quinta-feira 24 2015

America - A horse with no name (clip HQ)








On the first part of the journey 
I was looking at all the life 
There were plants and birds and rocks and things 
There was sand and hills and rings 
The first thing I met was a fly with a buzz 
And the sky with no clouds 
The heat was hot and the ground was dry 
But the air was full of sound 
I've been through the desert on a horse with no name 
It felt good to be out of the rain 
In the desert you can remember your name 
'Cause there ain't no one for to give you no pain 
La, la, la la la la la, la la la, la, la x2

After two days in the desert sun 
My skin began to turn red 
After three days in the desert fun 
I was looking at a river bed 
And the story it told of a river that flowed 
Made me sad to think it was dead 
You see I've been through the desert on a horse with no name 
It felt good to be out of the rain 
In the desert you can remember your name 
'Cause there ain't no one for to give you no pain 
La, la, la la la la la, la la la, la, la x2

After nine days I let the horse run free 
'Cause the desert had turned to sea 
There were plants and birds and rocks and things 
there was sand and hills and rings 
The ocean is a desert with it's life underground 
And a perfect disguise above 
Under the cities lies a heart made of ground 
But the humans will give no love 
You see I've been through the desert on a horse with no name 
It felt good to be out of the rain 
In the desert you can remember your name 
'Cause there ain't no one for to give you no pain 
La, la, la la la la la, la la la, la, la...

"Lava Jato precisa ter continuidade na sociedade e no meio político"


Cerca de 580 empresários e consultores almoçaram hoje com o juiz Sergio Moro, encarregado da Operação Lava Jato, no hotel Grand Hyatt em São Paulo.Sergio Moro
O público presente ao evento, promovido pelo grupo empresarial LIDE, era maior que o público do almoço que a LIDE organizou com Aécio Neves durante a campanha eleitoral do ano passado.
Aplaudido de pé, Moro foi elogiado pelos foi presentes por sua ‘postura comedida’, ‘humilde’ e sua capacidade de evitar o deslumbramento apesar de ter todos os holofotes do País sobre ele.
O relato abaixo é baseado nas notas tomadas por uma corretora de investimentos presente ao evento.
Moro abriu o evento dizendo que tem recebido muitos convites para falar, mas que achou interessante comparecer aquele evento pois queria se comunicar com o empresariado.
“Preciso que essa ação seja conjunta, e que todos apoiem,” disse ele sobre a Lava Jato. Em seguida, contou a história do Libero Grassi, um empresário italiano assassinado em 1991 depois de denunciar e tentar resistir à extorsão da Máfia siciliana. (Grassi escreveu uma carta aberta aos jornais de Palermo dizendo à Máfia que não estava mais disposto a pagar o ‘pizzo’ — ‘dinheiro de proteção’, no jargão da Sicília. No entanto, outros empresários de Palermo não lhe deram apoio, e Grassi foi morto a tiros na rua perto de sua casa oito meses depois de escrever a carta.)
Moro disse que a iniciativa privada acaba cedendo à tentação de pagar propina para obter facilidades. “A corrupção é um problema que sempre vai existir, mas a questão é o nível de corrupção,” disse ele, acrescentando que há diversos indícios de que, no caso investigado pela Lava Jato, a corrupção ‘entrou num nível sistêmico’.
Frequentemente, a celebração de um contrato público é seguida de pagamento a algum funcionário público ou político. Trata-se de um hábito já enraizado, disse Moro, citando casos investigados na Lava Jato.
“O que mais me incomoda é a percepção de naturalização da propina,” disse Moro. “Às vezes há uma certa dificuldade de se obter uma resposta sobre o motivo do pagamento.” Segundo ele, em muitos casos os investigados apenas respondiam: “Era a regra do jogo.”
“Não houve uma extorsão, e sim uma naturalização do pagamento de propina,” disse o juiz.
Moro também falou sobre a Operação Mãos Limpas, a investigação épica contra a máfia italiana na qual a Lava Jato inspira seus procedimentos, e disse que 40% dos indiciados na Itália tiveram o crime prescrito pela lentidão da Justiça.
Disse que a Lava Jato só terá um impacto se tiver continuidade na sociedade e no meio politico. “Do contrário, cairá no esquecimento,” disse. “A inciativa privada tem um papel importante de dizer não à propina.”
Durante a sessão de perguntas e respostas, Moro foi comedido.
Não respondeu a uma pergunta sobre o ‘fatiamento’ da Lava Jato, decidido ontem pelo STF, dizendo que não podia opinar sobre casos em andamento.
LulaSobre financiamento de campanha, disse que “se vamos admitir doações privadas, elas têm que ter regras muito transparentes. Não tenho nenhuma resposta muito conclusiva sobre essa pergunta.”
Sobre delação premiada: “É ruim ter um criminoso beneficiado, mas é pior ainda não ter um processo. Tudo que o criminoso fala deve ser provado.”
Alguém perguntou: “O senhor está preparado para ir até o fim?” Moro respondeu que vai “seguir em frente”.
“O senhor tem medo de ser assassinado?” Moro: “Não é uma pergunta que eu me sinto confortável em responder.”
O juiz afirmou ainda que as provas têm que ser categóricas para se prender alguém. “Mais vale ter 100 culpados soltos do que um inocente condenado pela justiça,” disse.
O organizador do evento, João Dória, perguntou se a prisão de Lula era “uma questão de tempo.”
Moro pensou muito e finalmente disse que não tinha como começar a responder.
Dória lançou a hipótese de que, se a Vale e a Telebras não tivessem sido privatizadas, Moro provavelmente estaria investigando estas estatais também. “O senhor é a favor das privatizações?” perguntou.
Moro desviou da casca de banana. Respondeu que é um juiz, e que esse é um assunto econômico.
Disse que quando uma pessoa ganha notoriedade acaba sendo indagada sobre ’n’ assuntos, mas que ele não iria opinar.

Lava Jato pode cair no esquecimento, diz Moro


Defensor de mudanças no processo penal, Sérgio Moro evita falar sobre decisão do STF que tira ações de seu âmbito de julgamento

O juiz federal Sergio Moro durante almoço debate LIDE no hotel Grand Hyatt São Paulo na região sul da cidade de São Paulo nesta quinta-feira, 24
O juiz federal Sergio Moro durante almoço debate organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), nesta quinta-feira, em São Paulo(Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress)
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, disse nesta quinta-feira que há risco de os processos da Operação Lava Jato "caírem no esquecimento". Moro participou de um almoço com empresários em São Paulo e se negou a comentar diretamente a decisão do Supremo Tribunal Federal de desmembrar as ações penais, o que reduz a atuação dele como responsável na primeira instância e enfraquece a tese central de que uma organização criminosa operou para manter um projeto político do PT no poder. Para integrantes do Ministério Público, como o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a mudança pode significar "o fim da Lava Jato" nos moldes atuais.
"Há risco de os processos caírem no esquecimento", disse o juiz durante o evento do grupo Lide, organizado pelo empresário João Dória Jr, um dos pré-candidatos à prefeitura de São Paulo pelo PSDB.
Defensor de mudanças na legislação de processo penal, Moro afirmou que o sistema jurídico brasileiro é fraco e alertou para o risco de prescrição dos processos por corrupção. Ele também defendeu os acordos de colaboração premiada como método de investigação.
"Nenhuma medida é tomada apenas com a delação, mas sim com outras provas que a Justiça vai buscar. Sem as delações, há riscos de os processos prescreverem, uma vez que a Justiça no Brasil é porosa. Por isso, é melhor ter solução para um processo do que não ter para nenhum".
Moro considerou "aterrorizante" a corrupção sistêmica no país e a naturalidade do recebimento de propina. "No âmbito das instituições públicas, é extremamente necessária uma postura firme tanto dos diretores como dos juízes. Mas igualmente importantes são reformas no sistema de justiça criminal", disse. Moro defende, por exemplo, o projeto de lei que pode autorizar a prisão a partir de uma condenação por crimes graves em segunda instância - atualmente, a pena só começa a ser cumprida depois de o processo criminal transitar em julgado, ou seja, de todos os recursos serem esgotados.
Moro também comentou sobre a efetividade da proibição de empresas fazerem doações de dinheiro a partidos e candidatos e cobrou regras claras para as contribuições. "Existe um problema no Brasil em que doações não oficiais acabam sendo confundidas com casos de corrupção. Não acredito que a mera proibição das doações privadas resolva esse problema".