quinta-feira 09 2014

Em São Paulo, Dilma foi campeã de votos. Nos presídios

Maquiavel

Veja.Com

A presidente da república e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, durante reunião com governadores e senadores, nesta terça-feira (07), em Brasília
A presidente da república e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, durante reunião com governadores e senadores, nesta terça-feira (07), em Brasília (Evaristo SA/AFP)
Em ao menos um segmento do eleitorado no Estado de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato petista ao governo, Alexandre Padilha, foram campeões de votos: entre os presidiários. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral, a petista recebeu 51% dos votos válidos (460 votos) contra 9% (81 votos) do tucano Aécio Neves — a candidata derrotada Marina Silva (PSB) teve 22% (203 votos). Para se ter uma ideia, em todo o Estado, Dilma conseguiu 25,82% dos votos (5.927.503 votos), enquanto Aécio angariou 44,22% (10.152.688 votos). Marina ficou com 23,09% (5.761.174 votos). O desempenho petista se manteve na disputa estadual. O candidato derrotado Padilha arrebanhou 42% dos votos válidos (382 votos), ante 13% (118 votos) de Geraldo Alckmin — Paulo Skaf (PMDB) ficou com 16% (150 votos).


O levantamento também mostrou que o ex-palhaço Tiririca foi o candidato a deputado mais votado (333 votos) nos presídios paulistas. Ao todo, 897 presos votaram nessas eleições em quatorze unidades prisionais do Estado. Apenas as prisões que tinham mais de cinquenta eleitores receberam urnas no último domingo. (Eduardo Gonçalves, de São Paulo)

PGR arquiva parte de representação do PT contra Aécio sobre aeroporto

Eleição 2014

Janot afirma em parecer que não há indícios suficientes para abertura de investigação criminal

Rodrigo Janot, procurador-geral da República
Rodrigo Janot, procurador-geral da República (Sergio Lima/Folhapress/VEJA)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou parte de uma representação que o PT fez contra o candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) devido à construção do aeroporto de Cláudio, em Minas Gerais. A construção do aeroporto foi realizada em uma área desapropriada pelo Estado na terra do tio-avô do tucano. A decisão anunciada por Janot aponta que não há indícios suficientes para justificar uma abertura de investigação criminal. 
O procurador determinou, no entanto, que a representação fosse encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais para a avaliação de casos de improbidade administrativa.
A decisão sobre a abertura de investigações para apurar supostos casos de improbidade cabe agora ao MPF em Minas. Procurada pela reportagem, a assessoria da campanha de Aécio Neves confirmou o arquivamento da parte criminal e disse que o caso agora está na instância competente do Ministério Público.
A construção do aeroporto foi realizada no final do segundo mandato de Aécio no governo mineiro e custou 14 milhões de reais. Além de operar sem homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Múcio Guimarães Tolentino, tio-avô de Aécio, é quem guarda as chaves do local. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo em julho. 
Na representação, o PT pediu a abertura de investigações pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), prevaricação, emprego irregular de verbas públicas e exposição de aeronave ao perigo, uma vez que pista opera sem homologação.
De acordo com o PT, fora as questões criminais, o fato do tio-avô guardar as chaves do aeroporto, a falta de homologação da Anac, a escolha do local para construção e o custo da obra configuram casos de improbidade.
(Com Estadão Conteúdo) 

Como escolher uma cuia de chimarrão

por 
em 23/06/2012 às 19:05 |
Entre todos os elementos regionais que compõe a rotina dos grandes líderes latinos em imagens históricas, um destaca-se pela presença constante em momentos de reflexão: o chimarrão. Não por se tratar de uma bebia típica da América do Sul, berço de revolucionários. Mas porque o sentimento de beber chimarrão se confunde com o sentimento de ser cisplatino.
O chimarrão tem origens indígenas. Um hábito legado pelas culturas quíchuas, aimarás e guaranis. O primeiro homem branco a provar o mate, de acordo com o livro A História do Chimarrão, de Barbosa Lessa , foi o General Domingo Martínez de Irala, em 1554. Ele teria gostado da sensação de relaxamento causado pelas ervas e prestigiado a cultura difundindo o mate entre colonizadores na Argentina e Uruguai.
A bebida quente feita com ervas foi caindo no gosto dos fazendeiros do pago gaúcho. A partir de adaptações na bomba, porongo e hábitos que geraram etiquetas na divisão de um mate, a partilha da água quente tornou-se uma cerimônia. O chimarrão passou do status de bebida para um espírito democrático. O afago refletido em dividir uma cuia reflete a união, confiança e coletividade.
Por isso a importância de encontrar a cuia perfeita.

Che Guevara e Getúlio Vargas: adeptos do mate
O material utilizado para a produção da cuia é o porongo. A primeira colheita se faz no mês de janeiro, quando o porongo está ficando maduro e pronto para ser raspado manualmente. Deve-se ter uma atenção redobrada no processo de secagem para não xuringar o fruto, permitindo a secagem uniforme e homogenia. Começa aí o processo de beneficiamento do porongo para transformá-lo em cuia.
Já extraída do porongo, a cuia fica no estaleiro que circula corrente de ar. A ideia é não rachar e perder o cheiro bastante próprio. Após isso, fura-se o centro da cuia retirando do interior o bagaço mole até chegar na parede dura da cuia.
A parte do acabamento fica por conta de uma boa cera de polir e um motor de alta rotação para dar brilho uniforme. Surge assim uma cuia lisa e polida. Independente do formato.
Pois engana-se quem acha que cuia é igual

Cuia uruguaia: coquinho, gajeta e torpedo


Três tipos de cuias propícias ao matear sozinho
Esse formato de cuia coquinho é o tradicionalmente utilizado pelo gaúcho solitário do campo. Destaca-se por ser mais, digamos, estilosa e popular entre os mais jovens. O tamanho do bocal de inox varia de acordo com a região. No Uruguai, por exemplo, é bastante discreto. Na Argentina o detalhe ganha contornos mais chamativos.
A gajeta, produzida com o porongo grosso, é feita basicamente para quem consome o chimarrão solito. Por ser bastante curta, tem vantagem de possibilitar o consumo rápido e antes que a água esfrie. Foi criada pelos índios e é muito encontrada no interior do Paraná e oeste do Paraguai. Não necessita de suporte e tem um manuseio muito prático.
Já a torpedo não possui muitas diferenças quando comparada com a chamada coquinho, o primeiro exemplo. O grande avanço dela é não necessitar de suporte móvel. O formato quadricular permite o apoio sem quaisquer riscos de queda. O ponto fraco é meramente estético, uma vez que esse estilo perde-se um pouco no padrão das outras cuias.

Cuia gaúcha


Cuias a venda na Semana Farroupilha, em Porto Alegre (RS)
A cuia gaúcha tem como principal ponto o diferenciado tamanho. Com uma curva ao centro que desconstrói o modelo redondo imortalizado pelos uruguaios e argentinos, torna-se ideal para quem visa compartilhar o chimarrão em rodas. Não que seja uma bobagem para quem deseja ficar sozinho, mas esse espaço de abastecimento cabe ao usuário que necessita de uma cuia para tomar em grupo.
Não há uma questão lógica no tamanho na cuia. É como escolher um cachimbo. Vai do perfil do consumidor. Das mais trabalhadas e personalizadas até as rústicas e clássicas, a cuia deve servir para te identificar dentro de uma sociedade. Como se fosse uma extensão da sua personalidade charrua imortalizada por meio de rituais que sobreviveram centenas de anos.
Bó.
Me puxei agora.

"Quem não tem Parcão caça com Ibirapuera", já dizia o verso
Com a cuia perfeita, aquela adquirida após você analisar todos os bons momentos que vai compartilhar – ou não – o chimarrão, é hora de algo mais importante ainda: o preparo. Trata-se de uma cerimônia única. Algo que deveria ser ensinado em escolas do sul do  Brasil. Deixar a cuia perfeitamente preparada para receber a água quente é um ritual que envolve paciência, técnica e bons minutos de saudosismo.
Como bem explica nesse artigo o nosso autor Luiz Mindium, na roda de chimarrão a figura principal é a do mateador. Além de preparar, é o primeiro a beber, em sinal de educação, já que o primeiro chimarrão é o mais amargo. Também é de praxe o que fica com a chaleira ou a térmica, para encher e passar para as mãos de outra pessoa, iniciando a roda. Ele também alerta aos iniciantes que devem tomar o chimarrão totalmente, fazendo a “cuia roncar”, pois assim toda a água é sorvida e o próximo vivente pode tomar um mate zerado.
Outros importantes lembretes para você que vai curtir um mate:
  • Água não é fervendo. Apenas esquente a água. Água fervendo queima a erva e modifica o gosto.
  • Acabou o chimarrão? Passa pra frente. Mas não antes de encher a cuia de novo. Quanto mais o chimarrão roda, mas ele fica melhor.
  • O dono da casa faz o primeiro mate. Isso significa um gesto de amizade, boas vindas e receptividade. Sem contar que o primeiro é sempre o pior. Então o dono da casa que se vire.
  • Chimarrão se passa com a mão direita. Entregar a cuia para o amigo com a mão esquerda significa falta de educação.
  • Faça roncar a bomba. Não passe o chimarrão antes da bomba roncar. Isso significa que ainda há água e você está negando. Se há água, você deve bebe-la.
Partiu chimas na redença?
Nota do editor: fonte e referência: Chimarrão.com

Meire Poza, o chantagista e a mala de dinheiro

Operação Lava Jato

Em depoimento à CPI da Petrobras, a contadora da quadrilha do doleiro Alberto Youssef confirmou que o PT pagou com dólares o mensaleiro Enivaldo Quadrado, e que o esquema de seu patrão movimentava grandes quantias de dinheiro – inclusive em malas

Robson Bonin e Adriano Ceolin
Meire Poza na CPI Mista da Petrobras, em 08/10/2014
Meire Poza na CPI Mista da Petrobras, em 08/10/2014 (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Meire Poza, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef,  revelou nesta quarta-feira à CPI da Petrobras que foi três vezes, em maio, junho e julho deste ano, pegar dinheiro com um militante do PT a pedido de Enivaldo Quadrado, um dos condenados no escândalo do mensalão. Em duas ocasiões, recebeu um pacote de reais. Em outra, dólares.
No mês passado, VEJA revelou que o mensaleiro Enivaldo Quadrado estava chantageando o PT. Ele ameaçava revelar que, em 2004, o partido comprara por 6 milhões de reais o silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, que — em outra chantagem — ameaçava envolver o ex-presidente Lula, o ministro Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu no assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santa André.
O que assustava os petistas era a possibilidade de Enivaldo desvendar para a Polícia Federal todo o significado de um documento apreendido no escritório do doleiro — um contrato mostrando que os tais 6 milhões de reais exigidos em troca do silêncio foram efetivamente transferidos para Ronan Maria Pinto em 2004. 
Meire Poza contou que foi três vezes à casa do jornalista Breno Altman, militante do PT e amigo do também mensaleiro José Dirceu, buscar “parcelas” equivalentes a 15.000 reais mensais. O dinheiro, de acordo com o depoimento prestado nesta quarta pela contadora, teria sido usado por Quadrado para quitar a multa imposta pela Justiça pelo seu envolvimento no escândalo do mensalão.
Reprodução/VEJA
Dólares entregues pelo PT à contadora Meire Poza para que ela os encaminhasse ao mensaleiro Enivaldo Quadrado
A VEJA, no entanto, Meire Poza disse que Enivaldo Quadrado, seu amigo e parceiro de negócios, revelou que o contrato dos 6 milhões “era seu seguro de vida contra o PT”. Quando a polícia desencadeou a operação Lava Jato e apreendeu o documento com Alberto Youssef, ele viu a chance de ganhar um pouco mais com seu silêncio.  A foto do maço de dólares (veja ao lado), dinheiro entregue por Breno Altman a Meire Poza no último encontro entre os dois, foi tirada por um dos envolvidos na transação como garantia de que o compromisso fora de fato cumprido.
O tesoureiro do PT, João Vaccari, segundo a contadora, era o encarregado de administra o silêncio de Enivaldo Quadrado.
Na primeira vez que esteve na casa de Breno Altman, Meire Poza conta que nem chegou a entrar. O envelope com dinheiro foi repassado ainda no portão. Depois, no segundo encontro, o próprio Breno recebeu a contadora na sala da casa dele para fazer o pagamento. A conversa, segundo a contadora, foi gravada. Nela, preocupado, Breno disse que seria preciso encontrar uma forma de forjar uma operação financeira para esquentar os pagamentos. A sugestão do petista foi simular a venda de um carro. Enivaldo Quadrado tem uma revenda de veículos em Assis (SP).
As chantagens assombram o PT há tempos. Em 2012, o publicitário Marcos Valério prestou um depoimento à Procuradoria da República, em que revelou que Ronan Maria Pinto chantageou a cúpula do PT. Ele queria, segundo Valério, 6 milhões de reais para não comprometer Lula, o ministro Gilberto Carvalho e José Dirceu na morte do ex-prefeito de Santo André. Valério, então operador do mensalão, contou que  foi procurado pelos petistas para providenciar o dinheiro. 
O contrato apreendido com Youssef em 2014 mostra que Marcos Valério ajudou a levantar a quantia – e dá veracidade às informações prestadas por ele aos procuradores dois anos antes.
Malas — Meire Poza também falou sobre o esquema montado pelo doleiro para recolher dinheiro das empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras e distribuir a políticos. Na entrevista a VEJA, ela deu detalhes de como funcionava a engrenagem de corrupção. Foram horas de conversas, entrevistas gravadas e mensagens trocadas, nas quais ela confirma que malas e malas de dinheiro circulavam nas mãos de Youssef.
Indagada por parlamentares sobre essa intensa movimentação de dinheiro, primeiro ela disse que não havia falado isso. Na sequência, porém, confirmou a circulação de grandes quantias e o repasse aos políticos, exatamente como estava descrito na entrevista — e em malas.
A contadora relatou  um episódio em que Youssef a convidou para fazer uma entrega: "Virei para olhar e tinha uma mala no banco do carro." Na entrevista a VEJA, a contadora calculou que havia algo entre 2 e 3 milhões de reais dentro do carro.
A contadora disse que o doleiro guardava grandes quantidades de dinheiro em seu escritório, em São Paulo. Relatou, ainda, que  aos deputados André Vargas, ex-PT, e Luiz Argôlo, SDD, receberam pagamentos do esquema. Ambos estão respondendo a processo de cassação de mandato na Câmara.
A seguir, a transcrição do trecho do depoimento de Meire Poza que fala da traficância de dinheiro em malas: 
O SR. MARCO MAIA (PT - RS) – A revista Veja atribuiu a seguinte frase à senhora: "O Beto lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos partidos. Era mala de dinheiro para lá e para cá o tempo todo". A senhora disse isso?
A SRª MEIRE BONFIM DA SILVA POZA – Não.
O SR. MARCO MAIA (PT - RS) – Se sim, quem eram os políticos envolvidos, quais eram as empreiteiras e de onde viriam os recursos repassados?
A SRª MEIRE BONFIM DA SILVA POZA – Talvez exista um exagero de colocação na frase. Isso não foi dito. Algumas situações que vi,que presenciei foram, por exemplo, numa determinada situação... Eu sei precisar a data porque existe outro fato ligado a isso, que foi em janeiro de 2014, eu estava indo para a GFD quando o Sr. Alberto estava saindo da empresa de carro e me pediu para que o acompanhasse. Ele falou: "Eu vou só até ali". Eu falei: "Está bom". Entrei no carro e falei: "Até ali aonde?" Ele falou: "Vou até ali, na Avenida Angélica". Nós estávamos no Itaim Bibi, eu falei: "Poxa". E eu tinha outro compromisso, que é realmente o que me faz recordar disso. Aí falei: "Não, mas não posso ir lá com você. Você vai demorar?" Ele falou: "Não, só vou entregar isso aqui". Virei para olhar e tinha uma mala no banco do carro. Falei: "O que que é isso?" Ele falou: "É um dinheiro que tenho que levar na OAS, mas é rapidinho. Só vou entrar, entregar o dinheiro e sair". Na ocasião, não fui com ele, pedi para que ele me deixasse no Conjunto Nacional, na Rua Augusta, em São Paulo, resolvi os meus problemas, ele foi até lá, na volta ele me pegou na Rua Haddock Lobo e retornei com ele. Então, isso é fato. Eu via muita movimentação de dinheiro a partir de 2013, que é quando ele se mudou para a GFD. Antes disso, não. Então, existia movimentação de dinheiro lá dentro da GFD. Era dinheiro que chegava e era colocado no cofre, era dinheiro que saía...

Duas chantagens — e o elo entre a Lava Jato e o menslão

Em 2012, Marcos Valério, o operador do mensalão, prestou um depoimento em que revelou que o PT usou a Petrobras para levantar 6 milhões de reais para pagar a um empresário que ameaçava envolver o presidente Lula, o ministro Gilberto Carvalho e o mensaleiro José Dirceu no caso do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. Dois anos depois, a Polícia Federal apreendeu o contrato de empréstimo que corrobora a informação.

A CHANTAGEM DE 2014: O contrato de empréstimo foi apreendido no escritório do doleiro Alberto Youssef. Ele prova que a operação clandestina narrada por Valério de fato ocorreu. Enivaldo Quadrado ameaçava ajudar a PF a ligar esses pontos. Para evitar que isso acontecesse, o PT cedeu à sua chantagem.

A CHANTAGEM DE 2004: No depoimento prestado ao Ministério Público, Marcos Valério contou que, em 2004, foi chamado por Silvio Pereira, então dirigente do PT, para organizar uma operação clandestina: levantar dinheiro para pagar a Ronan Maria Pinto, que ameaçava o presidente da República

Aécio fala em fim do 'ciclo perverso do PT' e pede campanha limpa

Eleições 2014

Candidato do PSDB voltou a afirmar que enfrentará campanha duríssima e pediu que a presidente Dilma Rousseff "faça uma campanha de alto nível"

Laryssa Borges, de Brasília
O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, durante reunião nesta quarta-feira (08), com governadores e senadores eleitos no primeiro turno das eleições gerais, em Brasília
Candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante evento em Brasília  (Ueslei Marcelino/Reuters)
No dia em que novos escândalos envolvendo o PT surgiram na campanha eleitoral, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, prometeu colocar fim ao ciclo de “denúncias sucessivas de malfeitos e corrupção” e ao “ciclo perverso de governo do PT”. A fala do tucano foi feita em resposta à notícia de que um empresário ligado do PT e um colaborador do partido em Minas Gerais foram detidos pela Polícia Federal na noite desta terça-feira com dinheiro suspeito.

Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, estava a bordo do avião no qual a PF apreendeu 116 000 reais em dinheiro vivo. Bené foi financiador do "bunker" onde o comitê da campanha de Dilma Rousseff em 2010 se misturava com um núcleo de espionagem. “É contra tudo isso que nós estamos nos colocando. Outras denúncias provavelmente surgirão”, disse o candidato. 
Ele votou a criticar ainda, sem citar nominalmente o caso, o escândalo de corrupção na Petrobras, revelado em delação premiada pelo ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. “Tem uma delação premiada que certamente está tirando o sono de muita gente”, destacou.
O candidato do PSDB também condenou o esquema de uso político dos Correios em benefícios de candidatos do PT nessas eleições e disse que órgãos de investigação devem funcionar independentemente de pressões do Palácio do Planalto. Nesta quarta-feira, o site de VEJA revelou que, depois de Minas Gerais, desta vez também a autarquia em Mato Grosso foi utilizada para disparar, em tempo recorde, cartas com pedidos de votos para candidatos do PT.
“Em relação às denúncias, o Brasil tem hoje instrumentos institucionais que têm a responsabilidade de investigar, de apurar e de processar e, quando for o caso, de condenar. Eles devem funcionar em sua plenitude porque não dependem, como parece crer alguns, da ação do governo ou da boa vontade do governante de plantão para investigar”, disse.

Aécio voltou a prever uma campanha "extremamente dura" no segundo turno. "Essa é a forma de agir dos nossos adversários, mas levarei comigo sempre o pensamento elevado porque tenho absoluta convicção de que podemos dar aos brasileiros um país mais justo, que cresça mais, que gere mais empregos, que invista mais em saúde e segurança pública, que melhore a qualidade da educação”, declarou.
“Não estou em uma guerra, estou em uma campanha política e convido a candidata senhora presidente da República a fazer uma campanha de alto nível. Da nossa parte não permitiremos que essa campanha se apequene ou diminua o entusiasmo e a esperança dos brasileiros”, completou.
Marina – Mais uma vez o candidato do PSDB à Presidência disse que sua candidatura representa o sentimento de mudança exigido pela sociedade e afirmou que a chegada ao segundo turno indica que a maior parte da população não deseja a continuidade do governo da Dilma. Embora já tenha recebido apoio de partidos como PPS, PSC e PV, o tucano evitou afirmar se o apoio da ex-senadora Marina Silva (PSB), que ficou na terceira colocação na corrida presidencial, seria fundamental para sua vitória no segundo turno e disse que o fim da reeleição, tema que ele defende pessoalmente e é uma das exigências para o apoio dela, depende de votação no Congresso Nacional.
“Há hoje um sentimento claro de mudança no Brasil. Quem venceu essas eleições no primeiro turno foi o cidadão brasileiro que acreditou na nossa capacidade de mudar. Isso é retratado pelos resultados que tiveram os candidatos de oposição somados”, afirmou.