segunda-feira 17 2014

Delatores implicam atual diretor da Petrobras em esquema

Lava Jato

Doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, citam José Carlos Cosenza, atual diretor de Abastecimento, entre pessoas que receberam suborno. Executivos de empreiteiras negam

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
O doleiro Alberto Youssef em depoimento
O doleiro Alberto Youssef em depoimento (VEJA)
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef acusaram o atual diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, de participação no esquema de cobrança de propinas a fornecedores da petrolífera. As acusações serviram de base às perguntas feitas durante os interrogatórios dos diretores presos das empreiteiras suspeitas de participar do petrolão, como ficou conhecido o esquema de desvio de recursos dos cofres da estatal para o bolso de políticos e partidos. Os depoimentos vieram a público nesta segunda-feira.
"Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras, tendo como beneficiários além deles próprios, os diretores Duque, Cerveró e Cosenza, bem como alguns agentes políticos. Tem conhecimento destes pagamentos e de quem eram seus beneficiários?", perguntou o delegado Agnaldo Mendonça Alves aos executivos interrogados no fim de semana.
Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho, diretores da Queiroz Galvão, e Newton Prado Júnior e Carlos Eduardo Strauch Aubero, diretores da Engevix, negaram o pagamento de propina a qualquer pessoa ou a participação em cartel para fraudar licitações e combinar propostas à estatal. Eles responderam às perguntas da Polícia Federal de forma evasiva, confirmaram que mantinham contatos com Youssef, mas não explicaram repasses feitos pelas empresas às firmas do doleiro. Prado Júnior chegou a afirmar que os contratos com o doleiro foram firmados pelos sócios da Engevix: "Foi um contrato que foi orientado pelos sócios. O objeto do contrato é consultoria em nível estratégico e empresarial que foi prestada no nível dos sócios, ou seja, seria prestada diretamente aos sócios".
Interrogados nesta segunda-feira, José Adelmário Pinheiro Filho, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Alexandre Portela Barbosa e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretores da OAS, preferiram ficar em silêncio. Os executivos serão ouvidos até terça-feira, quando vencem os prazos de prisão de 17 presos.

A ameaça do clube do bilhão

Lava Jato

Tentativa de intimidação contra a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef foi um dos elementos que levaram executivos à cadeia. Ameaças tinham o objetivo de fazer com que Meire Poza fosse “controlada pela organização criminosa", registra o pedido de prisão

Robson Bonin
Presos na operação Lava-Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito
Presos na operação Lava-Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito - Avener Prado/Folhapress
A sétima etapa da Operação Lava Jato, que levou à prisão alguns dos maiores empreiteiros do país, confirma a existência de um lado ainda mais obscuro da quadrilha que atuava na Petrobras. Além de subornar políticos e corromper funcionários públicos para desviar bilhões da estatal, o cartel de empreiteiras, denunciado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, estava ameaçando testemunhas do caso em uma tentativa flagrante de atrapalhar as investigações da polícia. Foi esse, aliás, um dos motivos que levaram o juiz Sérgio Moro a decretar a prisão dos empresários na sexta-feira passada. Em setembro, VEJA revelou que a contadora Meire Poza, uma das principais colaboradoras da investigação policial, havia sofrido ameaças diretas de emissários das empreiteiras. A ação, típica das organizações mafiosas, está registrada no despacho assinado por Moro.
Num encontro ocorrido em julho deste ano na praça de alimentação de um shopping em São Paulo, um homem identificado como Edson tentou convencer Meire Poza a aceitar os serviços de um escritório de advocacia contratado pelas empreiteiras envolvidas no escândalo de desvio de dinheiro de obras da Petrobras. A gravação da conversa não deixa dúvidas sobre as más intenções do grupo, claramente incomodado com o avanço das investigações da polícia, e muito preocupado com a colaboração de Meire. A intenção era intimidá-la. Edson, um suposto advogado, se dizia representante das empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, UTC e Constran, justamente os alvos principais das prisões realizadas pela PF na sexta-feira passada. A conversa começa descontraída, amigável, e vai evoluindo para a ameaça. Prestativo, ele se põe à disposição para ajudar, dar apoio jurídico, mas a oferta é recusada. Em um tom de voz linear, o emissário passa a revelar os verdadeiros propósitos do encontro: "Sabemos que tem uma filha, que são somente vocês duas", diz. No mesmo tom linear, lembra que Meire pertence a um "grupo fechado" e que, como pessoa de confiança de Alberto Youssef, não pode sair desse grupo ou recusar a ajuda de seus clientes. E vai ao ponto central do problema: "Dona Meire, o importante é não falar demais! De repente, uma palavra mal colocada pode ser perigoso, pode ser prejudicial". Meire tenta se esquivar das ameaças, diz que está começando a não gostar do rumo da conversa, mas o advogado é ainda mais direto: "A senhora pode, sem querer, ir contra grandes empresas, políticos, construtoras. As maiores do país, a senhora entendeu?".
O despacho das prisões, assinado pelo juiz Sérgio Moro, revela a íntegra da gravação e mostra que a intenção de ameaçar a contadora era clara. "O interlocutor prossegue ainda tentando convencer Meire a aceitar a 'ajuda' do grupo, mencionando que a mesma faria parte de um grupo fechado de pessoas que se ajudam, indicando claramente as técnicas de persuasão para que a mesma pudesse ser 'controlada' pela organização criminosa", registra o despacho. Percebendo um sinal de nervosismo na contadora, ele avança, pergunta se Meire acha que ainda tem alguma coisa a acrescentar para a polícia e que tipo de acordo ela pretende fazer. Ela diz que não sabe como procederá. E o advogado vai direto ao ponto mais uma vez: "A gente não pode deixar que a senhora não aceite essa ajuda". Diante da pressão, Meire finalmente reage. Afirma que se sente ameaçada, que não quer ajuda das empreiteiras e encerra a conversa com um recado: "O senhor provavelmente vai estar lá com os seus clientes, com a Camargo (Corrêa), com a UTC, com a Constran, com a OAS... Manda todo mundo ir tomar...".
Entre os alvos do “juízo final”, como a ação foi batizada, está o advogado Carlos Alberto da Costa e Silva, que foi preso temporariamente e ainda teve seu escritório vasculhado pelos agentes. Meire Poza disse aos policiais que conheceu o porta-voz das ameaças no escritório de advogado Costa Silva, segundo ela o responsável por coordenar uma equipe de advogados contratados pelas empreiteiras. Procurado por VEJA em setembro, Costa Silva admitiu ter conversado com Meire, mas negou qualquer relação com as empreiteiras. Em nota encaminhada a VEJA, a UTC, que também controla a Constran, confirmou que o escritório de Costa Silva atuava no seu quadro jurídico. Costa Silva foi preso na Operação Anaconda, em 2003, acusado de participar de um esquema de venda de sentenças judiciais em São Paulo. E o tal Edson? "Não conheço, nunca ouvi falar." A memória, ao que parece, não é o ponto forte do advogado.

Caramba! Dois executivos de uma única empresa confessam ter pagado R$ 154 milhões em propina aos operadores do PT e do PMDB na Petrobras; só um estafeta de ex-diretor petista aceita devolver R$ 252 milhões!!!


17/11/2014
 às 4:12


Quando aquela capa de VEJA veio a público, no dia 24 de outubro, não era só a confissão da roubalheira na Petrobras que chamava atenção. Havia outra bomba: no âmbito da delação premiada, o doleiro Alberto Youssef se prontificara a ajudar a Polícia Federal a chegar a contas secretas que o PT manteria no exterior. Se a informação for confirmada, o partido pode ter seu registro cassado.
Youssef estaria mentindo? Então vamos ver. Dois executivos da Toyo Setal, que também fizeram delações premiadas — Augusto Mendonça Neto e Júlio Camargo —, confessaram ter pagado entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões de propina a Renato Duque, diretor de serviços da Petrobras e um dos homens do PT na empresa, e US$ 40 milhões — o correspondente a R$ 104 milhões — a Fernando Soares, que é apontado como o intermediário do PMDB. Vocês leram direito: dois executivos de uma empresa confirmam ter pagado só a dois diretores propinas que chegam, no mínimo, a R$ 154 milhões. Imaginem agora o tamanho do esquema, quantos eram os envolvidos e a que volume pode chegar a roubalheira.
Segundo Mendonça Neto e Camargo, o petista Renato Duque, em parceria com Pedro Barusco, gerente de serviços e seu braço-direito, receberam R$ 6 milhões por obras na Revap (Refinaria Henrique Lage); R$ 3 milhões pelo gasoduto Cabriúna 2; R$ 2 milhões pelo Gasoduto Urucu, em Manaus, e R$ 32 milhões pela refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná. Atenção! Segundo a dupla, parte desse dinheiro foi paga no Brasil, em reais; parte foi depositada no exterior. A Polícia Federal conseguiu bloquear, vejam que mimo!, US$ 20 milhões numa conta que Barusco tem na Suíça. A engenharia, de fato, se tornou uma profissão muito lucrativa, né?
Mas isso é muito pouco. Esse tal Barusco, que não foi preso porque fez antes o acordo de delação, já aceitou devolver US$ 97 milhões — R$ 252 milhões. Entenderam o tamanho da coisa? O subordinado de Duque, seu estafeta, aceita devolver R$ 252 milhões!!! Um quarto de bilhão!
A Fernando Soares, que está foragido e é apontado como homem do PMDB, os executivos da Toyo Setal dizem ter pagado o correspondente a US$ 40 milhões pela compra de duas sondas de perfuração. O método foi o mesmo: parte saiu em reais, parte foi depositada no exterior, em contas secretas. À Polícia Federal, forneceram números de contas bancárias e data dos depósitos. Os R$ 154 milhões, segundo contaram, foi a propina necessária para que a Toyo Setal fechasse nove contratos com a Petrobras.
Ao Fantástico, o advogado Mário de Oliveira Filho acusou a ilegalidade da decretação da prisão de Soares e disse que ele não vai se entregar. Segundo Oliveira, a defesa encaminhará um pedido de habeas corpus à Justiça para suspender a prisão. Afinal, diz ele, seu cliente nunca se negou a colaborar com a investigação.
Pois é… Por que, num processo de delação premiada, em que a inverdade não só impede qualquer benefício como agrava a pena, os dois mentiriam? Convenham: só a verdade poderá beneficiá-los. Eis aí o que se fez na Petrobras ao longo dos anos do mandarinato petista.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/caramba-dois-executivos-de-uma-unica-empresa-confessam-ter-pagado-r-154-milhoes-em-propina-aos-operadores-do-pt-e-do-pmdb-na-petrobras-atencao-parte-do-dinheiro-segundo-eles-foi-deposita-em-cont/

Após escândalos, Petrobras pretende criar diretoria para aumentar controle interno

Empresas

Presidente da estatal, Graça Foster, disse que a proposta foi apresentada ao conselho de administração na última sexta-feira e teve apoio unânime

"Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar", diz Graça
"Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar", diz Graça(Pedro França/Futura Press/VEJA)
Em resposta às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, a Petrobras quer criar uma diretoria de governança corporativa e compliance, com o objetivo de aumentar o controle sobre os acordos fechados pela estatal. Em teleconferência a investidores, a presidente da estatal, Graça Foster, disse que a proposta foi apresentada ao conselho de administração na reunião da última sexta-feira e teve apoio unânime.
A executiva mencionou isso ao elencar 66 ações de gestão realizadas recentemente e encaminhadas aos auditores externos da PricewaterhouseCoopers (PwC) e aos escritórios de advocacia contratados para realizar investigações independentes acerca das denúncias da Lava Jato. "Queremos mais do que o reconhecimento técnico que conquistamos ao longo de décadas, queremos respeito à governança da nossa companhia, que é a Petrobras", afirmou Graça.
Com o sinal verde do conselho, a diretoria executiva se reuniu nesta segunda-feira, para tratar da concepção da proposta com a qual entende que serão mitigados riscos e assegurado o cumprimento de leis e regulamentos internos e externos. "Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar", afirmou a executiva.
Balanço - A declaração de Graça ocorre três dias após adiamento da divulgação do balanço do terceiro trimestre. Ainda em teleconferência, a presidente da companhia afirmou que a empresa precisará de "mais tempo" para divulgar os resultados financeiros. Ela disse que esse tempo será usado no ajuste das demonstrações contábeis, já que delações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef "revelaram uma série de informações que podem impactar os dados". A previsão é de que o balanço seja anunciado em 12 de dezembro. 
Costa e Youssef fizeram diversas denúncias de casos de corrupção na Petrobras em audiência na Justiça do Paraná, no dia 8 de outubro. Além de citar a necessidade de ter mais tempo para os ajustes contábeis, Graça ressaltou que a empresa precisará dar continuidade à investigação dos dois escritórios de advocacia independentes.
(Com Estadão Conteúdo

Palavras perfeitas de Aécio


Só agora, após as eleições, confrontada com a gravidade dos fatos, a presidente Dilma Rousseff reconhece publicamente a existência de corrupção na Petrobras.
E surpreende o País ao reagir ao noticiário como se fosse apenas uma espectadora, uma cidadã indignada, como se o seu governo não tivesse nenhuma responsabilidade com o que ocorreu na empresa nos últimos anos. Como se não tivesse sido ela a presidente do Conselho de Administração da Petrobras, responsável pela aprovação de inúmeros negócios, hoje sob investigação.
Durante a campanha eleitoral, a candidata Dilma tentou virar as costas para a realidade das denúncias. Agora, é a presidente Dilma que tenta se afastar da mesma realidade ao agir como se a Petrobras não fizesse parte do seu governo.
Agindo assim, a presidente zomba da inteligência dos brasileiros, além de desrespeitar a Polícia Federal, ao tentar convencer o País de que as investigações só ocorrem graças à decisão ou permissão do governo. Esquece, mais uma vez, que a Polícia Federal é uma instituição do Estado brasileiro e não do governo, serve ao País e não aos interesses do governo.
Durante a campanha eleitoral, convidei a candidata Dilma Rousseff a pedir desculpas ao Brasil pelo que acontecia na empresa, o que ela se negou a fazer.
Agora que reconhece, ainda que tardiamente, a existência de corrupção, faço novamente o mesmo convite: Presidente, a senhora não acha que está na hora de pedir desculpas ao País pelo que o seu governo permitiu que ocorresse com a Petrobras? - Aécio Neves

Ligado ao PT, ex-gerente da Petrobras aceita devolver R$ 250 milhões

Se um gerente da Petrobrás devolve 250 milhões , quanto não deveria devolver um diretor?
E o presidente da empresa?
E a PresidentA do conselho de Administração da Petrobrás?
E o presidentO, ou PresidentA, da República?!
Então era por isso que alguns "amigos" simpatizantes do PT defendiam tanto a PTrobrás? E agora?
Cadê os posts enaltecendo a PTrobras? Falando do crescimento, do faturamento, dos lucros? -- Tudo besteiras, pois a dívida é imensa. As ações continuam caindo.
Ou era para defender a mina de corrupção que alimentava o PT e PMDB?
E pra 2015, com o preço do petróleo em queda a situação vai ficar bem pior.
Petralhas e simpatizantes do PT acham que todos somos idiotas: a queda do preço do barril do petróleo ainda nem teve reflexos de quando os EUA - o maior improtador de petróleo do mundo - começar a baixar violentamente suas compras, em função da produção interna que vão ter com extração de petróleo de xisto, cuja nova tecnologia de extração tornou economicamente compensador.
Aguardem petralhas e simpatizantes, quando o governo defendido por vocês - talvez antes do final de 2015 - tiver que privatizar as refinarias para que a PTrobras não quebre.
Ai então vão ter que por saco, ou em outro lugar, suas teorias socialistas irracionais e burras de que estatização e monopólios são decisões "progressistas".

Lava Jato

Segundo jornal, braço-direito de Renato Duque e apontado como um dos operadores do partido no petrolão, Pedro Barusco fechou acordo de delação

Presos na operação Lava-Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito

Braço-direito do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, Pedro Barusco fechou acordo de delação premiada com as autoridades e se comprometeu a devolver aos cofres públicos 97 milhões de dólares – ou 253 milhões de reais – nesta segunda-feira. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Barusco era gerente-executivo de serviços da estatal, subordinado a Duque. O ex-chefe do agora delator foi preso na sexta-feira, durante a sétima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Os executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto, delatores do núcleo empresarial investigado na Lava Jato, relataram em depoimentos que pagaram mais de 30 milhões de reais a Renato Duque Pedro Barusco. Os pagamentos de propina eram exigidos como condição para que a estatal assinasse contratos com empreiteiras do cartel investigado na operação, de acordo com os delatores. Foram denunciadas propinas em contratos da Refinaria de Paulínea (Replan), do Gasoduto Urucu-Manaus, do Terminal Cabiúnas 3, da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) no Paraná, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e no Projeto Cabiúnas 2.
O caminho do pagamento de propinas, providenciado pelos delatores na maioria das vezes, foi descrito em diferentes projetos da Petrobras. Em contratos da Repar, por exemplo, o consórcio Interpar contratou a empresa Auguri Empreendimentos, uma das firmas mantidas por Camargo, e o dinheiro seguiu para contas do exterior de Duque e Barusco. Em relatório, o Ministério Público Federal destaca ainda que Barusco teve recentemente 20 milhões de dólares apreendidos administrativamente na Suíça, como informou o site de VEJA.
Segundo o jornal, Barusco só escapou da prisão porque aceitou falar e devolver o dinheiro. Ao lado de Duque, ele é considerado pela PF um dos principais operadores do PT no esquema. Assim como o ex-chefe, Barusco foi indicado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão. Se confirmada, a devolução dos 97 milhões de dólares será o maior montante já recuperado pelas autoridades brasileiras em investigações de casos de corrupção.

Brasil faz Empréstimos Secretos de US$ 2,17 Bilhões p/ Cuba e Angola









Publicado em 11/04/2013
ENTÃO BRASILEIRO, É ASSIM QUE SEU DINHEIRO É USADO, ENQUANTO FALTA EDUCAÇÃO, SAÚDE E TUDO MAIS QUE SE FOR RELACIONAR, NÃO CABE AQUI... Leia a matéria da Folha...

Brasil coloca sob sigilo apoio financeiro a Cuba e a Angola

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e de Angola. Com a decisão, o conteúdo dos papéis só poderá ser conhecido a partir de 2027.

Empresa negociou contrato durante ida de Lula a Cuba
Lula diz que viagens pagas por empresas servem para 'vender' país
Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior
Lula levou diretor da Odebrecht em viagem oficial à África
Governo teve gastos com viagens privadas de Lula
Marcelo Odebrecht: Viaje mais, presidente

O BNDES desembolsou, somente no ano passado, US$ 875 milhões em operações de financiamento à exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para Cuba e Angola. O país africano desbancou a Argentina e passou a ser o maior destino de recursos do gênero.

Indagado pela Folha, o ministério disse ter baixado o sigilo sobre os papéis porque eles envolvem informações "estratégicas", documentos "apenas custodiados pelo ministério" e dados "cobertos por sigilo comercial".

Os atos foram assinados por Pimentel em junho de 2012, um mês após a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação. É o que revelam os termos obtidos pela Folha por meio dessa lei.

Só no ano passado, o BNDES financiou operações para 15 países, no valor total de US$ 2,17 bilhões, mas apenas os casos de Cuba e Angola receberam os carimbos de "secreto" no ministério.

Segundo o órgão, isso ocorreu por que havia "memorandos de entendimento" entre Brasil, Cuba e Angola que não existiam nas outras operações do gênero.

O ministério disse que o acesso a esses outros casos também é vetado, pois conteriam dados bancários e comerciais já considerados sigilosos sem a necessidade dos carimbos de secreto.

INEDITISMO

Antes da nova Lei de Acesso já existia legislação que previa a classificação em diversos graus de sigilo, mas é a primeira vez que se aplica o carimbo de "secreto" em casos semelhantes, segundo reconheceu o ministério. O órgão disse que tomou a decisão para se adaptar à nova lei.

O carimbo abrange praticamente tudo o que cercou as negociações entre Brasil, Cuba e Angola, como memorandos, pareceres, correspondências e notas técnicas.

As pistas sobre o destino do dinheiro, contudo, estão em informações públicas e em falas da presidente Dilma.

Em Havana, onde esteve em janeiro para encontro com o ditador Raúl Castro, ela afirmou que o Brasil bancava boa parte da construção do Porto de Mariel, a 40 km da capital, obra executada pela empreiteira Odebrecht.

Ela contou ainda que o Brasil trabalhava para amenizar os efeitos do embargo econômico a Cuba. "Impossível se considerar que é correto o bloqueio de alimentos para um povo. Então, nós participamos aqui, financiando, através de um crédito rotativo, US$ 400 milhões de compra de alimentos no Brasil."

Na visita a Luanda, em Angola, Dilma falou em 2011 que "os mais de US$ 3 bilhões disponibilizados pelo Brasil fazem de Angola o maior beneficiário de créditos no âmbito do Fundo de Garantias de Exportações" do BNDES.

A Folha revelou que o ex-presidente Lula esteve em Angola, em 2011, onde participou de um evento patrocinado pela Odebrecht.

O Desenvolvimento diz que os financiamentos têm o objetivo de dar competitividade às empresas brasileiras nas vendas ao exterior. A Folha não conseguiu falar com as assessorias das embaixadas de Cuba e de Angola.

FONTE: FOLHA 09/04/2013 

Delação premiada derruba agora nos Correios

Não bastassem as denúncias contra a Petrobras, outra estatal tem um dirigente derrubado após delações premiadas. Caiu na sexta-feira o número um dos Correios no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira.
Moreira foi citado em uma investigação da Polícia Federal sobre desvios milionários envolvendo planos de saúde da estatal. ação premiada derruba agora nos Correios.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/delacao-premiada-derruba-agora-nos-correios/

Procurador prevê delações de executivos: 'Se um abrir a boca, abre todo mundo'

Operação Lava Jato

A jornal, Rodrigo Janot afirma que delações funcionam como rastilho de pólvora – e que nenhum empresário vai querer ficar com a maior pena para si

Rodrigo Janot
Rodrigo Janot (Sergio Lima/Folhapress/VEJA)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acredita que os executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, que levou para cadeia dirigentes de empresas que formam entre as maiores e politicamente mais influentes do Brasil – OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Iesa e Galvão Engenharia –, além do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, vão buscar acordos de delação premiada na tentativa de reduzir suas penas. A afirmação foi feita ao jornal Folha de S. Paulo. "Se um abrir a boca, abre todo mundo", avalia.
"Isso é um rastilho de pólvora. Quando um começa a falar, o outro diz: 'Vai sobrar só para mim?' E aí eles começam a falar mesmo", afirmou Janot ao jornal. O procurador disse ainda que, a princípio, os indícios dão conta de que há uma quadrilha operando o esquema de desvio de recursos da Petrobras. "Mas está cedo para falar", avalia.
Presos na operação Lava-Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito
Presos na operação Lava-Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito - Avener Prado/Folhapress
Sobre os crimes que teriam sido cometidos pelos empreiteiros, o procurador afirma que eles são investigados por fraude em licitação, lavagem de dinheiro, crime contra o mercado e corrupção ativa. "As empreiteiras diziam que eram alvo de concussão [exigência de dinheiro pelos funcionários da estatal]. Se puder me explicar como fraude à licitação decorre de concussão, eu concordaria com a tese. Como a concussão te obriga a fazer um cartel, fraudar uma licitação e ganhar um dinheirão? Está sendo extorquido para ganhar dinheiro? Vamos combinar, não é", afirmou Janot.
A Justiça Federal rejeitou ne domingo mais seis pedidos de liberdade para os executivos presos. No sábado, outros cinco pedidos de habeas corpus haviam sido indeferidos. A decisão coube à desembargadora plantonista Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de Porto Alegre. Os investigados que tiveram o pedido de liminar rejeitados foram o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho; o diretor financeiro da OAS Mateus Coutinho de Sá Oliveira; o advogado da OAS Alexandre Portela Barbosa; o vice-presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada; e os diretores técnicos da Engevix Carlos Eduardo Strauch Albero e Milton Prado Júnior.
No sábado, os habeas corpus analisados e indeferidos foram do diretor vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite; do presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini; do presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler; do diretor presidente da área de internacional da construtora OAS, Agenor Medeiros; e do funcionário da OAS José Ricardo Nogueira Breghirolli.
Na decisão, a desembargadora manteve o argumento da Justiça Federal de que as detenções foram necessárias para impedir que os acusados atrapalhassem a investigação da Polícia Federal.
Sétima fase da operação Lava Jato