segunda-feira 19 2013

5 mitos sobre Obtendo estômago liso


Flat estômago
Todos nós queremos ter esse apartamento estômago sexy, especialmente quando o verão está próximo, e estamos dispostos a trabalhar para ele. O problema é que muitas pessoas estão perdendo seus esforços simplesmente porque eles têm uma informação errada sobre a obtenção de estômago liso. Aqui está cinco mitos que você não deve acreditar nisso:
Flexões extra para um apartamento estômago
crunches extra não levam a abs apertados. A verdade é que todo mundo tem músculos abdominais. Eles só ficar escondido debaixo de uma grossa camada de gordura no estômago. Se você quer um olhar tonificado, você precisa se ​​concentrar na queima a camada de gordura que pode estar cobrindo a barriga. A chave é não ficar obcecado com flexões, mas o foco em queima de gordura.
Fome para obter uma barriga lisa
Às vezes, você pode pensar que morrer de fome é a única maneira de perder peso e obter uma barriga lisa. Morrer de fome não só é ineficaz, mas também perigoso para o seu bem-estar geral. Você pode pensar que a redução de calorias grave pode levar a resultados melhores e mais rápidos. É importante compreender que o corpo humano é complexo. Como resultado, a morrer de fome pode perturbar o metabolismo do seu corpo. Isso só vai retardar resultados. É importante não passar fome, mas comer refeições saudáveis ​​após curtos intervalos de tempo.Comer menos pode ser a chave para a perda de peso, mas morrer de fome não é.
Flat Belly
Pílulas dietéticas e suplementos
Bem, pílulas de dieta e suplementos podem ser bastante tentador. Existem muitas pílulas e suplementos que pretendem dar-lhe um apartamento estômago. No entanto, você não deve se apaixonar por ele, como não há 'pílula mágica' disponíveis no mercado. Na verdade, pílulas de dieta e suplementos são mais propensos a prejudicar o seu bolso do que mostrar qualquer resultado em sua barriga. Em vez de tomar uma pílula, que será melhor para queimar calorias com exercícios intensos.
Produtos Dietéticos embalados para obter melhores resultados
Existem muitos alimentos embalados que sejam considerados como uma solução para a perda de peso. Normalmente, esses produtos embalados são embalados com açúcar refinado. Existem também alguns ingredientes artificiais que seu corpo realmente não precisa. Alguns ingredientes em alimentos embalados não levam à perda de peso. Na verdade, podem ter um elevado teor de calorias. Você deve tentar evitar alimentos industrializados e manter uma dieta nutritiva. Grãos integrais pode ser uma boa escolha.
Evite carboidratos para abs apertado
Muitas noções e conceitos errados fazê-lo pensar que os carboidratos são ruins para sua saúde. No entanto, se você é uma das pessoas que acreditam que isso, é muito lamentável. Você pode comer carboidratos enquanto emagrecer. Como mencionado anteriormente, é importante evitar alimentos embalados e ficar com aveia, cereais integrais e arroz integral. Em outras palavras, você deve ficar com carboidratos saudáveis, em vez de desistir de todos os carboidratos.

Itamaraty: Retenção de Miranda gera grave preocupação

Por estadao.com.br
O Brasil manifesta "grave preocupação" com o caso do brasileiro David Miranda, retido no Aeroporto de Heathrow,...



O Brasil manifesta "grave preocupação" com o caso do brasileiro David Miranda, retido no Aeroporto de Heathrow, em Londres. O posicionamento foi manifestado de forma oficial por meio de uma nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgada nesta segunda-feira, 19.
"O governo brasileiro manifesta grave preocupação com o episódio ocorrido no dia de hoje em Londres, onde cidadão brasileiro foi retido e mantido incomunicável no aeroporto de Heathrow por período de 9 horas, em ação baseada na legislação britânica de combate ao terrorismo", cita o texto. Mas as críticas vão além. "Trata-se de medida injustificável por envolver indivíduo contra quem não pesam quaisquer acusações que possam legitimar o uso de referida legislação. O Governo brasileiro espera que incidentes como o registrado hoje com o cidadão brasileiro não se repitam", destaca a nota.
Miranda foi interrogado e ficou detido por nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, quando fazia uma conexão entre Berlim e o Rio de Janeiro. Após ser liberado pelos policiais da Scotland Yard, o brasileiro, de 28 anos, embarcou em outro voo na noite de domingo, 18, e desembarcou na manhã desta segunda-feira no Aeroporto Internacional do Galeão - Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Miranda é companheiro do repórter do jornal inglês The Guardian Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano.

Manifestantes acampam em frente à residência de Eduardo Paes

 Por Vinicius Neder, estadao.com.br
Ativistas de movimentos de sem-teto e moradores de comunidades ameaçadas de remoção começaram neste sábado um ato de ocupação em frente da mansão da Gávea Pequena, residência oficial do prefeito do Rio



Manifestantes acampam em frente à residência de Eduardo Paes
"Também participam do ato organizações como o Movimento Nacional de Luta pela Moradia"
RIO DE JANEIRO - Ativistas de movimentos de sem-teto e moradores de comunidades ameaçadas de remoção começaram na tarde deste sábado, 17, um ato que promete tornar-se uma ocupação em frente da mansão da Gávea Pequena, residência oficial do prefeito do Rio, Eduardo Paes, no Alto da Boa Vista, zona norte da cidade. Dezenas de manifestantes participaram de uma marcha de pouco menos de três quilômetros, até o portão principal da mansão, onde chegaram por volta de 17h15, sem incidentes registrados. Faixas de protesto foram fixadas na grade da mansão oficial.
Veja também:
"A Secretaria Municipal de Habitação diz que 19,2 mil famílias foram removidas desde 2009", disse Renato Cosentino, membro do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas. O comitê divulgou o ato contra Paes por meio das redes sociais. "Há um processo de especulação imobiliária que tem a ver com as remoções", completou Cosentino.
Também participam do ato organizações como o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e representantes de associações de moradores de comunidades atingidas, como a Vila Autódromo, em Jacarepaguá, o Morro da Providência, atingido pelas obras de revitalização da região portuária, e Tubiacanga, na Ilha do Governador, perto do Aeroporto do Galeão.
Acostumados com ocupações, os militantes de movimentos sem-teto levaram mantimentos, lonas e montaram quatro barracas de camping na frente da Gávea Pequena. Para isso terão que enfrentar o frio e a chuva - começou a chover por volta de 18h e o Alto da Boa Vista, em meio a um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica em perímetro urbano do País, historicamente, registra as temperaturas mais baixas no Rio.
Jane Nascimento, da associação de moradores da Vila Autódromo, participou do ato deste sábado para mostrar que os representantes da comunidade não deixariam de atuar junto aos movimentos sociais, mesmo com o recuo da Prefeitura em relação à remoção das famílias.
Após reunião no último dia 9, a Prefeitura anunciou início de conversações para manter a comunidade no local - as famílias seriam removidas em meio a obras de preparação para as Olimpíadas. "Mas as coisas não estão claras. Não tem nada de concreto sobre a permanência", disse Jane.
Na chegada dos manifestantes à residência do prefeito, oito policiais militarem cercavam o portão principal da Gávea Pequena. Duas viaturas e duas motos da Polícia Militar (PM) acompanharam a marcha. Apesar da tranquilidade, durante a marcha, o tráfego na pista no sentido Barra da Tijuca da Estrada de Furnas, no Alto da Boa Vista, foi interrompido, deixando lento o trânsito na principal ligação entre a Tijuca, na zona norte, e a Barra, na zona oeste.
Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura do Rio não confirmou se Paes estava na Gávea Pequena quando os manifestantes chegaram. Informou apenas que o prefeito tinha agenda marcada para 16h, na zona oeste. /Colaborou Roberta Pennafort

Rio está disposto a bancar filme de Woody Allen no Rio, diz Eduardo Paes

Cinema

O prefeito da cidade afirmou que 'pagaria qualquer coisa' para que o cineasta filmasse seu próximo longa na cidade

O cineasta Woody Allen
O cineasta Woody Allen (Getty Images)
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou no domingo que está disposto a arcar com os custos de produção caso o diretor Woody Allen decida filmar na cidade.
"Eu quero muito que ele venha. Já fiz de tudo: falei com a sua irmã, mandei uma passagem pelo arquiteto Santiago Calatrava, que é vizinho dele em Nova York", disse Paes. "Eu pagaria qualquer coisa para ele vir gravar aqui." As informações são do jornal O Globo e foram reproduzidas nesta segunda-feira pelo site da revista The Hollywood Reporter.
A RioFilme vem tentando seduzir Allen desde que ele começou sua série europeia, que incluiu filmes como Vicky Cristina Barcelona e Para Roma, com Amor. O novo filme do cineasta,Blue Jasmine, com estreia no Brasil marcada para 11 de outubro, foi gravado em São Francisco.

PROCLAMAS À NAÇÃO


1. O tempo entrou em colapso de tempo. Hoje, fala-se de presentismo, o oposto ao futurismo, que andava na moda. Hoje, cada qual sente-se sobrecarregado, precisando fazer o máximo num mínimo de tempo, inclusive e eventualmente, ler este artigo.
2. O tempo de se dedicar ao tempo desapareceu em recente show de Paul McCartney. Havia 50 mil pessoas na plateia e meia-dúzia no palco. Estes empunhavam guitarras; já todos os demais empunhavam celulares, não olhavam (ouviam?) sequer para o palco, estavam aflitos, muito aflitos em capturar imagens e transmitir a qualquer outro ser vivo que estivesse com um Iphone, Ipad ou Ai-ai à mão.
3. O tempo, ali, não era o da contemplação. Em outro show, o do nascimento de minha filha, meses depois, estava recostado ao rosto de minha mulher, na sala de parto. A um metro da barriga aberta, o novo ser vivo foi saudado com um festival de trinados de celulares. Eram uns cinco: da médica, da assistente, do anestesista… Este atendia e repassava os assuntos àquelas de luvas cirúrgicas: Fulano ligou! Beltrano quer falar! Não teria sido mais sadio dedicar estes 15 minutos de tempo a saudar a existência da vida e anular a invasão do mundo eletrônico?
4. O tempo de eu-menino era passado em Barra de Guaratiba, subúrbio rural do Rio. Levava-se horas para chegar lá. Havia um único telefone: o da peixaria. Girava-se uma manivela e a telefonista rosnava: “Rural”. Pedia-se a ligação. A telefonista respondia: “Volte amanhã às cinco da tarde para completar o telefonema.” Faz menos de 50 anos! De um dia a outro, aprendia-se a conhecer o limite das palavras, do que devia ser dito e do que merecia ser calado.
5. O tempo de Santo Agostinho era mais sábio ainda, pois, dizia ele, existirem três tempos : “O presente das coisas passadas, o presente das coisas presentes, o presente das coisas futuras. (…) [os] três estão de alguma maneira na alma e eu não os vejo em outro lugar: o presente das coisas passadas é a memória, o presente das coisas presentes é o olhar, o presente das coisas futuras é a expectativa.”
6. O tempo sem a memória, sem o olhar e sem uma expectativa elaborada, ainda e apesar dos acasos, resulta na paralisia. É este o tempo que as esferas do Poder vivem, hoje, no Brasil. Fundam o país a cada dia de novo pela manhã com um ato, um decreto, uma fala, que será atirada ao valão do nada na manhã seguinte.
7. O tempo parece fazer ao eco ao que minha avó vociferava contra a língua solta do neto: “ A boca não acompanha a cabeça”. As decisões cotidianas do Governo assim parecem. Portanto, peço vênia à Presidente para que ela siga o conselho de minha avó, além de tomar uma boa canja (que não faz mal a ninguém) e pense, elabore, aprofunde, pesquise um pouco mais antes de soltar seus proclamas à nação.
8. O tempo passou a ser o da brincadeira do “Coelho sai/ Coelho não sai”. Dois anos para médico/ Dois anos sem médico; Importa médicos/ Não importa médicos; Faz plebiscito/ Não faz plebiscito”… E um verdadeiro plano estratégico de saúde, educação, infra-estrutura para o país fica ao decurso do tempo.
9. O tempo da plenitude virtual está nos acossando, como descrito no livro Present shock, de Rushkoff, a uma necessidade de fazer tudo e estar em todos os lugares, sem estabelecer prioridades. Distraídos por interrupções constantes, perde-se a concentração. Se a quem vai a um show de rock e até, em última instância, realiza um parto, tal é permitido, à Presidência da República não o é. A esta é necessário grandeza.
10. O tempo é o de tê-lo na alma, como ensinava Santo Agostinho, sabendo olhar com outro olhar para o presente. O tempo está onde sempre esteve em todos os tempos: ouvir o clamor das ruas. E realizar o que elas pedem.

Uma sessão de narguilé - que pode durar de vinte minutos a uma hora – a quantidade de fumaça inalada corresponde a mesma inalada ao se fumar 100 cigarros comuns.


Os efeitos à saúde causados pelo fumo do tabaco são largamente conhecidos e se aplicam também ao uso do narguilé, contrariando a crença popular de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo à saúde . Recentes estudos, inclusive, indicam que seu uso pode ser ainda pior para a saúde do que o cigarro.
Além do mais, a Organização Mundial de Saúde alerta que a fumaça do narguilé contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras. E que, em uma sessão de narguilé - que pode durar de vinte minutos a uma hora – a quantidade de fumaça inalada corresponde a mesma inalada ao se fumar 100 cigarros comuns. 
A Academia Estadunidense de Periodontologia afirma que o uso do narguilé é comparável ao cigarro, em relação aos riscos de doenças da gengiva.
George Loffredo, professor da universidade de Georgetown que conduziu estudo sobre o uso do narguilé no Egito acredita que, comparado ao fumante típico de cigarros, o fumante de narguilé expõe-se mais a toxinas como nicotina e monóxido de carbono.
Segundo estudos realizados pela Academia Estadunidense de Pediatria, o narguile é igual, ou até mesmo mais perigoso que o tabaco convencional. Esse estudo derruba a crença popular que tabaco empregado no narguilé é menos nocivo que os de cigarros normais, os autores deste estudo assinalaram que contém mais nicotina, alcatrão e metais pesados, em comparação com os cigarros convencionais. Os jarros de água menores ou de lugares públicos são os mais nocivos, além de risco de doenças como a herpes.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, não existe nenhum mecanismo presente no narguilé que tenha demonstrado a eliminação ou diminuição na exposição das toxinas presentes no tabaco, a organização ainda assinala o risco de morte por doenças relacionadas com o consumo.
Contrapondo estes estudos, Kamal Chaouachi, pesquisador em socio-antropologia e tabacologia, entende que, embora o narguilé tenha efeitos nocivos à saúde, é possível que eles sejam menores que os do cigarro (por exemplo, em relação ao câncer de pulmão). Ele tece ainda severas críticas aos principais estudos sobre o narguilé (inclusive à nota da Organização Mundial de Saúde citada acima ). Segundo ele, a maioria deles têm problemas metodológicos (como não distinguir entre usuários exclusivos e os que são fumantes ou ex-fumantes de cigarros) e ignoram os resultados de importantes estudos sociológicos, etnológicos e antropológicos sobre o assunto.

PV e Rede: dois partidos e um só eleitorado

Rio de Janeiro

Corrida contra o tempo para validar assinaturas é o desafio do momento do grupo de Marina Silva, que, em 2014, poderá disputar com os verdes a preferência do eleitor de classe média sensível às causas ambientais

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Marina Silva no Senado Federal em Brasília, em 2010
Marina Silva corre contra o tempo para regulamentar a Rede (Celso Junior/AE)
A reta final para transformar a Rede Sustentabilidade em uma agremiação capaz de disputar a eleição de 2014 é também um momento de encruzilhada para um grupo de políticos que, unidos principalmente pela bandeira ambiental, aposta no sucesso do “partido de Marina”. Mesmo entre os líderes da nova sigla existe, no momento, a convicção de que a Rede depende, agora, da boa vontade da Justiça Eleitoral para validar até 5 de outubro as 490.000 assinaturas necessárias para sua criação. A incerteza sobre o futuro do projeto é também um ponto de interrogação na trajetória de Marina Silva – atualmente em segundo lugar nas intenções de voto, com 26%, segundo a última pesquisa do DataFolha – que guarda em segredo o que seria seu “plano B”.
Mesmo que a corrida contra o tempo dê certo e a Rede se credencie para as eleições de 2014, a vida do novo partido não será fácil. No momento, há duas legendas em expansão para o mesmo eleitorado. O PV, de onde saiu Marina, passa por uma reestruturação motivada principalmente pela perda de quadros importantes para o novo projeto. Os dois grupos têm como alvo um eleitorado concentrado principalmente na classe média entusiasta da proteção à natureza, sensível aos temas da sustentabilidade e ao discurso da ética na política. “O eleitor ambientalista vota no PV. Marina, por ter sido um desaguadouro de diversas insatisfações em 2010, teve o apoio dos evangélicos e de pessoas que antes votavam no PT e no PSDB. Ela transitou por muitos eleitores. A Rede e o PV devem pegar, agora, um eleitorado da classe média, que é a faixa mais próxima da questão ambiental”, explica o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC-Rio.
A expansão recente do PV é uma reação ao tranco sentido com o desembarque de Marina Silva em 7 de julho de 2011. Os marinheiros içaram velas para criar o “Movimento Verde de Cidadania”. Terminava ali um casamento de dois anos com o partido de Fernando Gabeira e iniciava-se, ao mesmo tempo, uma briga pelos eleitores que, engajados na causa ambiental ou simplesmente apostando em uma “nova política” deram a Marina 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010. A força do voto naquele momento estava em Marina, mais que no PV. No Rio de Janeiro, a ex-senadora chegou na segunda colocação, atrás apenas de Dilma Rousseff. Dois anos depois, a deputada estadual Aspásia Camargo obteve apenas 1,2% dos votos para a prefeitura.
Em 2010, Marina foi bem, mas não necessariamente ajudou a conquistar posições para o PV. Naquele ano, a bancada federal só aumentou em um deputado – foi de 13, em 2006, para 14, em 2010. Jacob lembra a espécie de maldição dos terceiros colocados, que não conseguem repetir seus feitos. Foi o que aconteceu com Leonel Brizola, em 1989, depois Enéas Carneiro, Ciro Gomes, Anthony Garotinho e Heloísa Helena, nessa ordem, até 2006. Sobre Marina, só a criação da Rede poderá dizer. 
O Rio foi onde o solavanco da perda de Marina foi mais sentido. Desde que ela fez as malas, os verdes passaram a percorrer cidades do interior na tentativa de fortalecer os diretórios municipais e reduzir a dependência dos nomes de Marina e Fernando Gabeira – até hoje o mais cotado para defender a legenda nas eleições presidenciais ou para o governo do Rio. No estado, a Rede conseguiu, até agora, a maior quantidade absoluta e proporcional de assinaturas para criação: 110.000, das quais 45.000 estão validadas em cartório.
O que serve para consolar os verdes é o fato de, apesar da debandada, o número de filiados também ter crescido no PV. Entre abril e outubro de 2011, os verdes receberam 16.138 pedidos de desfilação, motivados, sobretudo, pela saída de Marina. No mesmo período, foram 80.334 pedidos de filiação. No Rio, o aumento foi mais tímido. De 22.739 filiados em maio de 2012, passou para 22.756 em outubro do mesmo ano e chegou a maio de 2013 com 25.725. Nesse bolo, pela avaliação da presidente do PV-RJ, Carla Piranda, estão também alguns que retornavam à velha casa: verdes históricos que haviam deixado a sigla com a entrada de Marina, por discordar de questões religiosas e das posições da ex-senadora em relação ao aborto, por exemplo. “A campanha eleitoral de 2010 nos fez ganhar ainda mais filiados ligados às causas ambientais. Sem Marina, perdemos os que eram mais conservadores e recuperamos os que haviam nos deixado”, explica Carla.
Com Marina, o termo “verde” do PV ficou circunscrito à defesa do meio ambiente, e deixou de ser sinônimo das bandeiras que nasceram com a sigla, como a descriminalização das drogas e do aborto. A chegada de Marina ao PV em 2009 implicou em mudanças radicais. A primeira atitude do partido foi distribuir uma “cláusula de consciência” aos seus filiados com três pontos que, no final, avisavam que, a partir daquele momento, ficaria proibido que assumissem posições de comando em instituições que defendessem ideias diferentes dos valores do partido. O recado foi entendido: os filiados poderiam se manifestar, individualmente, sem que isso gerasse um chamamento às ruas ou algum movimento maior, em relação, por exemplo, às divergências religiosas. O fato é que Marina era evangélica e conservava valores como a proibição do aborto e das drogas. O PV topou abrir mão dessas causas por Marina. Pouco depois, veio o primeiro baque, a exigência de 10 cadeiras na executiva nacional, das quais, depois de 2011, só restou um ocupante do grupo marineiro.
Uma das maneiras de demarcar as diferenças entre o PV e a Rede é o retorno de um Partido Verde defendendo suas causas históricas e uma volta para as origens da sigla. “Temos o receio de uma entrada em massa de pessoas no PV em busca de uma legenda para concorrer às eleições do ano que vem descaracterizar a gente de novo”, explica Carla.
Cartórios – A briga de Marina, no momento, é com a burocracia. A demora dos cartórios para validar as assinaturas para a criação da Rede frustrou a meta do movimento de chegar à última quinta-feira com todas as 490.000 assinaturas necessárias certificadas. Foram recolhidas 850.000 assinaturas, das quais 500.000 apresentadas em cartório, mas só 250.000 validadas. “O caso é preocupante”, admite o deputado federal Alfredo Sirkis. Ele próprio traça um cenário pouco animador para o caso de o partido não passar a existir em 5 de outubro: planeja abandonar a política.
A Rede Sustentabilidade passa pela quarta etapa de um total de seis. Até agora, o grupo elaborou o programa e o estatuto do partido, escolheu os dirigentes provisórios, colheu as assinaturas e encaminhou aos Tribunais Regionais Eleitorais. Ainda falta a validação das assinaturas, a solicitação do registro no TRE e o pedido do registro do estatuto do órgão de direção nacional ao TSE. A Rede tem menos de dois meses para terminar esse processo.
A maior expectativa e o maior mistério dizem respeito ao futuro político de Marina Silva. “Essa é a pergunta de um milhão de dólares”, brinca Sirkis.
Marina Silva: "Não se cria partido por causa de eleição"
"Não levei o grupo da Marina tão a sério", admite Penna

Partido de Marina antecipa pedido de registro ao TSE

Política

Ex-senadora teme que a morosidade dos cartórios eleitorais inviabilize a criação do partido a tempo de disputar a eleição presidencial no ano que vem

Marina Silva no encontro da Rede Pró Partido, onde define as bases da criação de seu novo partido, em Brasília
PRESSA - Marina Silva: Rede Sustentabilidade deve antecipar pedido de registro ao TSE (Ronaldo Brandão/Brazil Photo Press/Folhapress)
Idealizada pela ex-senadora Marina Silva, a Rede Sustentabilidade pretende entrar com o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já nesta semana, mesmo sem ter conseguido validar as 492.000 assinaturas exigidas para a criação de um novo partido político.A antecipação faz parte da estratégia jurídica elaborada para conseguir a autorização do TSE a tempo de disputar as eleições de 2014 - o prazo expira em 5 de ourubro.
Até a última sexta-feira, a Rede havia validado cerca de 250.000 assinaturas. O grupo alega que já deu entrada a 615.000 fichas em cartórios, mas que os órgãos não estariam cumprindo o prazo legal de checar os dados de eleitores no prazo máximo de quinze dias.
Na semana passada, Marina e seus aliados levaram suas queixas aos ministros do TSE. Além de um encontro com a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, a ex-senadora também se reuniu com a corregedora-geral do tribunal, Laurita Vaz, que se comprometeu a encaminhar orientações para os corregedores locais.

A pressa da Rede se baseia no fato de o TSE ter demorado mais de um mês para apreciar o pedido de registro das últimas legendas criadas, como o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. Segundo o órgão, assim que o processo chega, um relator é escolhido para avaliar a documentação. Mas o pedido só costuma ser levado a plenário depois que todos os requisitos legais foram cumpridos.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, Marina Silva tem 26% das intenções de voto, contra 36% da presidente Dilma Rousseff. Antes dos protestos de junho, a petista tinha 57% das intenções de voto.
(Com Estadão Conteúdo)

Meia verdade

veja.com

Título da reportagem
A Presidência da República continua abrindo o cofre para fazer autopromoção. Na sexta-feira, o Palácio do Planalto enviou a todos os 513 gabinetes de Câmara uma revista – Destaques – propalando os recentes feitos do governo federal.
A publicação, como era de se imaginar, abordou a Copa das Confederações, dizendo no título de uma das reportagens que o evento foi um “sucesso”, com essas palavras.
Um desavisado que lê a revista sequer toma conhecimento da sonora vaia a Dilma Rousseff no jogo de abertura da competição e, obviamente, também não fica sabendo das vorazes manifestações ocorridas nas cidades que sediaram o evento.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/governo/meia-verdade/

Debate sobre novo Código Penal mostra por que o país precisa do Congresso e da democracia representativa; texto elaborado por “comissão de juristas” é um apanhado de absurdos: entre a legalização inconstitucional do aborto e a admissão do terrorismo “com propósitos sociais”, há a descriminação branca do tráfico e a derrota de uma criança para uma tartaruga


Reportagem de Gabriel Castro na VEJA.com informa que o senador Pedro Taques (PDT-MT), relator da Comissão Especial do Senado que analisa a proposta de um novo Código Penal, deve entregar seu trabalho nos próximos dias. Transcrevo trecho:
“Os juristas apresentaram um texto, e nós recebemos 550 emendas, de vários senadores. Muitas delas foram consideradas, e eu fiz outras modificações. Mas quem decide é a comissão”, diz Taques, que prefere não adiantar o conteúdo de seu relatório. Depois que ele entregar seu texto aos colegas, será aberto novo prazo para emendas. Da comissão especial, o projeto seguirá direto para o plenário do Senado. De lá, quando aprovado, passará para a Câmara”.
Muito bem, leitores! Em tempos em que virou moda malhar o Congresso, por bons e por maus motivos, quero aqui louvar os senadores sem nem conhecer ainda o conteúdo do relatório de Taques ou o texto que sairá da Casa. Não há a menor possibilidade, a mais remota, de que seja pior do que o conjunto de absurdos elaborado pela tal “grupo de especialistas”.
Nestes dias em que, infelizmente, a outrora chamada “grande imprensa” incentiva — por ação, omissão, ignorância ou tentativa de concorrer com as redes sociais — o ataque às instituições e à democracia representativa, cumpre observar que o processo que resultará no novo Código Penal evidencia que esse sistema representativo é a garantia que temos de que o regime democrático não vai degenerar na imposição das vontades de grupos que, embora minoritários, são influentes o bastante para tentar impor a sua vontade à maioria. Seriam eles, então, a vanguarda, e o Congresso o núcleo da resistência reacionária? Não! O Parlamento, apesar de todos os seus defeitos e seus vícios — e estamos de acordo que eles têm de ser corrigidos — representa a média das vontades dos brasileiros.
Aberrações
A íntegra do texto apresentado pela comissão de juristas está. Já escrevi alguns textos sobre as aberrações que foram entregues ao Senado. Há, sim, coisas positivas na proposta, mas há sugestões estúpidas, movidas por um tipo muito específico, mas não raro, de má consciência. Ela consiste no repúdio ao bom senso, rebaixado à mera condição de senso comum. Os tais juristas resolveram acolher a moral de exceção dos ditos “progressistas” supostamente “ilustrados”, que foi alçada a um imperativo ético. Essa doença tem nome: ódio ao povo, visto como um bando de selvagens que precisam ser civilizados pelas leis. O senso comum considera a vida humana uma expressão superior à de um cachorro? Segundo o norte ético estabelecido pelos juristas, um feto humano não vale o de um cão. Quem abandonar uma tartaruga pode pegar uma pena superior a quem abandonar uma criança. O código que eles propõem também permitiria que nossas escolas fossem sequestradas pelo narcotráfico e inventa o terrorismo benigno. Relembro, abaixo, algumas das barbaridades.
UM HOMEM VALE MENOS DO QUE UM CÃO
O aborto segue sendo crime, com possibilidade de prisão (Arts. 125, 126 e 127), mas o 128 ganhou, atenção, esta redação:
Art. 128. Não há crime de aborto:
I – se houver risco à vida ou à saúde da gestante;
II – se a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;
III – se comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida extrauterina, em ambos os casos atestado por dois médicos; ou
IV – se por vontade da gestante, até a décima segunda semana da gestação, quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II e III e da segunda parte do inciso I deste artigo, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou, quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.
A vida é um direito protegido pela Constituição. O Código Penal não pode mudar um fundamento consagrado na Carta Magna. Mais: a aprovação de um código se faz por meio de projeto de lei, que requer maioria simples, em aprovação simbólica. A Constituição só pode ser alterada por emenda, com a concordância de três quintos da Câmara e do Senado, com duas votações em cada Casa.
O Código em vigência só permite a interrupção da gravidez em caso de estupro ou de a mãe correr risco de morrer. Por sua conta, o STF já foi além de suas sandálias e tornou legal, também, o aborto de fetos ditos anencéfalos — escrevo “ditos” porque, a rigor, anencefalia propriamente é uma impossibilidade. Se sem cérebro, o feto não se desenvolve. Sigamos. O que o texto faz, como fica patente, é recorrer a uma via oblíqua para legalizar o aborto volitivo. Basta que um médico OU psicólogo (atentem para o “ou”) ateste que a mulher não tem condições psicológicas de arcar com a maternidade.
É um acinte à inteligência e um atentado aos códigos de conduta de duas profissões. E os médicos e psicólogos sabem que estou certo. Indago:
a) desde quando médicos estão habilitados a assinar laudos psicológicos?
b) com base em qual fundamento teórico um psicólogo assinaria um laudo técnico atestando que a gestante não tem condições de arcar com a maternidade?
Pergunto aos juristas: médico e/ou psicológico poderiam, por exemplo, discordar da gestante? Digamos que ela manifestasse o desejo de abortar e se dissesse sem as tais condições… Um desses profissionais poderia objetar: “Ah, ela diz que não tem condições de ser mãe, mas a gente acha que sim…”?. Tratar-se-ia, obviamente, da legalização pura e simples do aborto, ao arrepio da Constituição, de maneira oblíqua, longe do debate com a sociedade.
Por que afirmei que a vida de um cachorro valeria bem mais no novo Código Penal? Porque ele resolveu proteger os animais — e não é que eu seja contra, não. Então vamos a eles.
Leiam o que dispõe o Artigo 391:
Praticar ato de abuso ou maus-tratos a animais domésticos, domesticados ou silvestres, nativos ou exóticos:
Pena – prisão, de um a quatro anos.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 2o A pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorre lesão grave permanente ou mutilação do animal.
§ 3º A pena é aumentada de metade se ocorre morte do animal.
Os rodeios, obviamente, renderão cadeia. Nunca mais veremos — já não vemos — chimpanzés nos circos com roupinha de boneca e camisetas coloridas. Crueldade inaceitável! Alguém que submetesse, sei lá, uma cadela a um aborto poderia pegar quatro anos de cana. Já o feto humano iria para o lixo sem que a lei molestasse ninguém. Gosto de bicho. Infernizava minha mãe levando pra casa tudo quanto era animal abandonado. Mas os seres humanos me comovem um pouco mais.
UM CÃO VALE MUITO MAIS DO QUE UM HOMEMAgora atentem para o Artigo 132:
Omissão de socorro
Art. 132. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo, ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – prisão, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal grave, em qualquer grau, e triplicada, se resulta a morte.
Leiam, então, o que vai no 393
Art. 393. Abandonar, em qualquer espaço público ou privado, animal doméstico, domesticado, silvestre ou em rota migratória, do qual se detém a propriedade, posse ou guarda, ou que está sob cuidado, vigilância ou autoridade:
Pena – prisão, de um a quatro anos.
Assim, leitor, não tenha dúvida: entre abandonar uma criança e uma tartaruga, escolha abandonar a criança. A pena é menor: apenas seis meses, sem chance de cadeia. Mas cuidado ao abandonar o quelônio. Quatro anos de cadeia! Da mesma sorte, entre matar um feto de sete meses, já demonstrei, e um passarinho no ninho, mate a criança. No primeiro caso, a pena vai de seis meses a dois anos; no segundo, de dois a quatro anos.
UM CÓDIGO PENAL PARA NINAR VICIADOS, TRAFICANTES E EXPOR CRIANÇAS ÀS DROGAS
Os Artigos 212 a 224 tratam das drogas (páginas 340 a 344 do arquivo cujo link vai acima). De todas as insanidades existentes na proposta dos juristas, esse é, sem dúvida, o capítulo campeão. O financiamento ao tráfico, ora vejam!, entra na categoria dos “crimes hediondos”. Huuummm… Que comissão severa esta, não é mesmo? Então vamos ver o que diz o Artigo 212 (prestem atenção à “exclusão do crime”):
Art. 212. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – prisão, de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Exclusão do crime
§2º Não há crime se o agente:
I – adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo drogas para consumo pessoal;
II – semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de drogas para consumo pessoal.
§3º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, à conduta, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, bem como às circunstâncias sociais e pessoais do agente.
§4º Salvo prova em contrário, presume-se a destinação da droga para uso pessoal quando a quantidade apreendida for suficiente para o consumo médio individual por cinco dias, conforme definido pela autoridade administrativa de saúde.
Quanto amor pelo individualismo! Noto, de saída, que ninguém “planta” em casa cocaína, crack ou ecstasy. O texto acima busca contemplar a reivindicação dos maconheiros organizados, que são considerados os… drogados do bem! Sim, senhores! Os “juristas” cederam ao lobby da turma da Marcha da Maconha. Acho que isso expõe a seriedade do trabalho. A causa tem um lobista muito influente — e não é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem uma opinião absolutamente equivocada a respeito. O deputado Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara e vice-presidente da CPI do Cachoeira, defende que se criem cooperativas para o plantio de maconha. Segundo ele, isso serviria para combater o lucro do traficante. Parece que ele é contra o lucro, mas não contra a droga.
Procura e oferta
Os nossos juristas resolveram reinventar a lei de mercado: ao descriminar totalmente o consumo de droga — DE QUALQUER DROGA —, é evidente que se está dando um incentivo e tanto ao consumo e se está, por óbvio, aumentando a demanda. Quando esta cresce, a tendência é haver um aumento da oferta — até com uma eventual inflação específica, não é? Será o paraíso dos traficantes. Imaginem um monte de gente querendo consumir os produtos à luz do dia, em praça pública, sem precisar se esconder. Alguém tem de fornecer.
Mas o que é “consumo individual”? Os juristas definiram: uma quantidade que abasteça o consumidor por pelo menos… CINCO DIAS! Huuummm… Os aviões do narcotráfico passarão a portar, evidentemente, o suficiente para caber nessa justificativa. É espantoso! Notem que, a exemplo da legalização do aborto, também nesse caso, o que se faz é legalizar as drogas por vias oblíquas, sem que o povo se dê conta.
Mas os juristas são pessoas preocupadas com os infantes, tá? Eles querem coibir o uso perto de crianças. Vamos ver o que propõem no Artigo 221, que trata do “uso ostensivo de droga”:
Art. 221. Aquele que usar ostensivamente droga em locais públicos nas imediações de escolas ou outros locais de concentração de crianças ou adolescentes ou na presença destes será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 2º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 3º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 4º Para garantia do cumprimento das medidas educativas referidas no caput, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I – admoestação verbal;
II – multa.
§ 5º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Voltemos um pouquinho à chamada “produção doméstica de drogas”. Como é que os preclaros vão saber se o pai que cultiva maconha em casa, para o seu consumo, fuma ou não a bagana na frente dos filhos, sobrinhos ou vizinhos? Obviamente, não vão saber. O que significa, no texto acima, “ostensivamente”? Qual é a distância do prédio que define “imediações das escolas”? Raio de 100 metros, de 200, de 500? O que impede um traficante de ter consigo uma quantidade de droga considerada de “uso pessoal” (para cinco dias, certo?) e dividi-la com alunos que estudam a um quilômetro do ponto de venda, distância que se percorre a pé sem grandes sacrifícios? De resto, um estudante-traficante poderá levar consigo a droga para vender na escola. Bastará não consumir dentro do prédio.
E no caso de o traficante, disfarçado de consumidor pessoal, ser flagrado, então, nas circunstâncias previstas no Artigo 221? Ora, meu caro pai, minha cara mãe, o sujeito que tentou aliciar o seu filho, ou que lhe forneceu droga, será severamente punido assim:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.”
É ou não é de fazer qualquer traficante tremer nas bases? Alerto os senhores que, com esse Código Penal, o trabalho de repressão da Polícia Militar se tornaria virtualmente impossível. Uma operação como a da retomada da Cracolândia estaria descartada por princípio. Os zumbis do crack, em razão da natureza da droga, quase nunca têm pedras consigo. Eles estão é em busca de novas. Pesquisem: um usuário chega a fumar até 20 pedras por dia. Um traficante que fosse encontrado com 100 poderia alegar que é seu estoque de… cinco dias! Fernandinho Beira-Mar e Marcola não pensariam em nada mais adequado a seus negócios.
O TERRORISMO REDENTOR
A nova proposta de Código Penal pune, finalmente, o terrorismo. “Que bom!”, dirá você. Calma, leitor apressado! Como diria o Apedeuta, é “menas verdade”. O tema é tratado nos Artigos 239 a 242 do texto (da página 349 à 351). Já escrevi aqui algumas vezes que o Brasil só não tem uma lei antiterror porque o MST, por exemplo, seria o primeiro a ser enquadrado. O que propõe o texto no Artigo 239?
Art. 239. Causar terror na população mediante as condutas descritas nos parágrafos deste artigo, quando:
I – tiverem por fim forçar autoridades públicas, nacionais ou estrangeiras, ou pessoas que ajam em nome delas, a fazer o que a lei não exige ou deixar de fazer o que a lei não proíbe, ou;
II – tiverem por fim obter recursos para a manutenção de organizações políticas ou grupos armados, civis ou militares, que atuem contra a ordem constitucional e o Estado Democrático ou;
III – forem motivadas por preconceito de raça, cor, etnia, religião, nacionalidade, sexo, identidade ou orientação sexual, ou por razões políticas, ideológicas, filosóficas ou religiosas.
§ 1º Sequestrar ou manter alguém em cárcere privado;
§ 2º Usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa;
§ 3º Incendiar, depredar, saquear, explodir ou invadir qualquer bem público ou privado;
§ 4º Interferir, sabotar ou danificar sistemas de informática e bancos de dados;
§ 5º Sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com grave ameaça ou violência a pessoas, do controle, total ou parcial, ainda que de modo temporário, de meios de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia e instalações militares.
Pena – prisão, de oito a quinze anos, além das sanções correspondentes à ameaça, violência, dano, lesão corporal ou morte, tentadas ou consumadas.
Forma qualificada
§6º Se a conduta é praticada pela utilização de arma de destruição em massa ou outro meio capaz de causar grandes danos:
Pena – prisão, de doze a vinte anos, além das penas correspondentes à ameaça, violência, dano, lesão corporal ou morte, tentadas ou consumadas.
Vocês já encontraram o MST ou os aloprados da USP no §3, certo? Aquele que define como terrorismo “incendiar, depredar, saquear, explodir ou invadir qualquer bem público ou privado”. O otimista dirá: “Finalmente, vai acabar a impunidade”. Nada disso! Se o terrorismo tiver uma “motivação social”, o que os juristas querem é garantir justamente a impunidade. Vejam o que eles acrescentaram ao artigo:
Exclusão de crime
§ 7º Não constitui crime de terrorismo a conduta individual ou coletiva de pessoas movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios, desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados à sua finalidade.
Caminhando para a conclusão
Quando pessoas ou grupos estiverem “movidos por propósitos sociais ou reivindicatórios”, então podem invadir, queimar e depredar. “Ah, Reinaldo, não é bem assim; o texto fala em ‘meios compatíveis e adequados’… sei! Descaracteriza-se o crime para que fique por conta do subjetivismo do juiz…
Há mais coisas ruins na proposta, sim! Faço aqui o elenco de algumas. Noto que se trata de uma peça, como eles dizem, “progressista”, a despeito, certamente, da vontade da sociedade, que é majoritariamente contrária ao aborto, à legalização das drogas e à violência dos ditos “movimentos sociais”. Ocorre que os juristas parecem munidos de um espírito supostamente iluminista e civilizador, acima do pensamento da arraia-miúda. Eles não querem fazer leis que estejam à altura das necessidades da população e adequadas a seus valores e ambições. Pretendem o contrário: que um dia esse povinho mixuruca esteja à altura dos valores e ambições das leis que eles propõem.
Comecem a marcação cerrada sobre os senadores! Depois será a vez dos deputados. Nesses artigos que destaquei, e há muitos outros a comentar, vai-se decidir, afinal, se um ser humano vale mais do que um jumento, se os traficantes serão enquadrados pela lei ou enquadrarão a lei e se o Brasil reconhece a existência do terrorismo benigno.
Com a palavra, o Senado Federal!
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Atividades diárias que aumentam a chance de você ter uma doença


Corrimões, telefone celular e até mesmo o happy hour não escapam da transmissão de vírus e bactérias


Tudo o que existe está absolutamente recoberto de bactérias - inclusive você, por dentro e por fora. No entanto, nem todas as bactérias causam doenças, sendo algumas inclusive benéficas e essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo. Mas quando pensamos nos micro-organismo patogênicos - que tem potencial de transmitir doenças - a boa higiene é fundamental para mantê-los longe. O clínico geral Eduardo Finger, coordenador do departamento de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos, explica que nem sempre a pessoa sucumbirá ao patógeno, ainda que seja exposta à doença. "E também não é todo o vírus que pode ser transmitido durante o dia a dia, pois nem todos sobrevivem muito tempo fora do corpo humano", lembra o especialista. No geral, a gripe e os resfriados são mais facilmente transmitidos de uma pessoa para outra, principalmente no inverno, e existem algumas atividades muito comuns em nossa rotina nas quais estamos expostos a isso e nem percebemos. Confira: 

pessoa usando o celular - Foto Getty Images

Telefones públicos e telas sensíveis ao toque

Pode ser difícil encontrar um telefone público nestes dias, mas teclados comuns e telas sensíveis ao toque estão em toda parte. "O real potencial de transmissão de doenças infecciosas por objetos como os telefones celulares não é conhecido, mas é possível que esse fenômeno indesejável ocorra", explica o imunopatologista Marcelo Vivolo Aun, da Sociedade Brasileira de Imunologia. Já os telefones públicos não costumam ter uma manutenção e limpeza com periodicidade adequada, e pode acontecer de uma pessoa gripada usá-lo e você, ao usar em seguida, correr o risco de contrair a doença. "Se você quiser diminuir essa possível transmissão, o melhor é ter o mínimo de contato com o bocal, ou seja, falar mais afastado." No caso do telefone celular, evite compartilhá-lo com pessoas que estejam doentes e mantenha a higiene do aparelho.
homem virando uma maçaneta - Foto Getty Images

Corrimões e maçanetas

A nossa pele tem bactérias que "moram" nela, ou seja, nos colonizam, e não causam doenças. "Desse modo, todo objeto que é tocado por mais de uma pessoa - como corrimões, torneiras e maçanetas - pode transmitir bactérias e outros micróbios", diz o infectologista Marcelo. Assim, pessoas eventualmente doentes, com viroses intestinais ou gripe, por exemplo, podem passar esses agentes pelo contato. "A melhor prevenção é a lavagem de mãos."
mulher pagando legumes na feira - Foto Getty Images

Notas e moedas

"Pior do que as bactérias que todos falam são outras substâncias que possam estar nas notas, transmissoras de doenças", explica o clínico geral Eduardo Finger, coordenador do departamento de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos. Até porque, você não sabe por onde as mãos da pessoa que estava com a nota antes de você passaram - inclusive, o infectologista Marcelo afirma que nem mesmo as notas do caixa eletrônico se salvam. "Por isso, o recomendado é lavar as mãos com sabão comum após pegar em notas em moedas, evitando assim um possível contágio", explica Eduardo, que dispensa a necessidades de sabonetes antibacterianos.  
pessoas no metrô - Foto Getty Images

Ônibus, trem e metrô

Ao falar em transporte público, logo pensamos nas barras de segurança que muitas vezes usamos para nos apoiar enquanto estamos de pé - e elas, assim como os corrimões, também têm potencial para abrigar vírus transmissores de doenças. ?No entanto, você não precisa da barra para estar exposto a bactérias, vírus e patógenos, já que estes circulam pelo ar?, explica o clínico geral Eduardo. E ambientes como esses, que favorecem a aglomeração, intensificam as chances de uma transmissão por via respiratória, por meio de gotículas de secreções da boca e nariz. "Essa situação é maior quanto mais pessoas estiverem no local e quanto menor for esse espaço", completa o imunologista Marcelo.  
mulher na academia - Foto Getty Images

Academias

Ainda que a limpeza dos aparelhos e banheiro de academias seja mais frequente que a de um ônibus, por exemplo, o ambiente fechado do estabelecimento também facilita a transmissão de doenças. E para as pessoas que sentem protegidas após limpar o aparelho com os paninhos de higienização disponíveis nas academias, saiba que eles não te deixam completamente protegido de doenças. "Utilizamos os panos, pois as pessoas tem nojo do contato com o suor de outra pessoa, mas no nível microbiológico, não faz a mínima diferença", explica Eduardo Finger. De acordo com o especialista, essa limpeza pode diminuir a exposição da pessoa aos patógenos caso o usuário anterior do aparelho estiver com alguma doença contagiosa, mas jamais protegerá 100%. "Lembrando que ser exposto a um patógeno não quer dizer necessariamente que você irá contrair a doença, cabendo entender qual é o limite da higiene saudável, sem exageros", ressalta o especialista. Além disso, nos dias mais frios, a mudança brusca de temperatura que acontece dentro e fora da academia pode causar uma irritação no sistema respiratório, aumentando a chance de ocorrências como asma e rinite. 
casal doente - Foto Getty Images

Convivência com amigos e família

"A chance de contrair uma doença de outra pessoa é influenciada pela exposição, e geralmente estamos mais em contato com os amigos e família", declara o clínico geral Eduardo. Quem nunca viu aquela família que um começa a pegar gripe ou virose intestinal do outro, não é verdade? "O melhor modo de evitar essas ocorrências é não dividir objetos de uso pessoal (talheres, toalhas, travesseiros) e lavar as mãos com mais frequência durante os períodos em que alguém está doente."
amigos na balada - Foto Getty Images

Balada e happy hour

Todo lugar que concentra mais gente, aumenta a possibilidade de exposição a patógenos. "Se o lugar for fechado e o ar recircular várias vezes por várias pessoas, as concentrações de patógenos aéreos aumentam e mais uma vez, sua chance de se expor aumenta", alerta Eduardo Finger. O especialista explica que em alguns casos, você precisa de uma carga mínima de um patógeno para se infectar - e a chance de bares e baladas fechadas atingirem essa concentração crítica, que varia de pessoa para pessoa, aumenta. "Além disso, álcool e sono irregular podem baixar sua imunidade e aumentar o risco de você contrair uma doença", ressalta o infectologista Marcelo. Há também a mudança de temperatura dentro e fora desses locais nos dias frios, que podem intensificar os problemas respiratórios.  
fast food - Foto Getty Images

Comer junk food

Consumir uma dieta pobre em vitaminas e minerais e rica em gorduras, açúcar, sódio e conservantes enfraquece o sistema imunológico e sua capacidade de combater resfriados e outras doenças infecciosas. Por isso uma alimentação baseada em fast food e congelados prontos para consumo, além de pobre em frutas, legumes e verduras, pode prejudicar a sua imunidade e deixar seu organismo mais sensível a infecções. Embora esses hábitos sejam essenciais em todas as estações do ano e os benefícios sejam percebidos em longo prazo, nunca é tarde para mudar a alimentação e deixar seu corpo mais protegido.