quarta-feira 16 2013

Chico Buarque faz escola: Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, quer tirar do ar um blog de humor

16/10/2013
 às 19:23

veja.com

Chico Buarque, considerado um verdadeiro herói da luta contra a censura — um dos esportes dos militantes de esquerda d’antanho era caçar suas metáforas contra o regime… —, escreveu um texto no Globo explicando por que defende a censura prévia no caso das biografias. O artigo, autocomplacente, se chama “Penso eu”. Não há pensamento nenhum lá. Há apenas o relato de uma experiência pessoal, que ele não considerou agradável. Pessoas envolvidas já o desmentiram. A vida é assim. O episódio teria acontecido durante o Regime Militar. Hoje, o Brasil é uma democracia, e existem meios de se coibirem crimes contra a honra ou corrigir inverdades sem apelar à censura, que era justamente um dos instrumentos que serviam à ditadura, contra a qual Chico produzia metáforas em penca. O artigo é de uma estupidez altiva, muito própria da personagem. Uma experiência pessoal malsucedida — se verdadeira… — é o bastante para justificar, então, uma medida de força, tomada pelo estado.
A estupidez de Chico Buarque pertence a um tempo. Ele integrou o agitprop do poder que aí está, de que a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), por exemplo, é uma das… iluminuras. Rimas escoiceiam a minha cabeça. Mas me contenho. Rosário ilustra, orna, enfeita como ninguém este tempo. Só para lembrar: esta senhora é aquela que, durante a viagem da presidente Dilma Rousseff a Cuba, negou-se a comentar a questão dos direitos humanos na ilha porque, disse, há o embargo americano. Entendi. Se o embargo existe, então tudo é permitido a Fidel e a Raúl. Melhor pra eles, né?
Pois bem. Rosário agora tem uma nova questão, leio na Folha Online. Ela quer retirar do ar um blog de humor chamado “Joselito Müller – Jornalismo Destemido”. Por quê? Ah, a exemplo de Chico Buarque, ela se incomodou em ver seu nome citado na página.
Atenção! Não é preciso ser muito sagaz — e isso quer dizer que aposto, na espécie, na capacidade de entendimento da ministra — para entender que se trata de humor. O que faz o autor do blog, nem sei quem é, é submeter ao ridículo algumas notícias que estão por aí. Ao se tornarem evidentemente falsas, acabam expondo, sim, pela via da ironia, algumas verdades. Mas é evidente que ninguém tomaria a página como uma fonte de informação. Trata-se, em essência, de diversão, ainda que “ridendo, castigat mores”, como aqui já se disse tantas vezes. Vejam estas manchetes da página:
- Maria do Rosário se comove ao ver vídeo de assaltante sendo baleado
- Universitário faz operação de mudança de raça e vira índio Guarani
- Protestos no Rio: OAB quer que polícia utilize cacetes acolchoados para não ferir manifestantes
- Comércio de “Cigarrinhos de chocolate” e “pedrinhas de crack de chocolate” provoca polêmica
- Teoria marxista: Homem vende buraco no quintal de casa por 500 mil reais
- Neguinho da Beija Flor é processado por cometer racismo contra si próprio
- Na ONU, Dilma expressa preocupação com fuga em massa de americanos para Cuba
Voltei
Alguém leva a sério a “fuga de americanos para Cuba”? Acho que não. A brincadeira, no entanto, é verossímil (o que não quer dizer “verdadeira”) numa outra esfera: ironiza a simpatia dos petistas pela ditadura cubana. Alguém acredita que OAB possa defender cassetetes acolchoados para não ferir o lombo de black blocs? Duvido. Mas a ironia é relevante porque expõe a óbvia simpatia que a entidade vem demonstrando pelos brucutus, chamados de “manifestantes”. O mesmo vale para a notícia sobre Maria do Rosário. Ela é “falsa”, como as outras, mas abriga um aporte crítico — crítica que, diga-se, eu mesmo já fiz mais de uma vez: a ministra deveria se manifestar com mais dureza contra bandidos e ser mais solidária com as vítimas. Ela vai tentar me tirar do ar também?
As esquerdas odeiam a liberdade de expressão. Sempre odiaram. Não importa se é a esquerda que canta, que dança, que sapateia, que chuleia, que caseia ou que prega botão. A questão é histórica. Lênin, o pai de todos, considerava a imprensa livre uma reivindicação burguesa. Ora, pensem bem: se “o” partido detém a verdade e se a verdade e uma só, liberdade pra quê?
Volta e meia, os blogs sujos, financiados por estatais e gestões petistas, atribuem-me coisas que não penso e que jamais escrevi ou escreveria. Abrem suas respectivas áreas de comentários para as piores baixarias. Em tese ao menos, são “páginas sérias”, que se ocupam de notícias. Se e quando decidir, o caminho que tenho para a reparação é a Justiça. Se ela considerar que houve ofensa à honra, que se faça a reparação. Se achar que não, paciência. É assim que funciona.
A ministra não foi por aí, não! Seria difícil, creio, exigir reparação de um blog de humor, não é? Então ela preferiu outro caminho: quer mesmo é tirar a página do ar. E a Secretaria de Direitos Humanos (!!!) explica o motivo: “Ao atribuir falsas declarações à ministra, o blog comete um ato criminoso e fere princípios éticos fundamentais”. É o fim da picada!
Atenção, sites de humor! Cuidado ao fazer piadas com a ministra dos Direitos Humanos. Ela pode ficar zangada. Sugiro aos rapazes e às moças do Porta dos Fundos, por exemplo, que continuem a sacanear Moisés, Jesus Cristo, Maria, o papa (Maomé, não; ninguém precisa ir pelos ares só por tentar ser engraçado…), a “presidenta” e até o diabo (já aconteceu). Só não mexam com Maria do Rosário! Vocês vão ver o que pode o mar vermelho… 
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/chico-buarque-faz-escola-maria-do-rosario-dos-direitos-humanos-quer-tirar-do-ar-um-blog-de-humor/

Agora, a discussão subiu de tom: os principais músicos da MPB, Chico Buarque, Caetano Veloso...

Em audiência pública

O livro proibido do Rei
O livro censurado do Rei
Embora já esteja com seu voto praticamente concluído, a ministra Cármen Lúcia, relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que trata do fim da necessidade de autorização prévia de biografados para a publicação de livros sobre suas vidas, tende a promover uma audiência pública no STF para discutir o tema.
Só depois dessa etapa, a Adin seria levada a plenário por Cármem Lúcia para votação. A audiência pública deve acontecer no fim de novembro.
A Adin foi ajuizada pela Associação Nacional dos Editores de Livros, que luta contra a censura às obras. O veto é promovido pelos próprios biografados ou por seus familiares.
Agora, a discussão subiu de tom: os principais músicos da MPB, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Djavan etc.,  criaram uma associação para, entre outras missões, lutar por normatizar essas autorizações – ou seja, para regulamentar o cerceamento.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/a-briga-das-censura-as-biografias-stf-deve-fazer-audiencia-publica-para-discutir-o-tema/

Ministério Público Federal diz não à mordaça às biografias

Livros

Ação que corre no STF contra a necessidade de autorização para que uma obra venha a público ganhou parecer favorável do MPF, um documento que deve ser visto como lição de democracia no momento em que medalhões da MPB -- grupo que reúne um ex-ministro da Cultura e um ex-alvo dos censores militares -- se unem contra a liberdade de expressão e o acesso à informação

Maria Carolina Maia
Uma das mais fortes ações de marketing do iTunes no Brasil será com Roberto Carlos
Roberto Carlos: depois de lutar contra a publicação de dois livros, um dos quais nem o tinha como personagem principal, o cantor ganhou o apoio de gente como Caetano Veloso, o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e Chico Buarque, alvo dileto dos censores da ditadura (Philippe Lima/Agnews)
Imagine um livro sobre o Primeiro Reinado que não mencionasse o pendor de D. Pedro I para as aventuras extraconjugais, determinantes para a concessão de títulos e a formação de laços políticos no Império, e mesmo para a eleição do local onde foi proclamada a Independência do Brasil -- conta-se que, na data de 7 de setembro de 1822, o então príncipe-regente deixava a casa da principal amante, Domitila de Castro Canto e Melo, a marquesa de Santos, para dizer "Independência ou morte" à beira do riacho Ipiranga, em São Paulo. É um cenário assim o proposto pelo procurador regional da República e professor de Direito Constitucional da UERJ Daniel Sarmento, em artigo reproduzido no parecer do Ministério Público Federal sobre a Ação de Inconstitucionalidade Indireta (ADI) 4815, que pede que sejam declarados inconstitucionais os artigos 20 e 21 do Código Civil, aqueles que condicionam a publicação de biografias ao aval dos personagens retratados ou de seus herdeiros. A ação, da Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel), deu entrada em julho de 2012 ao Supremo Tribunal Federal (STF). Favorável ao pedido da Anel, o parecer do MPF é um documento lúcido sobre a questão, além de uma aula de postura democrática, mostrando como o sistema atual asfixia a liberdade de expressão, ameaça a democracia e prejudica a sociedade, alijada de informações de interesse coletivo.

Conheça os artigos 20 e 21


Ambos foram criados com o Código Civil, em 10 de janeiro de 2002:
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Anexado em junho à ADI da Anel, que está sob os cuidados da ministra Cármen Lúcia, o documento seguia inédito, porque ainda não havia chegado à imprensa. É revelado em boa hora, já que a Folha de S.Paulo acaba de noticiar que um grupo de medalhões da MPB, reunidos na Associação Procure Saber sob a liderança da empresária Paula Lavigne, quer impor restrições ao que pedem editores, autores e leitores através da ação da Anel e também do projeto de lei 393/2011, de autoria do deputado Newton Lima, em tramitação na Câmara dos Deputados. Choca saber que gente como Caetano Veloso, Gilberto Gil (aliás ex-ministro da Cultura do país) e Chico Buarque, um dos maiores alvos da censura na ditadura, estão unidos contra a liberdade de expressão e o acesso à informação.
"Tal exigência (de prévia autorização), ainda que motivada pelo propósito de proteção de direitos da personalidade, configura restrição legal manifestamente desproporcional aos direitos fundamentais à liberdade de expressão e ao acesso à informação, consagrados pela Constituição da República", diz o texto do MPF, assinado por Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira, procuradora-geral da República então em exercício. "O regime legal questionado gera ainda consequências deletérias sobre a esfera pública democrática e a cultura brasileira. (…) Tal sistemática viola não apenas o direito dos autores e editoras das obras proibidas, como também o de toda a sociedade, que se vê privada do acesso à informação relevante e à cultura."

O parecer lembra ainda que a liberdade de expressão só é posta em segundo plano em circunstâncias excepcionais, como quando há racismo no discurso. Não é o caso de uma figura pública que se ofende por ter uma falha, defeito ou história qualquer exposta a um leitor ou espectador – a ADI também prevê que obras audiovisuais prescindam de autorização. O MPF entende que, pelo fato de já ser pública, não faz sentido a personagem cobrar privacidade absoluta sobre a sua vida. "Sem embargo, é possível reconhecer uma prioridade prima facie da liberdade de expressão e do direito à informação sobre os direitos da personalidade, quando se tratar de personalidade pública", diz o texto. Que pontua: "Uma democracia real pressupõe a existência de um espaço público robusto e dinâmico, em que os temas de interesse social possam ser discutidos com liberdade. Em outras palavras, a democracia exige ampla proteção da liberdade de expressão."

Roberto: biografia aprovada e demorada

Agora, autorizada
veja.com

Roberto: biografia aprovada e demorada
O projeto de uma biografia oficial de Roberto Carlos foi retomado. Mas o o.k. para a ideia já foi dado por Dody Sirena, empresário do Rei. A editora será a LeYa. É , portanto, uma biografia autorizada – uma não autorizada, Roberto Carlos em Detalhes,  publicada  em 2007 por Paulo Cesar de Araújo, foi retirada de circulação depois de um processo judicial movido pelo Rei.
A nova biografia, porém, não é coisa para agora, porém. É um livro para ser publicado dentro de cinco anos.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/a-biografia-de-roberto-carlos/

Roberto Carlos quer censurar mais uma publicação

Justiça

Advogados do cantor notificaram a historiadora Maíra Zimmermann pelo lançamento de 'Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude' que retrata a agitação cultural no Brasil nos anos 60

Uma das mais fortes ações de marketing do iTunes no Brasil será com Roberto Carlos
Uma das mais fortes ações de marketing do iTunes no Brasil será com Roberto Carlos (Philippe Lima/Agnews)
Roberto Carlos entrou na Justiça para barrar a circulação de mais um livro que, segundo seus advogados, revela detalhes de sua vida íntima. O título, no caso, é a tese de mestrado da historiadora Maíra Zimmermann, que lançou nesta semana Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude, derivado da tese de mestrado feita com subsídios da Fapesp sobre a moda, os diálogos, a família, a influência dos artistas no desenho da nova adolescência. Em seguida ao lançamento, a autora e a editora Estação das Letras e Cores receberam uma notificação que exige a retirada do livro do mercado, além do recolhimento em até dez dias dos exemplares já distribuídos. 
No documento, o advogado Marco Antonio Bezerra Campos, que representa o ídolo, alegou que a publicação relata a história da Jovem Guarda e, por isso, inclui passagens sobre a trajetória e a vida íntima do cantor. O autor de Esse Cara Sou Eu, em 2007, travou batalha na Justiça para tirar das prateleiras a biografia não-autorizada Roberto Carlos em Detalhes, lançada pelo historiador Paulo César de Araújo pela editora Planeta em 2006. Recentemente, Roberto Carlos fechou contrato com a editora Leya para publicar sua biografia autorizada que deve chegar às livrarias daqui cinco anos. O projeto inclui também filme sobre a vida do cantor. 
A obra da historiadora, por outro lado, não é uma biografia e nem cita detalhes da vida íntima de seus principais personagens abordados: Roberto, Erasmo e Wanderléa. O trio é retratado em caricatura que estampa a capa. "Meu foco é a construção da cultura nos anos de 1960. Falar da Jovem Guarda como movimento de transformação de costumes. Não há menção à vida íntima dos artistas", diz Maíra. 
Consultado, o advogado de Roberto, Marco Campos, argumentou que o problema foi a caricatura que ilustra a capa do livro e também o fato da autora não ter pedido autorização para publicar o estudo que cita Roberto. "Mas ele (Roberto Carlos) não pediu a retirada do livro. Não vamos pedir a retirada."
Os advogados de Maíra e da editora Estação das Letras e Cores responderam com uma contranotificação: "A autora da obra tem o direito constitucional de informar a sociedade brasileira acerca dos fatos relacionados ao movimento cultural Jovem Guarda." O longo documento termina com a decisão de não retirar os exemplares das lojas. "Não havendo qualquer sinal de violação aos direitos à imagem, à honra ou mesmo à privacidade do senhor Roberto Carlos, não há como se acolher os requerimentos formulados na notificação."
O caso reacende o debate sobre a legislação brasileira que rege a publicação de biografias não-autorizadas de pessoas públicas. No último dia 2, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou projeto que altera o artigo 20 do Código Civil e permite a divulgação de textos e imagens sem a autorização prévia do biografado e seus parentes. A proposta está em análise no Senado. 
(Com Estadão Conteúdo)

Para editor de Chico Buarque, Procure Saber elegeu 'vilão errado'

Livros

Em texto publicado no blog da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz reafirma amizade com Chico e Caetano Veloso, outro publicado pela editora, mas rebate acusações de que escritores e editores são 'pilantras profissionais' e lembra que herdeiros de Garrincha só queriam dinheiro pela biografia do craque

Juliana Zambelo
Luiz Schwarcz, fundador e dono da Companhia das Letras,
Luiz Schwarcz, fundador e publisher da Companhia das Letras, (Gabriel Rinaldi)
Luiz Schwarcz, fundador e publisher da editora Companhia das Letras, entrou no debate sobre a publicação de biografias não autorizadas respondendo a declarações de Chico Buarque publicadas nesta quarta-feira, em artigo no jornal O Globo. Publicado no blog da editora, o texto assinado por Schwarcz se opõe à posição defendida por Chico de que seria justo o pagamento de indenização à família do jogador Garrincha pela publicação de sua biografia e afirma que o grupo Procure Saber, do qual o músico faz parte ao lado de outros medalhões da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Carlos, escolheu o "vilão errado" ao atacar escritores e editores, acusados de faturar "alto" com a vida dos outros.
"'Procure Saber' escolheu o vilão errado e ofendeu os profissionais do livro ao defender a permissão apenas da publicação gratuita dos livros pela internet, apresentando editores e escritores como argentários e pilantras profissionais", escreveu Schwarcz. No mesmo texto, ele relata os bastidores da disputa com os herdeiros do jogador Garrincha, apontando que o processo teve motivações puramente econômicas e que chegou ao fim após um “volumoso acordo”. “Com o pagamento realizado, nem a capa ou muito menos o conteúdo voltou a preocupar as herdeiras.”
O editor afirma ainda que a exigência de uma autorização do biografado ou de seus herdeiros faz deles censores e que os artistas deveriam se unir aos editores na luta pela “liberdade de expressão necessária" para a profissão e da “privacidade possível no mundo atual”.
A Companhia das Letras não foi a única citada nominalmente no artigo assinado por Chico Buarque nesta quarta-feira. No texto, o músico acusa o jornalista Paulo César de Araújo, autor da biografia “Roberto Carlos em Detalhes”, de ter mentido sobre tê-lo entrevistado para a obra. A biografia, tirada de circulação em 2007 por exigência de Roberto Carlos, traz declarações de Chico Buarque. “Só que ele nunca me entrevistou”, escreveu o compositor.
Araújo afirmou, na tarde desta quarta-feira, que tem os arquivos em vídeo da entrevista. “Fiz a entrevista com o Chico em 30 de março de 1992”, diz o pesquisador. Segundo o biógrafo, a conversa aconteceu na casa do cantor, no bairro da Gávea, e durou cerca de quatro horas. O escritor acredita que Chico tenha esquecido a conversa, que aconteceu 14 anos antes da publicação do livro. No entanto, para provar que o encontro aconteceu, está convertendo seu arquivo, originalmente feito em VHS, para DVD e promete divulgá-lo em breve. 

Em seu texto de hoje n’O Globo, em que defende a censura prévia às biografias, Chico Buarque abre fogo logo no início.

E agora?

Chico: esqueceu
Chico, ao lado de Luiz Schwarcz, seu editor : esquecido
Em seu texto de hoje n’O Globo, em que defende a censura prévia às biografias, Chico Buarque abre fogo logo no início. Já no primeiro parágrafo acusa Paulo Cesar de Araújo, autor de Roberto Carlos em Detalhes, a biografia proibida do Rei, de ter dito que o entrevistou, mas “só que ele nunca me entrevistou”, asseverou Chico, num momento de memória fraca.
Chico Buarque deu entrevista, sim, a Araújo. E longa: foram quatro horas de conversa, em 1992.  Não será este um caso de palavra contra palavra. Araújo tem a entrevista gravada e filmada. Há fotos também do encontro. Nelas, Araújo e Chico aparecem juntos, no sofá da casa do compositor carioca.
Na ocasião, Chico pareceu gostar de Araújo.  Ao final da entrevista, autografou um exemplar do LP Construção com uma gentil dedicatória que começava assim: “Para o Paulo, meu amável interrogador(…)”.
E agora, Chico?  Talvez seja mais um exemplo sobre a importância das biografias. Como as personalidades não se lembram de muita coisa de suas próprias vidas, uma boa biografia só ajudaria a todos – inclusive aos próprios – a contar a história de personagens importantes.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/autor-da-biografia-de-roberto-carlos-desmente-chico-buarque/

“O filho do Sérgio Buarque de Holanda quer proibir livros de história?”

Biografias

Paulo Cesar de Araújo, autor censurado de 'Roberto Carlos em Detalhes', admira-se com a postura de Chico Buarque, desmente o compositor e afirma que a tese do Procure Saber é cópia da ação judicial contra sua obra

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Chico Buarque dá entrevista a Paulo César Araújo
Chico Buarque dá entrevista a Paulo César Araújo (Arquivo Pessoal)
"Pois é. Sou processado pelo Roberto Carlos e, agora, vem o Chico Buarque contra mim. Não é fácil. São duas instituições nacionais"
Durante 15 anos, Paulo Cesar de Araújo procurou saber tudo sobre Roberto Carlos. Por 85 dias, de 2 de dezembro de 2006 a 24 de fevereiro de 2007, Roberto Carlos em Detalhes esteve nas prateleiras, até que o biografado, sem questionar o conteúdo, conseguiu na Justiça o recolhimento de todos os exemplares restantes. O ‘rei’ alegava direito à privacidade. Muito antes de Paula Lavigne emergir como guardiã do passado de seu ex-marido, portanto, Araújo, um apaixonado pela obra de Roberto, sentiu o peso da censura expressa pelos artigos 20 e 21 do Código Civil, usados para barrar as biografias não autorizadas no Brasil. O caso tornou-se exemplo máximo do que não se pode publicar, e fez do autor, merecidamente, uma sumidade no assunto. De todas as opiniões recentes que ouviu sobre a questão, a que mais o indignou foi a de Chico Buarque. “O filho de Sérgio Buarque de Holanda quer proibir livros de história? Quem acha que biografia é fofoca nunca leu uma na vida. Biografia é livro de história”, argumenta Araújo, jornalista e historiador.
Nesta quarta-feira, o Buarque filho, ao defender seu ponto de vista em um artigo na capa doSegundo Caderno do jornal O Globo, foi um pouco mais fundo, e acusou Araújo de mentir. O biógrafo de Roberto – que também tem lá sua admiração por Chico – se magoou, mas contra-atacou: em entrevista ao site de VEJA, ele assegura que entrevistou o compositor, e, como revelou o Radar On-Line, há registros do encontro, inclusive imagens. A entrevista com Chico aconteceu, segundo ele, na tarde de 30 de março de 1992. Na época ainda casado com a atriz Marieta Severo, na Gávea. Por quatro horas, a conversa foi gravada em fitas VHS, que, esta tarde, foram enviadas para conversão em formato DVD. Uma equipe da PUC-Rio acompanhou Araújo, então um aluno do curso de Jornalismo. "Pois é. Sou processado pelo Roberto Carlos e, agora, vem o Chico Buarque contra mim. Não é fácil. São duas instituições nacionais", disse, esta tarde.
Uma biografia futura de Chico há de trazer a história completa, bem como a posição do compositor em relação à obra de Araújo. “Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não”, escreveu Chico n’O Globo.
Para Araújo, há duas explicações para Roberto vetar o livro. Uma é o transtorno obsessivo compulsivo, o TOC, quase tão famoso quanto ele próprio. “Ele é obsessivo por controlar tudo à sua volta”, diz, na condição de especialista. A outra é a falta de intimidade do ídolo com os livros. Daí a revolta do biógrafo com a defesa da censura feita por Chico, Caetano Veloso e Gilberto Gil. “Chico e Caetano, a nata da MPB, que tiveram acesso à cultura, sabem o valor de um livro. Acho tudo isso espantoso”, afirmou.
Escrever biografias, como têm demonstrado os autores, não é exatamente uma forma de ficar rico. E dá muito trabalho. Nos 15 anos de pesquisa sobre Roberto Carlos, Araújo amealhou farto material, a ponto de produzir também o livro Eu Não Sou Cachorro Não, sobre a música brega. Pela conta do autor foram 175 entrevistas com personagens da música brasileira - de João Gilberto a Waldick Soriano; milhares de audições de registros de todo tipo, entre discos e gravações de programas de rádio; consultas a arquivos de televisão, jornais e revistas; viagens aos rincões do país atrás de arquivos pessoais de fãs. E conseguiu algo dificílimo até para os jornalistas mais experientes do mercado: entrevistou Chico Buarque.
Capa do livro censurado de Paulo Cesar Araújo
Roberto Carlos em Detalhes teve tiragem inicial de 30.000 exemplares. Em seguida, uma nova impressão de outros 30.000. O livro ia de vento em popa, mas a ação movida pelo biografado conseguiu recolher 11.000 deles, criando entre os fãs do mundo todo um mercado subterrâneo.
Os advogados do cantor utilizaram-se dos agora famosos artigos 20 e 21. O artigo 20 diz que a divulgação de escritos sobre uma pessoa pode ser proibida se atingir a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se for destinada a fins comerciais. Esse foi o principal argumento de Roberto Carlos. “O Roberto entrou com uma ação civil e outra criminal contra mim. Em uma frente ele pediu indenização e, em outra, a minha prisão por no mínimo dois anos. Ele pediu cadeia a um escritor de livros no Brasil”, diz Araújo, desde então, justificadamente ressentido com a ameaça vinda de quem mais admira.
Em 2012, a Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) impetrou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando os dois artigos. Diante da possibilidade de verem suas vidas contadas em livros sem autorização prévia, os integrantes do Procure Saber, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan e, claro, Roberto Carlos, tomaram para si os argumentos que constam naquele processo.
Araújo leu e releu tudo de trás para frente. E afirma que o Procure Saber deve bastante aos advogados de Roberto. “O Procure Saber não inventou nada. Quando li os argumentos deles, pensei: ‘Já li isso em algum lugar’. Aí voltei ao processo e vi que estava tudo lá”, conta Araújo. A teoria de Djavan de que “editores e biógrafos ganham fortunas enquanto aos biografados resta o ônus do sofrimento e da indignação”, como escreveu em O Globo, foi um dos aspectos levantados por Roberto Carlos contra Araújo. “Mesmo que desse dinheiro fazer biografia no Brasil, isso é imoral e indigno. Primeiro, o Procure Saber disse que se tratava de uma questão de privacidade. Depois, que era um problema financeiro. Isso enfraquece ambas as reivindicações. Um biógrafo trabalha com temas. O meu foi Roberto Carlos. O dele já foi Jesus Cristo, por exemplo. O trabalho é meu, o esforço é meu. Ele foi apenas o meu tema e não tem direito sobre isso”, argumenta Araújo.
Os dois grupos – o Procure Saber e o de quem não tem nada a esconder – se preparam para uma audiência pública convocada pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, sobre a questão das biografias. Araújo estará lá, para, como faz há pelo menos seis anos, defender que as histórias de vida de pessoas públicas possam ser publicadas sem necessidade do consentimento do biografado. “O Roberto Carlos alegou que a história era um patrimônio dele e que eu me apropriei disso. Ou seja, ele me acusou de roubo. E, por isso, pediu a minha prisão. Se a história é uma propriedade particular, é porque consideram a história como um automóvel. Triste ver o filho do autor de Raízes do Brasil encampar isso”, diz, ainda sobre Chico.
Enquanto o lugar da biografia não autorizada de Roberto Carlos é na ilegalidade, Paulo Cesar Araújo continua a atualizar o banco de dados sobre o cantor. Se o STF aprovar a publicação, o livro voltará ao mercado. O sucesso de Esse Cara Sou Eu será incluído. E a faceta autoritária de Roberto Carlos também estará lá. “Em detalhes”, promete.

Amigos para Siempre





Encontrada estrela com órbita mais curta ao redor de buraco negro no centro da galáxia

Astronomia

Descoberta pode ajudar a comprovar teoria da relatividade, que prevê que a gravidade do buraco negro altera o espaço-tempo ao seu redor

telescópios
Os dois telescópios Keck, no Havaí, observam o centro de nossa galáxia, em busca de estrelas. Eles usam laseres para criar estrelas artificias no céu, a fim de medir a distorção visual criada pela atmosfera e corrigir seus efeitos (Ethan Tweedie Photography)
No centro de nossa galáxia existe um buraco negro incrivelmente grande — sua massa é até quatro milhões de vezes maior que a do Sol. Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista Science relata a descoberta de uma nova estrela que gira em volta desse buraco negro, chamada S0-102. Seu período orbital é o mais curto de uma estrela em volta deste buraco negro já registrado até agora: ela demora 11,5 anos para dar uma volta completa. Antes disso, a menor órbita conhecida ao redor do buraco negro era a da estrela S0-2, que durava 16 anos. Segundo os astrônomos a descoberta deve ajudar a testar a teoria da relatividade formulada por Einstein, que prevê como a gravidade deforma o espaço-tempo.
Prof. Andrea Ghez / UCLA / Keck Telescopes
órbitas
Imagem criada a partir dos dados obtidos pelos telescópios Keck. Embora várias estrelas possam ser vistas, somente duas delas tem suas órbitas completamente traçadas. A órbita da S0-2 aparece em vermelho, enquanto a da S0-102 aparece na cor verde.
Embora o buraco negro supermassivo no centro de nossa galáxia não possa ser visto diretamente pelos pesquisadores, ele pode ser detectado a partir das estrelas que giram em sua volta. Por isso mesmo, a equipe da Universidade da Califórnia responsável pela pesquisa estuda a região há mais de 17 anos, usando os telescópios do Observatório W. M. Keck, instalados no Havaí. Eles procuram principalmente por astros com órbitas menores do que 20 anos, pois essas seriam mais afetadas pela gravidade do buraco negro.
No início da década de 90, eles descobriram a estrela S0-2, que detinha até agora o recorde de menor período orbital. Ela foi a primeira estrela a ter 100% de sua órbita ao redor do buraco negro traçada, possibilitando uma análise detalhada de sua trajetória. Até a descoberta da S0-102, os pesquisadores não haviam conseguido descrever mais de 40% da órbita de nenhuma outra estrela. "É muito gratificante encontrar essas duas estrelas orbitando o buraco negro supermassivo no centro de nossa galáxia em um tempo tão curto", disse Andrea Ghez, pesquisadora da Universidade da Califórnia que estuda mais de 3.000 estrelas que giram em volta do buraco negro – a maioria delas com órbitas de mais de 30 anos.
Com o conhecimento sobre a órbita da S0-102, os astrônomos esperam poder testar diversas teorias da física. "Agora começou um novo jogo, em termos dos experimentos que podemos realizar para entender como os buracos negros crescem ao longo do tempo, o papel desses buracos negros supermassivos no centro das galáxias e se a teoria da relatividade de Einstein é válida perto de buracos negros, onde ela nunca foi testada antes”, diz Ghez. Os pesquisadores precisavam conhecer a órbita completa de pelos menos duas estrelas próximas para medir os efeitos da gravidade do buraco negro na geometria do espaço-tempo. Agora que já possuem esses dados, o próximo passo é traçar como  essa enorme gravidade afeta a órbita e a luz emitida pelas estrelas. A partir disso, poderão concluir se Einstein estava ou não correto.
 

Saiba mais

TEORIA DA RELATIVIDADE
A Teoria da Relatividade foi desenvolvida pelo físico alemão Albert Einstein no início do século XX. Ela pode ser dividida em campos: a relatividade restrita e a geral. A relatividade restrita diz que a velocidade da luz medida no vácuo é a mesma sob qualquer referencial de observação. Mesmo que um objeto esteja se afastando ou se aproximando, a velocidade relativa da luz não muda. Para que a velocidade seja sempre a mesma, há uma dilatação no tempo.

A relatividade geral adiciona gravidade à relatividade restrita. Ela diz que o espaço e o tempo são uma coisa só. É como se ele fosse uma grande superfície elástica. Planetas colocados sobre essa superfície "afundam" o plano por causa de sua massa ou velocidade. À medida que um satélite, por exemplo, se move na direção de um planeta, ele cai em direção ao astro por causa dessa deformação. Se o espaço-tempo for uma espécie de superfície que se estica com a presença de objetos pesados, isso significa que o tempo passa mais devagar nas proximidades desses objetos.
 http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/encontrada-estrela-com-orbita-mais-curta-ao-redor-de-buraco-negro-no-centro-dgalaxiaa-

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Corpo celeste orbita uma estrela semelhante ao Sol na constelação de Câncer

Ilustração mostra a composição do 55 Cancri-e: superfície de grafite sobre uma grossa camada de diamante. Mais abaixo, uma concentração de silício e o núcleo de ferro líquido
Ilustração mostra a composição do 55 Cancri-e: superfície de grafite sobre uma grossa camada de diamante. Mais abaixo, uma concentração de silício e o núcleo de ferro líquido (Reuters)
Astrônomos descobriram um exoplaneta – planeta localizado fora do sistema solar – composto por diamante e grafite orbitando uma estrela semelhante ao Sol na constelação de Câncer, a 40 anos-luz de distância. Denominado 55 Cancri-e, o planeta havia sido detectado pela primeira vez em 2004, mas só agora os cientistas conseguiram confirmar a sua composição.

Duas vezes maior e com uma massa oito vezes superior à da Terra, o 55 Cancri-e faz parte de um sistema de cinco planetas que giram em torno de uma estrela única, que pode ser vista da Terra a olho nu. "A superfície parece estar coberta de grafite e diamante em vez de água e granito", informou Nikku Madhusudhan, pesquisador da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
 
Reuters
Órbita do planeta 55 Cancri-e dura apenas 18 horas
Órbita do planeta 55 Cancri-e dura apenas 18 horas
Três 'Terras' de diamante - De acordo com o estudo liderado por Madhusudhan, o 55 Cancri-e tem uma fina superfície de grafite cobrindo uma grossa camada de diamante puro. Os astrônomos estimam que um terço do planeta é composto pelo mineral - uma quantidade equivalente a três vezes a massa da Terra. "A ficção científica sonhou por muitos anos com planetas de diamante. Então, é incrível que finalmente tenhamos as evidências da existência deles no universo", declarou Nikku Madhusudhan para a revistaNational Geographic.


O 55 Cancri-e possui uma órbita extremamente rápida, completando uma volta ao redor de sua estrela em apenas 18 horas, além de uma temperatura bastante elevada, de aproximadamente 2.100 graus em sua superfície. Outros planetas compostos por diamante já haviam sido descobertos por cientistas, mas nunca ao redor de uma estrela parecida com o Sol.

Para Madhusudhan, a descoberta amplia as possibilidades no estudo dos planetas rochosos ao mostrar que eles podem ter componentes químicos fundalmentalmente diferentes dos da Terra.

(Com agência EFE)

Júpiter e Saturno podem ter chuva de diamantes

Espaço

Pesquisa que defende essa hipótese foi alvo de críticas de cientistas por possíveis problemas de metodologia

Anéis de Saturno ficam invisíveis durante o equinócio
Saturno: segundo um novo estudo, o planeta pode ter chuvas e até um "oceano" de diamente líquido (Nasa - Divulgação)
Pode chover diamantes em Júpiter e Saturno, os gigantes gasosos do Sistema Solar. Esta foi a conclusão de uma pesquisa apresentada na última quarta-feira no encontro anual da divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Americana de Astronomia, que aconteceu em Denver, nos Estados Unidos. Mona Delitsky, da empresa California Specialty Engineering, e Kevin Baines, da Universidade de Wisconsin-Madison, autores do estudo, se basearam em descobertas recentes sobre a pressão e a atmosfera de Júpiter e Saturno, além de novas informações sobre as fases do carbono, elemento que forma os diamantes.
Segundo os pesquisadores, tempestades elétricas quebrariam as moléculas de metano, composto de carbono e hidrogênio, formando uma espécie de fuligem. Submetidos à pressão cada vez mais elevada, os átomos de carbono se combinariam primeiro sob a forma de grafite, depois como diamante. Expostos a temperaturas extremamente elevadas, os diamantes derreteriam, formando uma chuva de diamante líquido. Dessa forma, em Júpiter e Saturno pode existir não só a chuva dessa pedra preciosa, mas também um “oceano” desse material. De acordo com uma reportagem da revista Nature, Baines estima que em Saturno existam 10 milhões de toneladas de diamante produzido desta forma, e que as pedras maiores podem chegar a dez centímetros.
Críticas – A pesquisa, porém, recebeu críticas de diversos cientistas. David Stevenson, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, questiona os conceitos de termodinâmica empregados no estudo. Em entrevista ao site da Nature, ele explica que o metano compõe uma parcela muito pequena da atmosfera de Júpiter e Saturno – cerca de 0,2% e 0,5%, respectivamente. Dessa forma, ainda que a fuligem de carbono desse origem a grafite ou diamante, os cristais acabariam se dissolvendo antes de chegar à superfície. “É o mesmo conceito que explica por que uma pequena quantidade de açúcar ou sal se dissolve em uma grande quantia de água, principalmente em temperaturas elevadas”, afirma Stevenson.

Chico Buarque está em Paris, escrevendo seu novo romance, que sai em 2014

Acompanhando tudo

Chico: acompahando tudo
Chico: de olho
Chico Buarque está em Paris, escrevendo seu novo romance, que sai em 2014 pela Companhia das Letras, mas não está alheio ao burburinho causado pelas posições do grupo Procure Saber a respeito das biografias não autorizada, como mostra o artigo que ele escreve hoje para O Globo.
Desde o início do debate, tem acompanhado tudo pela internet e por conversas com alguns amigos. Embora alguns pedissem, não pretendia se manifestar. O fez depois de uma conversa com seu editor, Luiz Schwarcz, dono da Companhia das Letras.
Schwarcz convenceu-o que do jeito que a discussão estava sendo colocada pelo Procure Saber, sua imagem ficava comprometida. Não há de ser pelo texto publicado hoje que a impressão ruim irá se alterar.
A propósito,  evitou-se qualquer trocadilho com músicas de Chico nesta nota. Por dois motivos. Primeiro, porque ninguém aguenta mais tais jogos de palavras. E depois porque todos já foram usados pela enxurrada de gente que abordou o tema nos últimos dias.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/chico-buarque-esta-longe-mas-atento/

Bancos públicos têm os juros mais baratos ao consumidor; confira


Os bancos privados correram atrás e diminuíram as taxas seguindo o apelo do governo e as seguidas quedas da taxa básica de juros (Selic), mas ainda é mais vantajoso optar por um banco público. Pesquisa do Terra constatou que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil apresentam melhores taxas em quatro das cinco principais linhas de crédito disponíveis ao consumidor. A Caixa Econômica Federal (CEF) é a instituição que apresenta a menor taxa para financiamento de veículos, de 0,75% ao mês e a melhor taxa de financiamento de imóveis, com juros a partir de 4,6% acrescido da Taxa Referencial (TR). Neste caso, a taxa é válida de acordo com a renda familiar e com o valor do imóvel.
Quem procura financiar um veículo pagando pouco deve ir primeiramente à Caixa, que possui a melhor taxa, de 0,75%, seguida do banco do Brasil (0,77%), Santander (0,89%), Bradesco (0,93%) e Itaú Unibanco (0,99%). No Crédito Direto ao Consumidor (CDC), o crédito pessoal, o Banco do Brasil é o que apresenta as melhores taxas, com mínima de 1,94% e máxima de 5,75%.
Para o financiamento de imóveis, a Caixa também tem os melhores juros, entre 4,6% + TR a 9% + TR ao ano, seguida do Banco do Brasil (7,9%+ TR a 11% + TR), Bradesco (8,90% + TR a 10,50% + TR), Santander, ( 10% + TR ao ano) e HSBC (11% + TR a 13% + TR). Segundo a assessoria de imprensa do Itaú Unibanco, o banco não tem uma taxa fixa de juros no crédito imobiliário e ele não leva em conta o valor do imóvel financiado, mas o relacionamento do cliente com o banco.
As melhores taxas de juros de cartão de crédito são oferecidas pelo banco HSBC, com mínimas de 2,27% ao mês. Na sequencia vem a Caixa (mínima de 2,85%), seguida por Banco do Brasil, com taxa de 2,9%, seguido do Itaú-Unibanco (3,85%) e Bradesco (3,95%). O cheque especial do Banco do Brasil tem as taxas mais mínimas mais baixas, de 1,34%.
Confira como ficam as taxas das principais linhas de crédito após as reduções anunciadas:
Financiamento de carros
Caixa Econômica Federal - de 0,75% a 1,65% ao mês 
Banco do Brasil - de 0,77% a 2,35% ao mês
Santander - de 0,89% a 2,45% ao mês
Bradesco - de 0,93% a 2,96% ao mês
Itaú Unibanco - 0,99% a 2,39% ao mês
HSBC - 2,41% 3,36%
Financiamento de imóveis
Caixa Econômica Federal - de 4,6% + TR a 9% + TR ao ano
Banco do Brasil - de 7,9% + TR a 11% + TR ao ano
Bradesco - de 8,90% + TR a 10,50% + TR ao ano
Santander - 10% + TR ao ano
HSBC - 11% + TR a 13% + TR ano ao
Itaú Unibanco - não informado
Cartão de Crédito
HSBC - de 2,27% a 15,95% ao mês 
Banco do Brasil - a partir de 2,9% ao mês
Bradesco - 3,95% a 4,70% ao mês
Itaú Unibanco - de 3,85% a 9,90%
Santander - de 4,76% a 14,75%
Caixa Econômica Federal - de 2,85% a 9,47%
Crédito Direto ao Consumidor (CDC)
Banco do Brasil - 1,94% a 5,75%
Itaú Unibanco - 1,99% a 4,94%
HSBC - 2,70% a 3,50%
Bradesco - de 2,93% a 4,87% ao mês
Santander - não informado
Caixa Econômica Federal - de 2,39% a 3,88%
Cheque Especial
Banco do Brasil - de 1,34% a 8,27% ao mês
HSBC - de 1,39% a 9,98% ao mês
Bradesco - de 3,94 a 4,70% ao mês
Itaú Unibanco - de 3,5% a 4,94% ao mês
Santander - de 3,50% a 4,90%
Caixa Econômica Federal - de 1,35% a 4,27%

Eddie Vedder Discute "West of Memphis" Contribuição Soundtrack

Eddie Vedder

Sony Pictures Classics
Entre os muitos músicos que lutaram em nome do Memphis ocidental três - um trio de homens Arkansas condenados como adolescentes, em 1993, para uma série de assassinatos de crianças que não cometeram - era Eddie Vedder . Pearl Jam frontman foi fundamental para levantar dinheiro e sensibilização, e em parte graças aos seus esforços, Damien Echols, Jessie Misskelley Jr. e Jason Baldwin foram libertados em agosto de 2011, depois de passar mais de 18 anos na prisão.
Em um vídeo exclusivo (abaixo), Vedder fala sobre a escrita de 'Satellite', a balada ukulele sua contribuição para a trilha sonora de "West of Memphis", um novo documentário sobre o caso.
Vedder escreveu a melodia - ouvi pela primeira vez sobre o seu 2011 álbum "Ukulele Songs" - para Lorri Davis, uma mulher que começou a se corresponder com Echols depois de ver o 1996 HBO documentário "Paradise Lost:. Os assassinatos de crianças em Robin Hood Hills ' Os dois se casaram em 1999, enquanto ainda Echols estava no corredor da morte, Davis passou a próxima década a trabalhar para limpar o nome de seu marido. Foi uma batalha difícil, pois as autoridades locais haviam usado o interesse do trio de heavy metal para inventar uma história envolvendo satanismo e assassinatos rituais, mas ela não tem que ir sozinho.
Talvez por causa do ângulo do metal, o caso chamou a atenção de vários músicos de renome, muitos dos quais aparecem no "West of Memphis" trilha sonora. Devido a 15 de janeiro, o álbum conta com todos da lenda do punk Henry Rollins para país estrela Natalie Maines . Nick Cave e Warren Ellis compôs trilha sonora original do filme, enquanto Johnny Depp - um antigo Memphis ocidental três torcedor que se tornou amigo íntimo de Echols - toca guitarra em três faixas, incluindo Marilyn Manson 'capa de Carly Simon s' Você é tão vaidoso. '
Como Vedder explica, gravou anos 'Satélite' atrás, de volta ao "telefone pré-célula" era, e que permitiu o acidente feliz capturado em segundos finais da pista. Assista ao vídeo para obter a história completa - clique aqui para mais informações sobre o filme.
Assista Eddie Vedder Discuss 'Satélite'