sábado 26 2015

Leandro Karnal - apóstolo Paulo e implicações da fé cristã no dia-a-dia









Fala de Leandro Karnal historiador ateu sobre os efeitos de se ter uma fé genuína, neste caso em Jesus Cristo.

Inveja e Fracasso ● Leandro Karnal





"Leandro Karnal é professor, historiador, graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor pela Universidade de São Paulo (usp). Leciona há 30 anos, tendo passado por ensino fundamental, médio, escolas públicas e privadas, cursinhos pré-vestibulares, universidades variadas e hoje leciona na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalha há muitos anos com capacitações para professores da rede pública e publicação de material didático e de apoio para os professores. Pela Contexto publicou como autor, coautor ou organizador Estados Unidos, História da cidadania, As religiões que o mundo esqueceu, O historiador e suas fontes, História na sala de aula e História dos Estados Unidos. Viaja bastante e observa professores e alunos em meios como comunidades indígenas no México, escolas da França, aulas no Norte da Índia, Vietnã e China. Sua meta de vida é ser lembrado como alguém que tentou ser um bom professor".


Leandro Karnal - "Por que temos medo do inevitável?"





EPIDEMIA DE CRACK ATINGE DOIS MILHÕES E COLOCA BRASIL NO TOPO DO RANKING DE CONSUMO DA DROGA

Epidemia de crack atinge dois milhões e coloca Brasil no topo do ranking de consumo da droga
Usuário fica dependente com facilidade por velocidade com que substância chega ao cérebro
Do R7*
Droga causa problemas respiratórios severos, além de afastar usuário de familiares e amigos por conta do vícioAndré Freitas/AGNEWS
Larrissa, a personagem de Grazi Massafera na novela Verdades Secretas, se perdeu no mundo do crack. Magra, abatida e totalmente dependente, ela perambula pelas ruas em busca da droga. Assim como na ficção, na vida real, o crack (variação mais barata da cocaína) pode causar perda de apetite, do sono, depressão, e pode até matar, de acordo com especialistas ouvidos pelo R7. Só o Brasil representa 20% do consumo mundial de crack, e é o maior mercado da droga no mundo. No País, aproximadamente dois milhões de pessoas já usaram a droga, segundo a pesquisa mais recente do Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizado em 2012 pela Unifesp.
Ivan Mario Braun especialista do IPq (Instituto de Psiquiatria) do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), autor do livro Drogas, perguntas e respostas, afirma que o crack tem efeitos extremamente nocivos ao organismo. Uma das piores consequências é conhecida como “pulmão de crack”.
— É quando a pessoa tem o comprometimento do tecido pulmonar. É muito agressivo. Acaba corroendo as vias respiratórias e pode até levar à morte, mas, antes de prejudicar a respiração, os efeitos são febre, falta de oxigênio no sangue, insuficiência respiratória e catarro na garganta.
Porém, os impactos no organismo do crack no organismo podem ser devastadores devido à velocidade e potência com que seus componentes chegam ao pulmão e ao cérebro, segundo alerta o psiquiatria e psicólogo, responsável por pesquisas de ensaio clínico para o tratamento de dependência por crack da Unifesp, André de Queiroz Constantino Miguel.
— Geralmente, pessoas que fazem uso dependente de crack tendem a ficar mais impulsivas, irritáveis e com maior oscilação de humor. Com o tempo, ficam mais explosivas quando frustrados ou questionados sobre seu consumo por amigos ou familiares. Seus interesses por atividades alternativas diminuem e seu foco se restringe basicamente às atividades ligadas ao uso.
Além disso, Miguel alerta que a necessidade do crack pode deixar a pessoa mais agressiva.
— A vontade de consumir e não ter a droga disponível no momento causa maior agressividade e estresse, porque ela realmente precisa daquela quantidade de substância para se sentir motivada.
Segundo ele, o pico do efeito chega de 20 a 60 segundos depois do consumo e esse mesmo ápice dura de dois a cinco minutos.
— É a forma de absorção mais rápida que existe, até por isso, sua dependência é mais grave e seu padrão de consumo mais compulsivo. 
Como a ação da droga é muito rápida, o usuário acaba consumindo mais pedras durante o dia, porque não consegue ficar em abstinência, explica o especialista do HC.
— É a chamada fissura. A pessoa fica apática. O efeito é oposto de quando a pessoa usa a droga, quando ela fica mais ligada e elétrica.
Dependência é rápida
Drogas estimulantes como o crack, a cocaína, a anfetamina e a metanfetamina, por exemplo, têm padrão diferente, porque hipersensibilizam o cérebro de forma mais intensa, que pra alguns vai promover o padrão de dependência mais forte e rápido,  segundo diz presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Drogas), Ana Cecília Marques.
— Pode chegar até à psicose cocaínica, que é quando a pessoa se vê perseguida, tem delírios e paranoias, pois está em um alto grau de intoxicação pela substância. 
Segundo a especialista, toda pessoa que consumir crack, nem que seja somente por uma noite, vai apresentar quadro de depressão.
— Altera a dopamina e noradrenalina, que são os principais hormônios do cérebro, que modulam o humor e a frequência cardíaca, principalmente. Como libera toda a carga desses hormônios, o cérebro entra em crash, que é a depressão, porque altera a química cerebral. 
Crack reduz apetite e leva à subnutrição
O crack também pode levar a perda de apetite, causando a perda de peso do usuário e até a subnutrição, alerta Ana Cecília.
— A droga atinge as áreas do cérebro responsáveis pela sensação da fome. O usuário dependente simplesmente deixa de comer. A droga afetou tanto essa área do cérebro que ele não sente mais fome. O centro de apetite está totalmente bloqueado.
Além disso, há também a perda de sono, além de afetar mecanismo de motivação, pois o desejo da pessoa é apenas pela droga, de acordo com Braun.
— A droga atua sobre os sistemas de vigília e alerta do cérebro, o encéfalo. A substância excita muito o sistema de gratificação, que está envolvido na motivação, por isso a agitação e a sensação de euforia, que leva à diminuição do sono. A dependência faz a pessoa focar somente na droga e esquecer o resto. Além disso, pode também causar a perda de ereção, já que a droga causa o fechamento dos vasos sanguíneos em todo o corpo.
Outra consequência no organismo é a perda de apetite sexual. Miguel conta está ligado à liberação de dopamina.
— Durante o período de uso existe até uma excitação, por isso perdem o foco e só pensam na droga.
Família é fundamental no tratamento
A tendência do usuário do crack é se afastar de amigos e familiares que não fazem uso e de se aproximar de quem usa o crack, explica o pesquisador da Unifesp.
— Quando o consumo chega a um padrão extremamente compulsivo, o indivíduo passa a ter problemas econômicos graves e passa a roubar seus familiares, o que traz ainda mais conflitos com a família.
O usuário, inclusive, deixa de apresentar sentimentos como o carinho e demais sentimentos afetivos.
— Em geral, sua prioridade afetiva está na droga. Se o usuário der ouvidos às pessoas mais queridas, que, geralmente, querem seu bem e por isso querem que ele pare de usar drogas, ele viverá um conflito entre essa fala e seu desejo de usar. Por isso, enquanto ele escolhe usar a droga, tende a diminuir sua empatia pelas pessoas.
Miguel ainda afirma que a família é fundamental para o sucesso da luta contra o vício.
— Quando a família participa do tratamento a chance aumenta muito. Mas sempre depende da postura do paciente. Em alguns momentos sua crítica pode estar comprometida, mas na imensa maioria das vezes os usuários têm discernimento sim de onde estão e onde gostariam de estar.
Não avaliação de Ivan Mario Braun a pessoa precisa ter força própria para sair da droga, mas que a família precisa buscar ajuda profissional para saber lidar com o usuário na busca do tratamento. A família deve começar a intervir quando o usuário apresentar mudanças de comportamento, como a perda do sono e do apetite, por exemplo, complementa a presidente da Abead.
— É muito difícil a pessoa sair sozinha, ainda mais quando é jovem, porque não se vê dependente. Aí entra o papel da família de ajudar. Mas a pior situação é das pessoas que perderam tudo, que não têm família, e ficam lá, como animais vivendo nas ruas esperando a atuação do Estado.
*Colaborou Brenno Souza, estagiário do R7

Mais de 1000 juízes em todo o Brasil firmam nota em apoio ao colega magistrado Sérgio Moro





Ex-deputado revela que o petrolão nasceu com aval de Lula e foi mantido por Dilma


Pedro Corrêa, ex-presidente do PP, negocia há dois meses com o Ministério Público seu acordo de delação premiada. Se a colaboração for efetivada, ela pode mostrar que o maior esquema de corrupção da história nasceu mesmo no Planalto

O ex-deputado Pedro Corrêa na CPI da Petrobras
Parcerias - O ex-deputado Pedro Corrêa pode ser o primeiro político envolvido na Lava-Jato a fechar um acordo de delação premiada com a Justiça(Vagner Rosario/VEJA)
Expoente de uma família rica e tradicional do Nordeste, o médico Pedro Corrêa se destacou, durante quase quatro décadas, como um dos parlamentares mais influentes em negociações de bastidores. Como presidente do PP, garantiu a adesão do partido ao governo Lula e - como reza a cartilha do fisiologismo - recebeu em troca o direito de nomear apadrinhados para cargos estratégicos da máquina pública. Essa relação de cumplicidade entre o ex-deputado e o ex-presidente é notória. Ela rendeu a Corrêa uma condenação à prisão no processo do mensalão, o primeiro esquema de compra de apoio parlamentar engendrado pela gestão petista. Mesmo após a temporada na cadeia, Corrêa se manteve firme no propósito de não revelar o que viu e ouviu quando tinha acesso privilegiado ao gabinete mais poderoso do Palácio do Planalto. Discreto, ele fez questão de ser leal a quem lhe garantiu acesso a toda sorte de benesse. Havia um acordo tácito entre o ex-deputado e o ex-presidente. Um acordo que está prestes a ruir, graças à descoberta do petrolão e ao avanço das investigações sobre o maior esquema de corrupção da história do Brasil.
Como outros mensaleiros, Corrêa foi preso pela Operação Lava-Jato. Encarcerado desde abril, ele negocia há dois meses com o Ministério Público um acordo de colaboração que, se confirmado, fará dele o primeiro político a aderir à delação premiada. Com a autoridade de quem presidiu um dos maiores partidos da base governista, Corrêa já disse aos procuradores da Lava-Jato que Lula e a presidente Dilma Rousseff não apenas sabiam da existência do petrolão como agiram pessoalmente para mantê-lo em funcionamento. O topo da cadeia de comando, portanto, estaria um degrau acima da Casa Civil, considerada até agora, nas declarações dos procuradores, o cume da organização criminosa. Nas conversas preliminares, Corrêa contou, por exemplo, que o petrolão nasceu numa reunião realizada no Planalto, com a participação dele, de Lula, de integrantes da cúpula do PP e dos petistas José Dirceu e José Eduardo Dutra - que à época eram, respectivamente, ministro da Casa Civil e presidente da Petrobras. Em pauta, a nomeação de um certo Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Pedro Corrêa, José Janene e o deputado Pedro Henry, então líder do PP, defendiam a nomeação. Dutra, pressionado pelo PT, que também queria o cargo, resistia, sob a alegação de que não era tradição na Petrobras substituir um diretor com tão pouco tempo de casa. Lula, segundo Corrêa, interveio em nome do indicado, mais tarde tratado pelo petista como o amigo "Paulinho". "Dutra, tradição por tradição, nem você poderia ser presidente da Petrobras, nem eu deveria ser presidente da República. É para nomear o Paulo Roberto. Tá decidido", disse o presidente, de acordo com o relato do ex-deputado. Em seguida, Lula ameaçou demitir toda a diretoria da Petrobras, Dutra inclusive, caso a ordem não fosse cumprida. Ao narrar esse episódio, Corrêa ressaltou que o ex-presidente tinha plena consciência de que o objetivo dos aliados era instalar operadores na estatal para arrecadar dinheiro e fazer caixa de campanha. Ou seja: peça-chave nessa engrenagem, Paulinho não era uma invenção da cúpula do PP, mas uma criação coletiva tirada do papel graças ao empenho do presidente da República. A criação coletiva, que desfalcou pelo menos 19 bilhões de reais dos cofres da Petrobras, continuou a brilhar no mandato de Dilma Rousseff - e com a anuência dela, de acordo com o ex-presidente do PP.