domingo 08 2013

'Pet sitters' levam cuidado para animais até a casa do cliente

Bichos

Depois dos hotéis e dogwalkers, o extremo conforto dos pets agora são as babás, que oferecem serviço por mais de 50 reais a hora para quem trabalha muito ou precisa viajar com frequência
Letícia Cislinschi
Frodo, o shih tzu de 4 anos cliente da pet sitter Cíntia Cardoso
Com pouco tempo livre na agenda e muita preocupação com seu cão shih tzu Frodo, de 4 anos, a doutoranda Michelle Veronese não conseguia ficar tranquila de deixar o animal em um hotel. “Eu sempre tinha a impressão que ele estava triste, que emagrecia e ficava estressado”, conta. Ela encontrou a solução em um serviço já conhecido quando o assunto são filhos, mas que há algum tempo chegou ao mundo pet: a babá – que nesse caso ganha o nome de pet sitter.
A vantagem de levar o profissional para dentro de casa é o serviço personalizado e de mais fácil aceitação do animal que tem dificuldades de se adaptar a ambientes estranhos e a dividir espaço com outros bichos. Além disso, formam parte da clientela cativa das pet sitters pessoas que trabalham muito, viajam frequentemente, que tem animais que precisam de medicação em horários determinados ou que ainda não tem idade para sair à rua. Mas há também quem recorra ao serviço por algumas horas para uma ia ao shopping ou a uma festa.
Com a demanda concentrada na classe média alta, o serviço custa por volta de 55 reais a hora na capital paulista. Todo esse conforto pode ser considerado um luxo, mas a realidade é que o brasileiro tem se disposto a gastar mais com seus bichinhos de estimação. A média atual é de 315 reais por mês para quem tem cachorro, e cerca de 84 reais para gatos. 
Satisfação – Para Michelle o dinheiro gasto valeu a pena. “Deixei Frodo por 25 dias com a pet sitter e, quando voltei, nem parecia que eu tinha viajado”, conta sobre o estado de humor do cachorro ao reencontrar a dona. Nas grandes cidades, onde se concentra boa parte dos quase 40 milhões de cães e gatos de estimação que hoje existem no país, o serviço começa a se popularizar – aquecendo ainda mais o fervilhante mercado pet brasileiro, que em faturamento perde apenas para os Estados Unidos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), só em 2012, as indústrias de alimentação, equipamentos, veterinária e serviços faturaram juntas 14,2 bilhões de reais.
Em apenas três anos, a veterinária Andressa Gontijo, de 31 anos, viu a clientela da sua empresa, My Pet’s Nany, crescer 250%, tendo hoje setenta clientes ativos (que requisitam o serviço com frequência). Justo quando enfrentava dificuldade para encontrar um hotel especializado para deixar seus dois cachorros, Andressa ficou sabendo da existência no exterior das pet sitters e decidiu importar a ideia. Começou sozinha, conciliando com o trabalho em uma fábrica de ração para animais. Mas a procura começou a crescer e ela passou a se dedicar integralmente ao negócio. Hoje, tem seis pessoas trabalhando para ela. Segundo a veterinária, 45% dos atendimentos são com cães, 45% com gatos e os outros 10% com outros animais domésticos, como aves, coelhos, hamsters e etc.
Rotina – O primeiro passo na contratação do serviço é uma entrevista com a pet sitter. O profissional precisa de informações como qual local da casa o animal mais gosta de ficar e quais ele não pode entrar, a quantidade de comida ideal, o que o pet mais gosta de fazer, além de detalhes logísticos, como se a chave da residência ficará na portaria, com um vizinho ou com a própria pet sitter, e os horários de atendimento.
É o dono quem escolhe quais atividades os pets devem realizar: quantas vezes e onde ir passear, tomar banho de sol, comer, brincar, a hora de pentear os pelos e escovar os dentes ou de ministrar medicamentos em bichos que precisam desse acompanhamento.
Com todas essas informações na cabeça, a pet sitter Cintia Cardoso, de 49 anos, começa seu dia por volta das 10h e atende, em média, cinco clientes por dia. Depois de trabalhar 27 anos na área financeira de uma empresa e ficar três meses desempregada, ela decidiu trabalhar com o que realmente gosta: animais. Dona de sete gatos, se inscreveu no curso de babá de animais e há um ano trabalha na área. 
Com horário flexível, Cintia começa o dia por volta de 10h da manhã e atende em média cinco clientes por dia. Em época de férias e feriados, o número de visitas aumenta. "Já cheguei a atender dez pets em um dia só.”
Por volta de 12h, ela chega para a primeira das duas visitas diárias que faz a casa dos gatos de 16 anos Charlie e Emma, da raça tonquinês – uma mistura de siamês e com birmanês. Os donos dos gatos, Matt e Susannah Thomas, são americanos que moram no Brasil, mas viajam com frequência. “Para nós foi muito importante, já que os nossos gatinhos estão velhos e precisam de cuidado. Não poderíamos deixá-los sozinhos”, conta Matt.
Cintia coloca a comida e, enquanto eles fazem a refeição, troca a areia dos animais. Aplica insulina em Charlie e, em seguida, é a hora do banho de sol na sacada. "Gatos são diferente dos cachorros, eles precisam confiar em você", explica a babá.
Depois de uma hora, Cintia sai da Vila Nova Conceição e segue para Pinheiros. Às 13h30, ela chega para visitar Frodo, o shih tzu da doutoranda Michelle. “Ele é um espoleta”, conta a cuidadora. Nos primeiros dias, para evitar que o animal a estranhasse, Cintia montou uma estratégia: “Procuro ir com a mesma roupa que eu fui à entrevista, para que o animal me reconheça pelo cheiro”, disse.
Quando entra na casa, Frodo já está esperando a babá na porta com o rabo abanando. O shih tzu também precisa de cuidados especiais e, logo quando chega, Cintia aplica o primeiro medicamento do dia nos olhos do cão. Depois de brincar um pouco, trocar a água e colocar comida, Frodo já de coleira sai para passear. "A gente prefere essa vila ao lado porque não passa muito carro e não tem perigo do Frodo sair correndo e ser atropelado", explica apet sitter.
Acompanhamento – No fim do dia, Cintia prepara um relatório com todos os detalhes do atendimento. “A gente descreve todas as atividades. Temos que falar se o animal comeu normalmente, se passeou ou se ficou em casa, se o intestino funcionou, se ele está bem hidratado e se ficou agitado ou calmo”. O relato vai acompanhado de imagens dos animais para conhecimento do cliente.
Ainda não há um tipo de regulamentação específico para o serviço de babá de animais de estimação. O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) orienta os donos a, antes de contratar o serviço, buscar referências do profissional e se há um veterinário responsável pelos pets. 
O serviço não é vantagem apenas para os donos dos animais. Quem entra no ramo pode faturar de 1 500 a 2 000 reais por mês. "Eu acabei faturando quase o mesmo de quando eu trabalhava em uma empresa convencional, às vezes até mais. A diferença é que agora eu ganho fazendo o que eu realmente gosto", contou Cintia. 

Creches para disciplinar a até emagrecer cães

Bichos

Com preços de 190 a 900 reais, serviço, disponível em 170 locais da Grande São Paulo, tenta ir além de cuidar do cachorro na ausência do dono

Hotel e creche para cachorros "Cãominhando", em Cotia, São Paulo
Assim como uma creche infantil, a de animais domésticos também tem horário de entrada e de saída - Heitor Feitosa
Com uma programação focada na saúde e bem-estar dos animais domésticos, as creches para pets tentam conquistar os clientes oferecendo um serviço que vai além de cuidar do cão na ausência do dono. Baseado exatamente no modelo que atende às crianças, as creches para animais apostam em recreações e atividades que contribuem para a socialização, comportamento, saúde e, inclusive, emagrecimento dos cachorros. O resultado, garantem os donos, está em um cão mais dócil, que interage bem com outros bichos e com maior expectativa de vida. 
Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV), há pelo menos 170 estabelecimentos em São Paulo que funcionam como uma escola infantil, onde os cachorros tem horário para entrar, sair, tomar banho, descansar, brincar e comer. No entanto, esses locais não são apenas para filhotes. O custo do serviço na cidade varia de 190 a 900 reais por mês, de acordo com a frequência do animal e serviços adicionais como banho e táxi dog – o equivalente ao ônibus escolar dos bichinhos, que busca e deixa o animal em casa. 
A arquiteta Carla Maria Takashima, de 32 anos, estava com uma viagem marcada quando decidiu preparar o seu pug Tiesto, de 1 ano e dois meses, para o período longe da dona. “Na época ele era muito pequeno e eu estava preocupada como seria adaptação dele em hotéis. Deixei o Tiesto uma temporada na creche antes da hospedagem e, depois de ver que ele teve um resultado positivo, fixei a atividade na rotina dele”, conta.
Carla mora em apartamento e seu cachorro não praticava exercícios antes de ser matriculado na creche. Atualmente, Tiesto frequenta o local duas vezes por semana, nos dias que a ajudante de Carla não está na casa dela. “Quando não vem à creche, ele passeia na rua e a socialização com os outros cachorros é bem melhor. Ele não rosna para ninguém e pensa que todos os outros cachorros são amigos da escolinha.”
Rotina – Os três táxi dogs da creche Cãominhando, na Granja Viana, região metropolitana de São Paulo, saem às 5h30 da manhã para recolher os cães em suas casas e levá-los para mais um dia de atividades. Aqueles que são entregues pelos próprios donos começam a chegar por volta das 7h. Na creche para cães também não se toleram atrasos: a entrada é até as 9h. O local recebe, em média, sessenta cães por dia.
O dono deve entregar a lancheira com a ração do dia – que deve ser específica para a raça – além das recomendações, como medicamentos que o pet precisa tomar e algum cuidado especial necessário. "Quando o cachorro não está bem, não come ou não responde às brincadeiras, avisamos ao dono imediatamente", conta a veterinária e dona da creche, Vanessa Requejo, que recebe dezenas de ligações de clientes por dia, que querem saber como estão seus pets. Quem prefere acompanhar ao vivo pode acessar as câmeras de segurança do local pela internet. 
Para ser matriculado na creche, o cão precisa ser castrado, vermifugado, manso e estar com a carteira de vacinas em dia. Cadelas no cio não são aceitas, assim como raças consideradas de risco, como Rottweiler e Pitbull. Mesmo sabendo que muitos deles são dóceis, as creches não costumam aceitar esses cães porque os donos de outros animais ficam com medo. Por isso, há creches especializadas nessas raças.
Para ficar na creche, o cão também passa por uma avaliação individual e com outros cachorros. "Não podemos colocar em risco um trabalho por causa de apenas um animal”, conta Vanessa, que chega a recusar 50% dos interessados no serviço e, nesses casos, aconselha os donos a iniciarem um trabalho com pet sitter ou dogwalker antes de matricular o animal em uma creche.
Atividade física – O dia começa com a maratona de brincadeiras, que dura 2h30. Na recreação, os cães correm bastante e aproveitam o espaço, já que muitos deles vivem em apartamentos. Além da diversão, os exercícios são fundamentais para a saúde do animal. Segundo Vanessa, os donos de raças que têm tendência a engordar, como labradores, procuram a creche para que o animal tenha uma atividade física regular e, assim, controle o peso. 
Quando o animal está obeso, a alimentação também precisa ser alterada. "Nesses casos, alimentos como cenoura e rações especiais devem ser aliadas ao exercício físico – da mesma maneira que funciona com as pessoas. Mas a dedicação deve ser total, dentro e fora da creche", acrescenta a veterinária.
Filé e Farofa são labradores adotados pela advogada Larissa Milani Bastos e frequentam a creche duas vezes por semana, das 9h às 20h. "Eu trago eles aqui para gastar energia e socializar com outros animais, porque são de uma raça hiperativa", conta Larissa. "Eles voltam para casa exaustos de tanto brincar. No dia em que não vêm para a creche, chego em casa e eles estão muito agitados", comparou a dona dos labradores.
Expectativa de vida – A correria pode influenciar também na expectativa de vida dos cachorros. Os animais mais velhos, que em casa tendem a ficar preguiçosos, no meio dos outros cães ficam mais energizados, o que aumenta o apetite e contribui para a saúde. Resultado: maior expectativa de vida do animal. "Temos alguns que entraram aqui com 12, 13 e até 14 anos, e a única diferença é que eles descansam um pouco mais entre uma brincadeira e outra", conta Vanessa.
Ainda no período da manhã, os cães com banho agendado são recolhidos e levados a um pet shop conveniado. Quando retornam, eles almoçam e ficam na sala de repouso. O horário da refeição é o único momento que cada cachorro fica separado dos demais. “A comida do outro é sempre melhor, e é o horário mais propício para sair uma briga”, explica Marina Altoé, de 33 anos, que trabalha em uma creche há seis meses. Depois da refeição é o momento do descanso, que dura cerca de duas horas. Eles podem ficar no gramado ou em uma sala com mini camas e cobertas. É nesse horário que os funcionários da creche preparam as lancheiras que serão devolvidas no fim do dia e dão os medicamentos para o pets que necessitam de algum cuidado especial. 
Após o descanso do almoço, volta a recreação. Potes de água estão por todos os lados, para quando o cansaço começa a se manifestar pela língua de fora do cães. Estar hidratado é fundamental. A brincadeira chega ao fim às 16h, quando os táxi dog saem novamente, agora para deixar os cães  em casa. Os donos têm até as 20h para buscar seus bichinhos.  
Durante todo o período que ficam na creche, a disciplina do animal é trabalhada, no sistema de recompensas. Quem se comporta bem e não pula em cima dos outros recebe petisco. Quem é "mal-criado", fica só olhando. Porém, nas creches não há adestramento, que depende de acompanhamento e trabalho junto com o dono. No local, eles aprendem coisas básicas, como sentar. 
O período de adaptação média de um animal na creche é de uma semana. “Em casa, ele leva uma vida de filho mesmo. Aqui tem a oportunidade de ser apenas cachorro", explica Marina. 
Seleção – Por ser um mercado considerado novo, ainda não há regulamentação do serviço de creche para cães. Por isso, na hora de escolher o serviço, os donos devem ter o mesmo cuidado que existe na seleção da escola dos filhos, orienta o Conselho Regional de Medicina Veterinária. Primeiro, procurar saber se o local é supervisionado por um veterinário. “Também é preciso pedir para entrar no local e observar se há cercas para que o animal não fuja, se há produtos de limpeza ou que fazem mal à saúde ao alcance dos pets. É importante ter uma clínica conveniada para atendimento em caso de acidentes”, pontua a assessora técnica de medicina veterinária do conselho, Tatiana Pelúcio.  
Não há uma área mínima determinada para abrigar os animais, mas os estabelecimentos não devem deixar o cachorro preso em uma gaiola durante o dia. Segundo Tatiana, isso pode causar sérios problemas de saúde no animal. “Ele pode apresentar mudanças de personalidade que persistirão para sempre. Alguns tendem a ficar agressivos, outros desenvolvem depressão. O ideal é que o cachorro possa estar em uma área aberta e em contato com outros animais”, explica.

Dua Novas Paixões de Dilma: Charuto Cubano e 'House of Cards'


Amante de charuto
Para relaxar, Dilma Rousseff agora cultiva o hábito de fumar charutos — cubanos, naturalmente. Nunca no Palácio do Planalto, apenas no Alvorada. E, em geral, nos fins de semana. Não chega, porém, a ser um vício, ressaltam colaboradores próximos.
Vício mesmo é a série House of Cards. Dilma Rousseff terminou de assistir ao último dos treze episódios da primeira temporada em agosto. House of Cards é um thriller político ambientado em Washington, mas pode funcionar também como um MB A para entender Renan Calheiros, Henrique Alves, Eduardo Cunha & Cia.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/governo/o-habito-e-o-vicio-de-dilma/

Desigualdade caiu no Brasil durante as manifestações

veja.com

Neri: pesquisa revela queda na desigualdade
A primeira surpresa veio na semana passada, com o anúncio do crescimento do PIB do segundo trimestre, época das manifestações que pararam o Brasil em junho. Agora, o ministro Marcelo Neri apresenta outro dado surpreendente, a partir de um levantamento inédito do Ipea e da Secretaria de Assuntos Estratégicos: entre maio e julho, o ritmo de queda da desigualdade, que vinha piorando desde 2012, melhorou e o Brasil alcançou o seu melhor resultado nas séries históricas.
A mesma pesquisa revela ainda que nos últimos doze meses a renda real de pessoas de grupos tradicionalmente mais pobres cresceu mais que a média geral, que foi de 2,83%.
São eles os analfabetos (5,32%), negros (4,97%), mulheres (3,79%) e moradores da periferia (4,78%).
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/desigualdade-caiu-no-brasil-durante-as-manifestacoes/

A milionária defesa de Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo

Em VEJA desta semana

Reportagem mostra que Rose, mesmo desempregada, tem quase quarenta advogados a sua disposição para driblar os processos a que responde

Robson Bonin
Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo
Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo (Jorge Araujo/Folhapress )
Ao longo dos quase cinco anos em que comandou o escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha conheceu o céu e o inferno. Ex-secretária do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ela nunca foi uma mulher de posses. Mas mudou radicalmente nos últimos tempos. Com um salário de quase 12.000 reais, comprou dois apartamentos, trocou de carro, criou uma empresa de construção civil e rodou o mundo em incontáveis viagens, até ser apanhada surfando na crista da onda de uma quadrilha que negociava facilidades no governo. Rosemary escapou da prisão por um fio. Talvez estivesse no lugar certo, na hora errada. Talvez o contrário. Um fato, porém, é indiscutível: ela conhece e tem acesso a quem dá as ordens, conta com amigos influentes que se preocupam com seu destino. Desde que foi flagrada traficando interesses no gabinete presidencial, Rosemary vem sistematicamente conseguindo driblar os processos a que responde. Para isso, a ex-secretária dispõe do apoio de três grandes bancas de advocacia do país. Escritórios que têm em sua carteira de clientes banqueiros, corporações, figurões da República, milionários dispostos a desembolsar o que for preciso para assegurar a melhor defesa que o dinheiro pode comprar. Rosemary, apesar do perfil diferenciado, faz parte desse privilegiado rol de cidadãos.
Desde que a polícia fez uma busca em seu escritório e colheu provas contundentes de que a ex-secretária levava uma vida de majestade, ela cercou-se de um batalhão de quase quarenta advogados para defendê-la. São profissionais que, de tão requisitados, calculam seus honorários em dólares americanos, mas que, nesse caso, não informam quanto estão cobrando pela causa, muito menos quem está pagando a conta. Acostumado a cuidar dos interesses de empresários como o bilionário Eike Batista, o criminalista Celso Vilardi defende Rosemary na esfera penal. Já no processo disciplinar em andamento na Controladoria-Geral da União (CGU), atuam dois pesos-pesados do direito público, que têm entre seus clientes banqueiros e megacompanhias como a Vale. O advogado Fábio Medina Osório cuidou da formulação da defesa de Rosemary e agora atende apenas a empresa da família, a construtora New Talent. Já o advogado Sérgio Renault foi escalado para acompanhar o desfecho do caso - prestes a chegar à mesa do ministro Jorge Hage - na CGU. 

Dilma não vai à 2a Reunião do G20 e cobra espionagem de Obama



Reunião do G20 na Rússia - aspecto do plenário - site Terra
Dilma cancela agenda oficial e deixa de ir à segunda reunião do G20
06 de Setembro de 2013
Diogo Alcântara / Terra - Direto de São Petersburgo
A presidente Dilma Rousseff se ausentou nesta sexta-feira da segunda sessão de trabalho da cúpula de líderes do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do governo mais a União Europeia. O lugar do Brasil à mesa fica ao lado direito do assento dos Estados Unidos.
Quem representa o Brasil no encontro de hoje é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Depois de passar a primeira reunião ao lado de Obama, a presidente Dilma se encontrou ontem com o presidente americano para tratar especificamente das denúncias de espionagem que atingiu cidadãos brasileiros. O tom da diplomacia brasileira subiu após documentos vazados pelo ex-técnico da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos Edward Snowden revelarem que a própria Dilma vinha sendo espionada também.
Procurado pela reportagem do Terra, o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, não atendeu ou retornou e-mail e telefonemas. O governo brasileiro ainda não explicou o motivo do cancelamento de agenda. Dilma, no entanto, deverá participar da fotografia oficial da cúpula, marcada para as 13h45 (8h45, no horário de Brasília).
Fonte: Site Terra
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Dilma recorrerá à ONU por medidas contra invasão de privacidade
06/09/2013 | Por estadao.com.br
Depois de encontro com Obama na Rússia, presidente afirma que vai propor ‘nova governança’ em razão das denúncias de espionagem; governo dos EUA prometeu explicações até a próxima semana
Dilma e Obama se beijamReuters
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira, 6, que levará à ONU propostas por uma “nova governança contra invasão de privacidade”.
A reação ocorre depois das denúncias de que o governo dos EUA teria monitorado conversas entre Dilma e seus assessores.
Nesta quinta, 5, a presidente ouviu do presidente Barack Obama a promessa de responder ao governo brasileiro até quarta-feira, 11.
Fonte: MSN Brasil – Foto: Reuters

Abin cria sistemas de criptografia para proteger dados do governo

Presidente Dilma foi alvo de espionagem americana

Por Lisandra Paraguassu, estadao.com.br

Os recentes escândalos de espionagem dos EUA elevaram o interesse de autoridades brasileiras por aparelhos protegidos, negligenciados por serem considerados complexos



BRASÍLIA - Enquanto a presidente Dilma Rousseff espera que os Estados Unidos esclareçam "tudo" sobre a suspeita de espionagem de autoridades do País, o governo brasileiro tem prontos equipamentos que podem aumentar a proteção das comunicações da mandatária e de seus ministros.
Há pouco mais de um mês, técnicos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apresentaram ao Palácio do Planalto dois novos produtos que permitem criar áreas seguras, criptografadas, dentro de computadores e tablets.
Feitos para proteger dados de espiões e sistemas de monitoramento, o CriptoGOV e o cGOV devem estar prontos para uso nos próximos dias. Os novos equipamentos foram apresentados no Planalto em 14 de agosto a representantes de mais de 30 ministérios.
O sistema, muito mais simples que os existentes hoje, é uma espécie de pen drive chamado de Plataforma Criptográfica Portátil (PCP), que pode ser conectado em qualquer porta USB, acompanhado de um aplicativo.
O sistema cria áreas seguras no computador, em outro pen drive ou na própria plataforma. Ali, os documentos que forem criados são automaticamente criptografados. Com o cGOV, esses documentos podem ser transmitidos pela internet também sob segurança.
Os técnicos da Abin acreditam que a facilidade de operação do sistema permitirá que a presidente, ministros e outros servidores com acesso à informações sensíveis passem a usar com mais frequência os sistema de criptografia. Até o escândalo que revelou a espionagem americana no Brasil, ministérios, a Presidência e empresas com informações sensíveis tinham dificuldade de encarar o uso da proteção de dados como necessidade primária.
Infographics
Hábito. A Abin criou há alguns anos telefones - fixos e móveis - com transmissão criptografada que dificultam a decodificação de conversas sigilosas. Dilma tem telefones fixos em suas salas, no Planalto e no Alvorada, e também um dos celulares, criptografados.
Outros ministros, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e Celso Amorim (Defesa) também possuem aparelhos fixos e móveis protegidos. Mas a maioria revela certa dificuldade de usá-los.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, revelou que, apesar de ter o celular seguro, a presidente quase nunca o usa. O ex-chanceler Antonio Patriota usava o fixo mais para receber chamadas. Tinha o cuidado de, ao falar de assuntos sensíveis, evitar seu próprio celular - variava entre os dos assessores -, mas raramente carregava o seguro.
Amorim parece ser um dos únicos que têm o hábito de usar o aparelho protegido. Mas conversas mais sensíveis com os comandantes das Forças são feitas pessoalmente.
Depois da denúncia de que os EUA monitoravam as comunicações de Dilma e assessores próximos, aumentou o interesse pelos equipamentos da Abin. Eles devem começar a ser distribuídos nos próximos dias.
Quase todos devem receber tanto os telefones quanto os novos sistemas de codificação. Com a criptografia, espiões podem até acessar e-mails ou telefonemas, mas conseguirão ver e ouvir apenas ruídos e códigos.
Considerada de primeira linha, a criptografia brasileira é a chance mais palpável de proteger dados sigilosos. Hoje, o País não tem estrutura para ter uma internet independente, cujos dados não passem pelos EUA - todos os cabos de transmissão e os 13 hubs existentes são americanos.
Enquanto a criptografia fornecida por empresas privadas tem "portas dos fundos" deixadas pelas empresas para que a Agência de Segurança Nacional (NSA) possa quebrar seus códigos, como revelou o jornal The New York Times, o projeto nacional não teria esse problema.
Se implementado, ministros como José Eduardo Cardozo, da Justiça, poderão voltar a usar seus tablets, recentemente trocados por caderninhos de papel por medo da espionagem.