quarta-feira 01 2014

NEIL FERREIRA: “Voto útil” na Marina é voto inútil

Veja.Com

Marina Silva, que só rouba votos de Aécio, mas nada faz para impedir a reeleição de Dilma, espera chegar à Presidência usando a emoção, diz Neil Ferreira (Foto: Joel Silva/Folhapress)
Marina Silva, que só rouba votos de Aécio, mas nada faz para impedir a reeleição de Dilma, espera chegar à Presidência usando a emoção, diz Neil Ferreira (Foto: Joel Silva/Folhapress)
Artigo de Neil jamais entrego a rapadura Ferreira publicado no jornal Diário do Comércio, de São Paulo
Antes Scriptum: Youssef quer jogar petróleo no ventilador, vai voar petróleo pra tudo quanto é lado.
Faltam 10 dias pra gente votar no Aécio, no Alckmin e no Serra. Puseram na cabeça dos eleitores que o voto na Marina é “voto útil” pra derrubar a Dilma e limpar o Brasil do PT.  Não é.
Voto na Marina é “voto útil” contra o Aécio,  é voto inútil para derrubar o PT. Com Marina, o reinado do PT continua; é trocar seis por meia dúzia. Dizem que estou ajudando a reeleger a Dilma escrevendo isso;  não estou.
Não quero nem Dilma nem Marina, uma é PT, a outra é PT do B. Perdemos com qualquer das duas. Por mais que as pesquisas coloquem Aécio em 3º lugar, mais acredito que devemos votar nele.
O Ibope de 4ª feira deu Dilma 9 ponto na frente da Marina. Dilma mete o pau na Marina e sobe, Marina mete o pau na Dilma e desce. As duas que se lixem, quem me interessa é o Aécio.
Acredito mais no Carlinhos Sensitivo, que anteviu a vitória apertada do Aécio, do que no Ibope e DataFalha. E na Maricy, astróloga que há 20 anos fez um mapa astral perfeito da minha filha.
A opinião dela:  “—(…) Teremos Lua Nova no dia 24 de Setembro, no grau 1 de Libra, que acionará o Júpiter Natal de Aécio, no grau 1 de Capricórnio. A partir dessa data ele deve decolar. Júpiter faz expandir, crescer”.
E mais: “—O mapa da Dilma apresenta Vênus sendo bombardeada por Plutão – Oposição e Urano fazendo quadratura (…). Se eu errar e ela for eleita, preparem-se, o Brasil vai quebrar, não haverá ministro da Fazenda que faça milagres.
Acredito nos dois; também acredito em OVNIs e Aliens.
Se o “país dos mais de 80%” pago pela bolsa esmola derrotar o nosso candidato, vamos pra oposição de verdade, não essa oposicinha chinfrim que tivemos até agora.
Marina foi petista de carteirinha por mais de 30 anos e fez uma carreira de profissional da política (não fez outra coisa na vida), de vereadora a duas vezes Senadora, dentro do PT. Nunca fez nada na vida a não ser politicagem a favor do PT.
Foi ministra do Lula por 5 anos, Lula disse que ela era “o Pelé do Ministério” (sic). Como o seu mentor, ela não viu nada, não ouviu nada e nem falou nada do Mensalão, cuja lama beijava a barra da sua saia.
Também não viu nada, não ouviu nada e nem falou nada quando seu aliado, Tião Viana, despachou haitianos para o Sul, como lixo humano.
Marina não serve para quem quer limpar o Brasil da praga que é o PT – uma vez petista, sempre petista.
Ao “deixar” o PT, escreveu uma carta ao Lula, distribuída à imprensa para que o mundo ficasse sabendo que “deixava a mesma casa mas continuava no mesmo bairro” (sic). Chora cada vez que resmunga sua luta pelo Lula e sua participação na propagação do “Lulinha Paz e Amor”, o maior embuste eleitoral a que o Brasil já  foi submetido,  e outro, o estelionato da “Esperança venceu o medo”. Chora a cada proximidade de uma câmera ou de uma repórter.
Na tv, sem ter nada pra explicar sua candidatura, vende a imagem marqueteira da pobrinha, coitadinha, magrelinha e a turma vota nela de dó de quem já “passou fome”; “Imagery is all, Reality is nothing”. Cada povo tem o governo que merece.
Tudo é marketing na figura dela, como eram falsas as caspas do Jânio. E a Dilma com aquele paletózinho vermelho, vou te contar hem. Se fosse pra melhorar a imagem da nossa eleição, a gente ia logo votar na Flávia Furacão, de Brasília, aquela sim é que é candidata.
Sozinho como a Marina, Jânio ganhou; não durou 7 meses. O Collor também era sozinho como a Marina, durou o quê? Dois, três anos. Foi guloso: se tivesse rachunchado com o PMDB, era presidente até hoje, assim como o Lula foi Presidente 8 anos, mais 4 mandando na Dilma. Rachunchou.
Quem ouviu Marina falar de limpeza nos “cargos de confiança”, ocupados pela cumpanherada? Fernando Rodrigues, da Falha de S. Paulo, escreveu na sua coluna que são 20 mil só em Brasília.
Já ouvi (ou li) que são mais de 200 mil no Brasil inteiro. Também nada falou  sobre o que faria com os 39 Ministérios, imunda moeda de barganha com a base comprada.
Sozinha, vai ter que manter essa estrutura lulopetista que queremos derrubar. Ela disse que governará “com os melhores” e assim também falou Collor. Então, repito: nem Dilma nem Marina — Aécio.
Voto “útil” na Marina é voto inútil; só é útil para derrubar o Aécio. Voto útil neste 1º turno é no Aécio, vamos levá-lo para o  2º turno.
Se cada um de nós levar meio voto a mais para o Aécio, essa dupla infernal estará quebrada pela metade; e aí sim, a esperança vai vencer o medo que temos dessa corja não ser expulsa do poder.
Tremam os ladravazes da Petrobras, que deram um rombo de uns 10 bilhões. Põe aí uma nota ao lado da outra, dá volta ao mundo.
Eleito, Aécio terá que enfrentar as guerrilhas urbanas da CUT e as do MST, cujos pelegos sindicais e das invasões já ameaçam fazer. Ele e nós estaremos preparados,  lembre dos Idos de Junho.
Aécio quer lidar com os nosso problemas com a razão; Dilma mentindo; Marina chorando e rezando, espera que Deus seja o seu ministro da Fazenda. Você escolhe.
Nosso voto nossa arma. Vamos atirar para matar.

Guinada à esquerda de Dilma assusta investidores. Bolsa desaba e dólar dispara

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(Foto: Felipe Cotrim/VEJA.com)
Quanto maior a ascensão de Dilma nas pesquisas, maior a queda da economia (Foto: Felipe Cotrim/VEJA.com)
Para analistas ouvidos pelo site de VEJA, discurso eleitoral da presidente evidencia guinada à esquerda e guerra declarada ao setor privado
Por Ana Clara Costa, para VEJA.com
Enquanto o eleitor parece cada vez mais inclinado a oferecer à presidente Dilma Rousseff a oportunidade de um novo mandato, investidores sinalizam exatamente o oposto.
Um forte movimento de venda de ações fez com que o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, recuasse 4,52% nesta segunda-feira, a maior queda em três anos.
O dólar também disparou, chegando a ser cotado a 2,47 reais — seu maior valor desde 2008, período agudo da crise financeira internacional. A moeda americana perdeu força no final do pregão e fechou a 2,45 reais. As ações das empresas estatais lideraram as baixas: Petrobras caiu 11,4%, enquanto o Banco do Brasil recuou 9%. As ações da própria BM&FBovespa recuavam 8,3% no mesmo período.
Não é de hoje que o mercado financeiro tem reagido de forma pessimista à possibilidade de reeleição da candidata petista. Desde março deste ano, as ações (em especial as da Petrobras) têm oscilado ao sabor das pesquisas eleitorais. Depois da trágica morte do peessebista Eduardo Campos, em agosto, e da ascensão de Marina Silva ao posto de presidenciável, as chances de reeleição de Dilma haviam diminuído — o que trouxe certo alívio para a bolsa e o dólar.
Contudo, a melhora da atual presidente nas pesquisas, que apontam sua vitória no segundo turno ante ambos os concorrentes, Aécio Neves e Marina, fez com que um movimento de venda de ações se aprofundasse na bolsa. O Ibovespa chegou a cair quase 6% na abertura, com os papéis da Petrobras recuando 10%.
Em ambos os casos, a queda é muito mais profunda do que o que foi assistido no início de 2014, quando as primeiras pesquisas começaram a ser divulgadas criando alta volatilidade na bolsa.
O que mudou de lá pra cá, segundo analistas ouvidos pelo site de VEJA, é que aumentou (e muito) a aversão que o mercado nutria em relação à candidata. “Muitos têm opinião pior do que antes sobre a provável política econômica num segundo governo Dilma. Eles perceberam uma inflexão à esquerda em seu discurso, especialmente na questão envolvendo a independência do Banco Central”, afirma o economista Tony Volpon, do Nomura.
A presidente Dilma encampou o discurso de que ter um BC autônomo significaria “entregar o país a banqueiros”. Ela também questionou a necessidade de se cumprir o superávit primário, que é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida, e reafirmou seu compromisso com subsídios à indústria num momento em que o próprio setor industrial pede maior abertura econômica.
Segundo o analista Felipe Miranda, da Empiricus, antes da morte de Campos, os investidores tinham dúvida se um novo governo Dilma atravessaria uma curva de aprendizado, admitindo erros e retomando um caminho mais ortodoxo.
“Hoje, resta pouca dúvida de que um segundo mandato representaria mais do mesmo, com algum recrudescimento, pois a guerra contra o setor privado, num momento em que precisamos retomar os investimentos, está declarada em caráter explícito”, afirma Miranda, autor do livro O Fim do Brasil, lançado na semana passada pela editora Escrituras.
Um movimento de queda foi percebido nesta segunda-feira em todos os mercados emergentes, porém, nenhum na mesma intensidade que o Brasil. Nos Estados Unidos, o S&P recuou 0,2% e o Dow Jones, 0,25%.
“É um movimento global que pode ser visto na Coreia do Sul, Taiwan, índia, Turquia, África do Sul e Israel. Isso porque acredita-se que a economia americana não está se recuperando no ritmo acelerado que antes se achava”, avalia o economista-chefe da Gradual, André Perfeito.

Mulheres exibem na pele os relatos da violência sofrida na hora do parto em hospitais brasileiros

Isto Aconteceu comigo. Hoje, depois de 19 anos, ainda lembro da enfermeira dizer: levanta daí, " não se faça de coitadinha". Ao sair da cama onde fui colocada logo após o parto, caiu no chão uma bolha de sangue que dava para encher duas mãos. Ela me faz agachar e limpar/ pegar o bolha no chão, mesmo eu estando totalmente debilitada!! Foram muitos outros acontecidos que me custa muita dor ao lembrar. Ainda me faz chorar!!

O assunto é sério, o projeto é impactante e as imagens são sensíveis, tocantes e profundas. Um momento que deveria ser repleto de felicidade, plenitude, respeito e renascimento junto ao filho, é permeado por marcas, não só no corpo, mas com feridas desrespeitosas que traumatizam mulheres pela vida toda.
Pode não ter acontecido com você nem com alguém próximo, mas a triste realidade é que a violência obstétrica é um fato no Brasil. Uma pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo mostra que 1 em cada 4 mulheres brasileiras sofre algum tipo de violência no atendimento ao parto.
Falta respeito desde o início, quando nem um direito garantido em lei, como a presença de um acompanhante, é respeitado. Falta liberdade para escolher onde e como dar à luz, na privação de água e alimentação, na falta de um carinho no momento de dor.
Muitas mulheres sofrem caladas essas e outras violências e, com o objetivo de materializar a violência obstétrica e provocar a reflexão sobre a condição de nascimento no país, a fotógrafa Carla Raiter, junto com a produtora cultural Caroline Ferreira, criou o projeto 1:4: Retratos da Violência Obstétrica.
O projeto fotográfico rompe o silêncio das mulheres que têm suas histórias retratadas em partes de seus corpos – através de uma tatuagem temporária -, em uma linguagem que as trata de forma serializada, anônima e sem considerar a individualidade, assim como fazem os protocolos médicos nas maternidades públicas e privadas brasileiras”.
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Carla Raiter diz que o projeto surgiu de forma despretensiosa: “Eu já trabalhava com fotografia de partos humanizados, já levantava a bandeira da humanização. Um dia, a Caroline me mandou um e-mail – que por pouco não se perdeu e nunca foi lido – me perguntando se eu nunca tinha pensado em fazer algum trabalho sobre violência obstétrica. Realmente caiu minha ficha de olhar para o outro lado, justamente para o oposto: essas histórias horríveis de partos traumáticos, de abuso, de violência verbal e física, de procedimentos desnecessários que tiram a autonomia da mulher no momento que deveria ser o mais empoderador de sua maternidade. Quando li o e-mail, foi uma epifania, passou um filme na minha cabeça com as imagens que eu queria fazer e que hoje produzimos”, lembra a fotógrafa.
Depois de lançado o projeto, Carla e Caroline contam que não estavam preparadas para a avalanche de e-mails com relatos de mulheres que queriam ser ouvidas, fotografadas, ou, simplesmente, superar o que aconteceu em seus partos. “Muitas histórias tristes, de dar nó na garganta, mesmo, de nos fazerem chorar ao ler. E então a gente entendeu que aquilo era um caminho sem volta, e que o projeto tinha um tamanho muito maior do que podíamos ter imaginado”, afirma Carla.
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Sobre o futuro do projeto, Carla diz não elas não têm verba nenhuma. Pelo contrário, arcam com vários gastos, como por exemplo o alto custo do papel importado para fazer as tatuagens temporárias. “Nossa intenção é expandir o ‘Projeto 1:4’, fotografar no Brasil todo, fazer uma exposição, talvez transformá-lo em livro porque a verdade é que temos muito mais que as fotos para mostrar”, planeja a fotógrafa.
Todas as fotos © Carla Raiter

Com a rejeição ao PT em São Paulo, o partido teme perder lugares na bancada da Câmara dos Deputados. Se for assim, a situação se complica para alguns que querem a Presidência da Casa, como Arlindo Chinaglia

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(Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
A dificuldade do PT em eleger deputados federais por São Paulo diminui as chances de Arlindo Chinaglia conquistar a presidência da Câmara no ano que vem (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
FUTURO INCERTO
Nota publicada na seção “Holofote” de edição impressa de VEJA
O péssimo desempenho de Alexandre Padilha na disputa pelo governo de São Paulo não preocupa apenas a presidente Dilma Rousseff, que está atrás de Marina Silva no maior colégio eleitoral do país. O PT paulista aposta que o número de deputados federais petistas eleitos por SP cairá de dezesseis para dez.
Além de enfraquecer o grupo político que comanda o partido e já testemunhou a cassação e a renúncia dos mensaleiros José Dirceu, João Paulo Cunha e José Genoino, essa redução na bancada dificultará o plano do PT de retomar a presidência da Câmara em 2015, posto que é cobiçado, entre outros, por Arlindo Chinaglia.

Datafolha mostra que Aécio volta a estar na disputa — agora, só depende dele chegar ao 2º turno. Vejam os caminhos que ele pode trilhar

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Aécio Neves durante caminhada em Madureira, no Rio:  (Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Fotos Públicas)
Aécio Neves durante caminhada em Madureira, no Rio: (Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Fotos Públicas)
Subindo dois pontos no levantamento divulgado hoje pelo Instituto Datafolha, enquanto Marina Silva (PSB) cai dois pontos, o presidenciável tucano Aécio Neves dá sinais fortes de que ainda pode estar no segundo turno.
Aécio sobe aos poucos, mas vem subindo nos últimos quatro levantamentos, enquanto Marina caiu em cada um desses quatro.
Marina ainda está à frente e deve ser respeitada, mas seu pouco tempo na TV, os ataques pesados que vem recebendo da presidente Dilma e seu programa na TV, mais as críticas de Aécio estão mostrando seu efeito.
Tudo indica que o tucano cresceu porque começou a demonstrar o que boa parte de seus partidários queriam desde o início da campanha — firmeza e indignação diante dos despautérios do lulopetismo e da incompetência do governo Dilma.
Sua possível chegada a um segundo turno com Dilma, que prossegue sendo a candidata que tem o maior índice de rejeição — fator crucial em uma disputa –, vai depender principalmente dele mesmo.
Sua atuação, para tanto, precisaria se desenrolar em quatro frentes diferentes:
1. Continuar trabalhando duro em Minas, como fez nos últimos dias, para reverter a vantagem de Dilma em seu Estado natal, bem como a possibilidade — terrível para o tucano — de que o petista Fernando Pimentel derrote ainda no primeiro turno o candidato do PSDB a governador, Pimenta da Veiga. Incursões a várias regiões do Estado nesses dias finais, discursos veementes, apelo a símbolos fortes — como foi o batismo dos filhos gêmeos Júlia e Bernardo na mesma igreja em que ele próprio foi batizado, como ocorrera com o avô, o presidente Tancredo Neves.
Não custa lembrar que, em Minas, o candidato a senador pelo PSDB, o ex-governador Antonio Anastasia — figura fundamental para os dois governos de Aécio no Estado como secretário de Planejamento e Gestão  –, lidera disparado as intenções de voto, exibindo sempre mais de 40% em qualquer pesquisa. Se Anastasia conseguiu, é sinal de que Pimenta, embora um candidato “pesado”, pode diminuir a diferença que o separa de Pimentel e chegar com ele ao segundo turno.
Anastasia indica também o índice que o próprio Aécio poderia/deveria alcançar em seu Estado.
2. Fazer uma última e forte incursão em São Paulo, com seu colossal contingente de 32 milhões de eleitores — que, dos 22% do total de eleitores do país que representou no pleito anterior, em 2010, subiu quase meio ponto, passando para 22,4%. “Colar” mais ainda do que tem feito no governador Geraldo Alckmin, que ostenta vantagem espetacular sobre seus adversários e está praticamente eleito no primeiro turno.
3. Bater mais forte no governo Dilma e no lulopetismo: Aécio só aumentará suas chances se conseguir convencer parte dos cerca de 8 milhões de brasileiros indecisos e mesmo parte do eleitorado de Marina de que é ele, e não a candidata do PSB, o anti-PT nestas eleições.
4. Ter um desempenho firme e convincente no mais importante debate do primeiro turno, o da Globo: por ser o último antes das eleições, ser levado a efeito menos de 72 horas antes de começar a votação e realizar-se na emissora líder, de longe, de audiência no país, o debate da Globo é fundamental. Aécio precisa brilhar se quiser ter chances no dia 5.

Delcídio é investigado no STF por cobrar comissão por emendas liberadas no Senado

Mato Grosso do Sul

Inquérito apura se candidato do PT ao governo do Mato Grosso do Sul pôs à venda o posto de suplente em sua chapa ao Senado nas eleições de 2010 – e se, já eleito, cobrava comissão de empresas pelas emendas que conseguia aprovar

Gabriel Castro e Silvio Navarro
SUSPEITA – O candidato do PT ao governo de Mato Grosso de Sul, Delcídio do Amaral, em campanha ao lado do ex-presidente Lula: Supremo investiga denúncia de que ele cobraria comissão sobre suas emendas parlamentares e teria tentado vender a vaga de suplente em sua chapa na disputa de 2010 pelo Senado
SUSPEITA – O candidato do PT ao governo de Mato Grosso de Sul, Delcídio do Amaral, em campanha ao lado do ex-presidente Lula: Supremo investiga denúncia de que ele cobraria comissão sobre suas emendas parlamentares e teria tentado vender a vaga de suplente em sua chapa na disputa de 2010 pelo Senado (Ricardo Stuckert/Divulgação)
O senador Delcídio Amaral (PT) pode ser eleito governador de Mato Grosso do Sul já no próximo domingo. Segundo as pesquisas, ele tem uma boa vantagem sobre os adversários e chances reais de liquidar a disputa no primeiro turno. O parlamentar petista é respeitado até mesmo pela oposição: foi ele quem conduziu a CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão em 2005. Mas um escândalo ronda a campanha do senador. Corre em segredo de Justiça, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), um inquérito que apura se Delcídio pôs à venda, por 5 milhões de reais, o posto de suplente em sua chapa ao Senado nas eleições de 2010 – e se, já eleito senador, ele cobrava comissão de empresas pelas emendas que conseguia aprovar (as emendas destinam dinheiro do governo federal para obras nos estados).
O nome de Delcídio surgiu na Operação Uragano, da Polícia Federal, que desmontou, em 2010, a máfia instalada na prefeitura de Dourados (MS). O senador não era alvo daquelas investigações. Mas, diante das menções ao seu nome em escutas feitas pela PF, o material foi enviado à Procuradoria Geral da República, uma vez que Delcídio tem direito a foro privilegiado. O procurador-geral, Rodrigo Janot, considerou que havia indícios suficientes para o início de uma investigação e encaminhou o caso ao STF, em setembro do ano passado. No mês seguinte, o ministro Luís Roberto Barroso concordou com os argumentos e determinou a instalação do inquérito. "Presentes os elementos indiciários mínimos da ocorrência do fato e de eventual autoria por pessoa com foro por prerrogativa de função perante esta Corte, determino o prosseguimento do inquérito", afirmou ele em sua decisão.
Procurada pela reportagem de VEJA.com, a assessoria de Delcídio afirmou que, durante a Operação Uragano, todos os depoentes inocentaram o senador quando interrogados. Sua campanha credita a acusação à articulação de adversários políticos.
Comissões – Um dos diálogos que integram o inquérito, reproduzido no parecer de Janot, mostra uma conversa entre Jorge Hamilton Torraca, então diretor de Obras de Dourados (MS), e Eleandro Passaia, que era secretário de Comunicação e delatou o esquema na cidade. Ambos falam sobre a comissão cobrada em empreendimentos feitos com recursos federais.
"O Delcídio não sabe que é 10%, por que ele quer só cinco? Ele é bonzinho demais"?, pergunta Passaia. "Não", diz Torraca, antes de iniciar uma explanação sobre a dificuldade de obter comissões altas em determinados tipos de obras.
"Aquelas casas que a Engepar está fazendo para o PAC [sic] dá 2% só porque não compensa, o custo não dá. (...). Estou numa briga para dar quatro, 5%. Já emenda de asfalto e drenagem dá para dar até dez sem problema nenhum", diz Torraca.
A conversa continua com uma menção ao então prefeito Ari Artuzi, que chegou a ser preso e morreu no ano passado: "A prefeitura vai pagar. Então, teoricamente, foi dividido e acertado esse negócio. Aí tem umas emendas do Delcídio..."  
 
"Aí o Delcídio fica com cinco e o Ari com cinco?", pergunta Passaia. Torraca confirma: "É." O colega prossegue: "De todos os 35 milhões?". Resposta: "Agora, é", diz o diretor de Obras.
Como aponta o inquérito, a comissão de 5% para o petista também foi mencionada em outra conversa: entre o empresário Eduardo Uemura, influente na prefeitura local, e Eleandro Passaia. No diálogo travado em 29 de junho de 2010, eles comentam que Delcídio teria reclamado por não ter recebido 75 000 reais cobrados de uma emenda de 1,5 milhão de reais destinada à compra de máquinas. Passaia também afirma que Delcídio e o então prefeito dividiram os 10% de comissão sobre uma obra de drenagem cujo valor era de 35 milhões de reais. 
Suplência – Em outro diálogo, Uemura disse que Delcídio negociou por 5 milhões de reais uma vaga de suplente em sua chapa. O próprio Uemura teria participado das negociações para que sua mãe, Helena Uemura, assumisse o lugar, mas as tratativas não avançaram por causa do valor considerado alto. Na conversa, Uemura afirma que a suplência era valiosa porque o petista deixaria o Senado para assumir um ministério ou se candidataria ao governo de Mato Grosso do Sul neste ano – a segunda hipótese se confirmou. "E se ele não for ministro?", indaga o interlocutor. O empresário responde que "ele tira na obra", o que aparentemente significa que o dinheiro pago pela suplência seria compensado com desvio de dinheiro de obras. 
VEJA

DATAFOLHA – Em 4 dias, diferença entre Aécio e Marina cai 4 pontos: 25% a 20%; Dilma segue com 40%; um 2º turno PT-PSDB volta ao horizonte. Ou: PT não muda a própria imagem, mas depreda a alheia

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Pois é… Em quatro dias, caiu quatro pontos a diferença entre os candidatos Aécio Neves, do PSDB, e Marina Silva, do PSB, que disputam uma das vagas no segundo turno da eleição presidencial. No levantamento feito pelo Datafolha nos dias 25 e 26, a diferença a favor da peessebista era de 9 pontos: 27% a 18%; agora, na pesquisa feita na segunda e nesta terça, é de apenas 5: 25% a 20%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, vejam que curioso: qualquer distância entre 1 ponto (23% a 22%) e 9 pontos (27% a 18%) está no intervalo possível. Mas é improvável que ela se situe num extremo ou noutro. Se a velocidade da possível queda de Marina se mantiver constante e a da possível ascensão de Aécio também, pode ser o tucano a disputar a etapa final com a petista.
Os demais candidatos somaram apenas dois pontos. Dizem que votarão em branco ou nulo 5% dos entrevistados, mesmo percentual dos que pretendem anular o voto. O Datafolha ouviu 7.520 entrevistados em 311 municípios. Vejam o gráfico publicado pelo Portal G1.
Datafolha 30.09 Portal G1
Em duas semanas, a diferença entre Marina e Aécio caiu 8 pontos: de 30% a 17% para 25% a 20%. Dilma, nesse período, variou na margem de erro: de 37% para 40%. Tudo indica que a hipótese que chegou a ser aventada há dois dias não vai se confirmar: havia quem visse a possibilidade de Dilma levar a disputa ainda no primeiro turno. A novidade da pesquisa do Datafolha é a possibilidade de uma troca de posições no segundo lugar. Observem que a situação de agora é muito parecida com a de 14 e 15 de agosto, antes do início do horário eleitoral.
Quando se veem os números do segundo turno, Aécio e Marina parecem estar em tendências opostas.Datafolha G1 2º turno
Ainda que discreta em 15 dias, há uma tendência de diminuição da diferença entre Dilma e Aécio: era de 10 pontos (49% a 39%); agora é de nove (50% a 41%), dentro da margem de erro. Ocorre que, na disputa com Marina, a vantagem da petista aumentou substancialmente: a ex-senadora aparecia na frente, com 46% a 44%; agora, está atrás: 41% a 49% — a candidata do PT subiu 5 pontos, e a do PSB caiu 5 — uma variação de 10 pontos contra a peessebista. De novo, a variação na comparação com os dados anteriores ao início do horário eleitoral indica pouca mudança.
Uma coisa, no entanto, sofreu forte alteração. A campanha negativa contra Marina surtiu, sim, efeito, e ela e seus estrategistas não conseguiram, até agora, furar o cerco. Vejam este gráfico do G1 com a rejeição aos candidatos.
Datafolha 30.09 rejeição
Dilma segue na liderança e variou pouco em um mês e meio: de 34% pra 31%, dentro da margem de erro. Isso indica que conquistou indecisos ou pessoas que iriam anular o voto, mas conseguiu mudar a opinião de bem pouca gente. Já a rejeição a Marina, no período, cresceu 127%, indo de 11% para 25%; Aécio foi de 18% para 23%. Finalmente, a avaliação do governo Dilma variou dentro da margem de erro em dois dias: os que acham o governo ruim ou péssimo foram de 22% para 23%; os que o consideram bom ou ótimo, de 37% para 39%, e a turma que o avalia como regular oscilou de 39% para 37%. Os números são os mesmos de antes do início do horário eleitoral.
Há um dado curioso nessa história toda: até agora, a campanha odienta do PT na televisão, vistos os números, não diminuiu substancialmente a rejeição a Dilma, não alterou quase nada o número dos que querem votar nela nem mudou a avaliação sobre o seu governo. Mas fez um estrago e tanto em Marina Silva e contribuiu bastante para dificultar a ascensão de Aécio.
Não deixa de ser o retrato desta disputa: o PT não veio para construir, mudar ou renovar. Veio para destruir. Não tem mais como falar bem de si mesmo. Restou-lhe apenas o papel de achincalhar os adversários.
Texto publicado originalmente às 20h25 desta terça
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/datafolha-em-2-dias-diferenca-entre-aecio-e-marina-cai-4-pontos-25-a-20-dilma-segue-com-40-um-2o-turno-pt-psdb-volta-ao-horizonte-ou-pt-nao-muda-a-propria-imagem-mas-depreda-a-alheia/