sábado 05 2012

Esquema de Cachoeira fez lobby na Anvisa

Corrupção

Demóstenes Torres marcou reunião com a agência a pedido de Cachoeira. O objetivo era que o laboratório Vitapan, do contraventor, conseguisse licenças de medicamentos e renovações

Diálogos interceptados pela PF colocam a Anvisa no foco das investigações sobre a organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira Diálogos interceptados pela PF colocam a Anvisa no foco das investigações sobre a organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira (Ana Araujo)
O senador Demóstenes Torres fez lobby na Anvisa para que o laboratório Vitapan, de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, obtivesse licenças de medicamentos e renovações. Em diálogos interceptados pela Polícia Federal, gravados em abril de 2011, Cachoeira pede ajuda de Demóstenes para resolver demandas do órgão. Os dois combinam uma operação para cooptar Norberto Rech, gerente-geral de Medicina do da Anvisa.

Os grampos indicam que, depois de uma suposta conversa entre o parlamentar e Rech, em 13 de abril do ano passado, Cachoeira enviou emissários para uma reunião na agência. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Norberto Rech foi levado em 2005 para Anvisa com o patrocínio do senador Humberto Costa (PT-SP), então ministro da Saúde. O assessor nega ter feito qualquer ato de ofício para favorecer os negócios do contraventor.

Nas conversas, Cachoeira pede para que Demóstenes leve a Rech dois operadores do alto comando da sua organização. A Anvisa confirma uma reunião intermediada pelo senador, mas em setembro de 2011, não em abril, como dão a entender os diálogos. O senador, segundo o órgão, levou para o encontro duas representantes do laboratório Vitapan.

Demóstenes teria marcado a reunião em seu nome e mentido sobre o tema a ser tratado. O senador alegou que o encontro seria para cuidar de um "protocolo para tratamento do câncer de próstata". Só na véspera do encontro, por e-mail, ele teria mudado a pauta para incluir a discussão de licenças de medicamentos para o laboratório.

O presidente da agência, Dirceu Barbano, diz ter agendado o encontro em seu gabinete, em deferência a Demóstenes, considerado insuspeito. A Anvisa explica que, após a mudança de pauta, manteve o local da reunião, mas decidiu gravá-la e produzir ata. A defesa de Demóstenes informou que as interceptações são ilegais e que não vai comentar diálogos retirados do contexto.
(Com Agência Estado)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/esquema-de-cachoeira-fez-lobby-na-anvisa

Confira as vantagens da prática rotineira de exercícios funcionais



Alongamento  |  Atualizado em 04 de maio de 2012
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 60 milhões de pessoas sofrem por problemas de coluna







Ser sedentário ou manter-se muitas horas sentado em frente ao computador de forma errônea pode prejudicar a musculatura e a postura de diversas formas. Para evitar problemas futuros ou dores constantes no final do dia, o ideal é alongar a musculatura, no mínimo, três vezes por semana, segundo a educadora física e especialista em envelhecimento, Márjori Mansur.

 O alongamento muscular é capaz de dar a sensação de relaxamento, mas também serve para fortalecer a musculatura e fazer com que o indivíduo crie consciência corporal. "Com um tempo de prática em alongamentos e policiamento postural, a pessoa cria essa consciência onde ela deixa a postura de forma correta: ereta, sem os ombros tensionados", detalha a profissional. "Com o passar do dia, a força da gravidade empurra o corpo para baixo. É normal ficarmos cada hora mais curvados e acomodados com os ombros jogados para frente e o pescoço também".

Segundo Márjori, as gerações futuras terão mais problemas com as vértebras cervicais por causa da constância de tempo no computador. "O pescoço acaba ficando muito para a frente durante longas horas do dia. As pessoas que trabalham em frente ao computador sofrerão caso não se policiem". 

Alegar que a prática de alongamento faz a pessoa crescer é mito. Pela sequência de exercícios para tirar a tensão muscular, o indivíduo que se mantinha com a coluna e ombros curvados passa a adquirir alguns centímetros que antes já faziam parte de sua estatura.  

Ginástica Laboral
Idealizada para melhorar o rendimento dos funcionários e a condição de saúde, esta prática tem sido adotada por empresas. São praticados cerca de 15 minutos de exercícios de alongamento e relaxamento durante o expediente com o auxílio de educadores físicos e profissionais de fisioterapia.

Algumas de exercícios dicas para 
se alongar no trabalho

Eleições 2012 | Publicado em 04 de maio de 2012 Especialistas falam sobre o duro caminho das pedras nas campanhas eleitorais

 
 
 
Tempo, dinheiro e estratégias de divulgação: itens que fazem a diferença no processo e que, se não forem bem conduzidos, encaminham o fracasso nas urnas






   
 
A cinco meses das eleições municipais, o cenário político santista fica cada vez mais claro. Não só na disputa pela Prefeitura — que promete ser tão acirrada quanto a de 2004 — mas principalmente na concorrência pelas 21 cadeiras da Câmara. Conforme o calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as campanhas só poderão iniciar a partir de 6 de julho. Mas é claro que, para muitos políticos, o trabalho começou faz tempo. Afinal, trata-se de um processo que demanda, estratégia, tempo, e, sem dúvida, dinheiro.
O fator econômico, aliás, é um dos primeiros pontos a ser levado em conta no processo. Às vezes, é ele que determina se um pré-candidato terá condições de tocar a campanha ou não. Foi o que ocorreu com o jornalista Raul Christiano (PSDB). Cotado para concorrer à vereança em 2012, o tucano — que em 2004 disputou a Prefeitura — abriu mão da pré-candidatura por razões financeiras. "Não consigo os recursos para bancar os custos cada vez mais elevados, não somente dos materiais necessários, como também do preço político de esquemas profissionais de lideranças comunitárias, sociais e político-partidárias", explicou em seu blog.
"O custo de uma campanha a vereador não é barato", concorda o publicitário e diretor de criação da DSPA, Renê de Moura. Segundo ele, há um cálculo "médio" de R$ 50 por voto, que, no entanto, não pode ser considerado uma regra. "Essa condição pode variar muito de acordo com a popularidade do candidato, com a coligação ou legenda onde ele está e até a própria cidade".
A ponderação faz sentido. Considerando o cenário das eleições municipais de 2008 e os números do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nos quais os candidatos informaram suas prestações de contas. O gasto médio por voto dentre os eleitos foi de "apenas" R$ 7,17 e o investimento mais alto por sufrágio também foi abaixo da média: R$ 21,47, valor do atual presidente da Câmara, Manuel Constantino (PMDB). Em contrapartida, houve casos como o de Écio Filho (à época, PMN), que teve uma "despesa" de quase R$ 119 por cada um dos 585 votos obtidos, após investir mais de R$ 69 mil na campanha, segundo os números do TRE. Sem sucesso.
Estratégias
Os investimentos na campanha têm destino variável. "Normalmente, a maior parte vai para a programação de TV, especialmente no caso dos prefeituráveis. Outra parcela é destinada à papelaria, como os famosos santinhos", explica o publicitário Ciro Ribeiro Coutinho, professor da ESAMC. O especialista destaca, ainda, a importância das pesquisas no processo. "Não é um investimento baixo, mas a pesquisa fornece dados importantes. Sem ela, não há como saber o que passa na cabeça dos eleitores e se faz uma campanha intuitiva. Não fazer pesquisa é um grande erro, seja nas grandes ou nas pequenas campanhas", reflete.
Outrora mais tradicional, a papelaria perdeu força, mas ainda é vista como uma "obrigação" para os especialistas. "Se você fala para um candidato fazer a campanha sem os santinhos, ele enfarta (risos)", conta Moura. Segundo ele, a opção pelo papel ainda tem um diferencial importante: a boca-de-urna. "Às vezes, no dia da eleição, a pessoa ainda está indecisa ou não lembra o número. E o santinho pode ajudar nessa lembrança", destaca.
Contudo, no caso da campanha ao Legislativo, um dos grandes diferenciais está mesmo no corpo-a-corpo. "A visibilidade de mídia é menor, normalmente de alguns segundos na televisão. Então, é necessário um empenho maior em dar as caras", resume Coutinho. Mas na visão dos especialistas, a estratégia de rodar a cidade atrás de votos está longe de ser bem sucedida. Para Moura, a eleição de vereadores se dá, principalmente, pelo desempenho nos bairros onde o candidato é mais forte. "É fortalecer a marca onde ela é conhecida", analisa.
Frases
"Muitas vezes, o que faz um candidato perder a eleição é a falsa ideia de fazer se campanha em todos os cantos. Porque quando ele termina essa volta pela cidade, a pessoa do primeiro lugar que ele passou não lembra mais dele" - Renê de Moura, publicitário.
"Não basta o candidato trabalhar com pesquisa: é preciso acreditar nos dados. Às vezes, o resultado não é do agrado, e o candidato prefere ignorar. E aí, você pode até utilizar o slogan mais brilhante, mas a campanha dificilmente terá ressonância" - Ciro Ribeiro Coutinho, publicitário.
Redes sociais
É longe dos métodos convencionais que reside o campo onde se criam as maiores expectativas - por vezes, exageradas - de resultados nas eleições: as redes sociais, em especial o Facebook. A perspectiva tem algum sentido, considerando que, conforme recente  pesquisa Enfoque/Jornal Boqnews, quase 60% dos santistas acima dos 16 anos (idade na qual se está apto para votar) fazem parte deste tipo de mídia, sendo que 54% destes usuários têm o Facebook como página "principal". Não há dúvidas, também, de que o principal alvo dessas mídias são os jovens - quase 88% dos santistas com idade entre 16 e 34 anos já aderiram às redes sociais.
Os publicitários Renê de Moura e Ciro Ribeiro Coutinho concordam que mídias como Facebook e Twitter  tendem a ser muito usadas ao longo da campanha, mas ponderam o peso que ambas podem ter na definição dos eleitos. "Muita gente vai quebrar a cara achando que o Facebook vai garantir a eleição. Ele será uma ótima ferramenta, mas não significa que será decisiva", salienta Moura. "A influência das mídias sociais ainda é moderada, porque ainda não temos um número de pessoas conectadas e antenadas relevante para decidir uma eleição", completa Coutinho.
Os alertas aos pré-candidatos "aventureiros" da internet não se limitam à cautela quanto aos "superpoderes" da rede mundical. "Não é a exposição excessiva que vai eleger alguém. Se você fizer uma pesquisa, vai ficar impressionado com quantas pessoas afirmam não saber nem gostar de política. Então, será que esse político não vai se tornar ainda mais invasivo e irritante se invadir sua caixa de e-mail todo dia pelo e-mail marketing, por exemplo?", pontua Moura. "Mesmo ainda não sendo decisiva, a rede social já é observada na legislação eleitoral. Um comentário malfeito pode trazer uma repercussão terrível, especialmente quando ele extrapola as redes sociais e vai para a mídia. Uma ofensa pode gerar direito de resposta, e isso tudo, na internet, ainda não é controlável", acrescenta Ribeiro.

Collor reencarna como defensor da moral(Que País é Esse)

Corrupção

Ao colocar a carranca de investigador, senador reavivou a memória dos brasileiros sobre seu desastrado fim como presidente

SINTONIA - Collor e as CPIs: em 1992, impeachment por corrupção. Agora, coabitando com seus antigos algozes SINTONIA - Collor e as CPIs: em 1992, impeachment por corrupção. Agora, coabitando com seus antigos algozes (Lula Marques/ Folhapress - Orlando Brito)
Nenhum dos processos criminais contra Collor prosperou. Ele poderia passar à história usufruindo o empate técnico entre transgressão e punição
O senador Fernando Collor de Mello perdeu o mandato de presidente da República e os direitos políticos em 1992, depois de uma ampla investigação do Congresso. Investido agora na CPI do Cachoeira do papel de tarefeiro dos interesses subalternos dos integrantes do petismo radical, seus antigos algozes, Collor reencarnou-se como autoridade e como defensor da moral e dos bons costumes. Estranho papel. O ex-presidente faria um personagem mais crível se continuasse em sua última linha de defesa, a de raro político que realmente pagou pelos erros que lhe foram imputados. Pagou com a perda da faixa presidencial. A respeito dos crimes de que foi acusado, Collor obteve na Justiça o que mais lhe interessava. Nenhum dos processos criminais contra ele prosperou. Ele poderia passar à história, então, usufruindo esse empate técnico entre transgressão e punição.

No entanto, ao colocar a carranca de investigador, Collor reavivou a memória dos brasileiros sobre seu desastrado fim como presidente. Co­mo pode investigar as pessoas um ex-presidente que levou para dentro do governo federal o esquema de arrecadação de propinas comandado por Paulo César Farias, seu ex-tesoureiro de campanha? PC, como era conhecido, criou uma rede de contas-fantasma que era abastecida com dinheiro extorquido de empresas e usado, entre outras coisas, até para o pagamento de despesas da família do agora senador alagoano. Na Esplanada, Fernando Collor se cercou de um ministro que admitiu ter sido subornado e de outro que recebeu um jet ski de uma empreiteira. À frente do Banco do Brasil, alojou um aliado que se destacou por ameaçar adversários, inclusive fisicamente, e abusar da instituição bancária para espioná-los.

O estilo collorido lançou tentáculos sobre o Congresso. Deputados que se orgulhavam de pertencer à "República das Alagoas" marchavam armados (de revólveres!) pelos corredores da Casa e ainda se gabavam dessa truculenta estratégia de intimidação. Naquele período trevoso compartilhava da intimidade do presidente da República uma figura então corpulenta, que se apresentava como um dos expoentes da "tropa de choque collorida". Seu nome? Roberto Jefferson. Ele mesmo, o atual presidente do PTB, que, uma década mais tarde, ajudaria a trazer à luz o escândalo do mensalão, o maior caso de corrupção da história. Fernando Collor estava bem no seu limbo, mas saiu dele para entrar na CPI e piorar ainda mais sua história.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-do-cachoeira-collor-reencarnou-como-defensor-da-moral 

Epidemia de dengue atinge dois municípios do Rio. Ou: Não existe Aedes aegypti em Paris!


Na VEJA Online. Volto em seguida:
Após a secretaria municipal de saúde do Rio anunciar, há dez dias, que a capital vive uma epidemia de dengue, a cidade de Niterói, na região metropolitana, também entrou nesse perigoso estágio. Considera-se epidemia quando a quantidade de pessoas infectadas ultrapassa 300 casos por 100 mil habitantes. Em Niterói, há 384 casos por 100 mil habitantes. De janeiro a abril deste ano, foram notificados 1951 casos da doença na cidade, sendo 167 confirmados- 57 são do tipo 4. Uma pessoa morreu em decorrência da dengue.
Na cidade do Rio, de 1º de janeiro a 21 de abril houve 50.016 casos da doença e 12 mortes. A secretaria de saúde realizou 2.125.322 inspeções neste ano. Durante essas visitas foram eliminados 26,9 bilhões de criadouros do mosquito.
No estado, de janeiro a 28 de abril, foram notificados 76.064 casos suspeitos de dengue. Até o momento, há 13 óbitos confirmados por dengue no estado. Considerando o total de casos graves, o grau de letalidade da dengue está em 5%, segundo a secretaria estadual de saúde. No ano de 2011, nas primeiras 17 semanas epidemiológicas, foram registrados 108.130 casos de dengue no estado do Rio de Janeiro.
Há presença do vírus tipo 1 da dengue em Barra do Piraí, Campos dos Goytacazes, Itaboraí, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Resende, Rio de Janeiro, Valença, Vassouras e Silva Jardim. Há notificações do tipo 3 no Rio de Janeiro, e a presença do tipo 4 em Belford Roxo, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, São Gonçalo e São João de Meriti.
Voltei
Estão vendo? E os descontentes de sempre, aquela turma ressentida, ficam criticando a cúpula do governo do Rio por dar uma esticadinha em Paris. Pouca gente entendeu: a Dança do Guardanapo, estrelada por Sérgio Côrtes, secretário de Saúde do Estado, remete a um antigo ritual indígena para espantar mosquito. A prova de que deu certo é que não houve um só registro de Aedes aegypti na capital francesa.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/epidemia-de-dengue-atinge-dois-municipios-do-rio-ou-nao-existe-aedes-aegypt-em-paris/ 

As mentiras escandalosas na entrega do título de “Doutor Honoris Causa” a Lula, agora às baciadas!





Eles criam lá suas mistificações e não esperam, certamente, contar com a anuência de todos, não é? Podem até querê-la e ter ganas de cassar e caçar quem ousa divergir, mas sabem que não terão o que pretendem. Não enquanto o país for uma democracia.
Títulos de “Doutor honoris causa”, agora, se concedem às baciadas. Nesta sexta, em cerimônia no teatro João Caetano, no Rio, Luiz Inácio Lula da Silva (claro!) foi agraciado com a prebenda acadêmica por todas as universidades públicas do Rio: Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFF (Universidade Federal Fluminense) e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). Chegará o dia em que será preciso fazer a cerimônia num estádio.
Na presença do ex-ministro da Educação Fernando Haddad e do atual, Aloizio Mercadante, Lula lançou ao vento números escandalosamente mentirosos. E foi muito aplaudido. Disse ter criado 14 novas universidades federais. É cascata! Não chegou à metade disso. O resto é divisão de instituições que já existiam ou elevação de status — de faculdade ou campus avançado para universidade. EVIDÊNCIA DA MENTIRA: em 2010, as universidades públicas brasileiras formaram 24 mil estudantes a menos do que em 2004!!!
Mas ainda não era a maior mentira. Segundo informa a Folha, o homem disse ter elevado o número de universitários do país de 6 milhões para 12 milhões. O homem etá no “mundo de Lula”. Haddad ouvia tudo caladinho — e certamente não vai corrigir a batatada, embora seu ministério tenha divulgado o Censo Universitário no fim de 2011. Os números são outros.
Em 2001, havia 3 milhões de estudantes matriculados nas universidades do país; no fim de 2010, eram 6,37 milhões — quase a metade do que Lula alardeou. Atenção! 14,7% desse total (quase um milhão de alunos) estão matriculados na modalidade “ensino à distância” Com raras exceções, esse troço virou, no Brasil, um caça-níqueis ainda mais vantajoso do que instituições de ensino meia-bomba que vendem suas vagas para o ProUni. Não passa de picaretagem! Mas sigamos. A meta do Plano Nacional de Educação, estabelecida em 2000, era chegar a 2010 com 33% dos jovens de 18 a 24 anos na universidade. Segundo o Censo, o governo do Apedeuta ficou bem longe disso: apenas 17,4%. Como? Petistas não acreditam em mim? Faz sentido. Então acreditem nos números postos no portal do MEC, com foto de Fernando Haddad e tudo (aqui).
Como os petistas adoram brincar de arranca-rabo de classes, demonstro pra eles que, se quiser, sou imbatível nesse quesito0—- só que contra as mentiras que eles contam. Lá no Censo, assinadinho pelo senhor Fernando Haddad, consta que as matriculas em cursos noturnos em 2001 representavam 56,1% do total; em 2010, 63,5%. Certo! Nas universidades federais, estudam à noite apenas 30% dos estudantes; nas privadas, 71,8%. Hipótese bastante plausível: pobres estudam em universidade privadas; os ricos, nas federais. Bingo!
O problema do tal ProUni não é a existência do programa em si, é evidente, mas a qualidade do que está sendo oferecido aos pobres com dinheiro público. Mas esse é outro departamento. Que fique aqui o registro: os números que Lula exibiu, sob aplausos comovidos, eram falsos como nota de R$ 3.
A imprensa sabe disso? Acho que sim! O Censo Universitário, feito pela gestão Haddad, não está disponível apenas para este criado de vocês, não é?
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/as-mentiras-escandalosas-na-entrega-do-titulo-de-%E2%80%9Cdoutor-honoris-causa%E2%80%9D-a-lula-agora-as-baciadas/ 

Astrônomo da USP revela estrela 'gêmea' do Sol

Espaço

HIP 56948 está a 200 anos-luz e tem praticamente a mesma temperatura, massa, tamanho e composição química em relação ao Sol

Marco Túlio Pires
A grande diferença entre HIP 56948 e o Sol é a idade. O novo astro é um bilhão de anos mais novo A grande diferença entre HIP 56948 e o Sol é a idade. O novo astro é um bilhão de anos mais novo (Nasa)
"Se a Terra for a regra para o tempo de desenvolvimento de vidas complexas, qualquer forma de vida avançada em um possível planeta orbitando a HIP 56948 estaria surgindo agora"
Jorge Meléndez — astrofísico da USP
O Sol tem um irmão gêmeo. Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo astrônomo peruano Jorge Meléndez, professor do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (IAG-USP), terminou a mais detalhada análise da estrela mais parecida com o Sol de que se tem conhecimento. Localizada a 200 anos-luz, o astro, catalogado como HIP 56948, é tão parecido que, caso fosse colocado no centro do Sistema Solar, os terráqueos não notariam a diferença. A pesquisa será publicada nas próximas semanas no periódico Astronomy & Astrophysics.
A HIP 56948 foi caracterizada por um satélite chamado Hipparcos (daí HIP 56948). A sonda foi lançada em 1989 pela agência espacial europeia e ficou funcionando até 1993. Nesse período, catalogou 100.000 estrelas, das quais cerca de 100 são muito parecidas com o Sol.

Saiba mais

OBSERVATÓRIO KECK
No obsevatório Keck, no Havaí, existe um par de telescópios com espelhos de 10 metros de diâmetro. Estão entre os maiores do mundo. O equipamento está instalado a mais de quatro mil metros de altitude e é administrado pela Associação da Califórnia para Pesquisa em Astronomia, nos Estados Unidos.
Os astrônomos já conhecem a HIP 56948 desde 2007. Nessa época, ela já era considerada uma grande candidata a gêmea solar, mais do que uma estrela chamada 18 Scorpius, que ocupava o posto de 'estrela mais parecida com o Sol' desde 1997. Os cientistas não sabiam, contudo, quão parecida era HIP 56948. Usando o telescópio Keck, no Havaí, um dos maiores do mundo, eles agora têm certeza.

De acordo com Meléndez, a HIP 56948 é apenas 17 graus mais quente que o Sol. "Se considerarmos a margem de erro, que é de sete graus, é possível que os dois astros tenham a mesma temperatura", diz o cientista, em entrevista ao site de VEJA. O mesmo vale para a massa. "A diferença entre os astros é de apenas 2%."

Irmão mais novo — A principal diferença está na idade. "Essa gêmea solar é aproximadamente um bilhão de anos mais jovem", diz Meléndez. Isso quer dizer, de acordo com ele, que se tomarmos a Terra como parâmetro para o desenvolvimento de vidas complexas, alguma forma de vida avançada pode estar surgindo agora em um possível planeta orbitando a HIP 56948.
Os astrônomos ainda não sabem dizer se há planetas orbitando a gêmea solar. Mas há boas razões para supor que o sistema distante seja parecido com o Solar. A primeira delas é que a composição química da estrela é praticamente idêntica ao do Sol. Entender a composição química de uma estrela é muito importante para saber se ela 'doou' material suficiente para a formação de planetas a sua volta. O Sol, por exemplo, perdeu o equivalente a duas massas terrestres de elementos como o alumínio, ferro e níquel, em relação à média de todas as estrelas de sua classe. "A HIP 56948 perdeu 1,5", calcula Meléndez. De acordo com o pesquisador, esses elementos são usados justamente para a 'fabricação' de planetas.
A segunda razão é que os astrônomos ainda não identificaram nenhum planeta em volta da estrela. Apesar de isso soar como uma má notícia, trata-se do contrário. Os cientistas só poderiam ter encontrado algum planeta em tão pouco tempo se ele fosse ao mesmo tempo grande (tal como Júpiter) e próximo demais da estrela (como Mercúrio). Isso quer dizer que pelo menos nos primeiros 150 milhões de quilômetros ao redor da estrela (a distância entre a Terra e o Sol) não há nenhum gigante gasoso, o que abre espaço para planetas rochosos, como a Terra. A ideia agora é utilizar os poderosos instrumentos do Observatório Europeu do Sul, no observatório de La Silla para identificar planetas em volta de outras gêmeas do Sol.
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/astronomo-da-usp-revela-estrela-gemea-do-sol 

Delta recebeu R$ 4 bilhões do governo federal nos últimos doze anos


Dyelle Menezes, Paulo Victor Chagas e Yuri Freitas
Do Contas Abertas
A empresa Delta Construções S/A, citada em diversas gravações da Operação Monte Carlo (caso Cachoeira), recebeu R$ 4 bilhões do governo federal desde 2001, em valores correntes. Naquele ano, a construtora recebeu R$ 41,4 milhões da União. Em 2011, o valor chegou a R$ 884,5 milhões. Se considerarmos, os contratos da instituição com a administração federal direta (excluídas as empresas estatais) desde 1996 os valores cresceram em 193 vezes.
O grande salto ocorreu com a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007. De lá pra cá, a construtora de propriedade de Fernando Cavendish só não ocupou o primeiro lugar entre as empreiteiras do PAC em 2008, quando recebeu R$ 324,2 milhões, cerca de R$ 2,3 milhões a menos que a Construtora Queiroz Galvão. Em 2009, embolsou R$ 675 milhões, atingindo o valor recorde do ano passado, o maior desembolsado para uma empreiteira na história do PAC. Este ano, a construtora já recebeu R$ 156,9 milhões. (veja tabela)
Tomando em conta as empreiteiras do PAC, o principal “cliente” da Delta dentro do governo federal é o Ministério dos Transportes. Em 2011, por exemplo, dos R$ 884,5 milhões recebidos pela construtora, R$ 796,8 milhões foram pagos pela Pasta. No exercício anterior a relação não foi diferente. Do total de R$ 769,1 milhões embolsados, cerca de R$ 674,4 milhões foram dos Transportes.
Criada em 1961, a empresa conta com mais de 22 mil funcionários em todo o país e atua em segmentos diversificados como rodovias, saneamento, engenharia ambiental, energia e montagem industrial. De acordo com o portal da instituição, o grupo Delta possui quatro empresas: Delta Construção, Delta Energia, Delta Incorporação e Delta Montagem Industrial.
Ao longo dos últimos anos, a construtora atuou em empreendimentos importantes, como os que deram estrutura aos Jogos Panamericanos de 2007. A construção do Estádio Olímpico João Havelange e do Parque Aquático Maria Lenk, foram realizadas pela empresa em parceria com outras empreiteiras.
Além disso, a Delta foi responsável pela construção da nova pista do Aeroporto Internacional de Cabo Frio, em 2006, e por obras de reurbanização no Complexo do Alemão em 2008. Atualmente, além de cuidar da limpeza pública do Distrito Federal e de Anápolis-GO, a empresa também é uma das construtoras que estão reformando o Estádio Maracanã.
Ao todo, a Delta possui 300 contratos em 23 Estados e no Distrito Federal.  Só em Brasília, R$ 88,9 milhões foram pagos em 2011 à empresa pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do governo distrital. O estado do Rio de Janeiro foi responsável por contratos que repassaram cerca de R$ 302,8 milhões à Delta no mesmo ano, em obras e instalações contratadas pela Secretaria de Estado de Obras.
O governo de São Paulo também chegou a celebrar contratos com a Delta no ano passado, quando R$ 12,9 milhões foram liquidados para pagar serviços que vão de conservação de estradas às execuções de obras e instalações.
Segundo matéria do jornalista Hugo Marques no final de 2009, a Controladoria Geral da União (CGU) enumerou irregularidades em 14 obras da empresa de Cavendish no PAC, em contratos que somavam R$ 200 milhões com o DNIT. Na lista da CGU estavam pagamentos por serviços não executados, alteração contratual com acréscimos financeiros não previstos em lei e serviços duplicados realizados no mesmo trecho.
Com tantos contratos, a Delta tem se envolvido em assuntos no mínimo polêmicos por todo o país. Em Minas Gerais, por exemplo, a construtora foi investigada por usar documentos com informações falsas para participar da licitação da via Linha Verde, que liga o aeroporto de Confins à cidade de Belo Horizonte.
Outras denúncias ligadas às licitações foram feitas no Ceará e no Paraná. No estado do sul, a Delta foi uma das empresas caçadas pela Operação Empreitada, que identificou envolvimento de construtoras em fraudes. Cavendish negou as acusações. No Rio de Janeiro, por sua vez, foram encontrados indícios de irregularidades na obra do Arco Metropolitano.
Por outro lado, segundo levantamento realizado pelo Contas Abertas, do total de recursos pagos à Delta em 2011 (R$ 884,5 milhões), R$ 824,3 milhões foram decorrentes de contratações na modalidade de licitação “concorrência”. Com dispensa de licitação, foram contratados R$ 53,9 milhões. (veja tabela)
A Delta também é responsável por doações eleitorais no valor de R$ 2,3 milhões à direção nacional do PT e PMDB, referentes às últimas eleições de 2010. Os repasses foram de R$ 1,15 milhão a cada partido, com datas de 17 e 21 de setembro e 27 de outubro de 2010 – segundo dados do TSE. Nas eleições anteriores, em 2008, a empresa desembolsou R$ 100 mil para auxílio ao “comitê financeiro municipal para prefeito” do PMDB, em Ji-Paraná, RO.

Com empurrão do governo, Delta Construção faturou uma Marfrig em dez anos

Licitações

Empresa de Fernando Cavendish arrecadou nada menos que 4 bilhões de reais em uma década apenas em contratos com o Planalto. Governos estaduais também são grandes clientes

Ana Clara Costa e Cecília Ritto
O empresário Fernando Cavendish Fernando Cavendish: o empresário virou o 'príncipe do PAC' (Julio Bittencourt/Folhapress)
Fernando Cavendish, presidente do conselho de administração da Delta Construção, é amigo do rei. Formado em engenharia civil pelas Faculdades Integradas Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, o empresário conseguiu um feito raro: em dez anos, fez o faturamento de sua empresa saltar de 67 milhões de reais para 3 bilhões de reais. Conforme levantamento da ONG Contas Abertas, apenas em obras contratadas pelo governo federal, a Delta arrecadou nesse período nada menos que 4 bilhões de reais. A cifra é equivalente ao atual valor de mercado da Marfrig, uma das maiores produtoras de carne do país.
Na segunda metade da década, o empresário – que já exibia a peculiar habilidade de manter bons relacionamentos com gestores públicos, sobretudo no Rio – transformou-se no “príncipe do PAC” ao arrebatar a grande maioria dos contratos de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento lançado pelo governo em 2007. Ao final de 2011, a Delta era a principal fornecedora do programa, com contratos avaliados em mais de 2 bilhões de reais.
O Rio de Janeiro, apesar de não ser o estado onde Cavendish nasceu, rendeu-lhe boa parte de sua riqueza e sucesso empresarial. Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, o governo fluminense repassou 450 milhões de reais à Delta entre 2002 e 2011 – de longe a construtora que mais ganhou licitações no estado no período. Houve também outros tantos contratos sem licitação, da ordem de 53 milhões de reais.
Aditivos – Os ganhos da empresa no Rio foram inflados por aditivos aos contratos. Do início do primeiro mandato de Sérgio Cabral (PMDB/RJ) até 2010, quase 100 milhões de reais entraram nos cofres da Delta por meio dessas alterações contratuais. Entre os empreendimentos que levam a assinatura da construtora estão o Estádio Olímpico João Havelange, o Parque Aquático Maria Lenk, e a reforma, em curso, do emblemático Estádio do Maracanã. A Delta também foi responsável pela construção da nova pista do Aeroporto Internacional de Cabo Frio, em 2006, e por obras de reurbanização no Complexo do Alemão, em 2008.
Foto aérea do Maracanã: obras serão abertas à visitação
Foto aérea do Maracanã: reforma é principal obra da Delta no Rio
Grandes amigos – A estreita ligação entre a Delta e o Palácio Guanabara – mais especificamente, entre o empresário Fernando Cavendish e o governador Sérgio Cabral – foi escancarada em 2011, quando um acidente de helicóptero no Sul da Bahia matou sete pessoas, entre elas a mulher de Cavendish, seu enteado de 3 anos de idade e a namorada do filho de Cabral. Na mesma viagem, porém não no mesmo helicóptero, estavam o governador e seu filho Marco Antônio. Em outra ocasião, meses antes, as famílias Cavendish e Cabral haviam passado uma semana em um navio na costa de Nassau, nas Bahamas. A cortesia do transporte em jato executivo para as duas famílias foi de outro amigo: Eike Batista.
Parte desse sucesso de Cavendish na alta cúpula da política fluminense e em Brasília deve-se ao estreito relacionamento com o lobista número um do Planalto, o ex-ministro da Casa Civil e chefe da quadrilha, José Dirceu. Segundo reportagem de VEJA publicada em maio de 2011, a JD Assessoria e Consultoria, de Dirceu, prestou serviços de "relacionamento" aos principais executivos da empresa, apresentando-os a figuras proeminentes da República. Ao contratar o consultor, Cavendish tinha a intenção de ganhar mercado no Mercosul. Por incompetência do político ou falta de interesse dos hermanos, o plano não avançou. No final, o erro transformou-se em acerto. Graças ao empurrão de Dirceu, o empreiteiro expandiu seus domínios para além da Guanabara e chegou ao Planalto Central. Dali, a Delta não saiu mais.
Pasta dos Transportes – Na seara do PAC, o principal cliente da Delta é o Ministério dos Transportes. Em 2011, dos 884,5 milhões de reais recebidos pela construtora, 796,8 milhões de reais foram pagos pela pasta. No exercício anterior, a relação não foi diferente. Do total de 769,1 milhões de reais embolsados, cerca de 674,4 milhões de reais vieram dos Transportes. O Ministério foi dilacerado em 2011 depois que VEJA mostrou o esquema de corrupção que se alastrava pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), justamente o órgão que mais se relacionava com a Delta.
Obras de infraestrutura em transporte, aliás, estão no DNA da companhia. Fundada em 1961 pelo pai de Cavendish, Inaldo Soares, a Delta construiu, ao longo de três décadas, estradas e rodovias para órgãos públicos, sobretudo no Nordeste, de onde a família é originária – mais precisamente de Pernambuco. Só quando Cavendish assumiu o lugar do patriarca, em meados de 1990, a empresa passou a flertar com outras áreas – ainda que timidamente. Soares faleceu no final de 2003.
Reinado no DF – Outro terreno onde a Delta prosperou é o Distrito Federal. Além de prestar serviços milionários de limpeza pública em Brasília, a construtora também teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do governo distrital em troca de favores em campanhas eleitorais. Em conversas gravadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira – acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no país – afirmaram que a diretoria da Delta fazia doações milionárias ao PT e ao PMDB. Posteriormente, cobrava favores em troca, como a nomeação de amigos em cargos específicos para garantir que a empresa se mantivesse favorecida nos contratos locais.
Segundo a ONG Contas Abertas, as doações eleitorais alcançam o valor de 2,3 milhões de reais à direção nacional do PT e PMDB, referentes às últimas eleições de 2010. Os repasses foram de 1,15 milhão de reais a cada partido.
Cavendish, o sobrinho – Recentemente, Cavendish criou uma holding, a DTP Participações e Investimentos, com valor de mais de 300 milhões de reais, segundo a Junta Comercial do Rio de Janeiro, com objetivo de consolidar ali a gestão de todas as suas empresas (Delta Construção, Delta Energia, Delta Incorporação e Delta Montagem Industrial).
Segundo o contrato social da companhia, disponível na Junta, a DTP detém 99% do capital da Delta Construção, a maior empresa do grupo. Consta no documento que a diretora e principal representante da holding que congrega toda a fortuna do empresário é Ligia Maria Soares Silva. Curiosamente, a “executiva” é tia de Cavendish, irmã de seu pai, professora de ensino médio em uma escola na cidade de Salgueiro, no sertão de Pernambuco.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/com-empurrao-do-governo-delta-faturou-uma-marfrig-em-dez-anos 

O fim da farsa de Pagot

Corrupção

Ex-diretor de Infraestrutura de Transportes do Dnit tentou se transmutar de vítima, mas a mentira não foi longe: na gestão dele a Delta multiplicou seus negócios

Daniel Pereira, Otávio Cabral e Rodrigo Rangel
ANTI-HERÓI - Demitido após o escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes, Luiz Pagot, ex-diretor do Dnit, tentou forjar uma história para justificar sua queda, mas acabou desmentido ANTI-HERÓI - Demitido após o escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes, Luiz Pagot, ex-diretor do Dnit, tentou forjar uma história para justificar sua queda, mas acabou desmentido (Valter Campanato/Abr)
Em julho do ano passado, uma reportagem de VEJA revelou que no Ministério dos Transportes funcionava uma organizada estrutura de corrupção. Em troca de contratos e liberação de faturas, empreiteiras eram instadas a recolher propina ao caixa do Partido da República, o PR, que comanda a pasta. Dias depois da revelação, a presidente Dilma Rousseff demitiu toda a cúpula do ministério, incluindo Luiz Antonio Pagot, o então diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o órgão responsável pela construção e manutenção das estradas federais. Pois esse mesmo Pagot, recentemente, tentou se transmutar em vítima, atribuindo sua demissão a um complô tramado pelo grupo de Carlos Cachoeira. Em sua versão, o defenestrado perdeu o cargo não por seus defeitos, mas por suas qualidades. Ele teria contrariado interesses da construtora Delta, empreiteira que, se sabe agora, tinha Cachoeira como lobista. Pagot chegou a insinuar que a reportagem teve origem em informações da quadrilha de Cachoeira.
O contorcionismo retórico de Pagot, como a mentira, tinha perna curta. Não foi longe. Já se sabia que na gestão dele a Delta multiplicou seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo, com faturamento superior a 3 bilhões de reais em contratos de rodovias, muitos deles eivados de irregularidades. Pagot foi um Papai Noel para a empreiteira. Na semana passada, foram reveladas novas gravações telefônicas captadas pela Polícia Federal que desmontam a tese do ex-diretor do Dnit. Os diálogos mostram que a quadrilha de Cachoeira estava muito preocupada com a demissão de Pagot, que após a divulgação das irregularidades foi convocado para depor perante uma comissão do Senado e ameaçava fazer revelações sobre o esquema de propina no ministério. Em um dos diálogos, Cachoeira fala com o representante da construtora no Centro-Oeste que, se Pagot dissesse qualquer coisa sobre o esquema, estaria dando "um tiro no próprio pé". Ele, de fato, se calou diante da comissão do Senado. O ex-diretor do Dnit, segundo a Polícia Federal, participou de um jantar com o senador Demóstenes, Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish, para tratar dos negócios da empreiteira. Essa relação explicaria em parte o sucesso da Delta, que tinha em seu rol de "consultores" o ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como o "chefe da quadrilha do mensalão". A oposição quer convocar Pagot para depor. Boa chance para ele, desta vez, contar tudo o que sabe.
Lula Marques/ Folhapress - Orlando Brito
SINTONIA - Collor e as CPIs: em 1992, impeachment por corrupção. Agora, coabitando com seus antigos algozes
SINTONIA - Collor e as CPIs: em 1992, impeachment por corrupção. Agora, coabitando com seus antigos algozes

Elle e seu labirinto
 

O senador Fernando Collor de Mello perdeu o mandato de presidente da República e os direitos políticos em 1992, depois de uma ampla investigação do Congresso. Investido agora na CPI do Cachoeira do papel de tarefeiro dos interesses subalternos dos integrantes do petismo radical, seus antigos algozes, Collor reencarnou-se como autoridade e como defensor da moral e dos bons costumes. Estranho papel. O ex-presidente faria um personagem mais crível se continuasse em sua última linha de defesa, a de raro político que realmente pagou pelos erros que lhe foram imputados. Pagou com a perda da faixa presidencial. A respeito dos crimes de que foi acusado, Collor obteve na Justiça o que mais lhe interessava. Nenhum dos processos criminais contra ele prosperou. Ele poderia passar à história, então, usufruindo esse empate técnico entre transgressão e punição.
No entanto, ao colocar a carranca de investigador, Collor reavivou a memória dos brasileiros sobre seu desastrado fim como presidente. Co­mo pode investigar as pessoas um ex-presidente que levou para dentro do governo federal o esquema de arrecadação de propinas comandado por Paulo César Farias, seu ex-tesoureiro de campanha? PC, como era conhecido, criou uma rede de contas-fantasma que era abastecida com dinheiro extorquido de empresas e usado, entre outras coisas, até para o pagamento de despesas da família do agora senador alagoano. Na Esplanada, Fernando Collor se cercou de um ministro que admitiu ter sido subornado e de outro que recebeu um jet ski de uma empreiteira. À frente do Banco do Brasil, alojou um aliado que se destacou por ameaçar adversários, inclusive fisicamente, e abusar da instituição bancária para espioná-los.
O estilo collorido lançou tentáculos sobre o Congresso. Deputados que se orgulhavam de pertencer à "República das Alagoas" marchavam armados (de revólveres!) pelos corredores da Casa e ainda se gabavam dessa truculenta estratégia de intimidação. Naquele período trevoso compartilhava da intimidade do presidente da República uma figura então corpulenta, que se apresentava como um dos expoentes da "tropa de choque collorida". Seu nome? Roberto Jefferson. Ele mesmo, o atual presidente do PTB, que, uma década mais tarde, ajudaria a trazer à luz o escândalo do mensalão, o maior caso de corrupção da história. Fernando Collor estava bem no seu limbo, mas saiu dele para entrar na CPI e piorar ainda mais sua história.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-do-cachoeira-o-fim-da-farsa-de-pagot 

Assessor do presidente da Alerj acompanhou viagem de Cabral e Cavendish à Europa

Rio de Janeiro

Luiz Carlos Bezerra, que já passou pela Casa Civil e trabalha no gabinete do deputado Paulo Melo, aparece em fotos do grupo que reúne o governador, o secretário Sérgio Côrtes e o dono da Delta

Leslie Leitão
Luiz Carlos Bezerra com a mulher, à direita na foto em que estão também o secretério Sérgio Côrtes e a mulher, Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo e Cavendish com Jordana Luiz Carlos Bezerra com a mulher, à direita na foto em que estão também o secretério Sérgio Côrtes e a mulher, Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo e Cavendish com Jordana (Reprodução)
A revelação da identidade do quarto participante de uma das viagens do grupo de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish à Europa conecta o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, deputado estadual Paulo Melo, do PMDB, ao círculo mais próximo do dono da construtora Delta. À mesa, com a mulher, em uma viagem a Mônaco, está também Luiz Carlos Bezerra, assessor de orçamento de Melo, que tem no currículo passagens pelo governo do estado e pelo gabinete da Casa Civil, que tem como secretário Régis Fichtner – também presente algumas das imagens.

Paul Melo comanda a tropa de choque de Cabral na Assembleia Legislativa. Ajuda, por exemplo, a barrar a iniciativa da oposição de criar uma CPI no legislativo do estado para cobrar do governador explicações sobre suas ligações com a Delta.

Bezerra é o homem de cabelos grisalhos, sobrancelhas negras, óculos, pele morena, que aparece ora ao lado da primeira dama, Adriana Ancelmo, ora com a mulher, de cabelos curtos, em situações posadas. São imagens bem mais contidas que as da dança com o lenço na cabeça, que reuniu integrantes do primeiro escalão do governo do estado. Mas o impacto não é pequeno.

Por decisão da Justiça, o deputado e ex-governador Anthony Garotinho, que há uma semana divulga em seu blog fotografias e vídeos de viagens de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish, terá de retirar da internet as imagens em que aparece a noiva do empreiteiro, Jordana Kfouri, morta em um acidente de helicóptero. A cruzada de Garotinho, inimigo político de Cabral, no entanto, continua. Em seu discurso no plenário da Câmara na quinta-feira, ele prometeu mais imagens comprometedoras para os próximos dias.

Procurado pela reportagem de VEJA, Bezerra não atendeu aos telefonemas.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/assessor-do-presidente-da-alerj-acompanhou-viagem-de-cabral-e-cavendish-a-europa 

Uma CPI para investigar a farra entre o público e o privado

Corrupção

Comissão criada para mapear o crescimento da construtora Delta e seus negócios nebulosos com políticos em todo o país tem a chance de fazer a maior faxina desde o escândalo do mensalão

Daniel Pereira, Otávio Cabral e Rodrigo Rangel
INTERESSES - Alvo da CPI, Fernando Cavendish, dono da construtora Delta (no centro), é amigo e cliente de muitos políticos. Na festa ao lado, em Paris, ele acompanhava o governador Sérgio Cabral, do Rio, onde fatura bilhões em obras INTERESSES - Alvo da CPI, Fernando Cavendish, dono da construtora Delta (no centro), é amigo e cliente de muitos políticos. Na festa ao lado, em Paris, ele acompanhava o governador Sérgio Cabral, do Rio, onde fatura bilhões em obras
A CPI para investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira, com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública saiu do papel em alta velocidade. A gravidade dos fatos levantados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público — o pagamento de propina a autoridades, a troca de favores entre a máfia do jogo e parlamentares e a assinatura de contratos públicos azeitados à base de tráfico de influência — produziu um fato raríssimo: a instalação da CPI contou com o apoio de governistas e oposicionistas. O Congresso deu mostras de disposição para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, uma de suas mais nobres missões. Se nasceu sem dores, a CPI começou a caminhar com dificuldades. Aprovado na quarta-feira passada, o plano de trabalho da comissão apenas tangencia o epicentro das irregularidades apontadas pelos policiais federais e pelos procuradores. A CPI decidiu ouvir os coadjuvantes das malfeitorias, mas, por enquanto, vacila em chamar para depor deputados e governadores suspeitos de manter relações promíscuas com Cachoeira e a empreiteira Delta, um colosso da construção civil com obras contratadas por governos do PT, do PSDB e do PMDB.
A desenvoltura multipartidária da Delta explica o começo claudicante da CPI que nasceu com o potencial de fazer uma faxina pública como não se via desde que o escândalo do mensalão foi destrinchado, em 2005, com o indiciamento de cerca de uma centena de pessoas. O deputado petista Odair Cunha, relator da CPI, tentou limitar geograficamente as investigações sobre a Delta e suas obras no Centro-Oeste. O ex-diretor da empreiteira para aquela região, Cláudio Abreu, está preso. O plenário da comissão, no entanto, arrancou do relator a promessa de investigar a atuação da Delta em todo o território nacional. Está pronto para votação o requerimento de convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish, e de diretores regionais da empresa.

Sérgio Lima/ Folhapress
De olho no Mensalã - Petistas incentivaram a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apenas para tentar constrangê-lo
De olho no Mensalão - Petistas incentivaram a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apenas para tentar constrangê-lo
"A base governista foi derrotada. Vamos investigar os aditivos nos contratos da Delta com o Dnit, principalmente aqueles assinados em períodos eleitorais", avisa o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Quando isso será feito — e se realmente será feito, devido às ligações também multipartidárias de Cavendish — ainda não está definido. A comissão ouvirá neste mês os depoimentos de delegados e procuradores envolvidos na investigação, seguidos de Cachoeira e seus comparsas presos. O único político com depoimento marcado é o senador goiano Demóstenes Torres, o, por enquanto, mais notório membro do esquema de Cachoeira. O Senado abriu um processo por quebra de decoro contra ele, que pode comparecer à comissão já na condição de parlamentar cassado. Ou seja: tem-se definida apenas a primeira fase da investigação, que tratará de temas e personagens cujos feitos e malfeitos são de conhecimento público. Nada além disso. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a segunda fase aumentará a temperatura dos trabalhos. Nela, será travada a "grande batalha" pela convocação das autoridades de maior calibre. "O vazamento das informações impede a costura de acordões para abafar a investigação ou poupar autoridades", diz Vital.
Além de Fernando Cavendish, os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF) e pelo menos cinco deputados federais ainda não foram convocados para prestar esclarecimentos. Sobre muitos deles há uma fartura de indícios de envolvimento com o esquema. Por enquanto, a CPI vai se concentrar no que já foi revelado. Mas não há garantia de que o universo da apuração fique restrito. O plano de trabalho de Odair Cunha deixa brechas para investir sobre qualquer tema: políticos, procuradores, empreiteiras e até a imprensa. Não está fechada, portanto, a porta aberta pelo PT para desqualificar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defensor da condenação dos mensaleiros no Supremo Tribunal Federal, e a parte da imprensa que, segundo o ex-presidente Lula, ajudou a montar a "farsa do mensalão". "Todas as pessoas que foram corrompidas ou cooptadas pela organização criminosa têm de ser investigadas. Não haverá blindagem nem proteção a quem quer que seja", disse Odair.
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Hoje, há pelo menos duas ofensivas em marcha para pôr cabresto na CPI. A presidente Dilma Rousseff não quer que a comissão seja usada com os fins estritamente políticos planejados pela falconaria petista. Ela tem dito que teme que a comissão domine a agenda política, paralise o Congresso e prejudique ações do governo. Além disso, afirma não ter receio de que as investigações atinjam seu governo e lembra que, se atingirem, não se furtará a demitir os envolvidos com culpa provada — aliás, como vem agindo desde o início do mandato, o que é um dos motivos de sua expressiva aprovação popular.
A Delta tem contratos com governos de todas as cores. Algumas dessas relações já foram reveladas, o que deixou na berlinda políticos de primeira grandeza do PT, PMDB, PSDB e DEM. O campo já era fértil para um acordo velado, que vinha sendo costurado às sombras. Mas a entrada de Sérgio Cabral no palco das investigações tornou as negociações para abafar o escândalo político mais explícitas. Há dez dias, o blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), adversário político de Cabral, publica fotos e vídeos de viagens do governador, sua mulher e seus secretários mais próximos com Fernando Cavendish a Paris e Mônaco. Em hotéis e restaurantes de luxo, o grupo comemora aniversários, noivados, casamentos e conquistas políticas e comerciais. Cabral, considerado um estranho no ninho do PMDB, teve de procurar a cúpula do partido na semana passada para pedir socorro. Em conversas com o presidente do Senado, José Sarney, e com os líderes Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, ele disse não estar preocupado com uma investigação policial, pois os vídeos não comprovam irregularidades. Mas deixou claro que teme o estrago político que uma exibição desse material, seguida de um depoimento à CPI, possa provocar. "Preciso da ajuda do partido. Se eu tiver de depor na CPI, não será bom para ninguém", ponderou Cabral. A cúpula do PMDB aproveitou o pedido do governador para tentar negociar um armistício com o PT e o PSDB.
Nas conversas, já surgiu até uma manobra jurídica para empastelar as investigações. A tese que será levantada é a de que uma CPI do Congresso não tem poder legal para investigar governadores. Os foros para esse tipo de apuração seriam as assembleias legislativas, não por acaso controladas pelos governadores. É pouco provável que uma argumentação tão frágil prospere se a CPI tiver mesmo disposição de elucidar os fatos denunciados. Muito provavelmente, o fator de diminuição do escopo da CPI virá não da Justiça, mas da política. O senador José Sarney já recomendou ao PT que "controle os radicais", argumentando que "ninguém tem a ganhar se essa CPI começar a sair do controle". O recado tem endereço certo: a turma que vê na CPI uma chance única de desmoralizar o julgamento do mensalão. A primeira ofensiva desse grupo foi dada na sessão da semana passada, com a tentativa de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para depor na CPI. Sob o argumento de que ele deve explicar por que retardou a abertura de uma investigação contra Demóstenes Torres, os petistas querem colocá-lo no banco dos réus da CPI para tentar desmoralizá-lo. A imprensa é outro alvo que, na estratégia dos radicais, precisa sair chamuscada da CPI. O presidente do PT, Rui Falcão, deixou mais uma vez clara essa convicção na sexta-feira quando, em discurso feito em São Paulo, voltou a defender o projeto de regulamentação dos meios de comunicação, um eufemismo para a tentativa de controlar a imprensa idealizado pelo ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins. Para Falcão, "a mídia é um poder que está conjugado ao sistema bancário e financeiro" e "produz matérias e comentários não para polarizar o país, mas para atacar o PT e nossas lideranças".
O cenário inicial da CPI do Cachoeira é muito semelhante ao da CPI dos Correios, instalada em 2005 a partir da gravação na qual Maurício Marinho, diretor da estatal, cobrava 3 000 reais de propina, o que deu origem à descoberta de novos fatos envolvendo dinheiro público e compra de apoios pelo governo. Aquela CPI nasceu com o intuito de blindar os aliados do governo e era controlada por parlamentares fiéis ao Palácio do Planalto. Exatamente como agora. Também tinha o mesmo prazo de atuação: 180 dias. Mas, logo no início dos trabalhos, depoimentos bombásticos, como o do deputado Roberto Jefferson e o do marqueteiro Duda Mendonça, incendiaram a comissão e provocaram uma indignação popular que impediu qualquer tipo de acordo. A atual comissão também tem fios desencapados e personagens que podem contar muita coisa. Cachoeira e Cavendish, por exemplo. Com uma matéria-prima mais modesta do que a produzida pelas operações da PF, a CPI dos Correios produziu a denúncia do mensalão, a cassação de José Dirceu e Roberto Jefferson e a renúncia de meia dúzia de políticos, além de tisnar a imagem imaculada de virgem ética do PT. A CPI do Cachoeira, com seu farto material, tem potencial ainda maior. Basta que não se torne refém de arranjos políticos.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/uma-cpi-para-investigar-a-farra-entre-o-publico-e-o-privado