segunda-feira 06 2014

Carga tributária por habitante cresceu 277,3% nos últimos 14 anos

Impostos

Segundo o levantamento do Instituto Assaf, brasileiros pagaram, em média, 7,8 mil reais em impostos em 2013

Produção de cédulas de notas de 50 reais na Casa da Moeda no Rio de Janeiro
Impostos: carga tributária avança mais que a inflação e o PIB (Marcelo Sayão/EFE)
A carga tributária per capita anual cresceu 277,3% entre 2000 (quando era de 2.086,21 reais) e 2013, quando chegou a 7.872,14 reais, de acordo com uma pesquisa do Instituto Assaf, que analisa a carga tributária brasileira, com base nos dados do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo o levantamento, nos últimos 14 anos a carga tributária brasileira anual saltou de 350 bilhões de reais em 2000 para 1,53 trilhão de reais até 13 de dezembro de 2013 - um aumento de 334%.
O estudo aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) no período de 2000 a 2012 cresceu 273,3%. Na mesma base de comparação, o aumento na carga tributária per capita foi de 284,3%. "Se analisarmos a carga tributária como porcentual do PIB, esses impostos representam 35,3%. Em 2000 este porcentual era de 30,4%", diz o levantamento.
De acordo com o Instituto Assaf, o avanço dos sistemas de fiscalização da Receita Federal no combate à sonegação teve papel relevante no aumento da carga tributária.
O estudo também avaliou a evolução do salário mínimo — o valor passou de 151 reais em 2000 para 678 reais em 2013, um aumento de 349%. No início deste ano, o mínimo subiu para 724 reais. O levantamento destaca que a inflação no mesmo período (2000 a 2013) medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 137,9%, "o que deixa o aumento real do salário mínimo em 88,8%", informa o estudo.
(Com Estadão Conteúdo)

BNDES vai gastar R$ 234 milhões para construir novo prédio no centro do Rio

Rio de Janeiro

O novo edifício deve abrigar, segundo informou o banco, cerca de 700 funcionários, que atualmente dão expediente em escritórios no edifício Ventura, um complexo comercial de 18 andares alugados pelo banco

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira que prevê um gasto de 234 milhões de reais para construir um novo edifício na Avenida República do Paraguai, em área contígua à sede da estatal, no Centro do Rio de Janeiro. O banco também estima desembolsar 50 milhões de reais em contrapartidas, que serão ainda especificadas pela prefeitura da cidade, com o financiamento de projetos de preservação do patrimônio histórico na região. A previsão é de que o novo prédio tenha 400 vagas de garagem.
O novo edifício deve abrigar, segundo informou o banco, cerca de 700 funcionários, que atualmente dão expediente em escritórios no edifício Ventura, um complexo comercial em que o banco ocupa 18 andares. O gasto atual do BNDES com o aluguel do Ventura é de 6 milhões de reais por mês, de acordo com o superintendente de administração da instituição, Carlos Roberto Haude.
Cerca de 38% do terreno onde será erguido o novo edifício pertencem à Fraternidade Franciscana Secular São Francisco de Assis. O restante da área já é do BNDES. O banco contratou laudos de avaliação da Bolsa de Imóveis do Rio de Janeiro e da empresa Hilco para estimar o valor da área. No acordo, foi considerada uma média das duas avaliações, de 34,611 milhões de reais.
Pelo terreno, o BNDES vai pagar cerca de 4,9 mihões de reais em 24 parcelas para a Fraternidade Franciscana. A irmandade terá 5,46% de participação no futuro prédio, e receberá também aluguel pelo uso de sua parte no edifício.
Em coletiva na tarde desta segunda-feira, o BNDES justificou o investimento com a necessidade de permitir a reintegração da equipe do banco em um mesmo conjunto arquitetônico. Segundo comunicado distribuído pelo banco, a obra "trará também benefícios à sociedade, apoiando a revitalização do Centro do Rio e o aproveitamento de vazios urbanos".
Para conseguir liberar a construção na altura necessária para o projeto, a Prefeitura do Rio encaminhou projeto de lei complementar para a Câmara Municipal em 2009 que alterava o limite anterior para a área. A mudança foi aprovada em maio de 2013, permitindo a construção com até 42 metros acima do nível do mar. A nova legislação, no entanto, impede que a construção ultrapasse a cimeira da Igreja de São Francisco, presente na mesma região.
O projeto vai ser colocado em audiência pública no dia 27 de janeiro. Em fevereiro, o banco espera dar início ao concurso para escolher o escritório de arquitetura responsável pelo projeto.Serão 3.400 metros quadrados em cada andar. Vão ser transferidos para o novo prédio o Centro de Informação e Conhecimento, o Centro de Documentação, o Centro de Memória, o Centro de Estudos Rômulo Almeida, o Centro Internacional Celso Furtado e escritórios do edifício Ventura. O BNDES diz que a obra já possui pareceres favoráveis do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. A previsão é que a obra comece em 2016 e acabe em 2019.

Todo ouvidos

Veja.Com

Mudança no formato
Mudança no formato
ANTT anda trabalhando para evitar novos fiascos para 2014. O governo se convenceu de que o antídoto contra eventuais micos virá da ampliação do diálogo com o mercado. No pacote de concessões de ferrovias, a exemplo do que ocorreu na reta final das concorrências das rodovias, o setor privado será mais ouvido.
ANTT e Casa Civil estão finalizando um modelo em que os próprios grupos interessados apresentariam um projeto de concessão. O governo escolheria o mais alinhado com seus objetivos em cada ferrovia e abriria o leilão. Concluído o processo, o autor do projeto licitado receberia pelo serviço prestado, sendo ou não o vencedor da concorrência.
Os técnicos da ANTT consideram a etapa de linhas férreas extremamente delicada. Ao contrário das rodovias, muitos trechos precisarão ser totalmente construídos.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/?p=1088829?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&

Arqueólogos identificam tumba de faraó

Egito

Sobekhotep I, fundador da 13ª dinastia do Antigo Egito, viveu há 3.800 anos

Sarcófago do Faraó Sobekhotep I em Abydos, no Egito
Imagem divulgada pelo Conselho Supremo de Antiguidades do Egito mostra a câmara onde foi localizado o sarcófago do Faraó Sobekhotep I, em Abydos, no Egito (AFP/SCA)
Arqueólogos americanos identificaram o sarcófago do faraó Sobekhotep I, que se acredita ter sido o fundador da 13ª dinastia do Antigo Egito, há 3.800 anos. A tumba pesando cerca de 60 toneladas foi descoberta no sítio arqueológico de Abydos, no Egito, há aproximadamente um ano, mas a equipe de pesquisadores ainda não tinha conseguido identificá-la.

Na última semana, os cientistas encontraram uma inscrição com o nome do faraó, representando-o sentado no trono. "O faraó governou o Egito durante quatro anos e meio, o reinado mais longo da época", afirma Ayman El-Damarani, autoridade do ministério egípcio das antiguidades, que anunciou a descoberta.

Apesar de sua importância, os especialistas têm poucas informações a respeito do faraó. A descoberta ajudará a revelar mais detalhes sobre a vida e os hábitos do governante. No local, considerado um dos mais importantes sítios arqueológicos do Alto Egito, os arqueólogos também encontraram urnas funerárias usadas para preservar vísceras e objetos de ouro pertencentes a Sobekhotep I.
(Com AFP)

Fóssil revela que plantas se reproduzem da mesma forma há mais de 100 milhões de anos

Botânica

Descoberta foi feita a partir de flores preservadas em âmbar durante o processo de formação de sementes

Flor do Período Cretáceo: fóssil encontrado em Mianmar, na Ásia
Flor do período Cretáceo: fóssil encontrado em Mianmar, na Ásia (Cortesia/Oregon State University)
Cientistas encontraram a mais antiga evidência de reprodução sexuada de plantas com flores: um conjunto com dezoito pequenas flores do período Cretáceo (compreendido entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás, aproximadamente), preservadas em um pedaço de âmbar de 100 milhões de anos. Uma dessas flores, de uma espécie hoje extinta, foi imortalizada no meio do processo de geração de sementes. Segundo os pesquisadores, a reprodução parece ser idêntica a das angiospermas atuais (as plantas cujas sementes são protegidas por frutos). A descoberta foi descrita em um artigo publicado no periódico Journal of the Botanical Institute of Texas.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Micropetasos, A New Genus Of Angiosperms From Mid-Cretaceous Burmese Amber

Onde foi divulgada: periódico Journal of the Botanical Institute of Texas

Quem fez: George O. Poinar, Kenton L. Chambers e Joerg Wunderlichen

Instituição: Universidade do Estado do Oregon, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores descobriram um fóssil em âmbar contendo flores do período Cretáceo, que mostram que a reprodução dessas plantas ocorre da mesma forma há mais de 100 milhões de anos.
Como diversas plantas e insetos já encontrados em âmbar, um tipo de resina endurecida e resistente ao tempo e à água, as flores estão bem conservadas. Imagens microscópicas mostraram tubos saindo de dois grãos de pólen e penetrando o estigma da flor, a parte receptora do sistema reprodutivo feminino. Esse processo iniciaria a formação das sementes.
"Em flores do período Cretáceo nós nunca tínhamos visto um fóssil que mostrasse um tubo polínico realmente entrando no estigma. Essa é a beleza de fósseis de âmbar: eles são preservados tão rapidamente após entrar na resina, que estruturas como grãos de pólen podem ser detectadas com um microscópio", afirma George Poinar, professor da Universidade do Estado do Oregon, nos Estados Unidos, e principal autor do estudo.
Segundo o pesquisador, o pólen desta flor parece ser pegajoso, o que sugere que ele era carregado por insetos durante a polinização. "Novas associações entre essas pequenas plantas com flores e vários tipos de insetos e outros animais resultaram em uma bem sucedida distribuição e evolução dessas plantas pela maior parte do mundo. É interessante notar que o mecanismo de reprodução que existe atualmente já tinha se estabelecido 100 milhões de anos atrás", disse Poinar.
O fóssil foi descoberto em minas de âmbar no Vale de Hukawng, em Mianmar, na Ásia. A planta recebeu o nome científico de Micropetasos burmensis.

Genoino tem 10 dias para pagar multa de R$ 468 mil; advogado considera 'desproporcional'

Por estadao.com.br
'O STF sabe a declaração de Imposto de Renda dele', criticou o defensor; caso o débito não seja quitado, nome de petista será inscrito no débito em Dívida Ativa da União



São Paulo - O ex-deputado José Genoino deve pagar a multa que ele recebeu pela condenação por corrupção no processo do mensalão, segundo determinação desta segunda-feira, 6, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal. Genoino, que foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão, tem dez dias para pagar cerca de R$ 468 mil, segundo informações da Agência Brasil.
Se Genoino não fizer o pagamento no prazo estipulado, de acordo com despacho da VEP, o débito será inscrito na Dívida Ativa da União. "Juiz da Vara de Execuções Penais determinou a intimação do sentenciado para o pagamento da pena de multa imposta nos autos da Ação Penal 470, proveniente do Supremo Tribunal Federal, no prazo de dez dias, sob pena de inscrição do débito em Dívida Ativa da União, nos termos do Artigo 51 do Código Penal", decidiu a VEP.
Desproporcional. Procurado pela reportagem, o advogado do ex-deputado José Genoino (PT), Luiz Fernando Pacheco, classificou há de "desproporcional" e de injusta a multa aplicada a seu cliente. "O montante é desproporcional. O Supremo Tribunal Federal conhece a declaração de Imposto de Renda dele (Genoino) e jamais poderia impor valor tão alto a uma pessoa que, além de uma casinha em bairro popular, comprada há 30 anos pelo sistema BNH, nada mais tem de patrimônio", disse Pacheco ao Broadcast Político.
Pacheco informou ainda que seu cliente não tem os recursos necessários para pagar a multa e que providências estão sendo estudadas. "É mais uma grande injustiça neste julgamento marcado por várias injustiças", concluiu. (COLABOROU RICARDO DELLA COLETTA)

Barbosa nega recurso e determina prisão de João Paulo Cunha

Por Erich Decat, da Agência Estado, estadao.com.br
Decisão vale para as penas de corrupção e peculato, que somam seis anos e quatro meses, e para as quais não cabe mais recurso; parlamentar deve se apresentar nesta terça



Barbosa nega recurso e determina prisão de João Paulo Cunha
"Deputado criticou julgamento do Supremo durante evento do PT no ano passado"
Atualizado às 19h10
BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, rejeitou os recursos apresentados pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP) no processo do mensalão. Com a medida, publicada nesta segunda-feira, fica autorizada a prisão do deputado que pode acontecer a qualquer momento após a publicação de uma carta sentença.
O deputado se encontra em Brasília e, de acordo com sua assessoria, deve se apresentar à Polícia Federal nesta terça-feira ao meio-dia. O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende João Paulo Cunha, confirmou que o deputado vai se apresentar nesta terça à Polícia Federal em Brasília. "A decisão do ministro Joaquim Barbosa era esperada e está em consonância com a que ele proferiu em situações anteriores para casos idênticos", disse Toron.
O advogado explicou que medidas poderá adotar. "Vamos estudar eventual pedido de remoção (de João Paulo) para São Paulo e o direito de ele trabalhar e estudar"
A decisão vale para as penas de corrupção e peculato, que somam seis anos e quatro meses, e para as quais não cabe mais recurso. A condenação a três anos de reclusão pelo crime de lavagem de dinheiro ainda não transitou em julgado.
No inicio do dezembro de 2013, a defesa do deputado apresentou embargos infringentes referentes à condenação dos crimes de corrupção passiva e peculato relativo à contratação da empresa SMP&B. A corte deverá fazer uma nova análise nos próximos meses sobre o caso.
Na decisão, Joaquim Barbosa lembra que a Corte já assentou entendimento de que os embargos infringentes apresentados pelo petista só poderiam ser admitido se ele tivesse recebido ao menos quatro votos a seu favor durante o julgamento no plenário do Supremo. Nos crimes que recorreu Cunha recebeu apenas o voto de dois integrantes do STF. Para Barbosa, a apresentação dos embargos por parte da defesa do deputado "são manifestamente incabíveis e protelatórios".
"Determino, como consequência, a imediata certificação do trânsito em julgado quanto a essas condenações e o início da execução do acórdão condenatório (artigo 21, II c/c artigo 341, ambos do RISTF, combinado com o artigo 105 da LEP), conforme decidido na 11ª QO na AP 470. Publique-se e Intime-se. Cumpra-se imediatamente, independentemente de publicação", diz Barbosa no trecho final do documento.

Uma Historia de Amor e Fúria Completo Dublado



Sisu 2014 abre inscrições para 171 mil vagas

Enem

Sistema utiliza a nota do Enem para selecionar estudantes para cursos de ensino superior em instituições públicas. Prazo termina sexta-feira, dia 10

Estudantes esperam para fazer a prova do primeiro dia de Enem 2013
Estudantes esperam para fazer a prova do primeiro dia de Enem 2013 (Gabriela Batista)
As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC) foram abertas na madrugada desta segunda-feira. O sistema utiliza a nota obtida pelos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2013 para selecionar candidatos para 115 instituições públicas de ensino superior, entre elas 59 universidades federais. O processo é feito pelo portal do Sisu, que ficará disponível até às 23 horas e 59 minutos da próxima sexta-feira, 10 de janeiro.

Para concorrer às 171 756 vagas, os candidatos devem, obrigatoriamente, ter realizado o Enem 2013 e não podem ter obtido nota zero na redação. Neste ano, o número de vagas é 33% maior do que o ofertado no primeiro semestre de 2013 (129.279). O quantidade de cursos também aumentou, chegando a 4 731 opções (salto de 26%). A maior concentração está no Nordeste — quase 40% das vagas —, seguido por Sudeste (28%), Sul (13%), Centro-Oeste (12,5%) e Norte (7%). Em 2013, mais de 5 milhões participaram das provas do Enem.

Durante a inscrição, os estudantes poderão indicar até duas opções de cursos e o sistema selecionará, dentre eles, os que possuem as melhores notas. No site do programa, é possível monitorar a nota de corte de cada instituição, campus, curso, turno e modalidade. Dessa forma, se o candidato achar que tem mais chances de conseguir uma vaga em outra carreira, pode alterar sua inscrição. O sistema considera apenas a última opção indicada.

A primeira chamada do processo seletivo será anunciada no dia 13 de janeiro, e os selecionados deverão efetuar a matrícula entre os dias 17 e 21. No dia 27, será divulgada a segunda chamada.
Quem ficar de fora das duas listagens poderá se inscrever na lista de espera entre os dias 27 de janeiro e 7 de fevereiro. O estudante só poderá manifestar interesse para o curso correspondente à primeira opção e não poderá participar o candidato que tenha sido convocado para o curso de primeira opção em qualquer uma das chamadas regulares.

De acordo com a Lei das Cotas, todas as universidades federais, além de institutos de educação, ciência e tecnologia e centros de educação tecnológica participantes do Sisu devem garantir pelo menos 25% das vagas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas.

Cronograma
6 a 10 de janeiro (23 horas e 59 minutos do horário de Brasília): Período de inscrições
13 de janeiro: Primeira chamada
17 a 21 de janeiro: Matrícula da primeira chamada
27 de janeiro: Segunda chamada
27 de janeiro a 7 de fevereiro: Inscrição na lista de espera
31 de janeiro a 4 de fevereiro: Matrícula da segunda chamada
A partir de 11 de fevereiro: Convocação dos candidatos em lista de espera

Rio, 40 graus

Veja.Com

ar condicionado– Como você é quente!
– Ainda não viu nada, gato. Na minha casa ou na sua?
– Hmm, vamos ver. Você tem ar condicionado?
– Claro que eu tenho ar condicionado!
– No quarto?
– No quarto e na sala.
– Que bom, eu também. Quantos BTUs tem o do quarto?
– Sete mil e quinhentos.
– Então é melhor na minha casa. O meu tem dez mil.
– Espera, não tão depressa! O seu quarto é grande?
– Sim, minha linda, grande e confortável. Com uma cama gigante pra gente se espalhar. Vamos?
– Calminha aí. Quantos metros quadrados?
– Hein? Sei lá quantos metros quadrados. Que importância tem isso?
– Ora, não me decepcione. Um ar de dez mil BTUs pra refrigerar um quarto de vinte metros é um espetáculo. Pra refrigerar um de quarenta, nem tanto. E então, quantos metros?
– Bom, acho que uns trinta. Agora vamos?
– Espera, estou calculando. Trinta, dez mil BTUs. O meu tem vinte e poucos, sete mil e quinhentos. Hmm, páreo duro.
– Ai, meu saco! Vamos tirar na moedinha então?
– Nada de moedinha. O seu ar é barulhento?
– Olha, quer saber? Esfriei.
– O quê? Esfriou? Nesse calorão?
– Pois é, esfriei. Passou a vontade. Te ligo um dia desses, tá?
– Seu… seu… fresco!
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/cronica/rio-40-graus/

Brasil pode conquistar vaga inédita na categoria de melhor animação do Oscar 2014

Cinema

Elogiado pela imprensa americana, o longa ‘Uma História de Amor e Fúria’ já deu um passo a mais que ‘O Som ao Redor’, promessa brasileira que morreu na praia: o filme entrou para a lista dos pré-selecionados da competição e pode ser a primeira animação nacional a concorrer a uma estatueta dourada

Rodrigo Salem, de Los Angeles
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro 'Uma História de Amor e Fúria', escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi ('Bicho de Sete Cabeças', 'As Melhores Coisas do Mundo', 'Chega de Saudade') - DIvulgação
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro 'Uma História de Amor e Fúria', escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi ('Bicho de Sete Cabeças', 'As Melhores Coisas do Mundo', 'Chega de Saudade') - Divulgação
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Cena do longa de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”)
Enquanto os olhos dos cinéfilos brasileiros se voltavam para a campanha de O Som ao Redor, de Kléber Mendonça Filho, agora fora da corrida por uma vaga entre os cinco finalistas ao Oscar de melhor filme estrangeiro, outro longa nacional corria por fora, amealhando críticas positivas na imprensa americana e ampliando suas chances de quebrar um tabu histórico na maior premiação do cinema mundial. Em 16 de janeiro, quando as indicações da Academia de Hollywood forem anunciadas, Uma História de Amor e Fúria, de Luiz Bolognesi, pode tornar-se o primeiro desenho animado do país a competir pela estatueta de melhor longa de animação.

A afirmação não se baseia em patriotismos. A animação de Bolognesi, mais conhecido pelos roteiros de Bicho de Sete Cabeças (2001) e Chega de Saudade (2007), ambos dirigidos por sua mulher, Laís Bodanzky, está na lista dos 19 semifinalistas da categoria divulgada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas no início de novembro – já deu, portanto, um passo além de O Som ao Redor, que não ficou entre os 19 escolhidos.

A inclusão nesta lista exclusivíssima que nunca recebeu uma produção totalmente brasileira – não vamos esquecer que Rio (2011), apesar de dirigido pelo carioca Carlos Saldanha, é uma superprodução americana – já é um feito comparável ao da chegada de Gustavo Kuerten às semifinais de Roland Garros. Afinal, o Brasil não tem tradição alguma na animação (assim como no tênis) e as poucas produções do gênero no país costumam aparecer e sumir do mapa sem que o público tome nota (assim como as revelações do esporte de Kuerten).

Mas o desenho, que tomou nove anos da vida de Bolognesi, ganhou forma em três cidades diferentes (Águas de Lindoia, Santos e São Paulo) devido à contenção de custos (o orçamento, baixo para uma animação de qualidade, girou em torno de 4,5 milhões de reais) e empregou cerca de 30 jovens animadores, pode chegar longe. No fim de novembro, Rio 2096: A Story of Love and Fury estreou em um cinema de Los Angeles para que, de acordo com as regras do Oscar, se tornasse elegível à premiação. O título internacional espertamente destaca o seu lado ficção científica, caro aos americanos, indicando um Rio de Janeiro futurista que, como os cenários de muitas sagas distópicas hoje em alta, vive dias sombrios. A cidade é dominada por um político corrupto e evangélico e por uma corporação cruel chamada Aquabrás.
O site da revista The Hollywood Reporter adverte que as legendas podem confundir os não-familiarizados com a história do Brasil, já que o filme persegue uma história de amor de um casal de índios (vozes de Selton Mello e Camila Pitanga) por seis séculos e diversas revoluções do país, mas ressalta que a animação é “excelente” e que há “sofisticação nos temas e na execução”. “É um raro exemplo de um desenho feito para avançar nas ideias políticas”, conclui o texto de uma das mais importantes publicações dos Estados Unidos.

A site da revista Variety, bíblia do mercado cinematográfico americano, acredita que a animação brasileira pode surpreender no Oscar e a coloca como forte concorrente ao lado de The Wind Rises, de Hayao Miyazaki, ganhador da estatueta em 2003 por A Viagem de Chihiro. A revista ressalta a queda criativa da Pixar, que tem Aviões e Universidade Monstros na disputa, nenhum dos dois com a recepção favorável de longas como Up: Altas Aventuras (2009) e Toy Story 3(2010), com que a Pixar, ao lado da Disney, fez história.

O portal Examiner foi ainda mais elogioso. "Saia da frente, Pocahontas", escreveu a crítica Jana Monji, dando quatro estrelas ao filme brasileiro e comparando-o à história da indígena americana que casou com um colonizador inglês e virou desenho em 1995. “A Disney pode ter feito a sua história com animais bonitinhos e tê-la transformado em uma trama politicamente incorreta, mas Uma História de Amor e Fúria tem um olhar decididamente nativo: sangrento e, geralmente, triste.”

“Desde que a lista do Oscar foi anunciada, estamos cada dia mais fortes, principalmente por causa das críticas dos americanos, todas muito elogiosas”, comemora Bolognesi, que não recebeu nenhuma ajuda do Ministério da Cultura para promover a animação junto aos membros da Academia de Hollywood e teve a divulgação bancada pela Buriti Filmes em parceria com a produtora Gullane. “A Ancine deu 300 000 reais (na verdade, foram 284 000 reais) para O Som ao Redor, mas nós não tivemos nada. Deveríamos fazer sessões com debates, mas só conseguimos uma pequena assessora para nos ajudar em Hollywood.”

A ausência do apoio – o MinC só prevê o prêmio para o representante nacional ao Oscar de filme estrangeiro – é ainda mais marcante porque Uma História de Amor e Fúria conquistou o troféu de melhor filme do Festival de Annecy, em junho passado. Apesar de não ser tão famoso quanto Cannes ou Veneza, o evento francês, exclusivo para animações, é considerado o Oscar do gênero – nos últimos quatro anos, dois de seus vencedores, Coraline e o Mundo Secreto(2009) e O Fantástico Sr. Raposo (2010), foram indicados à estatueta americana.

“Nosso grande trunfo é a vitória em Annecy, que serve de termômetro para o Oscar. Existe um grande culto ao cinema francês entre os cinéfilos americanos, então, ter o reconhecimento do festival de animação mais importante do mundo nos transforma naquele cavalo que corre por fora, mas não baixa a cabeça”, brinca o cineasta, que já teve o desenho premiado na Argentina, Armênia, Japão e China. “Não éramos nada antes do evento, agora temos 5% de chances de concorrer ao Oscar.”

O reconhecimento internacional vem compensar o fracasso da animação nos cinemas brasileiros. Lançada em abril em 65 salas, Uma História de Amor e Fúria foi bem recebida pela crítica, mas naufragou nas bilheterias, acumulando apenas 30 000 espectadores. “Esperava algo em torno de 50 000 pagantes. Admito que entrei em depressão com esses números”, diz Bolognesi. “Mas o mal-estar acabou dois meses depois, quando ganhamos Annecy. Hoje, depois de percorrer tantos festivais, ter o filme lançado em DVD e contrato de exibição assinado com a HBO, já batemos os 100 000 espectadores, 70% deles fora do Brasil.”

Se a animação ficar entre os cinco (ou menos) finalistas do Oscar 2014, Bolognesi acredita que a visibilidade aumentará no Brasil, mas não vê possibilidade de outro lançamento no cinema. “Já está bombando entre os pirateiros”, conta.

Considerando que umas das tramas de Uma História de Amor e Fúria é sobre um traficante transformado em herói, nada mais coerente que essa força underground do filme. “Senti falta da nossa intelectualidade discutindo o longa, reverenciado em outros países como um desenho de resistência”, dispara Luiz Bolognesi. “Ainda somos ignorantes em relação a animação.”