domingo 06 2013

Entrevista com Sartre - Completa.



Sartre e Beauvoir (Globo ciência)



Simone de Beauvoir, uma mulher actual / Simone de Beauvoir, une femme ac...



Tecnologia realiza "biópsia líquida" do câncer a partir de amostras de sangue

Diagnóstico

Novo chip é capaz de encontrar células tumorais que estão circulando pelo sangue do paciente, em meio a bilhões de células normais

dispositivo
O dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores é capaz de filtrar amostras de sangue em busca de células tumorais. Se encontrar alguma, ele pode mantê-las armazenadas e permitir que se reproduzam até atingir um número suficientemente grande para a análise científica (Joseph Xu, Michigan Engineering communications & Marketing)
Pesquisadores americanos anunciaram a criação de um novo chip capaz de capturar células cancerosas que estão circulando pelas amostras de sangue de um paciente, e cultivá-las para uma análise mais detalhada. Nos laboratórios médicos, tal dispositivo poderia ajudar a diagnosticar os cânceres de forma mais rápida e a fazer previsões mais precisas sobre os resultados dos tratamentos. "Se conseguirmos fazer essa tecnologia funcionar, ela vai ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos contra o câncer e revolucionar o tratamento de pacientes", diz Max Wicha, pesquisador da Universidade de Michigan e um dos criadores da tecnologia, que foi descrita em um estudo publicado na revista Nature Nanotechnology no dia 29 de setembro.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sensitive capture of circulating tumour cells by functionalized graphene oxide nanosheets

Onde foi divulgada: periódico Nature Nanotechnology

Quem fez: Sunitha Nagrath, entre outros pesquisadores

Instituição: Universidade de Michigan, nos Estados Unidos

Resultado: Os pesquisadores desenvolveram um dispositivo capaz de analisar amostras de sangue em busca de células tumorais. Em dez testes, a tecnologia foi capaz de detectar, em média, 73% das células cancerosas em meio a um mililitro de sangue
As células cancerígenas que circulam pelo sangue surgem no tumor principal, mas se desprendem e passam a percorrer o corpo. São elas que, ao se alojar em outros tecidos, induzem o surgimento de novos tumores e dão início à metástase. Segundo os cientistas, a análise dessas células tumorais na corrente sanguínea pode, no futuro, desempenhar um papel importante no diagnóstico precoce do câncer e ajudar os médicos a acompanhar em tempo real se os tratamentos estão funcionando nos pacientes — servindo como uma espécie de “biópsia líquida” dos tumores.
O método, no entanto, está longe de ser colocado em prática pelos médicos, pois é extremamente difícil separar as células tumorais de todas as outras circulantes no sangue de um paciente. Em meio a uma amostra retirada de um indivíduo com câncer em estágio inicial, por exemplo, o tumor é responsável por menos de uma em cada bilhão de células sanguíneas. Mesmo depois de capturadas, os cientistas encontram dificuldades em executar uma análise robusta em um número tão pequeno delas, diminuindo a utilidade do procedimento.
O problema, no entanto, pode vir a ser resolvido com a criação do novo chip. Nele, os cientistas construíram pequenas cadeias de moléculas preparadas para agarrar as células tumorais. Depois de capturá-las, o dispositivo é capaz de mantê-las isoladas e cultivar seu crescimento, criando uma cultura de células que pode ser analisada pelos pesquisadores.
As pequenas redes feitas de fio de ouro — e revestidas de óxido de grafeno — conseguem capturar as células tumorais. Na imagem, uma célula se prende em uma das pétalas
Flores de ouro — Os pesquisadores começaram a desenvolver a tecnologia usando uma base de silício, sobre a qual foi montada uma rede de cerca de 60.000 filamentos de ouro, menores do que um fio de cabelo, organizados em grupos de quatro — como as pétalas de uma flor. Essas flores de ouro eram capazes de atrair um novo tipo de material utilizado na eletrônica, conhecido como óxido de grafeno. Formado a partir de folhas de carbono e oxigênio empilhadas, medindo apenas alguns átomos de espessura, o material permitiu aos pesquisadores construir as cadeias moleculares capazes de capturar as células dos tumores. "É como se cada grafeno tivesse muitos nano-braços para capturar células", diz Sunitha Nagrath, pesquisadora da Universidade de Michigan que também participou do estudo.
Para testar o dispositivo, os cientistas passaram amostras de um mililitro de sangue através do chip. Mesmo quando existia apenas de três a cinco células tumorais entre 5 ou 10 bilhões de células sanguíneas normais, o chip teve sucesso em diagnosticar o câncer. Em metade dos testes, ele foi capaz de capturar todas as células tumorais. Nas dez tentativas, a média de captura foi de 73% das células. "Isso é o máximo que alguém já conseguiu em uma concentração tão baixa de células", afirma Nagrath.
Os pesquisadores também utilizaram o dispositivo para cultivar células de câncer de mama ao longo de seis dias, utilizando um microscópio eletrônico para enxergar como elas se espalhavam pelas flores de ouro. "Quando nós temos apenas células individuais, a quantidade de material em cada uma delas costuma ser tão pequena que é difícil desenvolver ensaios moleculares. O dispositivo permite que as células sejam cultivadas em quantidades maiores, de modo a facilitar as análises genéticas", disse Max Wicha.


O chip desenvolvido pelos pesquisadores pode capturar células cancerosas do pâncreas, da mama e do pulmão a partir de amostras de sangue dos pacientes. Segundo os cientistas, a tecnologia deve passar por mais testes, além de ser patenteada pela equipe, e pode chegar aos laboratórios em três anos.

Câncer de pulmão poderá ser detectado pelo hálito

Diagnóstico

Exame consegue identificar com precisão de mais de 80% o subtipo do câncer e em qual estágio de desenvolvimento ele se encontra

O câncer de pulmão é considerado um dos mais letais, uma vez que sua detecção é feita em estágios tardios da doença
O câncer de pulmão é considerado um dos mais letais, uma vez que sua detecção é feita em estágios tardios da doença(Hemera/Thinkstock)
O câncer de pulmão possui um dos maiores índices de mortalidade entre os vários tipos de cânceres justamente porque pode se desenvolver por anos antes que os sintomas apareçam. Quando é finalmente detectado, pode ser tarde demais. Um novo exame, que usa apenas o hálito do paciente, promete mudar esse quadro.
Criado pela empresa americana Metabolomx, o teste consegue identificar a doença por meio das partículas liberadas no ar exalado pelo paciente, e ainda pode diferenciar os subtipos do câncer e indicar em qual estágio ele se encontra. O estudo foi publicado no Journal of Thoracic Oncology, periódico oficial da Associação Internacional para o Estudo do Câncer do Pulmão.

Opinião do especialista

Artur Katzoncologista chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês

"Não existe hoje meios viáveis financeiramente para a detecção precoce em larga escala do câncer de pulmão. Então, essa pesquisa é bastante promissora e pode vir a ajudar.
Mas ainda é preciso que algumas respostas sejam respondidas: o resultado poderá ter interferência de infecções pulmonares? Quanto vai custar e como será feita a análise de cada amostra?
Conduzido pela Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, o estudo relatou uma precisão superior a 80% na detecção do câncer do pulmão e de cerca de 90% na distinção do tipo específico desse câncer — se é de pequenas células, adenocarcinoma ou de células escamosas. O teste apresentou ainda 79% de precisão na diferenciação entre os estágios 1 e 2 dos estágios 3 e 4, o que mostra uma capacidade para o diagnóstico precoce da doença.
De acordo com os pesquisadores, esse exame pode fornecer informações complementares aos testes já existentes hoje, como a tomografia computadorizada. Isso poderá ajudar os médicos a distinguir nódulos benignos de malignos. "Nossa pesquisa demonstrou que esse exame consegue fornecer informações que podem ajudar nas decisões sobre o tratamento, como o subtipo do câncer, seu estágio e o prognóstico", diz Peter J. Mazzone, um dos autores do estudo.
Segundo o Insituto Nacional de Câncer (Inca), em 2012 haverá 27.329 novos casos de câncer de pulmão no Brasil. Ainda segundo o Inca, é o mais comum de todos os tumores malignos, e sua incidência mundial aumenta 2% por ano. Além disso, em 90% dos casos diagnosticados, está associado ao consumo de derivados de tabaco.

Tecnologia

Ferramenta desenvolvida por pesquisadores utiliza sistema de previsão de risco e imagens tridimensionais para ajudar no diagnóstico da doença

Câncer de pulmão: desequilíbrio de determinados tipos de hormônios pode ser a origem de alguns tumores
Programa desenvolvido por cientistas ajuda a detectar com mais precisão os sinais do câncer de pulmão (Thinkstock)
Um novo programa de computador pode diminuir as chances de enganos no diagnóstico do câncer de pulmão. O programa, desenvolvido por um grupo de cientistas canadenses, auxilia os médicos na hora de avaliar se uma mancha detectada na tomografia de pulmão é cancerosa ou não. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira no periódico New England Journal.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Probability of Cancer in Pulmonary Nodules Detected on First Screening CT

Onde foi divulgada: periódico New England Journal

Quem fez: Annette McWilliams, Martin C. Tammemagi e outros

Instituição: Universidade de Brock, Canadá, e outras instituições

Dados de amostragem: Duas séries de dados provenientes de 12.029 lesões pulmonares em 2.961 fumantes ou ex-fumantes com idades entre 50 e 75 anos, já submetidos a tomografias de baixa dosagem

Resultado: Foi desenvolvido um mecanismo capaz de auxiliar no diagnóstico do câncer de pulmão com 94% de acerto
O método de avaliação de risco clínico ajudou a analisar corretamente nove de 10 manchas, classificando-as em malignas ou benignas. Atualmente, exames de tomografia computadorizada são utilizados para diagnosticar a doença, mas, de acordo com o estudo, podem levar a cirurgias desnecessárias em 25% dos casos. 
“Temos evidências de que o nosso modelo de calcular o risco pode prever com precisão quais são as anormalidades que aparecem na primeira tomografia e que requerem um acompanhamento — como uma biópsia ou cirurgia — e quais não”, explica Stephen Lam, um dos autores do estudo. 
Modelo — O modelo de previsão do programa inclui uma calculadora de risco que avalia fatores como idade, sexo, histórico familiar e localização do nódulo, entre outras características. O estudo se apoiou ainda na tomodensitometria, uma técnica de geração de imagens médicas tridimensionais, auxiliada por computador. 
“Reduzir o número de exames desnecessários e aumentar os trabalhos de diagnóstico rápido e intensivo em indivíduos com nódulos de alto risco são os principais objetivos do modelo”, afirma Martin Tammemagi, epidemiologista da Universidade de Brock e responsável pelo projeto.
Os cientistas testaram a ferramenta em uma população de quase 3.000 pessoas, incluindo atuais e ex-fumantes de 50 a 75 anos de idade, já submetidos a tomografias de baixa dosagem. O método desenvolvido pelos pesquisadores ajudou, em 94% dos casos, a determinar corretamente se o nódulo era ou não canceroso — o que os cientistas descreveram como uma “excelente exatidão de previsão”. Além disso, a tecnologia também ajudou a diagnosticar pequenos nódulos enganosos, medindo no máximo 10 milímetros, com exatidão. 
Impacto — “Os modelos de previsão anteriores para nódulos de pulmão mostravam uma grande prevalência de câncer de pulmão, de 23% a 75%, em comparação com 5,5% no nosso estudo”, destacam os autores. Segundo Stephen Lam, o programa terá um impacto clínico imediato. “São ótimas notícias para todos, de pessoas com alto risco de desenvolver câncer de pulmão a radiologistas, médicos e cirurgiões torácicos”, conclui. 
(Com agência France-Presse)

Tecnologia realiza "biópsia líquida" do câncer a partir de amostras de sangue

Diagnóstico

Novo chip é capaz de encontrar células tumorais que estão circulando pelo sangue do paciente, em meio a bilhões de células normais

dispositivo
O dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores é capaz de filtrar amostras de sangue em busca de células tumorais. Se encontrar alguma, ele pode mantê-las armazenadas e permitir que se reproduzam até atingir um número suficientemente grande para a análise científica (Joseph Xu, Michigan Engineering communications & Marketing)
Pesquisadores americanos anunciaram a criação de um novo chip capaz de capturar células cancerosas que estão circulando pelas amostras de sangue de um paciente, e cultivá-las para uma análise mais detalhada. Nos laboratórios médicos, tal dispositivo poderia ajudar a diagnosticar os cânceres de forma mais rápida e a fazer previsões mais precisas sobre os resultados dos tratamentos. "Se conseguirmos fazer essa tecnologia funcionar, ela vai ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos contra o câncer e revolucionar o tratamento de pacientes", diz Max Wicha, pesquisador da Universidade de Michigan e um dos criadores da tecnologia, que foi descrita em um estudo publicado na revista Nature Nanotechnology no dia 29 de setembro.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sensitive capture of circulating tumour cells by functionalized graphene oxide nanosheets

Onde foi divulgada: periódico Nature Nanotechnology

Quem fez: Sunitha Nagrath, entre outros pesquisadores

Instituição: Universidade de Michigan, nos Estados Unidos

Resultado: Os pesquisadores desenvolveram um dispositivo capaz de analisar amostras de sangue em busca de células tumorais. Em dez testes, a tecnologia foi capaz de detectar, em média, 73% das células cancerosas em meio a um mililitro de sangue
As células cancerígenas que circulam pelo sangue surgem no tumor principal, mas se desprendem e passam a percorrer o corpo. São elas que, ao se alojar em outros tecidos, induzem o surgimento de novos tumores e dão início à metástase. Segundo os cientistas, a análise dessas células tumorais na corrente sanguínea pode, no futuro, desempenhar um papel importante no diagnóstico precoce do câncer e ajudar os médicos a acompanhar em tempo real se os tratamentos estão funcionando nos pacientes — servindo como uma espécie de “biópsia líquida” dos tumores.
O método, no entanto, está longe de ser colocado em prática pelos médicos, pois é extremamente difícil separar as células tumorais de todas as outras circulantes no sangue de um paciente. Em meio a uma amostra retirada de um indivíduo com câncer em estágio inicial, por exemplo, o tumor é responsável por menos de uma em cada bilhão de células sanguíneas. Mesmo depois de capturadas, os cientistas encontram dificuldades em executar uma análise robusta em um número tão pequeno delas, diminuindo a utilidade do procedimento.
O problema, no entanto, pode vir a ser resolvido com a criação do novo chip. Nele, os cientistas construíram pequenas cadeias de moléculas preparadas para agarrar as células tumorais. Depois de capturá-las, o dispositivo é capaz de mantê-las isoladas e cultivar seu crescimento, criando uma cultura de células que pode ser analisada pelos pesquisadores.
As pequenas redes feitas de fio de ouro — e revestidas de óxido de grafeno — conseguem capturar as células tumorais. Na imagem, uma célula se prende em uma das pétalas
Flores de ouro — Os pesquisadores começaram a desenvolver a tecnologia usando uma base de silício, sobre a qual foi montada uma rede de cerca de 60.000 filamentos de ouro, menores do que um fio de cabelo, organizados em grupos de quatro — como as pétalas de uma flor. Essas flores de ouro eram capazes de atrair um novo tipo de material utilizado na eletrônica, conhecido como óxido de grafeno. Formado a partir de folhas de carbono e oxigênio empilhadas, medindo apenas alguns átomos de espessura, o material permitiu aos pesquisadores construir as cadeias moleculares capazes de capturar as células dos tumores. "É como se cada grafeno tivesse muitos nano-braços para capturar células", diz Sunitha Nagrath, pesquisadora da Universidade de Michigan que também participou do estudo.
Para testar o dispositivo, os cientistas passaram amostras de um mililitro de sangue através do chip. Mesmo quando existia apenas de três a cinco células tumorais entre 5 ou 10 bilhões de células sanguíneas normais, o chip teve sucesso em diagnosticar o câncer. Em metade dos testes, ele foi capaz de capturar todas as células tumorais. Nas dez tentativas, a média de captura foi de 73% das células. "Isso é o máximo que alguém já conseguiu em uma concentração tão baixa de células", afirma Nagrath.
Os pesquisadores também utilizaram o dispositivo para cultivar células de câncer de mama ao longo de seis dias, utilizando um microscópio eletrônico para enxergar como elas se espalhavam pelas flores de ouro. "Quando nós temos apenas células individuais, a quantidade de material em cada uma delas costuma ser tão pequena que é difícil desenvolver ensaios moleculares. O dispositivo permite que as células sejam cultivadas em quantidades maiores, de modo a facilitar as análises genéticas", disse Max Wicha.


O chip desenvolvido pelos pesquisadores pode capturar células cancerosas do pâncreas, da mama e do pulmão a partir de amostras de sangue dos pacientes. Segundo os cientistas, a tecnologia deve passar por mais testes, além de ser patenteada pela equipe, e pode chegar aos laboratórios em três anos.