sábado 18 2014

Dedo de Cristo Redentor será restaurado

Rio de Janeiro

Monumento foi atingido por um raio da noite da última quinta-feira

Monumento do Cristo Redentor será restaurado apór ter sido atingido por raio
Monumento do Cristo Redentor será restaurado apór ter sido atingido por raio (Antonio Lacerda/EFE)
Atingido por um raio na noite da última quinta-feira, o dedo médio da mão direita do Cristo Redentor (aquele popularmente conhecido como "pai de todos") será restaurado a partir da próxima terça-feira. A restauração será feita com incentivos da Lei Rouanet e pelo Instituto do Patrimônio  Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "A parte atingida foi muito pequena e não se trata de problema muito relevante, a não ser pelo valor histórico do monumento", avaliou a coordenadora de comunicação do Cristo Redentor, Nice Rodrigues.
Verba de 1,8 milhão de reais já havia sido aprovada em março do ano passado para recuperar a mão do monumento, então atingida por outro raio. A mesma verba será usada para restaurar o novo dano. 
O Cristo tem uma proteção especial contra raios na cabeça e a descarga elétrica atingiu superficialmente somente a parte da mão que fica virada de frente para a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A assessoria do Cristo Redentor brincou com a história de que raios não caem duas vezes no mesmo lugar: "No Cristo eles caem".
Como a visita ao Monumento ao Cristo Redentor aumenta bastante nesta época do ano e as chuvas de verão atingem muito a região do Parque Nacional da Tijuca, onde fica a estátua, os próprios funcionários que trabalham no Cristo são treinados para orientar os turistas a descer em caso de ameaça de chuva forte.
Raios são vistos próximos à estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
Raios são vistos próximos à estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro - Yasuyoshi Chiba/AFP
Relâmpagos vistos sobre o Cristo Redentor no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (14)
Relâmpagos vistos sobre o Cristo Redentor no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (14) - Yasuyoshi Chiba/AFP
Raios são vistos próximos à estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
Raios são vistos próximos à estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro - Marcello Dias/Futura Press
Raios são vistos próximos à estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
Raios são vistos próximos à estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro - Antonio Lacerda/EFE
Temporal com muitos raios fechou o dia no Rio de Janeiro
Temporal com muitos raios fechou o dia no Rio de Janeiro - Luis Alvarenga/Agência O Globo
Relâmpago ilumina o céu sobre o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro
Relâmpago ilumina o céu sobre o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro - Leo Correa/AP

Glúten: ruim para quem?

Alimentação

Vilã da vez na nutrição, a proteína tem sido eliminada da dieta de muita gente. Mas tirar o pão da mesa não é necessariamente benéfico à saúde

Vivian Carrer Elias
Pão
Alimentação: deixar de comer glúten pode ajudar a emagrecer pela redução no consumo de carboidrato, não pela ausência da proteína (Thinkstock)
Depois do ovo, da carne vermelha e da frutose, chegou a vez do glúten, proteína presente em trigo, centeio e cevada, assumir o posto de vilão da saúde. Enquanto celebridades atribuem seus corpos magros à dieta sem glúten, alguns especialistas iniciaram um movimento para provar que a proteína faz mal e está ligada ao aumento de casos de doenças graves, como as cardíacas e o Alzheimer. Boa parte do que se alardeia sobre a proteína, por enquanto, é especulação – o glúten não engorda e a ciência ainda não comprovou que ele provoque Alzheimer, por exemplo. Por que, então, alimentos tão comuns como macarrão, pão e molhos passaram a ser considerados uma ameaça à saúde?

O ataque ao pãozinho é consequência da proliferação das dietas desintoxicantes. Elas ganharam força em meados de 2005, incentivadas por livros como Dr. Joshi's Holistic Detox: 21 Days to a Healthier, Slimmer You - For Life (Desintoxicação holística do doutor Joshi: 21 dias para ter mais saúde e magreza – para a vida, em tradução livre), do terapeuta holístico inglês Nishi Joshi. O glúten é um dos alimentos proibidos de uma longa relação. No Brasil, o programa detox é defendido por alguns nutricionistas, especialmente de uma corrente chamada funcional – baseada em alimentos não só saudáveis, mas especificamente indicados para a prevenção de males. Entre linhas mais ortodoxas da nutrição, essa dieta não tem tanto crédito. Entre os médicos, é raro quem a defensa – afinal, não há evidências científicas contundentes de que funcione.

A lista de mulheres famosas adeptas da dieta glúten-free é extensa. Vanessa Giácomo declarou que tirou a proteína da alimentação para "desinchar o corpo" antes de interpretar a personagem Aline, da novela Amor à Vida. O mesmo fez Juliana Paes para voltar à forma depois de dar à luz o primeiro filho, assim como Luciana Gimenez, após o parto do caçula. No exterior, Miley Cyrus e Lady Gaga atribuíram a magreza a uma alimentação sem glúten, enquanto Gwyneth Paltrow, notória militante de um estilo de vida saudável, lançou em 2013 um livro com receitas glúten-free.

O glúten tem algumas particularidades que o desfavorecem. Ele está presente em diversos alimentos ricos em carboidratos e com alto índice glicêmico (que elevam a taxa de açúcar no sangue), como pizza e biscoitos, que podem engordar e aumentar o risco de diabetes. Essas consequências, porém, não são desencadeadas pelo glúten em si, e sim pelo açúcar do carboidrato. Logo, não adianta eliminar essa proteína da dieta e continuar consumindo comidas como arroz branco e batata. "Se uma pessoa está acima do peso, não é porque está comendo glúten. E, se emagrece com a dieta sem glúten, não é pela ausência dele, mas pela redução do consumo de carboidrato", diz Vera Lúcia Sdepanian, chefe da disciplina de gastroenterologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O glúten, é verdade, pode ser prejudicial ao organismo – mas, comprovadamente, apenas entre aqueles que sofrem de doença celíaca, que afeta uma em cada 200 pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia, caso da atriz Ísis Valverde. Quando um celíaco consome glúten, seu sistema imunológico reconhece a proteína como um inimigo e reage contra ela. Esse ataque atinge o intestino delgado e prejudica a absorção de nutrientes.
Há, ainda, pessoas que não sofrem de doença celíaca, mas que têm intolerância ao glúten. Elas passam mal quando consomem a proteína (diarreia e gases são sintomas comuns), mas não têm o intestino danificado e não sofrem de uma doença crônica. Esse quadro pode aparecer em qualquer um e em qualquer fase da vida, mas ainda não está claro o motivo pelo qual isso acontece.
Para o restante da humanidade, ainda não se provou que comer um prato de macarrão prejudique a saúde. "O glúten é uma proteína complexa, mas o tubo digestivo de pessoas livres de doença celíaca está totalmente preparado para digeri-lo sem qualquer problema", diz Flávio Steinwurz, gastroenterologista do Hospital Albert Einstein e do Colégio Americano de Gastroenterologia. "Se o glúten prejudicasse a absorção de nutrientes no intestino de todas as pessoas, estaríamos todos desnutridos."
Do ponto de vista nutricional, não há problema em retirar o glúten da dieta. É possível, até, que esse hábito melhore a qualidade da alimentação, uma vez que o indivíduo pode substituí-lo por opções saudáveis como frutas e legumes. "Se uma pessoa consome muitos alimentos com glúten, talvez deixe de comer outros com melhor oferta de nutrientes. Mas se variar a dieta, mesmo consumindo glúten, todas as necessidades do organismo serão cobertas", afirma Steinwurz.
Antes de retirar alimentos com glúten da dieta, é importante ter um diagnóstico médico sobre a presença ou não de doença celíaca. Um estudo da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, publicado em 2012, estimou que 75% dos celíacos não sabem que têm a doença – e que a maioria das pessoas que resolvem seguir uma dieta sem glúten não recebeu o diagnóstico da condição.
Segundo Vera Lúcia, deixar de ingerir glúten pode dificultar a detecção da doença, já que o exame de sangue não vai conseguir identificar a presença de anticorpos que só aparecem quando há contato com a proteína. A importância do diagnóstico está no tratamento: celíacos não podem consumir alimentos com glúten ou que tiveram algum contato com a proteína. As complicações da doença incluem osteoporose, problemas de tireoide e até alguns tipos de câncer.
Vida sem grãos — Um livro publicado em setembro de 2013 nos Estados Unidos é um dos que responsabilizam o glúten por uma série de problemas de saúde. Grain Brain: The Surprising Truth About Wheat, Carbs, and Sugar – Your Brain’s Silent Killers (Cérebro de Grão: A Surpreendente Verdade Sobre o Trigo, Carboidrato e Açúcar - Os Assassinos Silenciosos do seu Cérebro, em tradução livre), do médico David Perlmutter, está há quinze semanas na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.
Perlmutter defende que todas as pessoas deveriam deixar de comer grãos, que ele associa a alimentos ricos em carboidratos e com alto índice glicêmico. "Os carboidratos estão no pilar das principais doenças degenerativas, como Alzheimer, doenças cardíacas e até câncer. Sabemos que mesmo pequenas elevações na taxa de açúcar no sangue estão fortemente associadas a essas condições. Então, se devemos controlar essa taxa por meio da alimentação, precisamos comer menos carboidratos. É o que a nossa ciência mais respeitada está dizendo”, disse o médico em entrevista à revista The Atlantic, em dezembro de 2013.
De fato, sobram pesquisas que associam uma dieta rica em carboidratos e altos índices de açúcar no sangue a diferentes doenças. Para citar dois exemplos: um estudo publicado na revista Neurology em outubro do ano passado concluiu que muito açúcar no sangue pode causar problemas de memória. Outra pesquisa, feita pela Universidade Yeshiva, nos Estados Unidos, indicou que índices elevados de açúcar no sangue estão associados ao aumento nos riscos de câncer colorretal em mulheres. 
A relação estabelecida por Perlmutter, no entanto, ainda prescinde de informação científica concludente a corroborá-la. Não há estudos que comprovem que o glúten seja o responsável pelas doenças cujo número de diagnósticos mais cresce da atualidade. É preciso ter cautela ao culpar apenas uma proteína por uma série de problemas que têm estrita relação com fatores como sedentarismo, obesidade, stress e tabagismo – esses, sim, comprovadamente vilões.

Quem deve manter distância do glúten?

Qualquer pessoa com algum tipo de sensibilidade ao glúten deve evitar a proteína, especialmente se sofrer de doença celíaca. O organismo de celíacos reconhece o glúten como uma ameaça. Ao entrar em contato com a proteína, o sistema imunológico desses indivíduos ataca estruturas do intestino, o que prejudica a absorção de nutrientes. Por isso, são proibitivos para celíacos alimentos que contenham ou que tenham entrado em contato com o glúten – uma fatia de queijo que tenha encostado em uma de pão, por exemplo. Além disso, existem pessoas que não sofrem de doença celíaca, mas se tornam intolerantes ao glúten. Nesses casos, o consumo da proteína causa sintomas como diarreia aguda e gases. Embora esse quadro seja menos grave do que a doença celíaca, também exige que o indivíduo diminua ou evite completamente o consumo de alimentos com glúten.


É possível desenvolver intolerância ao glúten na vida adulta?

Segundo Flávio Steinwurz, gastroenterologista do Hospital Albert Einstein, a doença celíaca é geneticamente determinada e costuma se manifestar aos dois anos de idade, quando a criança começa a consumir cereais. A condição também pode aparecer em adultos. Nesses casos, a doença talvez já existisse na infância, mas sem sintomas tão aparentes. Já a intolerância ao glúten em pessoas sem doença celíaca pode surgir a qualquer momento. A causa desse fenômeno ainda é desconhecida.


A dieta sem glúten é benéfica a todos?

Deixar de comer glúten é, definitivamente, essencial para o bem-estar de pessoas com doença celíaca ou outro tipo de intolerância à proteína. Para os demais indivíduos, a medida é desnecessária. Segundo o gastroenterologista Flávio Steinwurz, todas as pessoas livres de intolerância ao glúten conseguem digerir uma fatia de pão perfeitamente. Mas evitar a proteína implica deixar de comer alimentos como massas, pizza e bolachas, que são calóricos e gordurosos, aumentando a chance de uma troca por comidas mais saudáveis. "É possível que a pessoa emagreça, mas não diretamente pela falta de glúten, e sim pela redução do consumo de carboidratos”, diz Vera Sdepanian, gastroenterologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


O glúten engorda?

O glúten, em si, não é calórico. Mas, como ele faz parte da composição de uma série de alimentos calóricos – como macarrão, pão, pizza, bolacha e molhos –, é possível que, ao cortar a proteína da dieta, uma pessoa consiga emagrecer. Não fará diferença na balança, é claro, se a substituição for feita por alimentos calóricos.


Alimentos com glúten viciam?

Segundo o gastroenterologista Flávio Steinwurz, o glúten não causa dependência.  "Quando um paciente é diagnosticado com doença celíaca e informado sobre os benefícios de tirar o glúten da dieta, não observamos neles abstinência à proteína. É diferente de tirar o chocolate da alimentação de um chocólatra. O chocolate, sim, vicia, já que estimula a produção de serotonina no organismo (neurotransmissor que pode desencadear sensação de prazer e bem-estar)", diz.


Como uma pessoa sabe se tem intolerância ao glúten?

É preciso atenção aos sintomas e um diagnóstico médico antes de adotar qualquer mudança na alimentação. Os sintomas da doença celíaca aparecem quando a condição já atingiu o intestino e prejudicou a função digestiva. Eles incluem diarreia crônica, inchaço do abdome, anemia, vômitos, enxaqueca, perda de peso e unhas e cabelos quebradiços. O diagnóstico da doença pode ser feito por exame de sangue que analisa anticorpos associados à condição. Se o teste indicar a moléstia, é feita uma biópsia do intestino delgado para confirmá-la. Já a intolerância ao glúten não celíaca é constatada através dos sintomas, principalmente diarreia aguda e inchaço abdominal após a ingestão da proteína.

Estudo mostra relação entre pesticida e desaparecimento de abelhas

Mundo Animal

A causa do sumiço drástico dos insetos intriga pesquisadores e criadores

abelhas
Desaparecimento drástico de abelhas, além de prejudicar a produção de mel, traz danos para agricultura (Frank Rumpenhorst/AFP)
Experimentos realizados por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard encontraram relação entre o uso de inseticidas comuns e o Colapso das Colmeias (termo conhecido em inglês como Colony Colapse Disorder ou CCD), fenômeno onde abelhas abandonam suas colmeias. A pesquisa será publicada na edição de junho da revista Bulletin of Insectology.

Glossário

COLAPSO DAS COLMEIAS
Chamado de Colony Colapse Disorder (CCD) em inglês, trata-se de um fenômeno onde abelhas abandonam suas colmeias deixando para trás suas crias e comida. O CCD atinge principalmente os Estados Unidos e começou a ser notado no final de 2006. Não se sabe ao certo porque acontece esse esvaziamento das colmeias, já que normalmente elas são encontradas vazias, com pouca ou nenhuma abelha morta. 
Partindo da hipótese de que o inseticida imidacloprid é responsável por aumentar o desaparecimento de abelhas, cientistas estudaram o comportamento desses insetos quando expostos ou não à substância. O experimento foi realizado em Worcester County, no estado americano de Massachusetts. 
Como o imidacloprid é bastante utilizado em plantações de milho dos EUA, as abelhas poderiam entrar em contato com essa substância através do néctar das plantas ou do xarope de milho, utilizado por apicultores para alimentá-las.
Em um período de 23 semanas, os pesquisadores monitoraram abelhas um total de 20 colmeias espalhadas em quatro campos distintos. A distância entre os campos era de 12 quilômetros e foram colocadas cinco colmeias em cada um. Quatro receberam diferentes níveis do inseticida e uma não teve contato com a substância. Até 12 semanas de dosagem de imidacloprid, não houve alteração nas colmeias. Passadas as 23 semanas, 15 das 16 colméias tratadas com o pesticida foram extintas enquanto as outras quatro, que não receberam doses da substância química, continuaram vivas. As primeiras a serem exterminadas foram aquelas expostas ao mais alto nível da substância química.
De acordo com o pesquisador, as características da morte das colmeias é condizente com o CCD. Após o desaparecimento das abelhas, foram encontrados apenas armazenamento de comida, pólen e jovens abelhas próximas de um pequeno grupo de abelhas mortas, caracterizando uma situação de abandono. Quando são outras as causas responsáveis pelo colapso de colmeias, como doença ou peste, é comum encontrar um grande número de abelhas mortas dentro e fora das colmeias afetadas. O experimento permitiu ao professor concluir que não é necessária uma grande quantidade do inseticida para afetar as abelhas "Nosso experimento usou quantidades de pesticida abaixo das normalmente encontradas no ambiente", justifica.
Para Lu, o sumiço das abelhas não prejudica apenas os apicultores. Ele defende que descobrir a fundo os causadores do CCD é essencial já que, além de produzirem mel, as abelhas são as principais polinizadoras de aproximadamente um terço da safra dos Estados Unidos, incluindo plantações de frutas, vegetais, castanhas e de matérias-primas para produção de ração, como alfafa e trevo. O pesquisador prevê que o desaparecimento desses insetos poderia resultar na perda de bilhões de dólares para a agricultura.
Estudos semelhantes — Um grupo de pesquisadores franceses realizou recentemente outra pesquisa para relacionar o uso de inseticidas com o CCD. Os cientistas fizeram uma comparação entre dois grupos de abelhas, um sem contato com pesticida e um segundo que recebeu doses de thiamtethoxam (substância pertencente à mesma classe de inseticidas doimidacloprid, os neonicotinoides). Os dois grupos de abelhas foram afastados de suas colmeias e as que receberam doses de inseticida tiveram mais dificuldade para voltar para casa. O estudo é intitulado A commom pesticide decreases foragind success and survival in honey beese foi publicado na revista Science em março deste ano.

Cientistas colocam sensores em 5.000 abelhas para monitorar sua localização

Inovação

O objetivo é descobrir as causas que podem ter levado à redução da população desses insetos nos últimos anos

Pequeno sensor vai permitir que os pesquisadores monitorem a atividade das abelhas em tempo real
Pequeno sensor vai permitir que os pesquisadores monitorem a atividade das abelhas em tempo real (CSIRO)
Cientistas australianos estão colocando pequenos sensores em abelhas para monitorar sua localização em tempo real e estudar as causas que podem ter levado à redução da população desses insetos nos últimos anos. As abelhas são uma parte fundamental da produção de alimentos em todo o mundo, por participarem da polinização de diversos tipos de plantações.
As informações captadas pelos sensores, implantados nos animais por pesquisadores do  Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, na Austrália, serão enviadas para uma base, onde os pesquisadores poderão visualizar as informações das 5.000 abelhas monitoradas para entender como elas se movem pela região. Como as abelhas-operárias costumam seguir o mesmo padrão de atividade diariamente, uma mudança em sua locomoção pode indicar uma perturbação ambiental.
Se uma alteração for observada, os pesquisadores poderão imediatamente estudar o local em busca de ameaças à vida desses insetos. Algumas hipóteses são que os pesticidas ou a poluição podem estar tornando as abelhas mais vulneráveis a parasitas, diminuindo sua população.
"Cerca de um terço de todo o alimento que consumimos depende da polinização, e este é um serviço que as abelhas nos dão de graça", afirma Paulo de Souza, pesquisador envolvido no projeto. Marcar as abelhas é a apenas a primeira parte do projeto. Os cientistas pretendem criar sensores menores, para serem utilizados em outros insetos, como as moscas, e torná-los sensíveis às condições ambientais, como temperatura e presença de gases atmosféricos.

Janot reconhece indícios de propina no caso do cartel em SP

Política

A afirmação consta de documento enviado em 7 de janeiro ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do inquérito que apura ação de cartel no setor de trens e metrô em São Paulo entre 1998 e 2008

Rodrigo Janot
Janot, procurador-geral da República: parecer aponta indícios de propina em cartel (Victor Moriyama/Folhapress)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao Supremo Tribunal Federal que há "fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo". A afirmação consta de ofício enviado em 7 de janeiro ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do inquérito 3815, que apura ação de cartel no setor de trens e metrô em São Paulo entre 1998 e 2008 — governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
No documento, Janot pede a Marco Aurélio que envie à Procuradoria-Geral o depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, único elemento que justifica a manutenção do caso no Supremo por citar envolvimento de quatro deputados federais, que têm foro privilegiado, com o cartel.
Em delação premiada, Rheinheimer acusa de receberem propina os hoje secretários estaduais e deputados federais licenciados Edson Aparecido (PSDB), José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), assim como o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Quando os autos foram encaminhados a Janot, para que ele desse seu parecer a respeito da manutenção ou não do caso no âmbito do Supremo, Marco Aurélio não enviou a delação. Por isso Janot escreveu ao ministro e fez as considerações a respeito da gravidade do caso. O parecer do procurador-geral da República sobre a continuidade da investigação no Supremo ainda não foi dado.
No ofício em que pede o conteúdo da delação, Janot diz que precisa dela para poder opinar, uma vez que não havia como apreciar, "com a segurança devida, os elementos que supostamente indiquem a participação de detentores de prerrogativa de foro nas práticas delitivas".
Em 11 páginas, ele faz um resumo dos principais trechos do inquérito. Lista as denúncias de cartel e corrupção envolvendo a Siemens e a multinacional francesa Alstom nos setores elétrico e metroferroviário, relata as quebras de sigilo bancário e fiscal que constam do processo, os depoimentos e os bens já bloqueados.
Para fundamentar a afirmação de que "há fortes indícios de corrupção", Janot usa três dos depoimentos colhidos pela Polícia Federal. Um deles é o do ex-diretor da CPTM Benedito Dantas Chiaradia, que disse ter ouvido de pessoas do setor metroferroviário relatos de pagamento de propina a agentes públicos. Segundo Chiaradia, os relatos davam conta que o consultor Arthur Teixeira intermediava a formação de cartéis e viabilizava a propina.
O procurador usa o relato do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, titular da pasta durante parte do período do cartel, que disse ter ficado "indignado" com a descoberta de que o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni tinha dinheiro não declarado em contas bancárias na Suíça. Fernandes declarou que Teixeira é lobista do setor metroviário.
Janot destaca o depoimento do doleiro Marco Antonio Cursini, que contou ter feito diversas operações de dólar cabo para Teixeira, por meio das quais internalizava valores de contas dele na Suíça. O procurador diz que documentos da Suíça apontam o trânsito de valores por paraísos fiscais, "tudo para ocultar a origem e destino das transações financeiras ilícitas".
O ministro Marco Aurélio sempre decide pelo desmembramento dos casos com detentores de foro privilegiado. Com isso, apenas os quatro citados com foro devem continuar a ser investigados em Brasília. A investigação contra os outros citados voltaria a ser feita por São Paulo. "Tenho procedimento que é único. Na ação penal 470 (mensalão) insisti até o fim pelo desmembramento." Ele prega a publicidade. "Neste caso os autos correm na totalidade em segredo de Justiça. Não cabe o sigilo linear, mas sobre peças. O restante do inquérito deve correr com publicidade, inclusive quanto ao lançamento dos nomes dos investigados. É um erro a imprensa não ter acesso." 
(Com Estadão Conteúdo)

Aves voam em conjunto para economizar energia, diz estudo

Natureza

Pesquisa comprovou que a formação em 'V', característica do voo de animais como gaivotas e patos, é o mecanismo perfeito para poupar esforço

Northern Bald Ibises (Geronticus eremita) flying in formation
Pássaros íbis (Geronticus eremita) voando em conjunto - Markus Unsöld/Nature

Northern Bald Ibis (Geronticus eremita) flying in Tuscany.
Íbis (Geronticus eremita) - Markus Unsöld

Northern Bald Ibises (Geronticus eremita) flying in formation next to a microlight.
Os pesquisadores da Universidade de Londres usaram ultraleves para ensinar as aves a voar em conjunto - Markus Unsöld/Nature

Ibis (Geronticus eremita)
Íbis (Geronticus eremita) seguindo o ultraleve dos pesquisadores - Nature Video

Ibis (Geronticus eremita)
Ibis (Geronticus eremita), ave que revelou aos pesquisadores o porquê do voo em 'V' - Nature Video

Ibis (Geronticus eremita)
Íbis (Geronticus eremita) voando em conjunto - Nature Video


Uma equipe de cientistas desvendou o segredo do voo dos pássaros em conjunto. No estudo, publicado na revista Nature na última quinta-feira, os pesquisadores liderados pelo Royal Veterinary College, da Universidade de Londres, mostram como a formação em "V" característica de aves migratórias é a estratégia ideal para poupar energia.
Para comprovar que o voo das aves é feito com sincronia, precisão e eficácia, a equipe desenvolveu sensores especiais para captar a velocidade, direção e batida das asas de catorze íbis criados em cativeiro no zoológico de Viena, na Áustria. Em ultraleves, alguns dos pesquisadores ensinaram aos pássaros a voar em conjunto e seguiram com eles em uma rota migratória da Áustria à Itália. 
Com os dados recebidos pelos sensores acoplados às aves durante o voo, foi possível analisar como os pássaros posicionam-se no ar em pontos específicos que favorecem o menor esforço. A ave de trás aproveita o movimento ondulatório do ar provocado pelas asas da ave da frente. Ou seja, o primeiro pássaro faz a maior parte do esforço do bando – e é por isso que os pássaros se revezam em quem toma a dianteira do voo. As asas entram em sincronia para que o bando possa voar usando o menor esforço possível. Isso seria importante para longos voos, como as migrações.
"Os complicados mecanismos envolvidos no voo de formação em ‘V’ indicam que as aves têm conhecimentos e habilidades notáveis para responder às trajetórias feitas pelas asas à frente", afirmou Steve Portugal, pesquisador do Royal Veterinary College. 


Raios atingem Cristo Redentor e dedo de monumento é danificado


Na próxima terça-feira, 21, uma reforma será feita para reparar o dano



Uma foto batida durante o temporal, mostra a quantidade de raios que podem ter atingido o monumento nesta quinta-feira (AFP PHOTO/YASUYOSHI CHIBA)
Uma foto batida durante o temporal, mostra a quantidade de raios que podem ter atingido o monumento nesta quinta-feira

Raios que caíram durante a tempestade que atingiu o Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 16, atingiram a mão direita da estátua do Cristo Redentor, na zona sul do Rio, e uma placa de mármore com informações históricas sobre o monumento. Não foi o primeiro episódio desse tipo. Em 2009, por exemplo, outro raio causou danos na estátua.

Segundo a Paróquia Cristo Redentor, o terceiro dedo da mão direita da estátua foi atingido, danificando a pedra sabão com que o momento foi feito. Uma placa de mármore também foi alvo dos raios e sofreu danos maiores, segundo a paróquia.

Uma reforma começa na próxima terça-feira, 21, para reparar o dano. Segundo a paróquia, a obra já estava prevista e contratada antes da chuva de anteontem. A Igreja não soube informar o valor que será gasto com a obra.

Mais Raio Atinge Cristo Redentor no Rio