domingo 20 2014

Curiosidades sobre o humor

Homens X Mulheres


Uma pesquisa feita pelo neurocientista Robert Provine, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, mostrou que mulheres riem 126% mais que os homens. Elas riem mais quando conversam entre si, cerca de 40% das vezes. E as mulheres tendem a rir menos quando ficam mais velhas, ao contrário dos homens. O sexo feminino é mais atraído por homens que as façam rir. Já os homens preferem mulheres que apreciam bom-humor.

O animal mais engraçado do mundo

Pesquisas feita pelo psicólogo Richard Wiseman em seu projeto chamado LaughLab (O Laboratório do Riso) descobriram que o animal mais engraçado do mundo é o pato. Se ele aparecer em uma piada, fatalmente provocará risadas. O laboratório, que começou em 2001, também mostrou outros resultados interessantes: o dia mais engraçado do mês é o 15 e o horário mais engraçado do dia é às 18h03. 

Piadas por nacionalidade

A pesquisa de Wiseman também mapeou como funciona o humor de alguns países: os alemães achavam quase tudo divertido e os habitantes de países escandinavos sempre terminam suas piadas com um 'ha ha ha'. Os americanos exibem preferências por anedotas com insultos ou sarros, enquanto os europeus preferem piadas absurdas ou surreais.

Risadas por dia

De acordo com Scott Weems, rimos em média quinze a vinte vezes por dia e as risadas acontecem mais à tarde e à noite que de manhã — essa tendência é ainda mais forte entre os jovens.

Tipo de humor

Nos anos 1990, estudos feitos pelo pesquisador Arthur Asa Berger, professor da Universidade de São Francisco, listou 44 tipos diferentes de humor existentes no mundo, como sátira, ironia, besteirol ou humor negro. No fim da década, o pesquisador Willibald Ruch, da Universidade de Zurique, na Suíça, estabeleceu categorias mais abrangentes, em que cada um dos tipos poderia se encaixar: absurdo, sexual e soluções para incongruências. Para ele, uma boa piada tem elementos de cada uma das três categorias.

Ataque de riso

Um surto de risadas que durou dezoito meses atingiu, em 1962, uma região da Tanzânia, chamada Kagera. Ele começou em 30 de janeiro, quando três adolescentes de uma escola feminina começaram a rir. O surto se espalhou para todo o colégio, para a vila e passou para as cidades vizinhas. Ao todo, alunas de quatorze escolas não conseguiam parar de rir e, antes do fim do ano, pouco mais de mil pessoas foram "infectadas". Dezoito meses depois da primeira gargalhada, o surto foi contido. Uma das possíveis explicações para a histeria coletiva é que as risadas podem ter sido uma maneira de as garotas enfrentarem as difíceis situações sociais e os conflitos que viviam em suas cidades. 

Anedota de português

Todos os países do mundo caçoam de outras nacionalidades. Os russos fazem piadas com os ucranianos, os australianos com os habitantes da Tasmânia, os americanos com os italianos e os brasileiros com os portugueses. Essas piadas normalmente são críticas à inteligência, higiene ou grau de civilização. De acordo com Weems, elas não são aleatórias. Elas fazem humor com grupos sutilmente parecidos a nós e ajudam a aliviar o stress e a angústia de conviver em sociedades culturalmente plurais. Além disso, normalmente essas anedotas abordam valores importantes para quem faz a piada. Assim, quando dizemos que os portugueses são muito literais, mostramos que, para nós, é essencial compreender o que não é dito. 

Qual é a melhor maneira de viver? Se você não sabe a medida certa, não se preocupe.

SEM REGRAS


Qual é a melhor maneira de viver? A todo gás, como os beatniks? Ou na contemplação de um monge tibetano? Se você não sabe a medida certa, não se preocupe. Quase ninguém sabe.

Se algum dia alguém me encomendasse um livro de autoajuda seria muito simples. Seria um volume de umas 300 páginas. Todas em branco. E o texto estaria escrito no meio, bem no meio (o que deve ser na página 151), e diria: “Regra número um, não existem regras”. Ponto, parágrafo e outra linha.
Porque, como disse o poeta Antonio Machado, “Não existe caminho, se faz o caminho ao andar, e é só ao voltar o olhar para trás é que se vê a trilha que nunca mais se há de percorrer”. Os Titãs têm uma música chamada “Epitáfio” que explica com detalhes o que Machado deixou hermeticamente no ar. Cantam os Titãs: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais, e até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer. Queria ter aceitado as pessoas como elas são. Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração. O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído, o acaso vai me proteger enquanto eu andar. Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr. Devia ter me importado menos, com problemas pequenos, ter morrido de amor. Queria ter aceitado a vida como ela é, a cada um cabem as alegrias e a tristeza que vier. O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído. O acaso vai me proteger enquanto eu andar. Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr”. Ponto, parágrafo e outra linha.
Ou seja, quando é que menos é mais e o que é preciso para que, com muito menos, tudo valha a pena? Não tenho a certeza. Ouvi de Nizan Guanaes, um dos mais reconhecidos publicitários brasileiros, que “é da quantidade que sai a qualidade”. Ponto. “Sem transpiração não existe inspiração”, teria dito Picasso. Qual a medida certa? Não sei. Para alguns, as coisas acontecem em um piscar de olhos, para outros demoram uma vida inteira e quando acontecem é tarde demais. Culpa deles, culpa do alinhamento dos planetas que demorou para acontecer? Nunca se saberá. Vinicius de Moraes, sim, via as coisas claramente: “Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ser mais, mas sabe menos do que eu”. E não tem como discordar com o poeta (parece que apenas os poetas têm a chave da vida, que só eles a conseguem entender). Mas o que é viver? A todo gás, como os beatniks? Ou na contemplação de um monge tibetano? Ou no volante de um Fórmula 1? Ou cuidando de crianças com Aids em algum país africano? Ponto, parágrafo, atire a primeira pedra quem nunca pecou.
“Construímos muros demais e pontes de menos” é uma frase que gosto bastante. Infelizmente não me lembro de quem é. Mas parece feita sob medida para a cidade de São Paulo. No sentido figurativo, poético ou mesmo imediato e linear. Cheguei ao Brasil em 1970, não existiam os muros. As casas, acredite se quiser, não tinham muros. Zero. Quer dizer, um murinho baixo aqui, um outro ali. Quarenta anos depois a altura das paredes que rodeia as casas da cidade ultrapassa a do primeiro andar delas. Quando é que alguém vai descobrir que tem alguma coisa errada nisso? Quem está mais seguro: quem tem muro mais alto ou quem não tem?
DOSE CERTA
Só me resta mais uma frase, esta também não sei de quem é, guardada na gaveta e que me parece na medida certa para quem não sabe qual ela é: “Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência e quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão”. A única coisa que estraga ela, no meu modesto ponto de vista, é a palavra “sapiência”. Uma palavra que ninguém mais usa e que denota o academicismo do pensamento. Mas isso, nesta altura dos acontecimentos, não tem importância.
Se você não sabe sua medida, como dosar a intensidade a mais ou a menos para impulsionar sua vida, não se preocupe. Quase ninguém sabe. Ponto. Parágrafo final.
JR Duran.