quinta-feira 19 2012

No dia de Tiradentes, povo pedirá julgamento do mensalão

STF

Pelo menos 80 atos prometem mobilizar 25 das 27 unidades da federação. No dia 25, o ministro Lewandowski receberá em mãos um abaixo-assinado e uma ampulheta

Rafael Lemos
Manifestantes durante a marcha contra a corrupção, em São Paulo - 12/10/2011 Manifestantes durante a marcha contra a corrupção, em São Paulo - 12/10/2011 (Felipe Araujo/Agência Estado )
O feriado de Tiradentes, no próximo sábado, será marcado por uma série de manifestações nas ruas do país, cobrando agilidade no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Estão previstos pelo menos 80 atos, em 25 das 27 unidades da federação. A expectativa é de que as maiores concentrações sejam em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Brasília. Se não for julgado até junho, o processo do mensalão deverá ter que ser adiado para 2013, tendo em conta a aposentadoria do ministro Cezar Peluso até o fim de agosto e a proximidade das eleições municipais.

No Rio e em algumas cidades, os organizadores aproveitarão para coletar as últimas assinaturas do abaixo-assinado que será entregue ao ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, durante uma audiência agendada para as 16h do próximo dia 25, no salão branco do STF. Até esta quinta-feira, já são mais de 16 mil assinaturas, entre as obtidas em papel e na petição online na internet. O ministro também receberá um manifesto e uma ampulheta, ambos com o objetivo de lembrá-lo que o tempo urge e beneficia os mensaleiros.

Os organizadores admitem que é difícil mobilizar as massas para protestos contra a corrupção, apesar de a população se mostrar bastante indignada com casos como o do mensalão. No Rio, a estratégia será levar um carro de som com música para o Posto 9, na praia de Ipanema. O evento também pretende ser breve, tendo no máximo duas horas de duração. Além do julgamento do mensalão, os manifestantes cariocas pedirão que a CPI do Cachoeira seja ampla, geral e irrestrita, investigando autoridades e políticos envolvidos de todos os partidos e também os corruptores apontados nas investigações da Polícia Federal, como o bicheiro Carlos Cachoeira e o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta.

"Sabemos que um evento desses pode ser cansativo e até mesmo chato para os menos politizados. Por isso, levaremos música para animar. Nas ruas, a adesão é supreendente. As pessoas fazem fila para o abaixo-assinado. Dizem que o mensalão é um absurdo. Por outro lado, não entendo por que não se mobilizam mais. Compartilhar uma notícia de corrupção por e-mail ou Facebook é importante, mas também é preciso ir para as ruas no feriado de Tiradentes", afirma Marcelo Medeiros, fundador do Movimento 31 de Julho, do Rio.

Na capital paulista, o ponto de encontro será na Avenida Paulista, na altura do Masp. Cerca de 300 pessoas com cartazes brancos nas mãos deverão formar as letras das palavras "SOS STF". Num trio elétrico, a banda de rock Pega Ladrão tocará músicas de protesto, como Que país é esse?, da Legião Urbana. O MuCo (Museu da Corrupção) promete levar estátuas para a manifestação.

A adesão popular pode ser determinante para que o mensalão seja julgado ainda este ano, defende uma das organizadoras: "Conversamos com alguns desembargadores e dizem que é muito difícil que o julgamento saia este ano. O erro foi colocar os 40 réus juntos no mesmo processo. Estamos com falta de esperança, mas acreditamos que a pressão popular pode qualquer coisa. Essa manifestação em 80 cidades pode fazer a diferença, dando visibilidade inclusive em outro países. O importante é termos quantidade. Cada cidadão faz diferença", Carla Zambelli, do Movimento Nas Ruas.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/no-dia-de-tiradentes-povo-pedira-julgamento-do-mensalao 

CPI do Cachoeira está instalada

Congresso

Requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito foi lido em plenário nesta quinta-feira. Indicação dos membros se dará até a noite de terça

Gabriel Castro
O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira (Lula Marques/Folhapress)
A CPI do Cachoeira foi oficialmente instalada na manhã desta quinta-feira. O primeiro-secretário do Congresso, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), leu o requerimento que pede a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito. A presidente em exercício do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), definiu que os partidos devem indicar seus integrantes para o colegiado até terça-feira da semana que vem, às 19h30.
Depois da contagem oficial, foram conferidas 72 assinaturas de senadores e 337 de deputados. Em tese, os parlamentares podem retirar seus nomes até a meia-noite de hoje. Mas não há chance de a comissão ser enterrada. O perigo é outro: o direcionamento da investigação graças à maioria avassaladora da base governista.
Também nesta quinta-feira, o PMDB indicou dois deputados para compor a comissão: Luiz Pitman (DF) e Íris de Araújo (GO). Ambos têm interesses regionais na CPI. Pittman é rival do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Íris faz oposição ao tucano Marconi Perillo em Goiás. A escolha peemedebista revela também que o partido não vê a CPI como prioridade. Os dois parlamentares indicados até agora fazem parte do baixo clero da bancada.
Pittman e Íris se juntam a outros nomes anunciados: os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Jayme Campos (DEM-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL). Na Câmara, a tarefa já foi designada aos deputados Domingos Sávio (PSDB-MG), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Fernando Francischini (PSDB-PR), Rogério Marinho (PSDB-RN), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Mendonça Prado (DEM-SE), Rubens Bueno (PPS-PR), Maurício Quintela Lessa (PR-AL) e Ronaldo Fonseca (PR-DF).
PT e PMDB dividirão a presidência e a relatoria da comissão. Os partidos aliados terão 80% dos cargos da CPI, que será composta por 30 titulares e 30 suplentes, metade da Câmara, metade do Senado. A comissão investigará a atuação da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira, chefe da máfia que controlava os caça-níqueis em Goiás.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-do-cachoeira-esta-instalada 

Rei Roberto Carlos passa o aniversário de 70 anos em São Paulo

Em 19/04/2012



Roberto Carlos passa hoje o dia de seu aniversário de 70 anos em São Paulo. Acompanhado da secretária Carminha, o Rei decidiu retornar à cidade onde vivia a filha, Ana Paula, e onde mora a maioria de seus familiares.

http://extra.globo.com/famosos/rei-roberto-carlos-passa-aniversario-de-70-anos-em-sao-paulo-1620696.html

Na Paz do Seu Sorriso de Roberto Carlos

Wanderléa: Você vai ser o meu escândalo

Está criada a CPI do Cachoeira. Governistas e oposicionistas estão com a faca nos dentes, mas doidos para mudar de assunto!


19/04/2012
às 5:23
A CPI que, em tese, vai apurar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com os Poderes — a palavra parece sintetizar bem a questão — será criada hoje. Poderia ser só um caso de polícia, em que um homem é flagrado explorando jogos de azar. Mas é um caso, em primeiro lugar, de política. E esse é seu aspecto grave, deletério.
Vazamentos diários sobre a Operação Monte Carlo (desde que VEJA publicou, na revista que começou a chegar aos leitores no dia 4 de março, a primeira reportagem sobre as relações de Demóstenes Torres com Cachoeira) demonstram, depois de um mês e meio, que senador era, assim, uma espécie de “bode de exultação” dos petistas para tentar desmoralizar o que resta de oposição no país. A traficância, já se sabe, é bem maior do que o campo de atuação deste político de Goiás. Muita coisa ainda tem de vir a público, mas o bom senso indica que o parlamentar era pequeno demais para os anseios de Cachoeira e seus pares, como a construtora Delta. A rede é bem mais ampla.
Como Demóstenes era quem era, o caso pegou. Num primeiro momento, assistiu-se a um verdadeiro foguetório petista. Do mesmo modo, o jornalismo governista — particularmente a esgotosfera financiada com o dinheiro dos pobres — bradava que assim são todos os “falsos moralistas”, “os direitistas”, “os reacionários” etc. Até que os petistas começaram a aparecer no enredo, dividindo o protagonismo com o senador. Mais do que isso: a principal construtora do PAC, aquela cujo presidente é amigo de poderosos e diz sem pejo a seus sócios que políticos têm um preço, saltou para o olho do furacão. E, tudo indica, outros nomes virão.
No curso da manipulação dos fatos para obter dividendos políticos, liderando a banda pobre do PT — e nem poderia ser diferente —, José Dirceu arquitetou a tramoia, já desmoralizada, de que até o mensalão teria sido obra de Cachoeira, em associação com supostos golpistas interessados em derrubar o governo Lula. De que modo teria sido o bicheiro o responsável pelo dinheiro sujo que circulou no partido durante a campanha eleitoral de 2002 e depois dela, sob a coordenação de cabeças coroadas do petismo, bem, isso eles não explicavam. E nem consideravam necessário. Dirceu e Rui Falcão, presidente do partido, sob a inspiração de Lula, consideraram que era a hora de dar o golpe final nos partidos de oposição. À revelia do próprio Planalto, saíram pregando a necessidade de uma CPI NÃO PARA INVESTIGAR CRIMES, MAS PARA ESCONDÊ-LOS.  Com a coordenação política completamente desarticulada, o governo Dilma se viu engolfado por essa turma.
Muito bem! Ocorre que havia — e há — uma Delta no meio do caminho. Se há indícios sérios de que o esquema Cachoeira está infiltrado no governo de Goiás, do tucano Marconi Perillo, não são menores os sinais da presença do mesmo esquema no governo do Distrito Federal, do petista Agnelo Queiroz. No momento, diga-se, esse é apenas um dos problemas que Agnelo, que já está sendo processado pelo STJ, enfrenta. A Câmara Distrital decidiu criar uma CPI para apurar o sistema ilegal de espionagem instalado dentro do governo para investigar adversários, jornalistas, procuradores e… até aliados! Voltemos à CPI.
A oposição percebeu a armadilha e passou a pedir, ela também, de forma não menos estridente, a instalação da comissão de inquérito. Quando o governo Dilma, percebendo o potencial explosivo do assunto, tentou botar o pé no freio, já não havia mais tempo. Vive-se agora uma situação curiosa: eis uma CPI que, a esta altura, todo mundo diz querer sem, no fundo, querê-la de verdade. Tornada inevitável, os dois lados estão certos de que há munição de sobra para atingir o adversário.
É claro que a oposição leva uma brutal desvantagem, a começar dos números: o placar é de 26 a 4 para os governistas. A rigor, já observei aqui, a chamada base aliada pode convocar e preservar quem bem entender. Também terá presidência e relatoria da comissão. Caberá à imprensa livre, aquela que José Dirceu detesta, atuar para que a investigação não se transforme numa patuscada.
Dilma foi atropelada
Uma CPI com essas características não era do interesse do governo Dilma, que foi arrastado pela banda pobre do PT liderada por Dirceu, com o apoio entusiasmado de Lula.  Por amor à verdade? Não! Por amor à farsa. O objetivo era usar a gangue de Cachoeira para proteger a gangue do mensalão. Agora o Planalto estuda uma estratégia de redução de danos. Uma investigação que exponha a teia de relações que a Delta estabeleceu no governo federal e em pelo menos 23 governos estaduais pode provocar um terremoto político. Cachoeira, a gente já viu, não tem preconceitos ideológicos. A empresa que é hoje a principal tocadora de obras do PAC não alcançou essa condição porque tem inimigos no Planalto…
Os moderados do PT acreditavam ser possível fazer a investigação e punir algumas pessoas flagradas no esquema sem uma CPI, que vai, é inevitável, paralisar o Congresso. nesse ambiente, agigantam-se justamente figuras como os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tudo o que Deilma não queria.
E agora? Aqui e ali os governistas comentam que o foco tem de ser Carlinhos Cachoeira e alguns parlamentares que lhe prestavam serviços. E pronto! Bem, então será preciso combinar antes com o indeterminado. O clichê também vale para esta CPI: todo mundo já sabe como começou, mas ninguém sabe como vai terminar.
Tem início a CPI do Cachoeira. Governistas e oposicionistas estão com a faca nos dentes, mas doidos para mudar de assunto.
PS - Ah, sim: tanta movimentação do chefe de quadrilha (segundo a PGR) José Dirceu só serviu para a chamar a atenção para o trabalho da quadrilha! Milhares de pessoas já se manifestam pedindo que o Supremo julgue logo o caso do mensalão. Não é mesmo, ministro Ricardo Lewandowski?
Por Reinaldo Azevedo
 http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

CPI do Cachoeira sai do papel nesta quinta-feira

Congresso

Requerimento assinado pela maioria dos parlamentares será lido em Plenário. Próximo passo é a escolha dos integrantes do colegiado

Gabriel Castro
Parlamantares da oposição pleiteiam instalação da CPI do Cachoeira Parlamantares da oposição pleiteiam instalação da CPI do Cachoeira (AE)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira ganhará vida oficialmente nesta quinta-feira. Está prevista para as 10h30 a leitura do requerimento em sessão conjunta do Congresso. Os partidos recolheram cerca de 330 assinaturas na Câmara e 67 no Senado – bem acima do número de 171 exigindo na primeira Casa e 27 na segunda.
Depois da leitura do requerimento, abre-se o prazo para que os partidos formalizem a indicação de seus integrantes para a comissão. Alguns, como os oposicionistas, já fizeram a escolha. Outros, como PT e PMDB, ainda pretendem discutir o tema. As duas siglas, aliás, dividirão a presidência e a relatoria da comissão. Os partidos aliados terão 80% dos cargos da CPI, que será composta por 30 titulares e 30 suplentes, metade da Câmara, metade do Senado.
A oposição tentará explorar dois ramos da quadrilha de Cachoeira: os laços com o governo do Distrito Federal e os contratos da construtora Delta, que é ligada à máfia e coordena algumas das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para os governistas, a CPI deve servir para colocar na mira o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo.
A oposição demonstra mais confiança de que a CPI será vantajosa politicamente: foi mais ágil na coleta de assinaturas e na indicação dos integrantes para o colegiado. Já para o PT e boa parte das siglas aliadas, a CPI ainda é uma incógnita. Quando o governo percebeu o potencial de estrago da investigação, era tarde demais para recuar – o acordo pela comissão envolvia líderes partidários e os presidentes das duas Casas. PMDB e PR também revelaram receio e a adesão ao requerimento de investigação foi bem mais baixa do que em outras siglas. Nas bancadas do PSDB, do DEM e do PT, o apoio à comissão foi de praticamente 100%.
A base aliada, que tem 80% do Congresso, terá o controle da investigação. Mas a oposição promete fazer barulho. E parlamentares de alguns partidos, como o PR, continuam com um pé atrás em seu apoio ao Planalto, o que pode diminuir o índice de lealdade.
Indicados os membros da CPI, surgirá a primeira queda-de-braço: a decisão sobre o foco inicial da investigação. Os múltiplos tentáculos do grupo de Cachoeira tornam difícil a organização do trabalho. Uma das saídas é a divisão da tarefa em sub-relatorias.
Composição - Alguns dos nomes confirmados para compor a CPI são os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Jayme Campos (DEM-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL). Na Câmara, a tarefa já foi designada aos deputados Domingos Sávio (PSDB-MG), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Fernando Francischini (PSDB-PR), Rogério Marinho (PSDB-RN), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Mendonça Prado (DEM-SE), Rubens Bueno (PPS-PR), Maurício Quintela Lessa (PR-AL) e Ronaldo Fonseca (PR-DF).
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-do-cachoeira-sai-do-papel-nesta-quinta-feira 

Câncer de mama é dividido em dez subtipos, diz estudo

Oncologia

Descoberta deve servir para a elaboração de tratamentos personalizados para cada tipo de câncer de mama

Mamografia: pesquisa ajudará a criar tratamentos personalizados Mamografia: pesquisa ajudará a criar tratamentos personalizados para as pacientes com câncer de mama (Thinkstock)
O câncer de mama reúne dez subtipos de tumores diferentes entre si, afirma estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature. A descoberta deve servir para a elaboração de tratamentos personalizados para cada tipo de câncer de mama, baseados em fatores como informação genética, antecedentes familiares e histórico clínico do paciente.
A pesquisa, que envolveu vinte cientistas das universidades de Cambridge (Grã-Bretanha) e Columbia Britânica (Canadá), conseguiu identificar dez subtipos de câncer de mama, assim como algumas das diferenças genéticas e moleculares entre eles. Foram analisados os DNAs de 2.000 tumores, durante cinco anos.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The genomic and transcriptomic architecture of 2,000 breast tumours reveals novel subgroups

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Carlos Caldas, Samuel Aparicio e equipe

Instituição: Universidade de Cambridge e Universidade da Columbia Britânica

Dados de amostragem:
2.000 amostras de tumores retirados de mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 10 e 5 anos atrás

Resultado: O estudo classificou o câncer de mama em pelo menos 10 subtipos diferentes. A nova classificação pode mudar o modo como os medicamentos são prescritos e futuramente deve personalizar o tratamento.
"O câncer de mama não é só uma doença, mas dez doenças distintas. São doenças realmente diferentes entre si do ponto de vista clínico e biológico, já que nelas agem diferentes genes. Essa descoberta representa uma perspectiva completamente nova do câncer", afirmou o coordenador do estudo, o médico português Carlos Caldas, da Universidade de Cambridge.
Os pesquisadores encontraram dezenas de genes relacionados ao câncer de mama que eram desconhecidos até agora, o que pode servir como novo caminho para o tratamento. "Conseguimos identificar genes que eram muito abundantes em um tipo de tumor, mas que estavam praticamente ausentes em outros tipos", disse Caldas.
Ramificações — Só em um dos dez subtipos identificados, os cientistas descobriram uma presença significativa de gene hereditário, denominado Bric1, que predispõe a mulher ao câncer de mama.

Um outro gene, desconhecido até agora, chama a atenção dos pesquisadores. "Surpreendentemente, neste caso, observamos uma atividade interessante dos linfócitos, o que sugere que o sistema imune provavelmente reconhece estes tumores e reage contra eles", detalhou o pesquisador.

"Se pudéssemos investigar por que, nesses tumores, o sistema imune é ativado, poderíamos tentar encontrar formas para estimular o sistema imunológico para combater outros tipos de câncer de mama", afirmou Caldas.

Mapa — As conclusões do estudo de Caldas equivalem a um novo mapa contra o câncer de mama tanto no âmbito clínico como no laboratorial. Os testes clínicos deverão levar em conta essas informações e cada um dos tipos descobertos.

Embora não descarte a existência de algum tipo adicional além dos dez identificados, Caldas acredita que esses são os principais e que, a partir de agora, os pesquisadores encontrarão suas ramificações.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cancer-de-mama-e-dividido-em-dez-subtipos-diz-estudo