quarta-feira 18 2012

CPI do Cachoeira deve ser instalada nesta quinta-feira

Política

Número mínimo de assinaturas foi atingido na terça-feira. PMDB, que presidirá comissão, já jogou as consequências da ruidosa investigação no colo do PT

Carlinhos Cachoeira: CPI provoca arrepios no Planalto
Carlinhos Cachoeira: CPI provoca arrepios no Planalto (Celso Júnior/AE)
Começa nesta quarta-feira a conferência das assinaturas para a criação da CPI para investigar as ligações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos. E a expectativa é de que a comissão seja instalada já nesta quinta. Na noite de terça-feira, Câmara e Senado reuniram assinaturas suficientes para instalar a investigação. A secretaria-geral da Mesa Diretora do Congresso recebeu 67 assinaturas no Senado e mais de 330 da Câmara. O mínimo necessário para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso é de 27 senadores e 171 deputados. Os números ainda pode aumentar, com novas assinaturas, ou diminuir por causa de duplicidade nos nomes.
Rede de Escândalos: A participação de Cachoeira no 1º grande escândalo da Era Lula
Na tentativa de disfarçar sua intenção de esvaziar a CPI, o PT foi um dos partidos mais empenhados na coleta de assinaturas. Já o PMDB deixou para aderir ao requerimento por último, jogando a investigação – e suas consequências, temidas pelo Planalto – no colo dos petistas. Como o partido com maior número de parlamentares, o PMDB ficará com a presidência da comissão. De acordo com a edição desta quarta do jornal O Estado de S. Paulo, a ideia da legenda é aproveitar-se da posição para coagir o Planalto. Quando o PT tiver atingido o ápice do desgaste do governo, os peemedebistas pretendem lançar-se como salvadores do Planalto.
"Essa pode ser a CPI mais sangrenta da história", afirmou ao jornal o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). "Nós não queríamos a CPI. O PT insistiu em fazê-la. Tudo poderia ter sido resolvido pelas investigações da Polícia Federal e Ministério Público", completou. “Não botem no colo do PMDB uma responsabilidade que não é dele. O PMDB não é protagonista disso e não inventou essa CPI”, afirmou ao jornal O Globo o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Números - Todos os deputados de PSDB e DEM assinaram o requerimento. No PT, o índice chegou próximo a 100%. Já no PMDB, 46 de 77 deputados apoiaram o pedido, de acordo com o balanço preliminar. No PR, foram 16 assinaturas, em uma bancada de 36 parlamentares. Nas demais legendas, o apoio foi quase integral. Nem todas as bancadas do Senado divulgaram a quantidade de assinaturas obtidas. Também na Casa, PT, PSDB e DEM deram apoio integral ao pedido.
Composição - Os partidos também começaram a formalizar nesta terça suas indicações para compor a comissão. Na Câmara, o PSDB já definiu Carlos Sampaio (SP) como um de seus nomes no colegiado. Outros titulares serão Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Rubens Bueno (PPS-PR) e Maurício Quintela Lessa (PR-AL). Mendonça Prado (DEM-SE), Sarney Filho (PV-MA) e Ronaldo Fonseca (PR-DF) serão suplentes.
Já o PT ainda não bateu o martelo sobre as indicações. Mas o líder da bancada petista na Câmara, Jilmar Tatto (SP), reage à acusação de que o partido pretende esvaziar a CPI: "A oposição não tem discurso e nem projeto para o país", ataca. Segundo ele, a instalação da CPI é "uma questão de horas".
No Senado, o PSDB convidou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), tradicional oposicionista, para ocupar uma das quatro vagas originalmente reservadas aos tucanos. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também participará da CPI em uma vaga pertencente aos tucanos. Falta decidir quem será titular e quem será suplente. Ambos os cargos dão direito a um assento na comissão, permitem o uso da palavra e a coordenação de relatorias. Mas o substituto só vota quando o titular está ausente.
Instalação - Depois da checagem das assinaturas, o passo seguinte será a leitura do relatório da CPI em plenário. Como a comissão será mista, com senadores e deputados, será necessário convocar uma sessão conjunta do Congresso Nacional. Com José Sarney (PMDB-AP) se recuperando de uma cirurgia cardíaca, a tarefa deve ser cumprida pela vice-presidente do Congresso, Rose de Freitas (PMDB-ES). A oposição tem pressa: "Respeitado o rito, não há porque não fazer a leitura na quinta-feira", diz Bruno Araújo (PE), líder do PSDB na Câmara.
(Com reportagem de Gabriel Castro)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/com-pt-na-berlinda-cpi-do-cachoeira-deve-ser-intelada-na-5a

Câmara do DF terá CPI da Arapongagem

Espionagem

VEJA mostrou como Casa Militar do governador Agnelo acessou dados de opositores, jornalistas, promotores e até do vice-governador

Gabriel Castro
Agnelo Queiroz: CPI vai investigar relatos de que governo do petista patrocinava espionagem Agnelo Queiroz: CPI vai investigar relatos de que governo do petista patrocinava espionagem (Veja)
A Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu nesta terça-feira criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar relatos de que o governo do petista Agnelo Queiroz patrocinava a espionagem de adversários e até aliados. Todos os 24 parlamentares apoiaram a criação da CPI da Arapongagem. Nesta quarta-feira, uma comissão de deputados distritais vai se reunir para definir o texto de criação da Comissão.
VEJA mostrou que dois sargentos subordinados à Casa Militar do governo acessaram dados pessoais de mais de vinte pessoas no Infoseg, o sistema do Ministério da Justiça que guarda informações sobre cada cidadão brasileiro. Entre os monitorados, estão o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), o promotor Wilton Queiroz e o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (PMDB).

Investigação - A decisão dos deputados distritais é expressiva em uma assembleia na qual apenas quatro parlamentares fazem oposição ao governador Agnelo Queiroz. "As informações preocuparam os deputados. Vamos investigar não só o monitoramento de parlamentares, mas também de jornalistas, promotores e outras autoridades", explica o deputado Chico Leite (PT). "A CPI é algo muito importante. As denúncias são pesadas", diz Celina Leão (PSD), que faz oposição ao governo distrital e pediu a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Outro pedido de CPI, entretanto, continua adormecido na Casa: o que cria uma comissão para investigar as relações da máfia de Carlinhos Cachoeira com o governo do Distrito Federal. São necessárias oito assinaturas. Até agora, sete foram recolhidas. A diferença é que, no caso da arapongagem, os deputados estão pensando na auto-proteção: "Todo mundo tem medo de ter tido o sigilo invadido", diz Celina.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem uma longa tradição de CPIs fracassadas; nem o maior escândalo da história da política local, o Mensalão comandado por José Roberto Arruda, resultou em uma investigação concreta da assembleia local. É contra esse histórico desabonador que os parlamentares locais vão precisar lutar.
Apesar de dispor de uma base de apoio avassaladora, Agnelo Queiroz tem começado a sentir os efeitos da grave crise ética enfrentada pelo seu governo. Partidos tradicionalmente aliados, como o PDT e o PSB, têm recuado da postura de apoio ao petista. O PPS pode romper oficialmente com o governo na semana que vem.
Moção - Os deputados distritais também devem aprovar uma moção pedindo a saída do chefe da Casa Militar do governo, o coronel Rogério Leão, Chefe da Casa Militar de Agnelo. O texto foi proposto pelo deputado Paulo Roriz (DEM). O episódio relatado por VEJA confirma o que alguns parlamentares suspeitavam: o de que Leão monitorava ilegalmente autoridades locais.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/camara-do-df-tera-cpi-da-arapongagem 

Congresso já tem assinaturas suficientes para criar CPI

Escândalo

Foram recolhidas 67 assinaturas no Senado e mais de 330 na Câmara. PMDB e PR têm baixa adesão para abrir investigação sobre Cachoeira

Gabriel Castro
Senado: foram recolhidas mais de sessenta assinaturas entre os senadores e mais de trezentas entre deputados Senado: foram recolhidas mais de sessenta assinaturas entre os senadores e mais de trezentas entre deputados (Divulgação/Agência Senado)
Câmara e Senado já reuniram assinaturas suficientes para instalar a CPI do Cachoeira. A secretaria-geral da Mesa Diretora do Congresso recebeu, na noite desta terça-feira, 67 assinaturas no Senado e mais de 330 da Câmara. O mínimo necessário para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Casa é de 27 senadores e 171 deputados. Os números aindam pode aumentar, com novas assinaturas, ou diminuir por causa de duplicidade nos nomes. Agora, Câmara e Senado vão conferir as assinaturas.
Todos os deputados de PSDB e DEM assinaram o requerimento. No PT, o índice chegou próximo a 100%. Já no PMDB, 46 de 77 deputados apoiaram o pedido, de acordo com o balanço preliminar.  No PR, foram 16 assinaturas, em uma bancada de 36 parlamentares. Nas demais legendas, o apoio foi quase integral. Nem todas as bancadas do Senado divulgaram a quantidade de assinaturas obtidas. Também na Casa, PT, PSDB e DEM deram apoio integral ao pedido.
Composição - Os partidos também começaram a formalizar nesta terça suas indicações para compor a comissão. Na Câmara, o PSDB já definiu Carlos Sampaio (SP) como um de seus nomes no colegiado. Outros titulares serão Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Rubens Bueno (PPS-PR) e Maurício Quintela Lessa (PR-AL). Mendonça Prado (DEM-SE), Sarney Filho (PV-MA) e Ronaldo Fonseca (PR-DF) serão suplentes.
Já o PT ainda não bateu o martelo sobre as indicações. Mas o líder da bancada petista na Câmara, Jilmar Tatto (SP), reage à acusação de que o partido pretende esvaziar a CPI: "A oposição não tem discurso e nem projeto para o país", ataca. Segundo ele, a instalação da CPI é "uma questão de horas".
No Senado, o PSDB convidou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), tradicional oposicionista, para ocupar uma das quatro vagas originalmente reservadas aos tucanos. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também participará da CPI em uma vaga pertencente aos tucanos. Falta decidir quem será titular e quem será suplente. Ambos os cargos dão direito a um assento na comissão, permitem o uso da palavra e a coordenação de relatorias. Mas o substituto só vota quando o titular está ausente.
Caminho sem volta - A agilidade de alguns partidos em escolher os integrantes da CPI também mostra que, apesar dos receios sobre o desgaste causado pela investigação, as legendas consideram a abertura da comissão um caminho sem volta. Uma das táticas de esvaziamento da CPI costuma ser a protelação na indicação dos membros. Parece não ser o caso.
Depois da checagem das assinaturas, o passo seguinte será a leitura do relatório da CPI em plenário. Como a comissão será mista, com senadores e deputados, será necessário convocar uma sessão conjunta do Congresso Nacional. Com José Sarney (PMDB-AP) se recuperando de uma cirurgia cardíaca, a tarefa deve ser cumprida pela vice-presidente do Congresso, Rose de Freitas (PMDB-ES). A oposição tem pressa: "Respeitado o rito, não há porque não fazer a leitura na quinta-feira", diz Bruno Araújo (PE), líder do PSDB na Câmara.
A comissão, criada para investigar a atuação da quadrilha comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, será composta por 15 senadores e 15 deputados titulares, além de um número igual de suplentes. O prazo de encerramento da investigação é de até 180 dias.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/congresso-ja-tem-assinaturas-suficientes-para-criar-cpi 

Senadores pedem acesso a gravações da Monte Carlo

Política

Por Mariângela Gallucci
Brasília - Senadores que integram o Conselho de Ética reuniram-se nesta terça com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lewandowski é o relator do inquérito que apura as suspeitas de envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
No encontro, ocorrido na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é presidido por Lewandowski, os senadores pediram ao ministro que garanta a eles acesso às gravações de conversas que foram feitas durante a operação Monte Carlo. Um pedido semelhante foi rejeitado recentemente pelo ministro sob a alegação de que o material tem informações sigilosas.