terça-feira 08 2013

Veja dez opções de pias e bancadas para o banheiro da sua casa


Especialistas mostram diversas opções de cubas e bancadas que proporcionam um ambiente melhor decorado e mais funcional

Muitas vezes descartado na hora da pensar na decoração da casa, o banheiro é um ambiente que pode ter toques de bom gosto e sofisticação.
Nesta matéria, o ZAP Imóveis mostra dez projetos das arquitetas Ana Rozenblit e Sabrina Salles, do Spaço Interior Arquitetura e Execução, que representam situações nas quais as profissionais usaram composições de bancadas diferentes:
1 – Bancada em alvenaria
Uma solução mais barata do que o mármore ou outros materiais similares, a bancada de alvenaria pode ser coberta por pastilhas ou qualquer outro tipo de revestimento, inclusive vidros e espelhos, tornando-se uma peça mais personalizada que as demais.
Nesse caso, as arquitetas usaram uma cuba de embutir em louça branca com formato côncavo, mais adequada para banheiros com bancadas um pouco maiores.

A bancada de alvenaria é uma solução mais barata do que o mármore ou outros materiais (Fotos: Edson Ferreira)
2 – Bancada de madeira
Aqui foram usadas bancada em madeira e uma cuba de sobrepor, mas de maneira diferente, embutida em um corte na bancada. Devido à pequena dimensão do lavabo, essa bancada possui um recorte para deixar mais espaço livre no banheiro.

Bancada de madeira possui um recorte para deixar mais espaço livre no banheiro
3 – Corian
Buscando trazer cor para dentro do banheiro, as arquitetas fizeram essa bancada em corian laranja. O corian é um material usado na indústria química altamente resistente, bactericida e pode ser trabalhado em diversas cores e formatos. Observe que a cuba, que aparenta ser de louça, também foi feita em corian, porém na cor branca.

O corian é um material altamente resistente
4 – Cubas de semi-encaixe
Abaixo, o cliente desejava compartilhar o banheiro para os dois filhos. Como o espaço não era tão grande, Ana e Sabrina utilizaram cubas de semi-encaixe, ganhando área de bancada. A bancada foi feita em corian azul, mas com acabamento diferente do projeto acima, imitando uma pedraria.

Cubas de semi-encaixe ganham espaço na bancada
5 – Cuba esculpida
No projeto do lavabo abaixo, como a área a ser trabalhada era muito pequena, foi feita uma pequena bancada em madeira para que fosse possível apoiar alguns objetos, como saboneteiras e velas. A cuba esculpida em quartzo branco foi deslocada para o centro do banheiro para abrir espaço para a circulação, pois, caso contrário, não seria possível a abertura da porta.
Cubas esculpidas são peças lindas, mas não muito práticas. Por isso, devem ser usadas mais em lavabos, pois sua limpeza não é algo tão simples como a de uma cuba de louça.

Cubas esculpidas são peças lindas, mas não muito práticas
6 – Mármore
O clássico nunca sai de moda! Nesse lavabo, elas usaram o mármore, ícone de sofisticação em uma pia esculpida.
Por ser um material poroso, deve ser evitado em regiões como cozinhas e lavanderias. Ele não é resistente a produtos químico fortes e, exposto à água, pode apresentar infiltrações na pedra ao longo do tempo.

O mármore é um ícone de sofisticação em uma pia esculpida
7 – Cuba de sobrepor
No espaço da foto abaixo foi utilizada uma cuba de sobrepor em uma bancada em madeira, dando a impressão de que a cuba é uma peça decorativa, podendo ser retirada do local a qualquer momento e trazendo leveza e sofisticação ao ambiente.

Uma cuba de sobrepor pode ser retirada do local a qualquer momento
8 – Mármore e porcelanato
Essa bancada em mármore foi repaginada! Sua saia (parte inferior da bancada) recebeu porcelanato que imita madeira e seu frontão (parte posterior da bancada) recebeu o mesmo revestimento, criando uma faixa que se integra visualmente ao piso.
A cuba usada anteriormente (de embutir oval tradicional) foi substituída por uma de sobrepor, que tampou o buraco deixado por ela.

Nesta bancada, a saia (parte inferior) recebeu porcelanato que imita madeira
9 – Mármore carrara
Buscando dar um ar mais litorâneo ao banheiro, as arquitetas escolheram o mármore carrara e uma cuba de sobrepor com design diferenciado, também na cor branca.

Mármore carrara e uma cuba de sobrepor oferecem design diferenciado
10 – Espaço reduzido
Como a área era muito pequena, elas escolheram uma cuba esculpida que pode ser moldada em qualquer tamanho e um recorte na bancada para que a pessoa consiga acessar o vaso sanitário.

Caminhada diária pode reduzir risco de câncer de mama, diz estudo


Andar a pé cerca de uma hora diminui em até 14% as chances da doença


POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 08/10/2013

Diversas pesquisas já comprovaram que a prática de atividade física pode prevenir diversos tipos de câncer. Agora, o trabalho liderado pelo cientista da American Cancer Society afirma que até mesmo um exercício simples, como a caminhada, pode ajudar a diminuir o risco de câncer de mama. O estudo foi publicado online dia 04 de outubro no Cancer Epidemiology, Biomarkers e Prevention.

Entre 1992 e 2009, foram acompanhadas 4.760 de 73.615 mulheres na pós-menopausa que participaram do American Cancer Society Cancer Prevention Study II Nutrition Cohort e foram diagnosticadas com câncer de mama. No início do estudo, 9,2% das mulheres relataram fazer nenhuma atividade física de lazer. Entre as mulheres restantes, o gasto médio de energia foi equivalente a três horas e meia por semana de caminhada em ritmo moderado. A maioria das mulheres praticava atividades de intensidade moderada, como caminhada, ciclismo, aeróbica e dança, enquanto uma parcela menor relatou se engajar em atividades de intensidade vigorosa, como corrida, natação e tênis. Quase metade (47%) das mulheres disse adotar a caminhada como única atividade recreativa.

Andar a pé durante uma hora ou mais por dia foi associado a um risco 14% menor de câncer de mama, e atividade física de alta intensidade foi associada a um risco 25% menor em comparação com o risco para a maioria das mulheres sedentárias. Comparado com o grupo menos ativo de mulheres, que relataram entre zero e sete horas de atividade física por semana, as mulheres mais ativas (que praticaram 42 horas ou mais de exercício) tinham um risco 25% menor de ter câncer de mama. Segundo os autores, os resultados apoiam claramente a associação entre atividade física e câncer de mama na pós-menopausa, com o exercício vigoroso tendo um efeito mais forte.
Corrida - Foto Getty Images

Passe longe do câncer de mama com 11 hábitos saudáveis
O câncer de mama é o câncer que mais mata mulheres no Brasil - mais 10 mil óbitos por ano, segundo o Ministério da Saúde. A maneira mais popular para a detecção precoce desse câncer é o autoexame de toque. "Ele ajuda a fazer um diagnóstico precoce da doença, aumentando as chances de cura", diz o mastologista Domingos Auricchio Petti, coordenador do CIAMA - Instituto da Mama do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Já a mamografia e o ultrassom de mama são os exames mais precisos, que podem diagnosticar o tumor na mama. "O rastreamento mais viável para reverter esse quadro é a mamografia. Ela consegue encontrar tumores menores do que um centímetro. Nesse estágio, 95% dos casos são tratáveis", explica o oncologista Ricardo Caponero, do Hospital Albert Einstein. Além do diagnóstico precoce, existem hábitos que ajudam a evitar o desenvolvimento dessa doença. Saiba quais são eles e aumente a sua proteção.
Exercícios 

Um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos, publicado no Journal of the National Cancer Institute, apontou que adolescentes praticantes de exercícios físicos intensos diminuem as chances de sofrer de câncer de mama na fase adulta em até 23%. Nessa análise, a prática de atividade física deveria começar por volta dos 12 anos e durar por pelo menos dez anos para que a proteção contra a doença seja notada. Os pesquisadores relatam que isso acontece porque os exercícios são capazes de reduzir os níveis de estrogênio, hormônio relacionado ao risco de câncer.

"A prática de exercícios físicos deve ser adotada para a vida toda. Ela diminui o estresse e ajuda no controle do peso, fatores que também influenciam no desenvolvimento de câncer de mama", explica o mastologista Domingos Petti. 

Amamentação 

Além de trazer inúmeros benefícios para o bebê, a amamentação mantém a saúde das mamães em dia. Segundo um estudo feito pela World Cancer Research Fund, na Inglaterra, mulheres que amamentam os seus filhos por, pelo menos, seis meses têm 5% menos chances de desenvolver câncer de mama. "Quando a mulher amamenta, ela estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de hormônios, como o estrógeno, em sua corrente sanguínea", explica Domingos Petti.  

Ômega 3 

Pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Research Center, nos Estados Unidos, mostraram que óleo de peixe pode diminuir em até 32% as chances de câncer de mama. Isso acontece pela ação antioxidante do ômega 3, ácido graxo encontrado em abundância nos óleos de peixe.  

Estresse 

O estresse está entre os fatores de risco para câncer de mama. "Alguns estudos mostraram que as mulheres que vivem uma rotina muito agitada e estressante têm quase o dobro de chances de desenvolver a doença", explica Domingos Petti.

Ainda não se sabe muito bem porque o estresse aumenta as chances de câncer de mama, mas a relação entre os dois é bastante evidente. Técnicas de respiração, meditação e relaxamento, praticadas em Tai Chi e ioga, ajudam a controlar o estresse e a ansiedade. 

Soja
"Estudos observaram que a incidência de câncer de mama é menor em países asiáticos e descobriram que o consumo de soja e seus derivados, comum nesses países, ajuda na prevenção da doença", diz o médico do Hospital Oswaldo Cruz Domingos Petti.

Segundo o especialista, isso se deve ao fato de a soja ser rica em estrógenos vegetais, um tipo de isoflavona que tem características bastante parecidas com o estrógeno, mas que não aumenta a proliferação de células mamárias, fator que aumenta as chances de câncer de mama.  

Longe do ÁlcoolDe acordo com o médico Arthur Guerra, coordenador do Curso Médico da Faculdade de Medicina do ABC, o consumo de apenas 14 gramas de álcool por dia pode aumentar as chances de câncer de mama em 30%.

"O mecanismo de ação pelo qual o consumo de álcool aumenta o risco de câncer de mama ainda permanece desconhecido, mas sabemos que o álcool influencia as vias de sinalização do estrógeno, hormônio fortemente associado ao câncer de mama", explica. 

Peso sob controle 

Ao atingir a menopausa, mulheres com sobrepeso ou obesidade correm mais risco de desenvolver câncer de mama. E mais: o excesso de peso ainda aumenta as chances do câncer ser mais agressivo. Segundo o mastologista Domingos Petti, um dos principais hormônios produzidos pelo tecido adiposo (formado por gorduras) é o estrógeno. Esse hormônio provoca a reprodução celular que, se for descontrolada, pode causar câncer de mama.

De olho no histórico familiar 

A maioria das mulheres devem começar a fazer mamografias anualmente após os 50 anos, mas, para quem tem histórico familiar de câncer de mama, o exame deve começar mais cedo. "Se um parente próximo teve câncer de mama aos 40, é preciso começar a fazer mamografias anualmente a partir dos 30 anos, por exemplo", explica Domingos Petti.  

Atenção a outros sintomas 

Muitas mulheres não sabem, mas a aparição de caroço ou nódulo no seio não é o único sintoma da doença. "Além do caroço, outros sintomas como alterações na auréola e a presença de secreções podem ser um sinal de câncer de mama", diz o mastologista Domingos Petti. Ao notar um ou mais desses sintomas, a mulher deve procurar rapidamente um profissional e perguntar se é preciso fazer mamografia. 

Dieta rica em vegetais

Mulheres que consomem vegetais com frequência têm até 45% menos chances de desenvolver câncer de mama, de acordo com um estudo realizado pela Boston University. Alimentos como brócolis, mostarda, couve e hortaliças verdes são ricos em glucosinolatos, que são aminoácidos com um papel importante na prevenção e tratamento de câncer de mama.

Cuidado com a reposição hormonal 

Muitas mulheres procuram a reposição hormonal para diminuir os sintomas da menopausa. Segundo o Domingos Petti essa reposição - principalmente de esteroides, como estrógeno e progesterona - pode aumentar as chances de câncer de mama. "Está comprovado que o uso de reposição hormonal aumenta claramente o risco das mulheres desenvolverem esse tipo de câncer. Por isso, o uso de estrogênios em mulheres deve ser evitado", explica o especialista.

Na menopausa, os tecidos ficam ainda mais sensíveis à ação do estrógeno, já que os níveis desse hormônio estão baixos devido à ausência de sua produção pelo ovário.

Como alternativa à reposição hormonal, o especialista indica que a prática de exercícios físicos e uma dieta balanceada ajudam a controlar o aumento de peso e evitar doenças vasculares e osteoporose, principais preocupações das pessoas que entram nesse período feminino. "Com essas medidas, normalmente não é preciso fazer reposição hormonal de estrógeno ou progesterona", explica Domingos Petti. 

Café 

Tomar até cinco xícaras de café por dia tem um fator de proteção contra uma forma agressiva de câncer de mama, segundo um estudo feito pelo Breast Cancer Research. Os cientistas afirmam que as mulheres que tem esse hábito podem ficar até 57% mais protegidas. Mas é preciso tomar cuidado com o consumo excessivo de café, ainda mais se você tiver hipertensão ou sofrer de insônia. Por isso, consulte a opinião do seu médico antes de aumentar o consumo dessa bebida. 

A incrível saga do bóson de Higgs

Física

Anúncio da partícula na quarta-feira coroa esforços de milhares de cientistas ao redor do mundo ao longo de décadas

Marco Túlio Pires
O bóson de Higgs é a unidade fundamental de um mecanismo que explica como as partículas ganham massa
O bóson de Higgs é a unidade fundamental de um mecanismo que explica como as partículas ganham massa(Hemera/Thinkstock)
A confirmação da existência de uma partícula que tem grandes chances de ser o bóson de Higgs nesta quarta-feira representa o ápice de uma longa saga científica. Mais do que completar um complexo quebra-cabeças teórico proposto no início da década de 1970, o anúncio dessa misteriosa partícula coroa os esforços de milhares de cientistas ao redor do mundo que dedicaram suas vidas a entender como o maquinário fundamental do universo funciona. A verificação experimental do bóson de Higgs não trará a cura da aids nem resolverá o problema da fome do mundo, mas não deixa de ser uma vitória do homem sobre a natureza. É bom que a civilização tenha espaço para esse tipo de empreendimento.
Sempre foi uma obsessão da ciência encontrar uma única teoria que explicasse todos os fenômenos da natureza, desde a constituição das partículas da matéria até as forças que as relacionam. Não porque isso pudesse resolver os problemas imediatos da humanidade, mas pelo desafio do conhecimento.
Até o início da década de 1970, o conhecimento humano do mundo subatômico era uma baderna. Havia muitas teorias – modelo quark, teoria Regge, de Calibre, Matriz-S, entre outras –, prevendo centenas de partículas e complexas relações entre elas. Mas elas só conseguiam explicar pequenos pedaços da realidade. "Não estava claro qual modelo era o correto", escreveu o físico britânico Stephen Wolfram na revista americana Wired. "Algumas teorias pareciam vazias, outras eram profundas e filosóficas. Algumas eram sofisticadas, e outras, entediantes."
As peças do modelo — No início da década de 1970, contudo, uma teoria se destacou. Nessa época os cientistas confirmaram a existência dos quarks, partículas que constituem os prótons e os nêutrons, elementos que formam o núcleo dos átomos. Essa descoberta deu força a uma teoria que viria a ser conhecida como Modelo Padrão da Física de Partículas — que previa a existência de 12 tipos de partículas elementares, suportadas por um campo que confere massa a algumas delas (como o elétron), mas não a outras (como o fóton).
O pontapé inicial para a confecção do Modelo Padrão foi dado em 1960, quando o físico americano Sheldon Glashow descobriu uma forma de combinar a força eletromagnética e as interações fracas dos átomos, duas das quatro forças fundamentais (as outras são as interações fortes dos átomos e a gravidade).
Sete anos mais tarde, Steven Weinberg e Abdus Salam afundiram as ideias de Glashow às do físico escocês Peter Higgs. Em 1964, Higgs propôs a existência de um campo com o qual as partículas interagem. Essa interação confere massa às partículas. As que não interagem com o campo de Higgs não possuem massa e estão fadadas a viajar para sempre na velocidade da luz, como os fótons, a unidade básica da luz. A unidade básica desse campo foi batizada com o nome do físico: bóson (nome dado às partículas que ‘transportam’ energia) de Higgs.
Entre 1972 e 1974 experimentos confirmaram a teoria da interação forte entre as partículas (mais uma das quatro forças fundamentais). A descoberta deu ao Modelo Padrão sua forma atual e valeu a Glashow, Salam e Weinberg o Nobel de Física de 1979.
A teoria de 'quase tudo' — Os cientistas usaram o Modelo Padrão para prever a existência de várias partículas que ainda não haviam sido verificadas na prática, e ele não decepcionou. A um custo de bilhões de dólares, foram construídos aceleradores de partículas, como o Fermilab, nos Estados Unidos e o LHC, na fronteira franco-suíça. A descoberta do quark bottom em 1977, o quark top em 1995 e o tau neutrino em 2000 deram ainda mais crédito ao Modelo Padrão, fazendo dele a melhor teoria para explicar ‘quase tudo’. Com ele, é possível explicar com sucesso uma grande variedade de resultados experimentais, exceção feita ao comportamento da gravidade, da matéria e da energia escuras e da antimatéria.
David Noir/Reuters
Peter Higgs na Universidade de Edimburgo, na Escócia
Peter Higgs, o 'pai' do bóson de Higgs, na Universidade de Edimburgo, na Escócia
A partícula derradeira — De todas as partículas previstas pelo Modelo Padrão, apenas uma não havia sido verificada em experimentos: o bóson de Higgs. Sua verificação tornou-se, portanto, uma questão de honra para os teóricos. Mas não foi fácil. Os primeiros aceleradores de partícula não foram capazes de encontrá-lo. Nem os de segunda geração. Foi preciso investir 10 bilhões de dólares para a construção do Large Hadron Collider, um gigantesco anel de 27 quilômetros de diâmetro na fronteira franco-suíça, potente o suficiente para esmagar prótons a uma velocidade próxima a da luz e oferecer as condições para procurar o bóson de Higgs em regiões energéticas desconhecidas até então pela ciência. Embora não fosse seu único objetivo, a busca pelo bóson de Higgs é a principal vitrine do LHC e o principal argumento para convencer governos a gastar dinheiro público em um empreendimento de ambições puramente teóricas.
A próxima jornada – A longa espera chegou ao fim nesta quarta-feira. Isso explica o entusiasmo com que cientistas ao redor do planeta programaram encontros festivos para receber o anúncio do pesquisadores do LHC. O próprio Peter Higgs foi convidado para o anúncio. Após os resultados, disse aliviado. “Acho que o encontramos”. Em uma coletiva de imprensa na Escócia, nessa sexta-feira, disse algo que estava engasgado há mais de 40 anos.“É muito bom estar certo.”
No Brasil, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) organizou uma espécie de 'café da madrugada', com suco e salgadinhos para professores, estudantes e jornalistas na sala de computação do campus da Barra Funda, em São Paulo. Um telão exibia ao vivo o anúncio dos cientistas do LHC. Físicos brasileiros, como Sérgio Novaes e Hélio Takai, um em Genebra e outro em Nova York, vibraram com os resultados. "É, sem dúvida, o resultado mais importante dos últimos 30 anos na Física de Partículas", disse Novaes, emocionado, por teleconferência. Líder de um grupo de pesquisa da Unesp, Novaes trabalha em um dos experimentos que detectaram o bóson de Higgs e publicou — no início da década de 1980 — um dos primeiros artigos que descreviam como encontrar a partícula.
A verificação experimental do bóson de Higgs não significa a vitória completa da ciência sobre a natureza, ainda. Embora o Modelo Padrão seja a melhor descrição do mundo subatômico, ele diz respeito a apenas 4% do universo visível. O restante (96%) corresponde à matéria escura e à energia escura. Alguns cientistas ainda consideram o modelo pouco elegante por omitir a natureza da gravidade, considerada uma das forças fundamentais. São questões que ocuparam e ocupam as mentes dos mais brilhantes cientistas, como Albert Einstein, que perseguiu uma teoria unificadora até o fim de seus dias, e Stephen Hawking, que ainda luta pelo mesmo objetivo a despeito de sua condição física paralisante. Talvez o Modelo Padrão seja parte de um modelo ainda maior que inclui uma física ainda desconhecida, como propõe a Teoria de Cordas, escondida no mundo subatômico ou nos remotos e obscuros confins do universo. A incrível saga do bóson de Higgs parece ter chegado ao fim. Mas a jornada científica para entender os outros 96% do universo ainda está longe de acabar.

MODELO PADRÃOO Modelo Padrão é a melhor descrição do mundo subatômico. Existem outras, mas nenhuma que tenha tido tanto sucesso em experimentos para prever e descrever as partículas e as forças de suas interações. O Modelo Padrão oferece ferramentas teóricas para o avanço de tecnologias. A cura do câncer ou a construção de uma nave interestelar passam, em última análise, pelo sucesso de um modelo que descreva o comportamento da natureza no mais fundamental dos níveis.
BÓSON DE HIGGS
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica prevista há quase 50 anos. Após décadas de procura, os físicos ainda não conseguiram nenhuma prova de que ela exista. O Higgs é importante porque a existência dele provaria que existe um campo invisível que permeia o universo. Sem o campo, ou algo parecido, nada do que conhecemos existiria. Os cientistas não esperavam detectar o campo, mas sim uma pequena deformação nele, chamada bóson de Higgs.
LHC
O Grande Colisor de Hádrons (do inglês Large Hadron Collider, LHC) é o maior acelerador de partículas do mundo, com 27 quilômetros de circunferência. Ele pertence ao CERN, o centro europeu de pesquisas nucleares e está instalado na fronteira franco-suíça. Em seu interior, partículas são aceleradas até 99,9% da velocidade da luz. Os experimentos ajudam a responder questões sobre a criação do universo, a natureza da matéria e fenômenos exóticos observados no espaço.

Pesquisadores que previram Bóson de Higgs ganham Nobel de Física

Prêmio Nobel

O britânico Peter Higgs e o belga François Englert previram nos anos 1960, de forma independente, a existência do campo de Higgs, que confere massa a todas as outras partículas

O belga François Englert e o britânico Peter Higgs, vencedores do Nobel de física de 2013
O belga François Englert e o britânico Peter Higgs, vencedores do Nobel de física de 2013 (Fabrice Coffrini/AFP)
Os físicos Peter Higgs e François Englert receberam o Prêmio Nobel de 2013, como reconhecimento aos estudos que levaram à descoberta do Bóson de Higgs no ano passado. A partícula é uma prova da existência do campo de Higgs, previsto pelos dois cientistas há quase 50 anos, que explica como as outras partículas elementares, como elétrons e quarks, ganham massa. A descoberta era a última peça que faltava para confirmar o modelo padrão, teoria sobre como as partículas interagem para formar a matéria do Universo.

Saiba mais

BÓSON DE HIGGS
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica prevista há quase 50 anos. O Higgs é importante porque a existência dele provaria que existe um campo invisível que permeia o universo. Sem o campo, ou algo parecido, nada do que conhecemos existiria. Os cientistas não esperavam detectar o campo, mas sim uma pequena deformação nele, chamada bóson de Higgs.
MODELO PADRÃO
O Modelo Padrão é a melhor descrição do mundo subatômico. Existem outras, mas nenhuma que tenha tido tanto sucesso em experimentos para prever e descrever as partículas e as forças de suas interações.
O campo de Higgs foi teorizado, de forma independente, pelos dois pesquisadores em 1964. Ele seria um campo invisível no qual algumas partículas interagem para ganhar massa. As que não interagem com o campo não possuem massa e estão fadadas a viajar para sempre na velocidade da luz, como os fótons, a unidade básica da luz. A prova da existência física do campo seria justamente o Bóson de Higgs.
Depois de quase 50 anos de pesquisa, os cientistas conseguiram, as evidências da existência do Bosón. A descoberta foi finalmente reveladas no dia 4 de julho de 2012, após dois detectadores identificarem sua presença no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas do mundo.

Vegetarianos são mais magros, independentemente da ingestão calórica

Alimentação

Nova pesquisa mostrou que pessoas que não comem carne apresentam, em geral, um índice de massa corporal menor do que as outras

Vegetarianos: Saúde cardiovascular dessas pessoas parece ser melhor do que a de quem comer carne, sugere estudo
Vegetarianos: Dieta também pode contribuir com a redução do peso, independentemente da quantidade de calorias consumida no dia (Thinkstock)
Pesquisas feitas nos últimos anos mostraram que os vegetarianos tendem a usufruir de uma melhor saúde e de uma vida mais longa do que as outras pessoas. Agora, um novo estudo americano sugere que indivíduos que seguem uma dieta vegetariana são, em média, mais magros do que aqueles que comem carne, mesmo consumindo a mesma quantidade de calorias que os demais. O trabalho, desenvolvido na Universidade Loma Linda, na Califórnia, será publicado em dezembro no periódico Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
De acordo com a universidade, a pesquisa se baseou nos dados de 71.751 pessoas com uma média de 59 anos de idade. Essas informações foram coletadas entre 2002 e 2007. Os autores dividiram os participantes em cinco grupos: o dos consumidores de carne; dos semi-vegetarianos (comem carne ocasionalmente); dos pescovegetarianos (consomem apenas peixe); dos ovolactovegetarianos (comem laticínios); e veganos (não consomem nenhum produto de origem animal).
Segundo a pesquisa, com exceção dos semi-vegetarianos, que consumiam uma média de 1.700 calorias por dia, todos os participantes apresentaram a mesma média de ingestão calórica: 2.000 calorias ao dia. Os autores do estudo observaram que, mesmo assim, os veganos foram aqueles que apresentaram, no geral, o menor índice de massa corporal (IMC) entre todos os participantes. O maior IMC foi apresentado por aqueles que consumiam carne regularmente.
Obesidade — Além disso, o estudo mostrou que o grupo dos vegetarianos foi aquele que apresentou o menor porcentual de pessoas obesas: 9,4% dos membros tinham um IMC maior do que 30, o que caracteriza a obesidade. Essa taxa foi de 16,7% entre os ovolactovegetarianos; 17,9% entre os pescovegetarianos; 24% entre os semi-vegetarianos; e 33,3% entre os consumidores de carne.
Como a pesquisa não levou em consideração outros fatores que interferem no peso – como prática de atividade física, por exemplo —, ainda não é possível dizer que uma dieta vegetariana causa diretamente uma redução do peso, mas sim que existe uma forte associação entre esses dois fatores.