segunda-feira 22 2013

Lianne La Havas | Is Your Love Big Enough? (Official Video)

Floresta da Tijuca


Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro
Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro 
Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro
Botafogo, Rio de Janeiro

Adegas são ótimas opções para armazenar vinhos em casa


Controle de luz, temperatura, umidade e vibração são elementos importantes para manter a bebida em boas condições

Ter uma adega em casa é o sonho de quem é fanático por vinho. Um lugar para armazenar a bebida dentro da própria residência requer alguns cuidados.


Controle de luz, temperatura, umidade e vibração são elementos importantes para manter o vinho em boas condições (Fotos: Thinkstock)


“Controle de luz, temperatura, umidade e vibração são elementos importantes para manter o vinho em boas condições”, avalia a Flora Detanico, arquiteta e diretora da Lacava.
Para a profissional, uma adega é para a bebida o mesmo que um quarto de dormir. A garrafa deve repousar e não receber tanta incidência de luz e temperatura constantemente.
“O vinho está vivo, em constante evolução. Quanto menos choque ele receber, menos agitado e mais descansado vai ficar”, diz Flora. Desta maneira, sem tanta oscilação, a bebida vai conseguir manter suas propriedades sem que elas sejam abaladas.
Espaço para a adega – “Antigamente, as casas tinham as adegas em locais afastados da área social, como no subsolo. Hoje em dia elas não precisam mais ficar em locais isolados, podem ficar integradas no ambiente onde o vinho será servido”, diz a arquiteta.
O proprietário da casa pode optar entre colocar uma adega portátil ou fazer um armário climatizado sob medida, dependendo do espaço disponível.
“Se o ambiente for pequeno, o armário climatizado é uma boa opção. No entanto, se houver um quarto vazio ou um depósito que não usa, é possível transformá-lo em uma adega”, sugere Flora.
Projeto da Lacava. Inclinação permite que a rolha fique inchada e não entre oxigênio no interior da garrafa (Foto: Divulgação)
De acordo com a especialista, até mesmo um nicho na parede pode ser transformado em um armazenador de vinhos. “Se o espaço tiver mais do que 1 metro quadrado, já pode ser transformado em uma adega”, afirma a diretora da Lacava.
Flora afirma que a vantagem de ter uma adega climatizada sob medida em casa é que a refrigeração não gera barulho. “Com elas, as pessoas não têm a impressão de que existe uma geladeira com motor dentro da sala”, diz a especialista.
“Na Lacava, as adegas usam um sistema de refrigeração bipartido”, diz a diretora. Com esta tecnologia, o compressor fica na área externa da residência e a evaporadora ou placa fria fica dentro da própria adega, não gerando incômodo por causa de ruído ou calor.
“Desta maneira, a adega é como se fosse uma cristaleira sem barulho e com qualidade acústica”, garante a profissional.
Temperatura – “Se a adega é para a guarda de vinhos, o ideal é que ela tenha temperatura média de 15°”, orienta Flora.
Como a temperatura ideal de cada vinho varia de acordo com o seu tipo, há algumas adegas que têm um compartimento isolado para fazer a variação de calor.
“Um armário climatizado pode ter cada porta com uma temperatura diferente. Uma para o vinho tinto (entre 15° e 17°), outra para o vinho branco (de 10° a 12°) e uma terceira para espumantes (com variação de 5° a 8°)”, ressalta a especialista em adegas.
Ideal é que a temperatura da adega fique em torno de 15°
Posição da garrafa – “A garrafa de vinho deve ficar em uma posição em que a rolha se mantenha embebida pelo líquido”, diz Flora.
Para isso, o ideal é que a garrafa fique totalmente na horizontal ou levemente inclinada. “A inclinação de 13°, com o gargalo voltado para o lado de cima, permite que a rolha fique inchada e não deixa que haja a entrada de oxigênio e afete a qualidade da bebida,” afirma a profissional.
Estilos – Quem tem uma casa com estilo moderno, a sugestão da arquiteta é apostar em uma adega em inox ou laca, com bastante vidro na porta e no garrafeiro. “O vidro oferece uma linguagem mais contemporânea”, afirma.
Já uma casa com decoração mais clássica, a recomendação de Flora é investir em uma adega de madeira, que é mais tradicional.
Lacava tem adega climatizada tipo armário com espaço para 280 garrafas (Crédito: Divulgação)
Preço – As adegas podem variar bastante de preço. Uma pequena e simples, com capacidade para oito garrafas, pode partir de R$ 200. Já uma feita sob medida, se utilizado o material mais simples como mdf melamínico, pode custar acima de R$ 20 mil, na Lacava, com capacidade para 100 garrafas.
As adegas mais refinadas desta loja podem levar materiais nobres como aço inox ou pintura laca alto-brilho, mas com essa estrutura, o valor é ainda mais alto. “O céu é o limite”, lembra a diretora.
O preço da adega pode soar alto, mas é um investimento para quem quer leva-la a rio. “O valor inclui o projeto, execução do isolamento térmico, refrigeração, esquadria (porta da adega), iluminação e os próprios garrafeiros”, diz Flora.

A assessoria de Daniela Mercury negou nesta segunda-feira, 22 de julho de 2013, a separação entre ela e a jornalista Malu Verçosa

A assessoria de Daniela Mercury negou nesta segunda-feira, 22 de julho de 2013, a separação entre ela e a jornalista Malu Verçosa

A assessoria de Daniela Mercury negou nesta segunda-feira, 22 de julho de 2013, a separação entre ela e a jornalista Malu Verçosa

'Está tudo bem entre as duas', disse a porta-voz de Daniela Mercury

A assessoria de Daniela Mercury negou nesta segunda-feira, 22 de julho de 2013, a separação entre ela e a jornalista Malu Verçosa

Segundo um jornal, Malu teria saído da casa de Daniela em clima de novela mexicana

A assessoria de Daniela Mercury negou nesta segunda-feira, 22 de julho de 2013, a separação entre ela e a jornalista Malu Verçosa

Desde que assumiram o relacionamento em abril, Daniela Mercury e Malu Verçosa vivem postando fotos carinhosas nas redes sociais

A assessoria de Daniela Mercury negou nesta segunda-feira, 22 de julho de 2013, a separação entre ela e a jornalista Malu Verçosa

Daniela Mercury ao lado da namorada, Malu Verçosa

Desde que saiu da Presidência da Câmara e voltou ao fundo do plenário, Marco Maia resolveu botar o boi na sombra.

Dá um tempo

Pé no freio
Desde que saiu da Presidência da Câmara e voltou ao fundo do plenário, Marco Maia resolveu botar o boi na sombra.
Além de não assinar um único projeto de lei há três anos, em 2013 a atividade legislativa de Maia se resumiu à apresentação de um requerimento e a relatoria de duas propostas vindas do Executivo.
Na Comissão de Relações Exteriores, a atuação de Maia é uma vergonha: das 23 reuniões, marcou presença em apenas três.
O plenário também não é o lugar de Marco Maia: apareceu em apenas metade dos dias de sessão deliberativa neste ano. Boa parte das ausências vem com carimbo de missão autorizada (26).
Mas, se economiza em suor, Maia não descuida dos quinhões financeiros a que tem direito. Além do salário de 26 000 reais, Marco Maia torrou cerca de 110 000 reais desde janeiro em cota parlamentar.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/congresso/da-um-tempo-3/

As novas ideias dos vencedores do Prêmio Jovens Inspiradores 2012

PJI 2013

Confira, em capítulos, o que estão fazendo os ganhadores da primeira edição do prêmio — que recebe inscrições para a versão deste ano até 2 de agosto

Lecticia Maggi
Paulo Orenstein, Larissa Maranhão, Roger Werner Koeppl e Miguel Andorffy são os vencedores do prêmio jovens inspiradores 2012
Paulo Orenstein, Larissa Maranhão, Roger Werner Koeppl e Miguel Andorffy são os vencedores do prêmio jovens inspiradores 2012 (Ivan Pacheco)
Leia na lista a seguir as novas ideias dos vencedores do PJI 2012 Roger Koepple, Miguel Andorffy Larissa Maranhão. Na terça-feira, fechando o ciclo, será a vez de Paulo Orenstein, carioca que projetou uma rede totalmente social. 
Os jovens que a exemplo de Roger, Miguel, Paulo e Larissa querem usar conhecimento em qualquer área para transformar o Brasil podem buscar apoio no Prêmio Jovens Inspiradores 2013. O concurso vai selecionar estudantes ou recém-formados com espírito de liderança e compromisso permanente com a busca da excelência. A triagem será feita pela análise de depoimento em vídeo e ficha de inscrição. Os vencedores ganharão bolsas de estudo no exterior, um ano de orientação profissional com nomes de destaque do meio empresarial e político (mentoring), um troféu e ingresso na Comunidade Fundação Estudar. Inscreva-se agora no PJI 2013.
Por trás do prémio está a visão de que, para se tornar um país mais justo, desenvolvido e bem administrado, o Brasil precisa formar líderes capazes de desatar os nós que ainda tolhem os setores público e privado. O PJI é promovido por uma parceria entre VEJA.com e Fundação Estudar.
As novas ideias dos vencedores do Prêmio Jovens Inspiradores 2012

Larissa Maranhão: do PJI 2012 para Harvard


Única mulher entre os quatro vencedores do Prêmio Jovens Inspiradores 2012, a alagoana Larissa Maranhão, de 19 anos, mal contém a ansiedade: em breve ela embarca para os Estados Unidos, com destino à Universidade Harvard, onde fará a graduação em economia. "Eu não poderia estar mais animada em relação ao futuro. Harvard é um dos centros acadêmicos mais respeitados do mundo: vou aproveitar cada segundo da minha estada lá", diz Larissa.
A paixão da estudante, contudo, não se restringe a Harvard. Larissa vai seguir à frente do EnemRED, blog criado por ela em 2011 com a finalidade de ajudar outros estudantes a se preparar para a redação do Enem. Ali, ela dá orientações para a elaboração da dissertação. Larissa — que obteve nota 1.000, a pontuação máxima, na prova — não deixa pergunta sem resposta.

"O projeto está indo muito bem, com usuários cada vez mais engajados: fico muito feliz ao observar a melhora no desempenho deles”, diz. "Recentemente, promovemos um concurso de redação sobre a importância da escrita. Os vencedores já foram anunciados e serão premiados com livros e certificados."
A participação na edição 2012 do Prêmio Jovens Inspiradores foi um ponto de mudança na vida de Larissa, segundo ela própria. "Conheci pessoas fantásticas que me ensinaram que o limite não existe quando se tem foco no resultado e obsessão pela meta."

Miguel Andorffy: o Salman Khan brasileiro agora é empresário



Miguel Andorffy nos jardins da Universidade Stanford, nos Estados Unidos
Em 2011, o gaúcho Miguel Andorffy, estudante de engenharia elétrica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), decidiu ajudar alguns colegas publicando na internet videoaulas úteis aos futuros engenheiros. Nascia o Me Salva!. “Era um projeto despretensioso, com algumas aulas gratuitas, feitas por um jovem bom em matemática”, lembra Miguel, de 23 anos.
Hoje, o serviço oferece 430 vídeos sobre as disciplinas de matemática, biologia, física e química, que registram, em média, 35.000 visualizações diárias. O projeto pessoal virou uma empresa, composta por sete pessoas, entre professores e sócios. A guinada, conta Miguel, deu-se em algum ponto durante a participação dele na primeira edição do Prêmio Jovens Inspiradores, em 2012.
“Antes, eu tinha ideias, mas não sabia como colocá-las em prática. No prêmio, conheci pessoas que me auxiliaram nessa tarefa. Posso dizer, sem exageros, que o Jovens Inspiradores mudou minha vida e abriu portas para que eu pudesse sonhar grande”, diz. “Agora, não penso apenas em ajudar meus colegas com as aulas: quero provocar mudanças em larga escala na educação.”
O próximo passo é firmar parcerias com instituições privadas de ensino e também governos. Os acordos serão colocados sobre a mesa assim que Miguel retornar de uma temporada de estudos na Universidade Stanford, no coração do Vale do Silício, nos Estados Unidos. “É uma das experiências mais motivadoras que já vivi”, conta ele.

Roger Koeppl: reciclagem no Brasil e projeto na África


Encerrada a edição 2012 do Prêmio Jovens Inspiradores, o paulista Roger Friedrich Werner Koeppl, de 25 anos, tinha uma escolha a fazer: o curso que realizaria no exterior — parte da premiação. Escolheu o Babson College, em Massachusetts, nos Estados Unidos, referência em estudos sobre inovação.
"Escolhi um curso sobre lideranças globais, onde convivi com pessoas de várias partes do mundo: juntos, desenvolvemos um projeto para levar educação de informática a regiões remotas de Gana, na África", diz Roger. "Foi o melhor trabalho em equipe que fiz na vida."
A experiência de participar do prêmio foi, nas palavras de Roger, um "divisor de águas". Etapas da competição como a dinâmica em grupo e palestras com personalidades como Marina Silva colaboraram tanto na formação pessoal quanto profissional, diz ele. "Aprendi que posso fazer mais do que imaginava."
De volta ao Brasil, Roger retomou um antigo projeto, a YouGreen. A cooperativa de reciclagem, coleta e venda de resíduos fora criada por ele antes mesmo da participação do Prêmio Jovens Inspiradores 2012.
"No início, por não termos um portfólio de casos para apresentar, não conseguíamos nem clientes nem investidores", lembra, "A situação mudou completamente após o prêmio: uma cooperativa do interior investiu 15.000 na empresa e estamos nos trâmites finais para fechar negócio com seis clientes, incluindo um dos maiores condomínios de São Paulo."

Governo anuncia corte de R$ 10 bilhões no Orçamento

Contas públicas

Segundo Guido Mantega, cortes não devem atingir programas sociais e investimentos

Gabriel Castro, de Brasília
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior anunciam corte de gastos do Orçamento 2012
Os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior anunciam corte de gastos do Orçamento (Pedro França/Brazil Photo Press/Folhapress)
O governo federal anunciou um corte de gastos da ordem de 10 bilhões de reais na tarde desta segunda-feira. O anúncio já era aguardado e foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. O valor foi fechado com a presidente Dilma Rousseff na sexta feira e veio abaixo dos 15 bilhões de reais esperados inicialmente. No domingo, técnicos do Ministério do Planejamento e do Tesouro Nacional ainda estavam finalizando as contas. A medida, de acordo com nota do Ministério do Planejamento, cria uma reserva "para a eventual frustração do resultado primário de estados e municípios". 
O contingenciamento anterior, feito ao fim do segundo bimestre, foi de 28 bilhões de reais. Originalmente, a Lei Orçamentária Anual previa um total de 965,9 bilhões de reais em despesas. Com os cortes, o valor fica em 927, 9 bilhões. Mesmo assim, o bloqueio total de 2013 (38 bilhões de reais) ainda está abaixo dos 50 bilhões de reais de 2011 e dos 55 bilhões de reais do ano passado.
Segundo o governo, os investimentos e os programas sociais estão preservados - o que inclui o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa, Minha Vida, o Brasil Sem Miséria e os gastos com saúde e educação. As emendas parlamentares também foram poupadas, o que evita mais atrito do governo com o Congresso.Os concursos públicos, por outro lado, serão afetados.
Dos dez bilhões reduzidos, 5,6 bilhões dizem respeito a despesas obrigatórias. Nesta rubrica, 4,4 bilhões foram cortados do total reservado pra ressarcimento e desoneração do INSS, 2,5 bilhões afetam pessoal e encargos sociais, outros 2,5 bilhões de subsídios e convenções e 600 milhões da fabricação de cédulas e moedas.
Por outro lado, ainda dentro das despesas obrigatórias, o governo acresceu 2,2 bilhões aos créditos extraordinários, 1,5 bilhão como apoio financeiro a municípios e 0,7% pra os fundos de desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste.
O restante do corte, 4,4 bilhões de reais, são despesas discricionárias, o que inclui diárias, passagens, material de consumo e aluguéis, entre outros gastos. O Ministério do Planejamento definirá limites para esses gastos que cada órgão terá de respeitar.
"O objetivo dessas medidas é melhorar a qualidade do gasto público, reforçar o resultado fiscal do governo central e tornar mais claras e transparentes as medidas para atingir o resultado fiscal desejado", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva após o anúncio do corte.
Arrecadação - O governo anunciou ainda uma redução de 3,5% para 3% na previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano - fato que deverá impactar a entrada de recursos fiscais nos cofres da Receita Federal. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação, deve fechar o ano em 5,7%, segundo as previsões do governo.
Segundo Mantega, embora o novo percentual de alta do PIB seja inferior ao que especula o mercado, o governo não pode alterar seus parâmetros com muita volatilidade: "Não podemos mudar de PIB como trocamos de roupa. Tem que dar um tempo para que se realize essa previsão", disse ele.
Apesar da redução significativa na previsão de crescimento econômico, a previsão de arrecadação foi reduzida em 'apenas' 600 milhões de reais, de 1.185,6 bilhões para 1.185 bilhões de reais. A queda deverá ocorrer, principalmente, nos recursos arrecadados pela Receita Federal, mas as perdas deverão ser compensadas pelo aumento da receita com concessões, de acordo com o Planejamento.
Segundo dados da Receita anunciados também nesta segunda, o governo federal arrecadou 85,683 bilhões de reais em impostos em junho, o pior resultado mensal desde março deste ano (80,556 bilhões de reais) e abaixo do esperado pelo governo, mostrando queda real de 0,99% sobre igual mês do ano passado.
Segundo o ministro Mantega, a equipe econômica está contando com uma melhora expressiva na arrecadação no último trimestre do ano devido a um aumento na previsão de ganhos com as concessões - daí a manutenção da previsão de receita. No Orçamento deste ano, o governo esperava a entrada de 15,7 bilhões de reais com as concessões ao setor privado, mas essa rubrica foi elevada a 23,1 bilhões de reais.
De acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o acréscimo se deu graças à ampliação da previsão do valor a ser obtido com a concessão do campo petrolífero de Libra. Apesar do atraso na concessão de rodovias e ferrovias, a ministra diz que essa demora não terá efeitos no Orçamento de 2013 porque boa parte desses recursos só começariam a chegar aos cofres públicos em 2014. Todo esse dinheiro servirá para engordar a meta fiscal do governo.
Meta fiscal - O governo afirmou que manterá a meta fiscal de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Segundo Mantega, o resultado primário do governo, de 63,1 bilhões de reais, não está ameaçado. "Este resultado está garantido. Pelas nossas contas vamos cumprir inteiramente", disse ele. O resultado primário total do setor público, o que inclui estados e municípios, está previsto em 110,9 bilhões de reais. Contudo, mesmo com o novo contingenciamento, técnicos do governo admitiram ao jornal O Estado de S. Paulo que o compromisso público do governo de atingir a meta neste ano não deve ser cumprido.
Esta meta seria atingida com o abatimento de 45 bilhões de reais em investimentos e desonerações. Como, por lei, o governo pode descontar da meta deste ano até 65,2 bilhões de reais, muitos economistas envolvidos com a política fiscal também avaliam que o governo deveria admitir que fará todo o desconto legal da meta - e, assim, economizar em 2013 apenas 1,8% do PIB.

ANS quer criar ouvidorias para os planos de saúde

Saúde suplementar

em: 14/09/2012

Consulta pública começa dia 18 de setembro e ficará aberta durante 30 dias; consumidores poderão votar proposta sobre as regras da resolução

A criação de ouvidorias nas operadoras visa resolver os problemas dos consumidores sem necessidade de que o caso seja levado à Justiça
A criação de ouvidorias nas operadoras visa resolver os problemas dos consumidores sem necessidade de que o caso seja levado à Justiça (Thinkstock)
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) quer criar ouvidorias vinculadas às estruturas organizacionais das operadoras de planos de saúde. A partir do dia 18 de setembro será colocada em consulta pública a proposta de resolução normativa que tecerá a regra. De acordo com a agência, o objetivo da medida é criar um canal de relacionamento da empresa com os beneficiários e permitir a melhoria na mediação de conflitos.
Para a consultora da área de saúde da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), Polyanna Carlos Silva, a proposta é muito importante para o consumidor. “"Mas é necessário que esse canal seja criado com a finalidade de resolver os problemas dos beneficiários, e não apenas para cumprir a lei”", afirma. Silva ressalta que será necessária uma fiscalização constante. “"Não adianta criar a obrigatoriedade se não checar o avanço do setor”."
De acordo com a ouvidora da ANS, Stael Riani, a resolução trará resultados positivos para os clientes e para as próprias empresas por reduzir o número de casos levados à Justiça e agilizar a solução de problemas. “A maior parte dos problemas que chegam à ANS não são difíceis de se resolver. São questões simples, mas que acabam entrando num processo complexo de apuração”.
O Grupo Amil, empresa mais reclamada do setor das operadoras de plano de saúde segundo ranking do Procon-SP, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que apoia e defende iniciativas que contribuam positivamente para o aperfeiçoamento do sistema como um todo e que proporcionam melhorias para os clientes. A Amil também espera que haja participação da sociedade como um todo na consulta pública, tanto de usuários, como prestadores de serviço e operadoras.
Polyanna Carlos Silva, da Proteste, lembra que as reclamações relacionadas às operadoras de planos de saúde devem ser encaminhadas, primeiramente, ao Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da empresa. “A ouvidoria funciona como uma segunda instância, na qual o consumidor pode pedir uma nova avaliação para o seu problema e também reclamar do SAC”.
Caso seja aprovada, a Resolução Normativa dará mais recursos ao consumidor que se sentir lesado por alguma operadora. Porém, se mesmo com o atendimento da Ouvidoria o problema não for resolvido, os beneficiários terão de recorrer aos meios convencionais, como órgãos de defesa do consumidor, ANS e Juizado Especial Cível. A consulta pública ficará aberta durante 30 dias.
(Com Agência Estado)

ANS autoriza reajuste de 9,04% para planos de saúde

Reajuste

Reajuste poderá ser cobrado retroativamente, de acordo com data de aniversário do plano; serão afetados 8,4 milhões de beneficiários

Planos de saúde: para o reajuste, a ANS considerou também o impacto de fatores como a utilização dos 60 novos procedimentos incluídos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde ao longo de 2012 (Thinkstock)
A Agência Nacional de Saúde (ANS) divulgou nesta segunda-feira que estão autorizados reajustes de até 9,04% para planos de saúde individuais e familiares. O porcentual, aprovado pelo Ministério da Fazenda, é o teto válido para o período entre maio de 2013 e abril de 2014, e vai afetar os contratos de cerca de 8,4 milhões de beneficiários — que representam 17,6% dos consumidores de planos de assistência médica no Brasil.
As operadoras esperam a autorização do reajuste desde maio. Em março, fontes de seguradoras e operadoras de saúde mostravam preocupação de que a alta da inflação em 2013 pudesse fazer com que a autorização de reajustes nos planos individuais atrasasse. Isso porque a aprovação depende não só da ANS, mas também de um aval do Ministério da Fazenda. Em 2012, já havia ocorrido atraso e a aprovação saiu ao final de junho.
As companhias de saúde estão autorizadas, porém, a cobrar a diferença entre as mensalidades antigas e novas retroativamente, de acordo com a data de aniversário dos contratos. É permitida a cobrança de valor retroativo caso a defasagem entre a aplicação e a data de aniversário seja de, no máximo, quatro meses.
Reajuste — Diferentemente dos planos coletivos nos quais operadoras negociam preços com empresas contratantes livremente, os planos individuais têm reajuste controlado pela ANS. O porcentual autorizado leva em consideração a média do aplicado pelas operadoras aos planos coletivos com mais de 30 beneficiários. Em nota, a ANS informou que, neste ano, foi considerado também o impacto de fatores externos como a utilização dos 60 novos procedimentos incluídos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde ao longo de 2012.
(Com Estadão Conteúdo)

Pesquisadores desenvolvem nova técnica para criar células-tronco

Genética

Cientistas descobriram novos genes que podem fazer células adultas normais se tornarem células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs)

Da fertilização in vitro para estudos com célula-tronco
A técnica para criar células-tronco a partir de células adultas normais foi criada em 2006 pelo japonês Shinya Yamanaka. Dedse então, elas são as mais usadas em pesquisas científicas
Cientistas do Centro de Medicina Regenerativa, em Barcelona, desenvolveram uma nova técnica para criar células-tronco. Os pesquisadores descobriram novos genes que podem ser alterados em células adultas comuns de modo a torná-las capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo humano. Isso pode, no futuro, ajudar no desenvolvimento da medicina regenerativa: a substituição de tecidos danificados por células criadas em laboratório.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Reprogramming of Human Fibroblasts to Pluripotency with Lineage Specifiers

Onde foi divulgada: periódico Cell Stem Cell

Quem fez: Nuria Montserrat, Juan Carlos Izpisua Belmonte; entre outros

Instituição: Centro de Medicina Regenerativa, em Barcelona, entre outras

Resultado: Os pesquisadores descobriram um novo modo de produzir células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs), que envolve a alteração de genes responsáveis pela diferenciação celular
As pesquisas mais importantes nesse campo são feitas usando as células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs), que podem ser criadas a partir de alterações no DNA de células comuns do próprio paciente, eliminando o risco de rejeição imunológica. A fórmula clássica usada para produzir essas iPSCs segue uma receita rigorosa, com poucas variações para aplicação médica. Os pesquisadores anunciaram nesta quinta-feira, na revista Cell Stem Cell, a criação de iPSCs por um novo método, aumentando a possibilidade de uso clínico da técnica.
Existem dois tipos de células-tronco: as células-tronco embrionárias, que são as células presentes nos embriões humanos, que ainda não se diferenciaram em nenhum tipo de tecido, e as iPSCs, células maduras que foram reprogramadas geneticamente para voltar a um estado semelhante ao embrionário. Desde que o pesquisador japonês Shinya Yamanaka descobriu, em 2006, a técnica para produzir iPSCs — o que lhe rendeu o Prêmio Nobel do ano passado —, a maioria dos cientistas usa esse tipo de célula em suas pesquisas.
A receita de Yamanaka leva em conta a alteração de quatro genes para reprogramar as células maduras. A nova pesquisa descreve uma nova abordagem, na qual a pluripotência pode ser induzida por meio de alterações em outros sete genes.

Saiba mais

CÉLULAS-TRONCO
Também chamadas de células-mãe, as células-tronco podem se transformar em qualquer um dos tipos de células do corpo humano e dar origens a outros tecidos, como ossos, nervos, músculos e sangue. Dada essa versatilidade, elas vêm sendo testadas na regeneração de tecidos e órgãos.
CÉLULA-TRONCO EMBRIONÁRIA
Formada no blastocisto, aglomerado de células que forma o feto. Por ter o ‘objetivo’ de ajudar na criação e desenvolvimento de um novo organismo, pode se diferenciar em praticamente todos os tecidos do corpo
CÉLULA-TRONCO PLURIPOTENTE INDUZIDA 
Célula adulta especializada que foi reprogramada geneticamente para o estágio de célula-tronco embrionária. Assim, ela pode se transformar em praticamente todos os tecido do corpo.
Genes dispensáveis — Os novos genes alterados pelos pesquisadores são aqueles responsáveis por produzir proteínas responsáveis por iniciar o processo que leva uma célula-tronco a se diferenciar para formar os vários tecidos do corpo humano. "Nós mostramos que a pluripotência pode ser um estado funcional da célula", diz Juan Carlos Izpisua Belmonte, pesquisador do Instituto Salk, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Segundo os pesquisadores, o mais importante é que pela primeira vez um estudo com seres humanos conseguiu deixar de usar um gene dos genes utilizados na receita original de Shinya Yamanaka: o Oct4. Os outros três genes já haviam sido substituídos em pesquisa anteriores, mas o Oct 4 só havia sido substituído em ratos — o que tornava aparentemente indispensável para a reprogramação de células humanas.
Os cientistas destacam que seu trabalho deve ajudar a superar o que eles apontam como um dos maiores obstáculos para a adoção de tratamentos com células-tronco: como os quatro genes selecionados por Yamanaka poderiam estar relacionados ao câncer, a terapia poderia levar ao surgimento de tumores. Outros pesquisadores afirmam, no entanto, que esse problema já foi superado nas pesquisas mais recentes com iPSCs. De qualquer forma, o novo método pode ajudar os pesquisadores a compreenderem melhor como funciona uma célula-tronco e acelerar sua adoção em tratamentos médicos.
 

Opinião da especialista

Lygia da Veiga Pereira
Geneticista e diretora do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da USP

“A pesquisa é apresenta mais uma técnica para reprogramar as células humanas. Já existiam outros caminhos diferentes do criado por Shinya Yamanaka para produzir as iPSCs, mas até hoje nenhum havia conseguido reprogramar as células sem usar o Oct4. Com certeza, novas pesquisa serão feitas para descobrir se essas novas células apresentam alguma vantagem.
“Os pesquisadores afirmam também que sua linha de células-tronco pode ser melhor que as outras por não mexer em genes causadores de câncer. Isso me parece um exagero. Essa era uma limitação importante no uso das iPSCs quando ainda não conseguíamos produzir essas células sem fazer os novos genes se integrarem ao DNA. Hoje já existem técnicas em que o gene não é inserido e, por isso, não pode dar início ao câncer.”

A manobra delicada do Ciência sem Fronteiras

Intercâmbio

Enviar para a Grã-Bretanha bolsistas com parcos conhecimentos de inglês para iniciar a experiência internacional de estudo deve manter fluxo de estudantes brasileiros para o exterior. Mas provoca discussão sobre a manutenção dos objetivos do programa federal

Nathalia Goulart
Prédio do Parlamento Inglês, Londres
Está mais fácil conseguir uma bolsa para estudar na Grã-Bretanha com o CsF (André Stefano/Fotoarena/Agência O Globo)
Em 2011, quando o governo federal lançou o programa Ciência sem Fronteiras (CsF), prometendo custear os estudos de 101.000 universitários brasileiros no exterior até 2014, o pró-reitor de graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcelo Knobel, fez um alerta que hoje pode ser visto como premonição. Em entrevista a VEJA.com, ele disse que faltariam candidatos gabaritados para preencher as vagas do programa alvissareiro. "Será um desafio para o Brasil conseguir preencher essa quantidade de vagas, que exige estudantes de alto nível acadêmico e que dominem a língua inglesa", disse. As suspeitas se concretizaram. De fato, o inglês de muitos aspirantes a bolsistas na Grã-Bretanha está aquém do desejado e, por isso, vários deles têm sido reprovados nos exames de proficiência no idioma — um dos passos para a seleção dos beneficiados pelo CsF. Diante da dificuldade em preencher as vagas, os governos brasileiro e britânico decidiram reduzir o nível preliminar de exigência nos exames. Agora, candidatos com notas mais baixas podem iniciar a experiência internacional na Grã-Bretanha. A nova diretriz chamou a atenção de especialistas, uma vez que o objetivo do programa é colocar os melhores universitários brasileiros de graduação e pós-graduação em "contato com sistemas educacionais competitivos", promovendo a "consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia" no país.
A chamada "flexibilização" dos níveis de exigência nos exames de proficiência, como Toefl e Ielts, as duas provas aceitas pelas universidades britânicas, foi implementada no fim do ano passado com a publicação de um edital que balizou uma seleção de candidatos a bolsas de graduação-saduíche (quando o estudante cursa até um ano da graduação no exterior) encerrada em janeiro. Até então, quem desejasse concorrer a uma das bolsas deveria obter no mínimo de 72 pontos no Toefl ou 5,5 no Ielts. Muita gente era reprovada. Das 4.000 bolsas de estudo previstas para a Grã-Bretanha, apenas 1.800 foram preenchidas. Isso deu força ao plano de "flexibilização".
De acordo com as novas regras, se um candidato aprovado nos demais quesitos obtiver 42 pontos no Toefl já pode arrumar as malas rumo à Grã-Bretanha. Terá, contudo, que fazer um curso intensivo de inglês durante os primeiros seis meses da estada em terras estrangeiras antes do início das aulas da universidade. Caso consiga atingir a marcar dos 57 pontos no exame de proficiência, precisará cumprir apenas três meses de reforço. No caso do Ielts, o outro atestado de conhecimento da língua estrangeira, basta obter nota 4,5 em duas das habilidades avaliadas para seguir para a Grã-Bretanha, tendo a obrigação de frequentar o cursinho de inglês de seis meses. Caso consiga nota 5 em duas habilidades, fará aulas por três meses. Ficarão isentos aqueles que atingirem nota 5,5 — uma raridade entre os brasileiros. Ao fim do período de aulas, o estudante terá de realizar novo teste para comprovar a proficiência do inglês. Caso seja reprovado, retornará ao Brasil.
A nova seleção do Ciência sem Fronteiras
Para Maria Lúcia Willemsens, diretora superintente da Cultura Inglesa e especialista em exames de proficiência, a redução das exigências para o início da experiência internacional é perigosa. "A pontuação mínima exigida agora é baixa, indica que a pessoa domina somente os aspectos mais básicos da língua", diz Maria Lúcia. "Nesse nível, a pessoa pode até aproveitar com certa tranquilidade uma viagem de lazer, mas uma experiência acadêmica sem dúvida ficaria comprometida."
Por trás da exigência da proficiência no idioma, é claro, está a premissa de que o sucesso de um intercâmbio depende de uma série de variáveis, todas atreladas ao bom desempenho na língua local: é preciso compreender bem as aulas, realizar com destreza e rapidez a leitura de textos densos, submeter-se a provas além de desenvolver relacionamentos pessoais e profissionais. Outro indicador de que o inglês tem sido um entrave aos bolsistas é o fato de que, entre os destinos mais buscados pelos beneficiados pelo CsF, estejam Espanha e Portugual, países que oferecem pouca — ou nenhuma — dificuldade em relação ao idioma.

Como funcionam os testes 

Exames de proficiência são elaborados por instituições de educação para medir o grau de fluência dos participantes em determinada língua estrangeira. As provas não oferecem como resultado as classificações "aprovado" ou "reprovado": em lugar disso, atribuem notas indicativas do grau de domínio do idioma.

No caso do inglês, os testes mais reconhecidos internacionalmente são o Toefl (Teste de Inglês como Língua Estrangeira) e o Ielts (Sistema Internacional de Teste de Língua Inglesa).
Os dois são divididos em quatro partes: listening(compreensão oral), reading (leitura), speaking(conversação) e writing (escrita). No caso do Toefl, a habilidade em cada uma dessas etapas recebe uma nota que varia de 0 a 30 pontos, totalizando 120 pontos. Já no Ielts, a variação vai de 0 a 9. A nota final é média aritimética das etapas. 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), um dos órgãos encarregados do CsF no Brasil, alega que as mudanças foram empreendidas com a finalidade de garantir que alunos oriundos da rede pública de ensino que não tiveram acesso ao ensino de inglês durante a vida escolar possam ter a aportunidade de desfrutar do intercâmbio. O órgão diz ainda que o curso de inglês intensivo garantirá que sejam atingidos o conhecimento desejado na língua estrangeira. Não é uma visão incontestável. "Em sua estada no exterior, o estudante terá de se dedicar ao aperfeiçoamento da língua estrangeira visando o desenvolvimento acadêmico. Corre o risco de não se sair bem em nenhuma das atividades. É uma manobra arriscada", diz Marcelo Knobel, da Unicamp. Leve-se em conta ainda o custo dessa manobra, todo pago pelos cofres públicos. Um ano de graduação-sanduíche na Grã-Bretanha não sai por menos de 50.000 reais.
O episódio do CsF é mais um lembrete de que persiste uma distância enorme entre brasileiros — inclusive os estudantes — e a língua inglesa. No levantamento mais recente publicado pela empresa Education First (EF), de outubro de 2012, os brasileiros ficaram no 46º lugar no Índice de Proficiência em Inglês (EPI), à frente de apenas oito nações. "Somos um país isolado academicamente, que não prepara bem seus alunos para a internacionalização da educação superior", diz Claudio de Moura Castro, colunista de VEJA e especialista em educação. Ele observa, porém, que a redução no nível de exigência do CsF pode ser a única forma de garantir um fluxo contínuo de bolsistas brasileiros rumo ao exterior. "Ou fazemos concessões assim ou os programas de intercâmbio não vão adiante."
Em um ambiente cada vez mais internacional, as universidades de excelência travam uma corrida para recrutar os melhores estudantes — estejam eles onde estiverem; ao mesmo tempo, enviam seus alunos para boas instituições estrangeiras. Na base dessa troca, está o inglês. Até mesmo instituições fora dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha oferecem cursos em inglês para atrair os bons alunos, o que ocorre na Ásia e na Europa. Exigindo menos de seus bolsistas, o Brasil até poderá manter o fluxo de estudantes no exterior, mas certamente sairá atrás na disputa pela excelência.
* Texto atualizado em 6/3/2013

Incubadora ligada a Harvard vai ajudar projetos brasileiros

Inovação

A Laspau, em parceria com o Centro de Liderança Pública, vai incentivar iniciativas de estudantes e pesquisadores brasileiros dedicados à solução de desafios nacionais

Lecticia Maggi
Universidade Harvard, nos Estados Unidos - 4º lugar no ranking do THE
Integrantes da incubadora terão orientação com professores de universidades como Harvard (na imagem) e MIT(iStockphoto)
A Laspau, braço da Universidade Harvard para promoção acadêmica na América Latina e Caribe, e o Centro de Liderança Pública (CLP) lançaram na sexta-feira uma incubadora que pretende incentivar iniciativas de estudantes e pesquisadores brasileiros dedicados à solução de desafios nacionais. Batizada IdeaLab, a incubadora terá sede no estado americano de Massachusetts e ajudará principalmente brasileiros que estudam ou pesquisam nos Estados Unidos — incluindo bolsistas do programa federal Ciência sem Fronteiras (CSF).
Na prática, os membros do IdeaLab terão acesso a um programa estruturado de orientação acadêmica e profissional com professores de renomadas instituições americanas, como Harvard, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e Olin College. A ideia é auxiliar esses brasileiros a viabilizar projetos que proponham solução para problemas econômicos, sociais e tecnológicos do Brasil. 
"Os candidatos podem inscrever projetos de quaisquer áreas: desde a criação de um software educacional, por exemplo, até a realização de pesquisas para o desenvolvimento de uma nova vacina. O único requisito é que os projetos tenham impacto público", afirma Luiz d'Avila, diretor presidente do CLP. "Vamos analisar individualmente cada projeto e verificar qual o professor mais indicado para orientar o aluno em sua concretização." 
O investimento inicial previsto para o programa é de 1,5 milhão de dólares, a serem aplicados ao longo dos próximos três anos. A intenção das organizações é contemplar anualmente de 15 a 30 projetos. "O tempo máximo de permanência na incubadora será de um ano, mas a meta é que cada grupo fique seis meses", explica d'Avila.


Alunos e pesquisadores de instituições brasileiras também poderão se candidatar. A data para inscrição dos projetos ainda não foi estabelecida, mas a expectativa é que a primeira turma seja escolhida até o fim deste ano.

Jodie Foster é uma inspiração para todas nós!

Por BEATRIZ ALESSI, Tempo de Mulher
Beatriz Alessi: “ Aos 50 anos, a atriz vive seu papel mais verdadeiro”



Foto: Getty Images
Foto: Getty Images































Por BEATRIZ ALESSI
Festas da indústria do cinema costumam ser todas iguais. Longos discursos de agradecimento, piadinhas infames, sorrisos estudados, celebridades se atendo rigorosamente ao script. Mas não foi o que se viu na noite do Globo de Ouro, considerado a prévia do Oscar. Quando a atriz Jodie Foster subiu ao palco para agradecer o prêmio Cecil B. DeMille, pelo conjunto da carreira, intuiu-se, desde a primeira frase, que não dançaria conforme a música.
Começou bradando, em alto e bom som, que chegou aos cinquenta! Qual atriz hollywoodiana sairia por aí alardeando tamanha impropriedade, numa indústria que cultua a juventude eterna e relega cinquentenárias ao ostracismo precoce? Só alguém com quarenta e sete anos de serviços prestados à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mais conhecida como Hollywood. Jodie representa desde os três anos de idade e, na noite em que foi reconhecida pelo conjunto da obra, não perdeu a chance de sair do script. “Preciso confessar uma coisa” - disse ela, deixando desconcertada a plateia de estrelas e figurões do cinema. “Estou... solteira”, completou, para espanto geral. Num discurso talhado para revelar menos pelas palavras e mais pelas entrelinhas, ela fez, pela primeira vez, menções implícitas, mas inequívocas à própria homossexualidade. “Espero que não estejam desapontados por esse não ser um grande discurso de saída do armário. Já saí do armário há mil anos, na Idade da Pedra, quando uma garotinha frágil se abria para os amigos e a família e depois, orgulhosamente, para todos ao seu redor.”
E, para que não pairassem dúvidas, Jodie homenageou a ex-companheira Cydney Bernard, que a ajudou a criar os dois filhos. “Obrigada, Cyd. Tenho orgulho da nossa família moderna.”
No final, ela se emocionou ao falar da mãe, que sofre de demência: “Sei que você está em algum lugar, dentro daqueles olhos azuis.” E sinalizou que era o fim de uma era, que talvez nunca mais pisasse num palco de novo, que era tempo de mudanças.
O discurso foi tão cheio de rodeios e metáforas que, nos bastidores do Globo de Ouro, muitos se perguntavam se Jodie tinha mesmo se declarado gay. O que importa é que ali estava uma mulher segura de si e das suas escolhas. Alguém que teve que lutar por uma vida que parecesse “honesta e normal, contra todas as probabilidades”.
Jodie Foster é uma inspiração para todas nós! Na vida – e principalmente na indústria do glamour e do espetáculo – não é fácil se manter fiel a si mesmo. Como ela nos mostrou tão graciosamente, nem a aclamação do público, nem os louros da fama compensam uma existência barata, representando um papel que não é o nosso.
* Beatriz Alessi é jornalista e cidadã do mundo, como a maioria dos mineiros. Contadora de histórias, acha que a vida de toda mulher daria um grande filme - ou pelo menos uma modesta crônica.