quarta-feira 11 2013

Filhotes da Nina - DOAÇÃO

Acordo financia 'cofre' internacional que protege amostras de sementes para garantir o futuro alimentar da humanidade

Preservação

Os bancos do Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional armazenam mais de 700.000 amostras de produtos alimentares, entre eles variedades de milho, arroz, banana, feijão e batata, na esperança de evitar que sejam completamente devastados por catástrofes naturais ou conflitos humanos

diversidade
Os bancos genéticos pretendem guardar a diversidade de produtos alimentares encontrados ao redor do mundo (Ernesto Benavides/AFP)
Um novo acordo firmado nesta quinta-feira prevê o investimento de109 milhões de dólares em onze bancos genéticos espalhados pelo mundo, principalmente em países em desenvolvimento. A intenção da parceria entre o Global Crop Diversity Trust, uma organização internacional independente fundada pela ONU,  e o Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR), que controla os bancos, é garantir a segurança do material genético depositado, que pode garantir a segurança alimentar da humanidade no futuro.
Os bancos do CGIAR armazenam mais de 700.000 amostras de produtos alimentares, entre eles variedades de milho, arroz, banana, feijão e batata, na esperança de evitar que sejam completamente devastados por catástrofes naturais ou conflitos humanos. "O objetivo é preservar espécies selvagens, encontradas às vezes em lugares de difícil acesso, como montanhas, ou esquecidas, a fim de encontrar possíveis novos usos para elas", afirma Charlotte Lusty, pesquisadora do Trust.
Os bancos de genes começaram a ser organizados nos anos 1970, com o surgimento de novas técnicas que aumentaram a produção agrícola ao redor do mundo, como a manipulação genética. Com isso, algumas variedades começaram a desaparecer dos campos, e os pesquisadores passaram a defender a importância de manter amostras das plantas que estavam prestes a sumir.
Para isso, as sementes recolhidas são desidratadas e armazenadas entre -15 e -20ºC. Para as plantas sem sementes, como banana, batata e mandioca, a tarefa é mais complexa: uma amostra de tecido é removido e armazenado em um estado criogênico a temperaturas extremas. "Nosso trabalho é contínuo", diz Charlotte. Às vezes, áreas que permaneceram fechadas durante muito tempo, devido a conflitos ou regimes políticos, se abrem de repente, como é o caso atual de Mianmar: "Nesses casos, descobrimos novas variedades".
Garantia para o futuro — O Global Crop Diversity Trust já financiava um outro banco de sementes na Noruega: o centro de Svalbard. Conhecido como uma espécie Arca de Noé vegetal, ele visa preservar para sempre uma amostra de cada planta, semente ou gérmen do planeta. Ele só abre um punhado de dias por ano para os pesquisadores e não fornece suas amostras para estudos externos.
Os bancos do CGIAR, ao contrário, estão permanentemente abertos a biólogos e agrônomos. Nos últimos dez anos, eles distribuíram mais de um milhão de amostras para escolas e institutos especializados em pesquisa de novas variedades ou esquecidas.
Após o tsunami de 2004 na Ásia, quando regiões inteiras foram inundadas com água salgada, os pesquisadores do Instituto Internacional do Arroz, em Manila, procuraram em meio a uma coleção de mais de 100.000l genes variedades capazes de se desenvolver apesar do sal.
Mais recentemente, um feijão até então desconhecido dos Andes se mostrou particularmente rico em ferro e perfeitamente adaptável para a República Democrática do Congo, onde tem sido cultivado desde 2012. "Nós trabalhamos com quase todos os países, o objetivo é desenvolver um sistema verdadeiramente global", diz Charlotte Lusty. "A parceria Trust/CGIAR garante a preservação e disponibilização de coleções".
Para a pesquisadora, os bancos genéticos representam uma garantia para o futuro da humanidade: "A diversidade cultural é uma das melhores respostas à mudança climática, mas tudo depende da partilha de recursos e de conhecimentos através das fronteiras."


(Com Agência France-Presse)

Um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo é desperdiçado anualmente, diz relatório da ONU

Alimentação

Se fosse um país, o desperdício de comida seria o terceiro maior emissor de gás carbônico do mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos

Em relação à quantia de vitaminas e de outros nutrientes, os alimentos orgânicos são similares aos produzidos de maneira convencional
ONU estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano (Thinkstock)
Um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado a cada ano – junto com toda a energia, água e produtos químicos envolvidos em sua produção e descarte. É o que mostra um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quarta-feira. Segundo o documento, o desperdício de comida pode ser visto como terceiro maior emissor de gás carbônico no mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Os alimentos destinados ao consumo humano descartados anualmente correspondem a aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas. Isso significa que quase 30% por cento das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, o mais longo e caudaloso da Europa, são usadas em vão.
No relatório, intitulado A Pegada do Desperdício Alimentar, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês) estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base nos preços de produção. Traduzido em recursos naturais, ele consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares de terra.
A FAO estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo. Segundo a instituição, o uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa e, consequentemente, diminuir o aquecimento global.
Soluções — No mundo industrializado, a maior parte do desperdício vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Já nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.
"A redução do descarte de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.
A organização sugere melhorar a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento, métodos de embalagem e alternativas para o despejo de resíduos orgânicos em aterros sanitários. Ainda segundo a FAO, os consumidores de países desenvolvidos devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras.
(Com Agência Reuters)

Nasa lança perfil no Instagram

Por BBCBrasil.com, BBCBrasil.com

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço.


Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

A Nasa, agência espacial americana, lançou um perfil oficial no Instagram para se aproximar do público e compartilhas imagens da Terra e além. Uma das primeiras fotos é uma imagem da Terra feita da Apolo 11 em 1969.

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

'Estamos constantemente tentando expandir nosso portfólio e mídias sociais para incluir ferramentas que possam contar melhor a história de exploração e descobertas da Nasa', disse a assessora de imprensa da agência, Lauren Worley.

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

As primeiras atualizações da Nasa no Instagram ressaltaram o lançamento do programa de exploração espacial Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer (LADEE), que ocorrerá em instalações da agência no Estado da Virgínia.

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

A missão robótica LADEE irá orbitar a Lua para coletar informações detalhadas sobre a estrutura e a composição da atmosfera lunar.

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

A pesquisa lunar financiada pela agência espacial já encontrou provas da existência de água aprisionada em grãos de minerais na superfície da Lua de uma fonte subterrânea ainda não conhecida.

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

O perfil da agência vai mostrar imagens e vídeos da aeronáutica, da astrofísica, ciências da Terra, viagens humanas ao espaço e mais

Agência espacial americana que se aproximar do público nas redes sociais, compartilhando imagens da Terra e do espaço. - 1 (© Copyright British Broadcasting Corporation 2013)

Mais imagens podem ser vistas no perfil da Nasa: instagram.com/nasa.

Eddie Vedder - Without you



Hackers brasileiros se confundem e derrubam site da NASA

Por Felipe Ventura-- Gizmodo
Hackers brasileiros se confundem e derrubam site da NASA. Erro foi divulgado em redes sociais e virou motivo de piada para algumas pessoas.


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O escândalo de espionagem americana no Brasil está longe de acabar: descobrimos que grandes alvos no país, como a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, foram monitorados pela NSA (Agência Nacional de Segurança).
Alguns hacktivistas resolveram mostrar seu repúdio a essa prática dos EUA, mas parece que erraram o alvo. O grupo BMPoC, composto por três hackers, fez defacing no site da NASA e deixou uma mensagem para eles: “parem de nos espionar”.
Hoje de manhã, 14 subdomínios foram afetados, envolvendo áreas específicas da agência espacial – como o Instituto de Ciência Lunar, Academia Ames de Exploração Espacial, e Astrobiologia virtual – mas não prejudicou o domínio nasa.gov por inteiro.
Junto a uma imagem do Oriente Médio no plano de fundo, e ao logotipo da NASA estampado no meio da página, estava a mensagem em um inglês meio estranho. O original está no fim do post; a tradução vem a seguir:
"Parem de nos espionar. A população brasileira não apoia sua atitude! Os Illuminati agora estão agindo visivelmente! Obama sem coração! Desumano! Você não tem família? O objetivo de toda a população global é apoiar vocês. NINGUÉM! Nós não queremos guerra, nós queremos paz!!!"
Só que a NASA não está envolvida com o escândalo de espionagem. Ela é uma agência espacial que faz coisas incríveis, como o rover Curiosity que está explorando Marte, planetas que podem ter vida, e impressoras 3D que funcionam fora da Terra. A NASA vem sofrendo cortes de orçamento o longo do governo Obama, com o objetivo de reduzir o déficit fiscal – é por isso que o programa Space Shuttle de ônibus espaciais foi interrompido.
A NSA, por outro lado, está recebendo mais dinheiro do que nunca: US$ 11 bilhões só este ano. Ela está envolvida com espionagem na União Europeia, na ONU, e até mesmo de políticos e empresas de toda a América Latina, onde o Brasil é alvo prioritário. Ou seja, são duas entidades completamente diferentes.
No entanto, não é a primeira vez que o grupo ataca domínios da NASA. Em abril, o BMPoC fez o mesmo, deixando apenas uma imagem onde estava escrito “NASA HACKED!”. E o Hack-DB, “arquivo de hacktivismo e cibercrime”, diz que subdomínios da NASA sofreram defacing em janeiro deste ano.
Por que eles igualaram NASA a NSA? E por que os constantes ataques às páginas da agência espacial? Não sabemos, porém outros membros do Anonymous estão repassando o feito:
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Parece que nossos hackers continuam precisando de uma dose de jornalismo.
Próximo
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Em sua conta @OpsAnonBrazil, o grupo diz fazer parte do coletivo Anonymous. Eles fazem apenas uma referência ao ataque, retuitando uma notícia do HackRead, e também notam que, com o ataque, se opõem à intervenção dos EUA na Síria, suspeita de ter lançado armas químicas contra manifestantes.





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Não resta dúvida de que o BMPoC é um grupo brasileiro. Em sua página no Facebook, há uma bandeira do Brasil na foto de perfil, e a frase “Não existe segurança! Ainda mais num país como este” na descrição.





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O site do BMPoC está em português, e dá a entender que a sigla se refere a “Baader-Meinhof”, grupo alemão de extrema-esquerda fundado em 1970, que faziam atos de guerrilha urbana comunista e anti-imperialista.
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Além disso, dos três componentes do grupo, um deles muito provavelmente é brasileiro. A conta do YouTube do MMxM tem textos e imagem em português: “Se gostou do video , da like , fav , comenta , e se inscreva no meu canal *-*”. Ela traz o link para o site The BlackHats, sobre (falta de) segurança na internet, também em português do Brasil. Cyclone e Ut0P|4 também fazem parte do grupo, e são creditados pelo defacing.
Na página com defacing, o grupo agradece a Xploiter Hacker e Invectus, dois paquistaneses envolvidos no defacing de diversos sites, incluindo portais de governo, bancos e outras empresas. Este último conseguiu alterar, no final do ano passado, mais de 25 sites com o domínio .il (de Israel).
Entramos em contato com o BMPoC para entender o breve ataque, mas ainda não recebemos resposta. No momento, o site da NASA funciona normalmente.

Entenda os conflitos na Síria:

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Os conflitos que desencadearam uma guerra civil na Síria começaram em março de 2011, em meio ao cenário da Primavera Árabe, uma onda de protesto que derrubou líderes em diferentes países árabes. De acordo com os últimos relatórios da ONU, mais de 100 mil pessoas já morreram e mais de 2 milhões já deixaram a Síria, desencadeando uma crise humanitária. A rebelião começou na cidade de Daraa (sul do país), quando 14 crianças foram presas e supostamente torturadas após escrever em um muro um slogan relacionado às revoltas que ocorriam na Tunísia e no Egito. Manifestações que pediam mais democracia, mas ainda sem citar a queda do presidente Bashar Al-Assad, foram reprimidas pelas tropas sírias. Os protestos não só continuaram como se espalharam por todo país

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Os protestos era pacíficos no início, mas foram interrompidos com violência pelas forças do governo de Bashar al-Assad. A polícia abriu fogo contra os opositores e matou ativistas. As medidas impulsionaram as manifestações em outras cidades da Síria e a oposição passou a exigir a queda de Assad. O presidente se recusou a renunciar, mas fez concessões para tentar aplacar os manifestantes. Entre elas estava o fim do estado de emergência, que durou 48 anos, e uma nova constituição, que previa a realização de eleições multipartidárias

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

As reivindicações chegaram a Damasco, capital do país. Assad defendia que 'terroristas' estavam infiltrados nos protestos e seguiu agindo contra as manifestações

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Em outubro de 2011, grupos de oposição criam o Conselho Nacional Sírio (CNS), composto em sua maioria pela comunidade de muçulmanos sunitas e com participação efetiva da Irmandade Mulçumana -- esse conselho passou a operar fora da Síria. Antigos dissidentes do governo também formaram um frente unida, o Comitê de Coordenação Nacional (CCN), para atuar dentro do país, com medo da orientação islâmica do CNS. Já a oposição armada ao regime é composta por militares desertores que se organizaram no Exército Livre da Síria, que coordena ataques contra as forças de segurança do regime a partir da Turquia

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Com vários grupos independentes, a desunião entre a oposição começou a incomodar a comunidade internacional. A solução foi atribuir ao CNS, o papel 'de interlocutor e representante formal da população síria'. Mesmo assim, o acordo não conseguiu o apoio do ELS, que reúne tropas com mais de 15 mil homens e melhor armamento. A Liga Árabe inicialmente se manteve em silêncio sobre a crise, mas em novembro de 2011 impôs sanções econômicas à Síria após o país não permitir a entrada de observadores. Os mesmos foram autorizados um mês depois, mas não conseguiram frear a violência

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Em julho de 2012, um atentado suicida atingiu o centro do regime de Assad e causou a morte de alguns dos principais nomes de sua cúpula de segurança: o general Dawoud Abdelah Rayiha; seu vice-ministro, o general Assef Shawkat (cunhado de Assad); e o assistente do vice-presidente, o general sírio Hassan Turkmani, também ex-ministro da Defesa e chefe do grupo governamental encarregado da crise

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Após mais de um ano do início dos conflitos, os atentados já tomam conta de várias regiões da Síria. A guerra civil declarada entre as forças do governo e grupos armados de oposição tem três grandes focos: as cidades de Homs, Hama e Idlib. Historicamente, o regime de Assad concentrou poder econômico, político e militar nas mãos da comunidade alauíta (10% da população). A maioria sunita (74%) se viu excluída e passou a acusar o governo de corrupção e nepotismo. Os protestos mais intensos ocorrem sistematicamente em cidades e áreas totalmente sunitas, onde praticamente não há alauítas ou cristãos

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

As tentativas da comunidade internacional de aprovar resoluções contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU foram vetadas principalmente pela Rússia, liderada por Vladimir Putin (foto), que tem fortes laços econômicos e militares com o regime de Assad. A Liga Árabe e a ONU nomearam o ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan como enviado para negociar um cessar-fogo entre o governo e os rebeldes, sem sucesso

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

Em agosto de 2013, mais de dois anos após o início dos conflitos, um massacre com uso de armas químicas deixou mais de 1.400 mortos, incluindo centenas de crianças. Os Estados Unidos acusaram o governo de Assad pelo ato. Damasco negou a ação e atribuiu o ataque aos rebeldes. A ONU iniciou uma inspeção para investigar o caso

Março/2011: Manifestantes na cidade de Deraa, no sul da Síria, reivindicam mais liberdade e democracia no país (© AP)

O ataque com armas químicas gerou uma tensão internacional, com forças ocidentais tentando se organizar para um possível ataque à Síria, independentemente da ONU. Assim como os EUA, França e Reino Unido também condenaram o ataque, além de Israel e Turquia. Síria tem ao seu lado Rússia, China e Irã -- os dois últimos, porém, em menor escala. A Rússia defende que o caso seja analisado no Conselho de Segurança da ONU e que são necessárias provas para acusar Assad

http://noticias.br.msn.com/mundo/civis-sofreriam-ainda-mais-com-uma-a%C3%A7%C3%A3o-militar-na-s%C3%ADria-diz-

comiss%C3%A3o-da-onu-1

Civis sofreriam ainda mais com uma ação militar na Síria, diz comissão da ONU

Por EFE Brasil, EFE Multimedia



Civis sofreriam ainda mais com uma ação militar na Síria, diz comissão da ONU
Civis sofreriam ainda mais com uma ação militar na Síria, diz comissão da ONU
Genebra, 11 set (EFE).- Uma ação militar na Síria intensificaria o sofrimento da população que permanece dentro do país e afastaria uma solução negociada para a guerra civil, disse nesta quarta-feira a comissão da ONU que investiga os crimes ocorridos nesse país.
O grupo de juristas que compõe a comissão divulgou hoje seu último relatório sobre a situação na Síria, que cobre o período de 15 de maio a 15 de julho, no qual acusa tanto às forças governamentais como os grupos armados opositores de 'crimes de guerra'.
O relatório revela também que grupos armados curdos se transformaram em atores importantes no conflito e recrutam e utilizam crianças como soldados nos confrontos.
A comissão também afirmou que aqueles que fornecem armas às partes beligerantes na guerra civil veem nelas uma esperança de vitória.
'Não há solução militar', afirmaram os juristas que integram a equipe, liderada pelo brasileiro Sergio Pinheiro.
A divulgação deste relatório ocorre na véspera de uma reunião crucial entre os responsáveis das Relações Exteriores dos Estados Unidos e da Rússia, em Genebra, para tentar estabelecer um procedimento que coloque sob supervisão internacional as armas químicas do regime sírio.

Em discurso, Obama promete examinar proposta russa sobre Síria

Por Steve Holland e Jeff Mason, Reuters



Em discurso, Obama promete examinar proposta russa sobre Síria (© Reuters)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira analisar uma iniciativa diplomática oferecida pela Rússia para o impasse envolvendo as armas químicas da Síria, mas expressou ceticismo sobre o assunto e pediu aos norte-americanos que apoiem sua ameaça de usar a força militar naquele país.
Obama disse em um discurso na Casa Branca que a proposta da Rússia para pressionar o presidente sírio, Bashar al-Assad, a colocar suas armas químicas sob controle internacional oferecia a possibilidade de impedir o tipo de ataque militar que ele está considerando contra a Síria.
Falando do Salão Leste da Casa Branca, Obama afirmou que as autoridades dos EUA e da Rússia irão continuar conversando sobre a iniciativa e que ele discutirá o assunto com o presidente russo, Vladimir Putin.
Enquanto isso, afirmou, ele pediu ao Senado para adiar a votação sobre a autorização para usar a força militar na Síria a fim de dar tempo à diplomacia. Obama não estabeleceu prazos para a ação, mas disse que qualquer acordo com Assad exigiria uma comprovação de que o presidente sírio manterá sua palavra.
"É muito cedo para dizer se esta oferta será bem-sucedida. E qualquer acordo deve verificar se o regime de Assad manterá os seus compromissos. Mas essa iniciativa tem o potencial para remover a ameaça de armas químicas sem o uso da força, particularmente porque a Rússia é um dos aliados mais fortes de Assad", disse Obama.
A proposta da Rússia freou a votação no Congresso dos EUA para a autorização do uso da força na Síria, já que o governo e os parlamentares norte-americanos pediram mais tempo para analisar a oferta que colocaria o arsenal químico sírio sob controle internacional.
Obama tem enfrentado forte resistência no Congresso sobre esta questão e parlamentares de ambos os lados apontaram a proposta russa como uma possível saída, apesar do ceticismo sobre o seu eventual sucesso.
Obama usou grande parte de seu discurso para expor o caso contra a Síria, dizendo que havia muitas evidências mostrando que o governo sírio estava por trás do ataque com armas químicas de 21 de agosto que matou 1.429 pessoas, sendo mais de 400 crianças.
Ele argumentou que a Síria deve enfrentar as consequências por ter usado tais armas porque grande parte do mundo aderiu a uma convenção que proíbe o uso de armas químicas e que se o mundo civilizado não reagir, isso só vai encorajar os adversários dos EUA.
"Se não agirmos, o regime de Assad não verá razão alguma para parar de usar armas químicas", disse Obama.
Um grupo de senadores republicanos e democratas começou a redigir uma versão alterada da autorização do uso da força que daria um prazo para que a Organização das Nações Unidas (ONU) assuma o controle das armas químicas.
(Reportagem adicional de Mark Felsenthal)

DIRCEU VAI PARTICIPAR DE FILME SOBRE SUA QUEDA

SP: quatro novos casos de DST são registrados por dia

Doenças sexuais

Levantamento divulgado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas revela que, em 2012, foram registrados 1.330 novos casos de DSTs

O uso de preservativos durante as relações sexuais é indicado para a prevenção contra DSTs
O uso de preservativos durante as relações sexuais é indicado para a prevenção contra DSTs (Thinkstock)
Todos os meses, 108 casos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são diagnosticados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas — uma média de 3,6 casos por dia. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, foi realizado em 2012, ano em que foram registrados 1.330 casos de DSTs. “Esses dados refletem o que vemos na prática médica: as relações sexuais estão acontecendo sem o uso de preservativos”, afirma Caio Rosenthal, infectologista do Instituto Emílio Ribas. 
Segundo a pesquisa, a DST mais frequente é a sífilis, responsável por 40% das ocorrências de 2012 — é importante lembrar que estes números correspondem apenas à sífilis adquirida, ou seja, aquela cujo contágio acontece por meio da relação sexual, e não por transmissão congênita, da gestante infectada para o bebê.
 “Estamos vivendo uma verdadeira epidemia silenciosa de sífilis”, alerta Rosenthal. Segundo ele, por causa da ausência de sintomas em muitos casos, a maioria das pessoas não busca atendimento médico para checar se foram infectadas. Para o médico, a doença vem se propagando com mais facilidade porque pode ser transmitida por outros meios além da relação sexual, como o beijo. “A sífilis não é uma doença que pode ser totalmente bloqueada com o uso da camisinha, como acontece com o HIV. Além disso, muitas pessoas nem sabem que estão infectadas, e acabam tendo contato com outros indivíduos e passando a infecção adiante.”
Depois da sífilis, estão a hepatite B e a candidíase, responsáveis, respectivamente, por 19% e 11% dos casos. Outros problemas, como o HPV (causador do câncer de colo de útero), clamídia, cancro mole e gonorreia também foram identificados. 
Ainda de acordo com o levantamento, 82% das infecções detectadas ocorreram em homens, e a maioria dos pacientes está na faixa etária dos 30 aos 40 anos de idade. Uma parte desses pacientes diagnosticados com novas DSTs já são portadores do vírus HIV e faziam acompanhamento no Instituto Emílio Ribas. 
Exames — Segundo Rosenthal, uma orientação importante em relação às doenças sexualmente transmissíveis é o hábito de fazer exames. “Qualquer pessoa que não tenha um parceiro fixo, ou tenha relações com mais de um indivíduo deve realizar exames periodicamente para verificar o contágio de DSTs.”

Saiba mais

SÍFILIS
Doença muito contagiosa causada por uma bactéria. Em um terço dos casos, apenas um encontro sexual com alguém contaminado é capaz de causar infecção na outra pessoa. Os sintomas principais costumam aparecer entre três e quatro semanas após a infecção, e incluem feridas que podem surgir em vários lugares como o pênis, a vagina, o ânus ou a boca, além de erupções cutâneas na palma da mão ou na planta do pé. Mesmo sem o tratamento, esses sintomas desaparecem, mas podem reaparecer mais tarde. Se não for tratada, a sífilis pode levar a consequências graves como demência, meningite e dificuldade para andar. 
HEPATITE B
Causada por um vírus que pode estar presente no sangue, na saliva, no esperma ou nas secreções vaginais, a hepatite B costuma causar náuseas, vômitos, febre, perda de apetite e dores abdominais. Em alguns casos, porém, a doença pode não manifestar esses sintomas. A hepatite pode ser aguda (de curta duração) ou crônica (persiste por pelo menos seis meses). 
CANDIDÍASE
Infecção provocada por fungos que pode causar coceira na vagina e no pênis, além de corrimento branco e ardor para urinar, no caso das mulheres. A doença é mais frequente em pessoas que recebem tratamentos com antibióticos, pois o medicamento pode destruir bactérias que impedem a proliferação dos fungos responsáveis pela infecção. 
HPV​​
Trata-se de um grupo de vírus que podem provocar, entre outros problemas, o câncer de colo de útero. Esse tipo de câncer, também conhecido como câncer cervical, é uma doença de evolução lenta. Em sua fase inicial, é assintomático; nos estágios mais avançados, os principais sintomas costumam ser sangramentos vaginais e corrimentos de cor escura. 
CANCRO MOLE​​
O cancro mole, também conhecido como cancroide, é uma doença causada por bactérias que costuma provocar lesões genitais dolorosas. Os primeiros sintomas, que aparecem de dois a 15 dias após o contágio, incluem dor de cabeça, febre e fraqueza. O aparecimento de um caroço na virilha devido à doença pode dificultar a movimentação das pernas.
GONORREIA​​
Doença causada por uma bactéria que pode infectar o revestimento mucoso da uretra, do colo uterino, do reto, da garganta ou da membrana ocular. Ela também pode causar infertilidade em homens e mulheres, aumentar o risco de infecção pelo HIV e provocar aborto espontâneo. Em recém-nascidos de mulheres com gonorreia não tratada, podem ocorrer casos de infecção severa no olho, levando até mesmo à cegueira. 

Cinco ministros serão ouvidos sobre monitoramento feito pelos EUA

CPI da Espionagem

Presidente da Petrobras, Graça Foster, jornalista Glenn Greenwald e seu namorado, David Miranda, também foram convidados para depor

Presidente dos Estados Unidos Barack Obama durante o seu encontro com o presidente da China, Xi Jinping, na cúpula do G20, em São Petersburgo
Presidente dos Estados Unidos Barack Obama durante o seu encontro com o presidente da China, Xi Jinping, na cúpula do G20, em São Petersburgo - Kevin Lamarque/Reuters

Os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff conversam antes do início da reunião do G20 em São Petersburgo, nesta quinta-feira (05)
Os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff conversam antes do início da reunião do G20 em São Petersburgo, nesta quinta-feira (05) - Pablo Martinez Monsivais/AFP

CPI da Espionagem no Senado Federal aprovou nesta terça-feira a lista de autoridades que serão convidadas para depor no grupo de investigação sobre o sistema de monitoramento de dados feito pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). Na semana em que a Petrobras foi apontada como alvo de espionagem a pedido da Casa Branca, o colegiado confirmou que vai ouvir a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. De acordo com o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), as duas devem prestar depoimento na próxima semana.
Também vão ser chamados para depor os ministros Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa), José Eduardo Cardozo (Justiça), José Elito (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Bernardo (Comunicações), além do jornalista americano Glenn Greenwald e do seu namorado, o brasileiro David Miranda.
Inicialmente, a CPI da Espionagem trabalha com um esboço de cinco planos de investigação: alcance da espionagem e se houve anuência das empresas sediadas no Brasil e das operadoras de telefonia; as fragilidades do sistema de telecomunicações; a questão de inteligência e de defesa cibernética e o possível monitoramento de autoridades; a espionagem no âmbito da política externa e da diplomacia; além de mecanismos que podem reforçar a segurança de dados no Brasil, como o marco civil da internet.

STF volta a analisar validade dos embargos infringentes

Justiça

Recurso que pode levar a novo julgamento é a última esperança dos mensaleiros. Até agora, apenas o ministro Joaquim Barbosa se pronunciou sobre a questão – e decidiu que o apelo dos condenados é inadmissível

Laryssa Borges, de Brasília
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, durante análise dos recursos apresentados pelas defesas dos 25 réus condenados pela corte, os chamados embargos, nesta quarta-feira (04)
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira, reta final do julgamento do mensalão, a discussão sobre o embargo infringente, recurso que pode levar à revisão da pena de onze condenados. Os ministros terão de decidir se o STF o aceita ou não. O tema divide os magistrados. O regimento interno do tribunal prevê os infringentes para os casos em que o condenado obteve pelo menos quatro votos a seu favor, mas a Lei 8.038, de 1990, que trata das regras processuais em tribunais superiores, não faz referência a esse tipo de apelo.
 
Até hoje, o Supremo nunca proferiu um acórdão que cotejasse a Lei nº 8.038 com seu regimento interno. A corte já aceitou antes embargos infringentes, mas nunca em matéria penal, como é o caso do processo do mensalão. Os ex-deputados Asdrúbal Bentes e José Gerardo apresentaram embargos infringentes em 2012 contra decisões do plenário em ações penais, mas o STF não concluiu nenhum dos casos.

O STF já editou dez súmulas sobre os infringentes. Oito delas tratam de torná-los inadmissíveis sob determinadas circunstâncias (processos de reclamação, matéria constitucional submetida ao plenário, decisões do STF em mandado de segurança, entre outras situações). As outras duas trazem limitações ao alcance do recurso.

Até agora, apenas o relator Joaquim Barbosa votou sobre a questão, posicionando-se contra os embargos. Para ele, admitir o recurso seria 'eternizar' o julgamento e 'aceitar a ideia de que o Supremo Tribunal Federal, num gesto gracioso, inventivo, ad hoc, magnânimo, mas absolutamente ilegal, pudesse criar ou ressuscitar vias recursais não previstas no ordenamento jurídico brasileiro'.

Para Barbosa, a razão dos infringentes é o reexame de decisões proferidas pelos chamados órgãos fracionários (turmas, seções e câmaras), permitindo uma segunda avaliação por colegiado mais amplo (o plenário). Portanto, o recurso não se aplica às sentenças proferidas diretamente do plenário. Ainda de acordo com o presidente da corte, a menção feita pelo regimento interno aos embargos infringentes foi superada pela Lei 8.038, texto editado especificamente para disciplinar o processo nos tribunais superiores.

Para o Ministério Público, o próprio STF já revogou o trecho do regimento interno que previa os infringentes. Isso porque, ao analisar um processo que discutia a formação de listas do quinto constitucional, o tribunal admitiu o recurso para ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) sob uma condição: que a ADI se referisse a fatos anteriores à Lei 9.868, de 1999, que tratou deste tipo de protesto e não mencionou a hipótese dos infringentes. Na avaliação do ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a falta de previsão clara na Lei 9.868 é comparável à situação da Lei 8.038, que não fez referência aos infringentes nos tribunais superiores.

Advogados dos réus do mensalão apostam que o placar será apertado. Um dos votos decisivos, pelo qual ainda torcem, é o do ministro Celso de Mello. Os defensores apontam menções do decano favoráveis ao cabimento do recurso, como no julgamento do deputado José Gerardo. Na última sessão, contudo, Barbosa citou um voto de Mello para reforçar seu argumento contra os infringentes. O decano pediu então a palavra para lembrar tratar-se de circunstâncias diferentes. Para o ministro, o regimento interno e a Lei nº 8.038 ainda não foram confrontados em profundidade.

Em defesa dos embargos, a defesa também aponta um caso relatado pelo ministro aposentado Néri da Silveira, quando o tribunal entendeu que, com a entrada em vigor da Lei 8.038, 'não cabe exigir o número mínimo de quatro votos dissidentes' para a admissão de embargos infringentes em ação rescisória. Outro argumento da defesa é o fato de a Lei 8.038 não fazer referência nem aos infringentes, nem aos embargos de declaração, o que não impediu que este tipo de recurso fosse apreciado pela corte.

Se os embargos infringentes forem acolhidos, podem ter direito a um novo julgamento os réus José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, João Paulo Cunha, João Cláudio Genu e Breno Fischberg.

Lave as mãos, doutor!

veja.com

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No último post escrevi sobre como é importante as pessoas lavarem suas mãos em diversas situações do dia. E um médico antes de uma cirurgia, alguém tem dúvidas que é fundamental lavar as mãos com maior cuidado ainda? Mas não foi sempre tão óbvio assim.
Em 1847, Ignaz Semmelweis, médico da Clínica Obstétrica do Hospital Geral de Viena, chegou à conclusão de que lavar as mãos poderia salvar milhares de vidas de mulheres. Naquela época, uma doença quase sempre fatal era muito comum entre elas: a febre puerperal, infecção contraída após dar à luz. O Dr. Semmelweis observou que a morte por febre puerperal de suas pacientes diminuiu  em mais de 90% quando, antes de cuidar delas, ele passou a lavar as mãos com uma solução de hipoclorito de cálcio  (hoje usado em limpeza de piscinas, por exemplo). Um gênio da medicina.
Mas apesar  de documentar esse fato com estatísticas muito precisas, ele não foi levado a sério pelos seus colegas médicos. Ainda sem nenhum conhecimento sobre germes, os médicos, desde a antiguidade até aquela época, não viam necessidade de lavar as mãos antes de tratar seus pacientes. Muito pelo contrário, eles se sentiram ofendidos com a recomendação do higiênico Dr. Semmelweis. “Nós, sujos?! Que audácia, o senhor é que é um imundo!”
A reação dos médicos contra o Dr. Semmelweis foi tão extrema que ele teve que sair de Viena. Depois disso, sofreu um colapso nervoso, foi confinado em um hospício sujo e ali morreu de maus-tratos aos 47 anos.
Anos mais tarde, Louis Pasteur descobriu a influência dos germes nas doenças e mudou definitivamente a história do combate a elas. Mas era tarde demais para o visionário e incompreendido Dr. Semmelweis.
E hoje, como é?
A higienização das mãos em enfermarias, hospitais e centros cirúrgicos chega a detalhes que impressionam quem nunca viu. A lavagem pode levar até 5 minutos, usando escova e uma solução antisséptica, como por exemplo clorexidina. Os profissionais da saúde se preocupam em lavar todos os pontos das mãos, ilustrados nessa figura:
Para isso, são treinados em técnicas de lavagem minuciosa, que estão simplificadas nessa outra figura:
Por isso, ao ver seu médico lavando suas mãos antes de qualquer procedimento, pode agradecer ao Dr. Semmelweis.


Por Lucia Mandel
http://veja.abril.com.br/blog/estetica-saude/doencas/lave-as-maos-doutor/

'Pactos' ajudaram Dilma, diz pesquisa

Por Daniel Bramatti, estadao.com.br
Levantamento confirma melhora da avaliação do governo federal; maioria acha que presidente 'atendeu algumas' reivindicações das ruas



Pesquisa feita pelo instituto MDA sob encomenda da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta que 42,6% dos brasileiros consideram que houve melhoras no País desde as manifestações de protesto ocorridas em junho. Para outros 54%, a situação não mudou.
A pesquisa, que detectou melhora da avaliação do governo Dilma Rousseff entre julho e setembro, também revela que quase dois terços dos brasileiros consideram que a presidente "atendeu algumas" das reivindicações dos manifestantes. Os entrevistados que consideram que Dilma "atendeu todas" as reivindicações não chegam a 1%, e 32,7% acham que o governo não respondeu à vontade manifestada pelas ruas.
Após a queda da aprovação ao governo ocorrida em meio à onda de protestos, o levantamento registrou uma reversão de tendência - algo já observado em pesquisas recentes dos institutos Ibope e Datafolha. A administração Dilma é agora avaliada como ótima ou boa por 38,1% da população - eram 31,3% na pesquisa anterior CNT/MDA, feita em julho. A parcela que considera o governo ruim ou péssimo caiu de 29,5% para 21,9%. A avaliação regular oscilou de 38,7% para 39,7%.
Em um dos cenários da pesquisa sobre eleições presidenciais, Dilma aparece com 36,4% das preferências, seguida por Marina Silva (22,4%), Aécio Neves (15,2%) e Eduardo Campos (5,2%). O tucano José Serra não foi incluído entre as opções.
Respostas. No final de junho, em pronunciamento em rede de rádio e televisão, Dilma anunciou "cinco pactos em favor do Brasil" para responder aos manifestantes que saíram às ruas para protestar. Uma das iniciativas era a destinação dos recursos dos royalties da exploração do petróleo do pré-sal para a educação. A medida foi parcialmente aprovada pelo Congresso - a educação ficou com 75% e a saúde com a parcela restante.
A presidente também prometeu contratar médicos estrangeiros para atender municípios desassistidos por profissionais de saúde. A medida, em implantação, provocou protestos de entidades representativas de médicos, mas ganhou o respaldo da maioria da população, segundo a pesquisa MDA/CNT.
Outra promessa de Dilma foi a liberação de R$ 50 bilhões para projetos de mobilidade urbana - Estados e municípios já apresentaram suas propostas e aguardam a efetiva liberação dos recursos.
Os outros dois pactos diziam respeito ao controle de gastos do governo para conter a inflação e à convocação de uma assembleia constituinte para discutir a reforma política. O primeiro resultou na promessa de um corte de R$ 15 bilhões no Orçamento da União, e o segundo foi abandonado, após reações contrárias no Congresso.

Marina insiste na validação de assinaturas para a Rede

Por JOSÉ MARIA TOMAZELA, estadao.com.br
A ex-senadora Marina Silva disse nesta terça-feira, 10, que a Rede Sustentabilidade vai insistir junto à Justiça...




A ex-senadora Marina Silva disse nesta terça-feira, 10, que a Rede Sustentabilidade vai insistir junto à Justiça Eleitoral para a validação de parte das 640 mil assinaturas apresentadas com o pedido de registro oficial do partido. Segundo ela, o número de assinaturas que foram invalidadas já seria suficiente para atingir as 492 mil necessárias para o registro. "Existem algumas invalidações que consideramos que a Justiça precisa validar, pois foram rejeitadas por falta de parâmetro nos cartórios", disse. Marina citou como exemplos as assinaturas de pessoas que estão aptas a votar pela primeira vez, bem como as mulheres que votaram com o nome de solteira e agora usam o nome de casadas e ainda as pessoas idosas que votam sem serem obrigadas.
"Precisamos correr um pouco mais para validar aquelas que ainda estão dentro dos cartórios. Não seria justo que um esforço como o que fizemos não seja admitido. Estamos recorrendo à própria Justiça para que ela repare essa situação", afirmou. Sobre a possibilidade de sair por outra sigla, ela disse que não está discutindo um plano B. "Estamos focados no plano A que é validar a Rede Sustentabilidade." A ex-senadora esteve em Sorocaba (SP) para dar palestra no I Fórum de Sustentabilidade Econômica organizado pela Faculdade Anhanguera. À plateia de alunos e professores, falou sobre as manifestações de rua e disse que se trata de um ativismo autoral, desvinculado de partidos e sindicatos, na busca de uma nova forma de realizar a democracia. "Eles querem um mundo melhor", disse, referindo-se aos manifestantes.
Com os jornalistas, comentou sobre as recentes pesquisas que a colocam em segundo lugar na corrida eleitoral, mais deixou claro que ainda não está no lugar de candidata, "embora seja uma possibilidade". "Essas avaliações são importantes para que o eleitor comece a avaliar as candidaturas, embora ainda seja um momento muito inicial." Marina também comentou as denúncias de espionagem dos Estados Unidos no Brasil e empresas como a Petrobras. "Nós sempre achamos que isso acontecia, mas agora temos prova de que de fato acontece. Como somos capazes, após as grandes guerras, de fazer acordo de não proliferação de armas nucleares, precisaremos discutir dentro das Nações Unidas, acordo de não proliferação da espionagem econômica e que fira a privacidade das pessoas", afirmou.