de Maria Fernanda Cândido.
Depois de onze anos de sucesso no programa do GNT, Mônica Waldvogel vai deixar o 'Saia' no ano que vem. O semanal de debates será totalmente reformulado a partir de março de 2013 e Astrid Fontenelle é candidata ao posto.
Bastidores da gravação do último 'Saia Justa' de 2012 (Foto: Arquivo pessoal)NILTON TRAVESSO DIRIGE O ÚLTIMO 'SAIA JUSTA' DE 2012 (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
Reunião de pauta do 'Saia justa' (Foto: Arquivo pessoal)ÚLTIMA REUNIÃO DE PAUTA DO 'SAIA JUSTA' COM MÔNICA WALDVOGEL (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
Bastidores da gravação do último 'Saia Justa' de 2012 (Foto: Arquivo pessoal)BOLO COMPARTILHADO PELA EQUIPE NO ÚLTIMO 'SAIA JUSTA' DE 2012 (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
Bastidores da gravação do último 'Saia Justa' de 2012 (Foto: Arquivo pessoal)BASTIDORES DA GRAVAÇÃO DO ÚLTIMO 'SAIA JUSTA' DE 2012 (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv/noticia/2012/12/veja-fotos-do-ultimo-saia-justa-com-monica-waldvogel.html

MP deve investigar declarações, diz Joaquim Barbosa

Atualizado: 11/12/2012 13:21 | Por FELIPE RECONDO, estadao.com.br

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o Ministério Público deve...

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o Ministério Público deve investigar as declarações feitas pelo operador do mensalão Marcos Valério que colocariam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no centro do esquema. Na saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barbosa afirmou que teve "conhecimento oficioso, não oficial" do teor do depoimento prestado por Marcos Valério e revelado nesta terça-feira (11) pelo jornal O Estado S. Paulo. Perguntado se as denúncias devem ser investigadas pelo Ministério Público, foi sucinto: "Creio que sim".
Valério disse que o ex-presidente deu o aval para os empréstimos bancários que financiaram o esquema. O encontro teria ocorrido no gabinete presidencial, conforme a versão contada por Valério. O empresário e operador do mensalão disse também ter repassado dinheiro para que Lula arcasse com despesas pessoais. De acordo com Valério, os recursos foram depositados na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. No depoimento, Valério classifica Godoy como um "faz-tudo" do ex-presidente Lula.
A existência do depoimento com novas acusações do empresário mineiro foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1º de novembro. Após ser condenado pelo Supremo como o "operador" do mensalão, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Queria, em troca do novo depoimento e de mais informações de que ainda afirma dispor, obter proteção e redução de sua pena. A oitiva ocorreu no dia 24 de setembro em Brasília - começou às 9h30 e terminou três horas e meia depois; 13 páginas foram preenchidas com as declarações do empresário, cujos detalhes eram mantidos em segredo até agora.
O jornal teve acesso à íntegra do depoimento, assinado pelo advogado do empresário, o criminalista Marcelo Leonardo, pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio e pela procuradora da República Raquel Branquinho.
http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/mensalao/story.aspx?cp-documentid=255098428

John Frusciante - How Deep Is Your Love (Bee Gees)

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Lula teve despesas pagas pelo mensalão, diz Valério


Depoimento

Segundo jornal, empresário disse ao MP que fez depósitos para empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy. Lula teria avalizado empréstimos do PT

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO - Lula e Valério: as revelações seriam uma tentativa de “golpe das elites” com a participação dos ministros do Supremo
Lula e Valério: novas revelações complicam ainda mais o ex-presidente (Juliana Knobbel/Frame/Folhapress e Cristiano Mariz)
O empresário Marcos Valério, o operador financeiro do mensalão, afirmou em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República em 24 de setembro que dinheiro do esquema foi utilizado em 2003 para pagar despesas pessoais do então presidente Lula. A revelação aparece em reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. O depoimento foi dado após Valério ter sido condenado a 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).   
Segundo o jornal, Valério disse que os valores foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy, conhecido como o "faz-tudo" de Lula na época – e ligado ao escândalo dos aloprados. O empresário declarou ainda que o ex-presidente deu "ok" para o PT tomar empréstimos com os bancos BMG e Rural para pagar deputados da base aliada. O aval teria sido dado em um reunião no Palácio do Planalto, que teve a presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, ambos também condenados pelo STF.  
Na ocasião, Dirceu teria dito que Delúbio negociava em seu nome e no de Lula – o ex-ministro teria autorizado inicialmente pegar um empréstimo de 10 milhões de reais e, depois, mais 12 milhões. Além disso, conforme a reportagem do jornal, Marcos Valério também afirma no depoimento que Lula e o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negociaram com a Portugal Telecom no Palácio do Planalto o repasse de 7 milhões de reais para o PT – dinheiro que, segundo Valério, foi recebido por suas empresas de publicidade.    
Ele afirma ainda no relato ao Ministério Público que Paulo Okamotto, atual diretor do Instituto Lula e amigo próximo do ex-presidente, o ameaçou de morte pouco depois do escândalo do mensalão ter sido revelado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, em 2005. Segundo Valério, Okamotto o procurou por ordem de Lula.
Segredos – Com a certeza de que iria para a cadeia, o empresário mineiro começou a revelar os segredos do mensalão em meados de setembro, como revelou VEJA. Em troca de seu silêncio, Valério disse que recebeu garantias do PT de que sua punição seria amena. Já sabendo que isso não se confirmaria no Supremo – que o condenou a mais de 40 anos por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro – e, afirmando temer por sua vida, ele declarou a interlocutores que Lula "comandava tudo" e era "o chefe" do esquema.  
Pouco depois, o operador financeiro do mensalão enviou, por meio de seus advogados, um fax ao STF declarando que estava disposto a contar tudo o que sabe. No início de novembro, nova reportagem de VEJA mostrou que o empresário depôs à Procuradoria-Geral da República na tentativa de obter um acordo de delação premiada – um instrumento pelo qual o envolvido em um crime presta informações sobre ele, em troca de benefícios. Pela primeira vez, ele informou ter detalhes sobre outro caso escabroso envolvendo o PT: o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002.
Valério disse que Lula e seu braço-direito, o atual secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime de Santo André, em especial o empresário Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura. Procurado por petistas para pagar o dinheiro da chantagem, Marcos Valério contou que recusou: "Nisso aí, eu não me meto", disse.  Segundo ele, quem acertou a questão foi um amigo de Lula, utilizando-se de um banco não citado no esquema do mensalão. Trata-se do pecuarista José Carlos Bumlai, que teria acertado um empréstimo com o banco Schahin.
Procurados por O Estado de S. Paulo, José Dirceu e Antônio Palocci negaram a existência das reuniões no Planalto. Freud Godoy não se manifestou. Em viagem à França, onde acompanha a presidente Dilma Rousseff, Lula evitou falar com a imprensa e, segundo o jornal, não foi encontrado para comentar as acusações.