sábado 20 2013

ICMBio - Biodiversidade Brasileira



Nas entranhas do Brasil, a natureza que impressiona o mundo. Riqueza que nos enche de orgulho, mas que também nos remete a um desafio constante: o de conciliar desenvolvimento e conservação. Afinal, como proteger nossa biodiversidade? Como promover desenvolvimento com crescimento econômico, justiça e bem estar social e a utilização racional dos recursos naturais? Não por acaso, Chico Mendes dá nome ao órgão criado em 2007 para proteger a biodiversidade. Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tem foco na conservação e gestão ambiental federal. Entre as atribuições do ICMBio estão a criação e fiscalização das Unidades de Conservação federais em todo o país. A abertura e estruturação dos Parques Nacionais para atender a crescente demanda de visitação, que hoje ultrapassa quatro milhões de visitantes por ano. O apoio as populações tradicionais, por meio da criação e gestão das Reservas Extrativistas. A orientação técnica e reconhecimento das Reservas Particulares do Patrimônio Natural. O ICMBio é responsável por definir e aplicar estratégias para recuperar o estado de conservação das espécies ameaçadas de extinção. São importantes ainda as tarefas de promover a educação ambiental e proteger as nossas cavernas. O ICMBio administra 310 Unidades de Conservação espalhadas de norte a sul, cuja a área somada corresponde a quase 10% do território nacional. O Instituto conta com 11 Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação. Além dos Centros de Pesquisa, os cientistas possuem mais um instrumento de divulgação dos seus trabalhos, a revista científica Biodiversidade Brasileira, que pode ser acessada no www.icmbio.gov.br O ICMBio também realiza parcerias com diversos setores da sociedade, como organizações não-governamentais, universidades, organismos internacionais, órgãos de governo e empresas privadas. 
http://www.youtube.com/user/canalicmbio?ob=0&feature=results_main

Fato segundo historiador: a marca Igreja Católica agrega um valor impressionante



newsO canal Globo News apresentou um programa especial sobre análise do Conclave nesta segunda-feira, dia 12. Um dos convidados, o historiador da Unicamp, Leandro Karnal,  se destacou – mais que o padre que debatia com ele, inclusive – por suas respostas elaboradas e precisas.
A apresentadora do programa Mônica Waldvogel começa pedindo a opinião do historiador sobre a atual crise que vive a Igreja, instituição que, segundo ela, é uma sucessão de escândalos. Confira a resposta do professor:
” Eu acredito que a ideia de  uma crise inédita, de proporções enormes como nunca vista na história  é uma ideia muito mais construída pela mídia do que pela própria percepção da Igreja. Em termos morais, de influência política e em vários outros aspectos a Igreja vive um tempo bem melhor do que no século XIX, por exemplo, onde os liberais tinham mais crença no fim da instituição.Escândalos sexuais hoje são muito menores do que eram no passado. A crise é  muito midiática. Hoje não existe uma crise de unidade na Igreja”.
Mônica parte para o assunto dos católicos que se distanciam da Igreja, talvez pela influência do mundo secular. Leandro Karnal é cirúrgico em seu comentário.
” A Igreja tem um mérito a ser defendido. Uma instituição que dura mais do que qualquer uma outra do Ocidente e dura do jeito a existir bem com bastante número de fieis eu acredito que tenha o mérito da permanência”.
Sobre a perda de fieis outra resposta precisa.
“Vamos ao fato. Esta instituição que encolheu numericamente, como falado,  ocupa todos os jornais hoje, ocupa este nosso programa, ocupa a atenção das pessoas e, outras instituição que não encolheram tanto, não ocupam tanto espaço, ou seja, já que a propaganda é uma palavra de origem católica, a propaganda garante que a marca Igreja Católica tem um valor agregado impressionante, porque os jornais só falam nisso, como se estivéssemos em pleno teocentrismo medieval”, finaliza.

Leandro Karnal:O pecado envergonhado a inveja e a tristeza sobre a felic...




Teatro Poeira de Marieta Severo e Andréa Beltrão abre as portas



Teatro Poeira, fundado pelas mãos das atrizes e amigas Marieta Severo e Andréa Beltrão, num antigo sobrado em Botafogo. As duas, que se tornaram unha e carne depois da peça "A Dona da História", fizeram uma grande reforma com recursos próprios e pretendem colocar boas idéias em prática sem depender tanto de patrocínio.

Para estrear o espaço, as duas resolveram montar o espetáculo "Sonatas de Outono", um filme de Ingmar Bergman de 1978, que o diretor Aderbal Freire Filho transpôs integralmente para o palco. A peça narra o reencontro de Charlotte (Marieta), uma famosa concertista, com a filha Eva (Andréa), depois de sete anos de separação. O ator Isio Ghelman é a única participação além das duas. Ele vive o marido de Eva.
O Teatro Poeira fica na Rua São João Batista, 104. "Sonatas de Outono" está em cartaz de quinta a sábado às 21hs e domingo às 19hs. R$ 40. 14 anos.

http://www.obaoba.com.br/brasil/magazine/teatro-poeira-de-marieta-severo-e-andrea-beltrao-abre-as-portas

Dilma cancela reunião com PT e recebe avalanche de críticas de correligionários

Por VERA ROSA / BRASÍLIA, estadao.com.br
Ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu qualificou de 'inaceitável' o comportamento da presidente



Prontos para receber hoje a presidente Dilma Rousseff e dar uma demonstração de unidade num momento tenso de queda de popularidade e fragilidade política, dirigentes do partido foram surpreendidos com a desistência da petista de comparecer à reunião do Diretório Nacional. A presidente foi alvo de fortes críticas de integrantes da corrente majoritária do PT que, a portas fechadas, ontem, acusaram Dilma de se distanciar de uma crise na qual está no epicentro.
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu qualificou de "inaceitável" o comportamento de Dilma e recebeu apoio de seus pares. Dirceu afirmou que Dilma "faz parte da crise" política atual, mas age como se estivesse fora dela. Os mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva interpretaram a ausência de Dilma como um sinal de retaliação ao ex-presidente. Chegaram a dizer que ela passa a imagem de que está em rota de colisão com o seu próprio partido.
O Estado apurou que Dilma não gostou da reunião promovida por Lula, na segunda-feira, com petistas. Foi Lula que bancou a indicação do deputado Cândido Vaccarezza (SP) para coordenar a comissão da reforma política, contrariando a presidente, que preferia Henrique Fontana (RS). Vaccarezza desafia Dilma ao dizer que o plebiscito para a reforma política não sai neste ano. O Diretório Nacional do PT soltará hoje uma nota desautorizando o deputado para destacar que o partido continuará defendendo o plebiscito. Ontem, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), também soltou nota em que põe em xeque a legitimidade de Vaccarezza (veja ao lado).
Uma das críticas generalizadas do PT é sobre a relação de Dilma com o Congresso, com o próprio partido e com os aliados. O assunto será abordado hoje pela cúpula petista, que avaliará o impacto político das últimas manifestações no País. Os protestos, que provocaram a queda da avaliação positiva do governo Dilma e deram ânimo ao coro do "Volta, Lula", expuseram ainda mais a crise da articulação política do governo.
Dilma desmarcou o compromisso no PT na última hora, sob a alegação de que precisou agendar uma reunião com ministros no Palácio da Alvorada, hoje, para discutir o esquema de segurança da visita do papa Francisco ao Rio, na próxima semana.
Embora auxiliares da presidente tenham informado ontem que ela nunca confirmou presença no encontro do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, tinha anunciado a decisão de Dilma. Até uma equipe "precursora" do Planalto se deslocou à sede do partido em Brasília, na quinta-feira, para vistoriar o local. Os seguranças só fazem esse trabalho quando ela planeja ir a algum evento. Foi o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, quem avisou Rui Falcão sobre a desistência de Dilma. "Quero falar com ela", disse Falcão. Ele conversou com a presidente por telefone, mas não conseguiu convencê-la a mudar de ideia.
O ex-ministro Luiz Dulci, hoje assessor de Lula, propôs que fossem feitos apelos pela presença de Dilma hoje na reunião do PT. "Dilma nunca ouve ninguém", reagiu um parlamentar.
O coordenador da corrente CNB, Francisco Rocha, chorou ao falar sobre o distanciamento de Dilma, mas disse que era necessário ter "cabeça fria" para enfrentar as dificuldades. Com maioria no diretório, a CNB é a corrente de Lula e também de Dirceu, de José Genoino e João Paulo Cunha. Os três foram condenados pelo STF no processo do mensalão e, pela primeira vez, tiveram os nomes excluídos da chapa que concorrerá ao Diretório Nacional.

Transplante de medula elimina HIV do sangue

 Por HERTON ESCOBAR, estadao.com.br
Dois portadores de HIV que receberam transplantes de medula óssea para tratamento de câncer no sangue estão livres...



Dois portadores de HIV que receberam transplantes de medula óssea para tratamento de câncer no sangue estão livres do vírus há várias semanas, desde que o tratamento com antirretrovirais foi interrompido. Segundo os médicos, ainda é cedo para dizer que eles estão "curados", mas os resultados, apresentados ontem numa conferência científica na Malásia, são vistos com muito interesse por pesquisadores que buscam uma cura para a aids.
Os dois pacientes - cujas identidades são mantidas em sigilo - foram tratados num hospital de Boston, nos EUA. Eles tinham linfoma e receberam transplantes de medula óssea para curar o câncer, não a aids, mas o HIV desapareceu do sangue deles após a cirurgia. Os transplantes foram realizados entre dois e cinco anos atrás, e os primeiros resultados do efeito sobre o HIV foram apresentados em julho do ano passado, mas naquele momento eles ainda estavam tomando antirretrovirais. A novidade agora é que os pacientes pararam de tomar as drogas - um deles há 15 semanas e o outro, há 7 - e, mesmo assim, não há níveis detectáveis do vírus no sangue deles.
Os dados foram apresentados na reunião da Sociedade Internacional de Aids, em Kuala Lumpur, capital da Malásia. "Não podemos ainda falar em cura. O tempo de acompanhamento é muito curto", ressaltou a presidente da conferência, Françoise Barré-Sinoussi, que foi uma das cientistas responsáveis pela descoberta do HIV, nos anos 1980. Quando um paciente para de tomar os medicamentos, o vírus costuma reaparecer no sangue cerca de um mês depois, mas isso varia de pessoa para pessoa.
"A doença poderá voltar daqui uma semana, ou daqui seis meses. Só o tempo vai dizer", ressaltou, também, um dos autores da pesquisa, o médico Timothy Henrich, da Faculdade de Medicina de Harvard e do Brigham and Women?s Hospital, em Boston. "Não há prazo para declarar uma cura. Esses pacientes terão de ser acompanhados por toda a vida", disse ao Estado o infectologista Alexandre Barbosa, da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu. "Por isso os resultados precisam ser vistos com cautela."
Apesar de o vírus não ser mais detectado no sangue, é possível que ele permaneça "escondido" em algumas células do organismo e volte a se multiplicar, explica Barbosa.
Implicações. Mesmo que os pacientes sejam eventualmente declarados "curados", o procedimento não poderá ser usado em grande escala como uma terapia antiaids, alertam os especialistas. Isso porque o transplante de medula óssea é um procedimento de alto risco, com 10% de risco de morte do paciente. Em portadores do HIV, que já têm o sistema imunológico debilitado pela doença, esse risco é ainda maior, segundo Barbosa.
Ainda assim, para os pesquisadores, é um resultado importante, que pode apontar o caminho para estratégias mais eficientes de controle da doença - ou até mesmo o desenvolvimento de vacinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Oncologistas e matemáticos unem forças

 Por Fernando Reinach, estadao.com.br
O tratamento do câncer está prestes a sofrer uma reviravolta. Para melhor. Matemáticos especializados em teoria...



O tratamento do câncer está prestes a sofrer uma reviravolta. Para melhor. Matemáticos especializados em teoria da evolução e biologistas moleculares demonstraram que o tratamento simultâneo com duas ou mais drogas pode levar ao desaparecimento de tumores antes incuráveis. A lógica que permitiu o controle do HIV talvez funcione para eliminar tumores.
Há décadas sabemos que o câncer é causado pelo aparecimento de células com mutações em genes que controlam sua divisão. Essas mutações foram descobertas na década de 1980, mas demorou 30 anos para surgirem drogas capazes de matar de maneira específica células que carregam essas mutações.
Nos últimos anos a quimioterapia foi revolucionada pelo uso dessas drogas. Quando usadas em tumores que possuem a mutação para a qual foram desenvolvidas, matam rapidamente as células e o tumor diminui rapidamente. Mas, com o sucesso, veio a frustração.
Em praticamente 100% dos casos o tumor volta, pois surgem células com novas mutações, resistentes à droga já usada. Um segundo "round" de tratamento é iniciado, com outra droga, e ele inicialmente funciona. Mas o tumor volta, agora com uma terceira mutação, resistente às duas primeiras drogas. Se existir uma droga para a terceira mutação, um novo ciclo de químio é iniciado. A guerra continua até o médico não dispor de mais armas. Aí o câncer vence. O resultado é que a sobrevida do paciente aumenta, mas a taxa de cura não se altera.
Nos últimos anos, para desespero dos médicos, foi descoberto que já no tumor original pode estar presente um número pequeno de células resistentes à primeira droga. Em outros casos, as células resistentes surgem durante o tratamento. Essas descobertas levaram muitos oncologistas a considerar a possibilidade de utilizar mais de uma droga já no inicio do tratamento. Mas essa ideia gerou muita discussão: o custo do tratamento aumenta e o médico deixa de ter uma segunda "arma" a sua disposição caso perca a primeira batalha.
A novidade é que matemáticos especializados em modelagem de processos evolutivos se associaram a biologistas moleculares que estudam as mutações que causam o câncer e sua resposta aos novos quimioterápicos. O objetivo foi construir um modelo matemático capaz de descrever o surgimento de novas mutações nas células presentes em um tumor e prever como as diversas populações (cada uma com um grupo diferente de mutações) se comporta quando submetida a diversas combinações de quimioterápicos.
Os modelos foram construídos e calibrados usando dados obtidos durante o tratamento de 20 pacientes com tumores sólidos como melanomas, câncer de cólon e de pâncreas. A velocidade com que as células se dividem, o número de células presentes, a frequência de cada tipo de célula, a taxa de surgimento de mutações novas e a velocidade com que as células morrem durante cada tratamento foram determinadas experimentalmente e colocadas no modelo.
Em seguida, o modelo foi usado para prever o que acontecia com os pacientes ao longo do tempo quando submetidos a diferentes tratamentos. Os resultados demonstraram que o modelo explica e prediz o desenvolvimento da doença.
Validado o modelo, ele foi usado para entender qual a melhor combinação de drogas, em que ordem devem ser administradas e como tumores de diversos tamanhos e composição respondem aos diferentes tipos de combinação. Os resultados são impressionantes. Aqui vai um exemplo. Se o paciente tiver no seu corpo um melanoma com 9,8 x 1010 células (cem bilhões de células cancerosas), espalhadas por oito metástases, a chance de curar esse paciente com tratamentos sequencias, usando uma droga de cada vez, é zero. Mas, se forem usadas duas drogas simultaneamente, a chance de cura sobe para 88%. E esse resultado se repete com diversos tipos de tumores e drogas. O uso combinado de mais de uma droga, já na primeira batalha, parece aumentar muito as chances de cura.
Esse modelo torna possível prever o que deve ocorrer se diferentes estratégias de tratamento forem utilizadas. Isso facilita o planejamento de novos estudos e permite adequar a estratégia para cada paciente.
Nos próximos anos é provável que esse modelo seja testado e aperfeiçoado, o que seguramente permitirá planejar e acompanhar de maneira científica o tratamento de cada tumor, aumentando a taxa de sucesso. No curto prazo, os resultados preliminares provavelmente vão convencer muitos médicos a testar protocolos que utilizam duas ou mais drogas simultaneamente logo no início do tratamento.
O uso de um coquetel de drogas foi o que permitiu o controle do HIV, o vírus que causa a aids. E a lógica por trás de seu uso é exatamente a mesma.
Esses modelos só puderam ser desenvolvidos porque matemáticos foram financiados durante décadas para construir modelos capazes de estudar processos tão diferentes como o altruísmo em populações, o problema do dilema dos prisioneiros e o surgimento de processos cooperativos nas sociedades. É um exemplo da importância de se financiar projetos que aparentemente têm pouco uso prático. Quando menos se espera, esses conhecimentos podem revolucionar algo tão prático e importante como a cura do câncer.
* MAIS INFORMAÇÕES: EVOLUTIONAY DYNAMICS OF CÂNCER IN RESPONSE TO TARGETED COMBINATION THERAPY. ELIFE 2013;2:E00747
É BIÓLOGO

'A base trincou há um tempo por falta de discussão', diz José Guimarães, líder do PT na Câmara

Por Eduardo Bresciani, estadao.com.br
Petista afirma que união em torno do governo tem de ter menos quantidade e mais qualidade para presidente enfrentar crise



BRASÍLIA - Líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE) acredita que as manifestações de rua de junho colocaram o partido em uma encruzilhada que vai muito além do racha da bancada. Para ele, PT e governo precisam buscar um caminho para manter o equilíbrio fiscal e atender aos protestos por serviços públicos de melhor qualidade. Esse debate, afirma,passa por uma repactuação da base aliada. Traduzindo: o governo da presidente Dilma Rousseff precisa de menos partidos a seu lado, mas mais fiéis.
O senhor tem falado em repactuação da base. O que é isso?
É uma rediscussão da base na ideia do projeto, de uma profunda identidade com o programa que está sendo executado pelo presidente Lula e, agora, pela presidente Dilma. Quando há divergência, tem de haver espaço político para tratar. O que não pode é isso derivar para ataques ou disputar com o governo. Defendo nitidez política. Prefiro uma base menor, mas que tenha mais identidade programática. Não estou excluindo ninguém. A espinha dorsal da aliança é PT e PMDB. Esses não podem guerrear e temos que recompor.
Está convencido de não ser possível manter coesão com uma base deste tamanho?
Acho que o presidencialismo de coalizão precisa ser repensado para o bem da democracia. A preliminar é ter aliança programática. Temos uma base muito ampla e eu defendo que a gente possa aprimorar, até para não ter conflito. Quem é independente, que fique independente. Agora, quem é base, é base. E, para isso, não precisa de toma lá, dá cá. Temos um projeto. Estamos com a Dilma para a reeleição. A centralidade da aliança para 2014 tem de ser costurada com um núcleo de PT e PMDB
O governo mudou o ministério para atender o PDT e PR, mas nem sempre tem o apoio deles...
Está errado. Temos de sentar e discutir o que cada ministério está executando, ver o grau de identidade. E, na discussão, se não deu, adeus, não precisa morrer. Quem ficar, ficou.
Aliados estão se aproveitando desse momento de dificuldades?
A base trincou por um processo de desgaste que vem há um tempo. Não acho que seja por esse momento (pós-protestos). É um desgaste natural por acúmulo de problemas não discutidos. Essa crise mudou o sinal de amarelo para vermelho.

Lucro de empresas de ônibus é de R$ 152,5 mi

 Por AE, estadao.com.br
A margem de lucro das 17 empresas concessionárias de ônibus da cidade de São Paulo no ano passado foi de R$ 152,5...



A margem de lucro das 17 empresas concessionárias de ônibus da cidade de São Paulo no ano passado foi de R$ 152,5 milhões. O número equivale a 16% do subsídio pago aos operadores do sistema em 2012: R$ 953 milhões foram repassados pela Prefeitura para cobrir gratuidades e integrações tarifárias.
O dado foi divulgado nesta sexta-feira, 19, pela São Paulo Transporte (SPTrans) que, contudo, não informou o lucro das cooperativas de vans e micro-ônibus, que têm contratos diferentes. Dividido só pelo número de ônibus administrados pelas empresas (8,1 mil), é um lucro médio de R$ 18,8 mil por veículo.
Nem todas as empresas fecharam o ano no azul. As viações Novo Horizonte, Gatusa e Oak Tree tiveram um débito conjunto de R$ 20,7 milhões. Na Novo Horizonte, da zona leste, funcionários pararam de trabalhar por algumas horas anteontem por suposta falta de recebimento de horas extras. Mas o diretor de Gestão da SPTrans, Adauto Faria, descartou uma intervenção da Prefeitura na companhia. "A cidade já conviveu com isso (intervenções da administração) e os resultados não foram bons."
A abertura das planilhas do sistema de transporte público ocorre após a pressão das manifestações de junho, muitas delas focadas na má qualidade do setor e no preço da tarifa. O prefeito Fernando Haddad (PT) ordenou o cancelamento da nova licitação para o serviço. Os contratos atuais, assinados há dez anos, venceram ontem - até que o novo edital seja publicado, eles serão prorrogados.
Sigilo
Criada para desvendar a chamada "caixa-preta" do serviço público de ônibus da capital, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes, da Câmara Municipal, decidiu trabalhar com documentos mantidos em sigilo. A medida contrasta com a proposta original da comissão, que era a de dar transparência às contas do sistema. Na semana que vem, Faria será ouvido pela CPI. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Entrevista com o grupo Hanson: ‘A fama pode ser fatal’

veja.com

Hanson Brothers, no Rio: fãs de todas as idades. Foto: AgNews
Em meados dos anos 90, três irmãos adolescentes do interior dos Estados Unidos viraram um fenômeno mundial. Loirinhos e bonitinhos, os Hanson despertavam simpatia pelo talento precoce e canções-grude (quem não lembra de MmmBop, um dos hits do grupo?). Depois de dois anos longe dos palcos brasileiros, Zachary, de 27 anos, Taylor, de 30, e Isaac, de 32, estão de volta para shows no Rio e São Paulo neste sábado e domingo. Com 21 anos de carreira, eles têm novos projetos—o novo álbum, Anthem, disponível apenas online, e uma marca de cerveja premium, a Mmmhops. O encontro com os irmãos Hanson, no hotel onde se hospedam, no Rio, revelou três músicos afinados e nada deslumbrados. Ao final da entrevista, inspirados pela vista do mar do Leblon, Zachary puxou e o trio começou a cantarolar Beatles: All My Loving. Um show à parte. A seguir, o meu bate-papo com eles:
- O Brasil está vivendo uma onda de manifestações contra a corrupção, a baixa qualidade da educação… Boa parte desses manifestantes são jovens da faixa etária que vocês. O que diriam a eles?
Zachary: É correto lutar pela justiça e contra a corrupção que, aliás, é um mal que se alastra pelo mundo todo. O objetivo dos governos deve ser garantir que todos tenham chances iguais de desenvolver seus talentos e a educação é uma ferramenta poderosa para isso. O que não se pode garantir é que as oportunidades proporcionem a todos o mesmo resultado, o mesmo sucesso. O mundo não é assim. Até porque as pessoas têm capacidades, biologia e dedicação diferentes.
Isaac: Estamos em um período histórico muito interessante, em que as ferramentas do aprendizado não se restringem apenas à educação formal. Isso abre portas. Com a Internet, ficou mais fácil encontrar informações relevantes e acessar o conhecimento. Querer aprender também é uma responsabilidade de cada indivíduo.
- Tiveram algum receio de vir para cá quando souberam dos protestos?
Taylor: Ficamos preocupados, sim. Mas nunca em relação à nossa segurança. Apenas nos questionamos se seria desrespeitoso ou inadequado fazer um show. Não sabíamos se haveria, por exemplo, impedimentos para que as pessoas conseguissem chegar ao local das apresentações.
Zachary: Quando disseram que haveria condições de realizar os shows, sabíamos que era o certo a fazer. Sempre fomos muito bem-recebidos no Brasil. A música é um bom instrumento para unir as pessoas e ajudar a atravessar tempos difíceis.
- Isaac tem dois filhos, Taylor, cinco, e Zac, três. Se os seus filhos dissessem que querem ser cantores famosos como vocês, o que diriam a eles?
Isaac: Eu diria um sonoro ‘não!’ [risos]. Brincadeiras à parte, se o talento deles for a música, é preciso se dedicar e estar conectado com a música. Querer ser famoso jamais pode ser o foco, é algo vazio.
Taylor: A fama não pode ser o objetivo. A possibilidade de exercer um dom, de se conectar com a música, sim. Querer a fama pela fama é perigoso, pode ser fatal.
- Suas novas músicas estão disponíveis apenas online. As mídias digitais facilitam que uma banda como a de vocês se mantenha no mercado?
Zachary: É um caminho que possibilita a sobrevivência de bandas independentes. Ao dispensar várias etapas do processo, como a produção de CDs e distribuição, por exemplo, os custos e riscos são menores.
Taylor: Acho que é uma questão de ‘para onde caminha o mercado’. É uma ferramenta incrível.
- Como surgiu a ideia de criar uma marca de cerveja própria?
Taylor: A ideia foi mais minha e do Isaac, que somos grandes apreciadores da bebida. Nos Estados Unidos, há um movimento de pequenas cervejarias criarem produtos premium e essa tendência nos chamou atenção. A ‘Mmmhops’ [inspirada no maior hit da banda] é uma cerveja encorpada, com teor alcoólico alto e bastante malte. Virou uma paixão.
- Qual a maior loucura que uma fã brasileira já fez por vocês?
Isaac: Em 2000, estávamos em São Paulo e tínhamos um encontro com o público em um shopping, eu acho. Não esqueço a minha surpresa ao saber que algumas fãs tinham passado a noite escondidas embaixo dos carros, no estacionamento do lugar, para nos ver de perto.
Zachary: Temos muitas fãs que nos acompanham desde aquele tempo aqui. E algumas do Brasil, da Europa e Japão, por exemplo, que costumam viajar para nos ver em outros países. Isso é muito especial. As fãs brasileiras sempre foram carinhosas conosco.

Mulher do vice-governador de SC morre em cirurgia de lipoescultura

Saúde

Ivane Fretta Moreira, de 60 anos, sofreu uma embolia pulmonar em clínica de Florianópolis

Jean-Philip Struck
Ivane e Eduardo Pinho Moreira, durante evento em 2012
Ivane e Eduardo Pinho Moreira, durante evento em 2012 (Divulgação/AcervoPessoal)
Ivane Fretta Moreira, de 60 anos, mulher do vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), morreu na tarde de sexta-feira em decorrência de complicações durante uma cirurgia de lipoescultura.
Médicos da Clínica Jane, de Florianópolis, onde foi realizado o procedimento, disseram à imprensa local que a causa mais provável da morte foi uma embolia pulmonar.
Ivane Moreira chegou a ser transferida para um hospital, mas não resistiu e morreu por volta de 18h.
A lipoescultura, ao contrário da lipoaspiração, não é realizada para que o paciente perca peso. Nesse procedimento o cirurgião retira gordura localizada de certas regiões e a enxerta em outras áreas do corpo, para ajustar os seus contornos.
Luto - O velório de Ivane está sendo realizado neste sábado no Centro Administrativo de Florianópolis. O corpo da mulher do vice-governador deve ser levado para o Crematório Vaticano, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte do estado. 
O governador do estado, Raimundo Colombo (PSD), decretou luto oficial de três dias em Santa Catarina. 
Nascida em Tubarão, Ivane era casada desde 1976 com Eduardo Moreira, que também preside o diretório estadual do PMDB catarinense. Ela deixa quatro filhos. 

Morre John Casablancas, o inventor das "supermodels"

Memória

Responsável por lançar tops como Gisele Bündchen, Naomi Campbell e Cindy Crawford, magnata da moda lutava contra o câncer

John Casablancas morre aos 70 anos
John Casablancas lutava contra o câncer (Divulgação)
O agente de modelos John Casablancas morreu na manhã deste sábado no Rio de Janeiro. Ele tinha 70 anos. O magnata da moda lutava contra um câncer e estava internado no Hospital Samaritano, na capital fluminense. 
Americano de origem catalã, Casablancas foi responsável nos anos 80 e 90 por lançar algumas das maiores supermodelos de todos os tempos, como  Cindy Crawford, Heidi Klum, Claudia Schiffer, Naomi Campbell e Linda Evangelista, além de espalhar a beleza brasileira pelo mundo, alavancando as carreiras de Gisele Bündchen, Adriana Lima e Alessandra Ambrósio. Em 1972, ele foi um dos fundadores da agência de modelos Elite, que comandou até o ano 2000.
Casablancas era pai de cinco filhos, entre eles Julian Casablancas, vocalista da banda The Strokes. Ele era casado com a ex-modelo brasileira Aline Casablancas.
O corpo será cremado neste domingo, às 14h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na região portuária do Rio de Janeiro.
Repercussão - Logo após o anúncio, a modelo Alessandra Ambrósio lamentou a morte do agente.  'Dia triste! Descanse em paz John! Obrigada por tudo!', escreveu a modelo no Twitter.
Um dos filhos do americano, Fernando Augusto Casablancas, utilizou o Facebook para falar sobre a morte do pai. "Se foi hoje um amigo, um amor, um pai. Posso dizer que, é claro, sinto muita tristeza quando se vem a dizer adeus. Porém, a palavra diz tudo: está tudo na mão de Deus agora e, seja como for, tudo estará bem. Sim, o mundo perde hoje um batalhador, mas o paraíso ganha mais um anjo. Te amo papai John. Você estará sempre comigo".

Eike Batista

Fora da curva
veja.com

Eike: um milhão para Flavia
A OSX, o estaleiro de Eike Batista, deve a boa parte dos seus fornecedores há três meses.
Neste mês, contudo, mandou pagar uma despesa de cerca de 1 milhão de reais ao escritório de advocacia Sampaio, Morrison & Boquimpani, que tem como uma de suas sócias Flavia Sampaio, mãe de Baldur, o terceiro e recém-nascido filho de Eike.
Oficialmente, o escritório faz “serviços jurídicos gerais” para a OSX — e para todas as empresas do grupo X. Foi um cheque acima da média. A remuneração mensal do escritório é de 20 000 reais mensais por empresa.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/economia/mesmo-com-dividas-milionarias-empresas-de-eike-pagam-1-milhao-de-reais-ao-escritorio-da-mulher/

Alves diz que R$ 100 mil roubados eram dele e que assunto é “privado”

Câmara dos Deputados

Presidente da Câmara afirma que valor roubado de um de seus assessores seria usado para pagar parcela de apartamento comprado de outro deputado

Henrique Alves após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados
Alves disse que dinheiro roubado é "assunto privado" (Ueslei Marcelino/Reuters)
O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que os 100 000 reais em espécie roubados de um de seus assessores em junho seriam usados para pagar a parcela de um apartamento comprado pelo deputado em Natal.
A declaração foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Além, de confirmar que o dinheiro era seu, Alves disse que ele tinha como origem um empréstimo no Banco do Brasil. "É um assunto privado, particular, um dinheiro que era meu, tenho como provar. Fiz um empréstimo de 100 000 reais. Dinheiro meu, que estava sendo conduzido", disse Alves.
Ao ser perguntado por que não realizou uma transferência bancária, em vez de mandar seu assessor buscar o dinheiro em espécie, Alves disse que tinha “direito” de fazer isso. "É um direito que é meu. É um pouco de invasão de privacidade”, respondeu o deputado. 
Segundo a Folha de S.Paulo, o apartamento comprado pelo presidente pertencia ao conterrâneo e também deputado João Maia (PR-RN). A transação total chegou a 1 milhão de reais – de acordo com Maia, Alves pagou 500 000 reais à vista e ficou de pagar a diferença em parcelas.
Roubo – O roubo aos 100 000 reais ocorreu na tarde de 13 de junho, mas só foi revelado no início de julho.  Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o assessor Wellington Ferreira da Costa teve seu carro fechado por outro automóvel em uma via da Asa Norte, na região central de Brasília. Do outro carro, desceram dois homens armados, que se identificaram como policiais civis e pegaram a mala com o dinheiro, além de objetos pessoais de Costa. 
Ainda segundo a Folha de S.Paulo, o inquérito instaurado na Polícia Civil sobre o caso corre em segredo, e o boletim de ocorrência e os depoimentos não podem ser consultados na Delegacia de Repressão de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Distrito Federal. O jornal afirma ainda que não é habitual casos de roubo correrem em sigilo e que o delegado responsável recebeu ordens expressas para não falar sobre o caso. 

Em carta ao PT, Dilma insiste em plebiscito

Política

Presidente não compareceu à reunião do partido para se encontrar com ministros e discutir a visita do papa

Presidente Dilma Rousseff
Ausente da reunião do diretório, Dilma afaga PT em carta (Fernando Bizerra Jr./EFE)
A presidente Dilma Rousseff faltou à reunião do Diretório Nacional do PT em Brasília, neste sábado. Mas mandou seu recado por meio de uma carta de quatro páginas. Nela, a presidente voltou a defender a realização de um plebiscito para a reforma política. Dilma, que foi convidada para a reunião do partido, atribuiu a ausência aos preparativos para a recepção do papa Francisco. Durante a manhã, ela se reuniu com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, de Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Defesa, Celso Amorim e da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para discutir a coordenação da visita do papa Francisco, que chega ao Brasil na próxima segunda-feira. Dilma não se conforma que Francisco queira circular pelo centro do Rio em carro aberto, sem blindagem.
A carta da presidente foi entregue por um secretário particular da Presidência da República. Nela, Dilma diz que gostaria de estar presente ao encontro mas que a vinda do papa "impõe deveres". Segundo fontes, Dilma ligou para dirigentes do partido manifestando preocupação com a segurança de Francisco e os últimos protestos no Rio.
No texto, Dilma voltou a afirmar que é preciso ouvir as demandas dos brasileiros e que agora há o desafio de atender "os anseios que surgiram nas nossas ruas". "(As manifestações) exigem de nós a aceleração e o aprofundamento das mudanças que iniciamos há dez anos. Questionam, sobretudo, os limites e os graves problemas da nossa democracia representativa. Eles querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, pode criar", insistiu a presidente, como se os manifestantes que pararam o Brasil em junho tivessem pedido, especificamente, por um plebiscito.
A malfadada ideia de plebiscito não teve apoio popular, nem chegou a sair do papel e virou motivo de chacota no Congresso.
A presidente aproveitou a carta para afagar o partido em alguns trechos, afirmando que o PT havia compreendido as demandas das ruas desde o início da onda de protestos. "Ouvimos as ruas porque nós viemos das ruas. Nos formamos no cotidiano das grandes lutas do Brasil. A rua é o nosso chão, a nossa base", afirmou.
Dilma ainda enalteceu os cinco pactos firmados com governadores e prefeitos para conter a ira popular e disse que está trabalhando para "construir um Brasil cada vez melhor", citando Lula como "apoio".
Na segunda-feira, Dilma chegará ao Rio de Janeiro às 15h30 para receber, às 16h00, o papa na Base Aérea do Galeão.


(Com Estadão Conteúdo)

A compra da Record

veja.com

Macedo: história explosiva em sua autobiografia
Edir Macedo foi achacado por PC Farias, ex-tesoureiro de Fernando Collor, no início da década de 90. É o que revela o segundo volume da autobiografia do bispo, que será lançado em agosto com tiragem de 200 000 exemplares.
Em Nada a Perder 2, que sairá pela editora Planeta,  Macedo conta que PC pediu propina para autorizar a transferência da concessão da Record. Escreveu Macedo:
- É claro que não demos nenhum centavo.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/pc-farias-tentou-achacar-edir-macedo-diz-autobiografia/

Treine sua mente e pense como um empresário

Finanças pessoais

O especialista Gustavo Cerbasi defende em seu novo livro que as pessoas podem exercitar o cérebro para ter as habilidades necessárias a uma administração eficiente do próprio dinheiro e ao empreendedorismo

Naiara Infante Bertão
Gustavo Cerbasi, especialista em finanças pessoais
Gustavo Cerbasi:  “O cérebro é uma máquina de possibilidades infinitas" (Raul Junior/Você S/A)
Não é preciso nascer com tino comercial aguçado ou ter facilidade nata com números para administrar bem as próprias finanças ou até alçar voos mais ousados, como, por exemplo, gerir uma empresa. Gustavo Cerbasi, guru brasileiro de finanças pessoais e autor do best seller“Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, defende em seu novo trabalho que todos podem treinar e desenvolver o pensamento numérico, a criatividade, a lógica e a capacidade tática e estratégica – quatro habilidades que considera fundamentais para se dar bem nos negócios.
Para melhorar tais competências, o livro “Investimentos Inteligentes – 52 Jogos de Lógica e Raciocínio para Ajudar Você a Ganhar” oferece um cardápio variado de jogos para que o leitor comece a exercitar o cérebro. “O cérebro é uma máquina de possibilidades infinitas que realiza, a cada segundo, um milhão de novas ligações entre os neurônios. É tudo uma questão de treinamento”, explica o autor.
ligações entre os neurônios. É tudo uma questão de treinamento”, explica o autor. 
Embora o livro chame atenção para um tema bastante caro à neurociência – a de que o cérebro, a despeito de algumas limitações individuais, é uma máquina com enorme capacidade de evolução e adaptação –, Cerbasi explica que não bastam os exercícios. Para administrar bem o próprio bolso e/ou as contas de uma empresa, o leitor não pode se esquecer de ter objetivos claros, estabelecer estratégias, tomar decisões certas e perseverar. A persistência é válida, aliás, tanto para a melhoria das habilidades da mente como para a própria prática das finanças. Quanto mais insistir, maiores as chances de sucesso.
Publicado pela Editora Coquetel, especialista em livros de passatempos (palavras cruzadas e sudoko, por exemplo), “Investimentos Inteligentes” começou a ser vendido nesta semana em bancas de jornais e revistarias. 
Confira abaixo, a convesa de Gustavo Cerbasi com a reportagem.
Por que você decidiu escrever o livro? A proposta de escrever algo nessa linha veio em 2008 por iniciativa da própria editora Coquetel, mas só foi consolidada no fim do ano passado. Meu objetivo com o livro é ajudar as pessoas a perceberem que não é preciso ser um expert em matemática ou entender muito de economia para poder ser um empreendedor bem-sucedido, fazer investimentos acertados etc. Este não é um livro para ajudar as pessoas a investirem, com dicas de conhecimento em macroeconomia ou finanças. Tampouco é um guia com dicas sobre em quais mercados investir. A ideia de 'Investimentos Inteligentes' é treinar o cérebro para agilizar a lógica, a organização de informações de impacto econômico e aguçar a percepção. Tudo isso é proposto em forma de desafios, isto é, de exercícios que as pessoas podem fazer como um passatempo, o que torna a aprendizagem mais fácil e atrativa.
Você acha que é possível ensinar uma pessoa a ter pensamento lógico e a usar isso para ganhar dinheiro?Claro que sim. Basta treino. Não cheguei a fazer testes sobre o efeito nas pessoas dos problemas que constam do livro, mas me baseei em diversos estudos, inclusive da Universidade de São Paulo (USP), que mostram a eficácia de se exercitar a mente para pensar estrategicamente e de forma racional, de modo a fazer boas escolhas e lucrar com isso. Além disso, é comprovado que o exercício cerebral ajuda os profissionais a evoluir na carreira e a evitar a depressão ligada a eventuais dificuldades na ascensão profissional. E há o benefício óbvio da própria melhoria da saúde mental.
Qual o público-alvo do livro?Acredito que os exercícios podem ser feitos por pessoas a partir de 13 ou 14 anos. No entanto, se uma criança tiver habilidade no assunto, acredito que conseguirá fazer. Qualquer um que tenha curiosidade e goste de lógica e novos desafios vai gostar.
Como funcionam os exercícios do livro?Os exercícios baseiam-se nas quatro habilidades fundamentais: pensamento numérico, lógico, criativo e tático/estratégico. Elas são essenciais para que vejamos os problemas que nos cercam e pensemos em soluções. Quem tem raciocínio lógico, por exemplo, pratica escolhas racionais. Para investir, as pessoas precisam fazer contas rápidas sobre a informação passada e tomar decisões – consequentemente têm estimular as conexões cerebrais. Além disso, as questões do livro têm problemas que envolvem situações reais justamente para que as pessoas estabeleçam conexões diretas com suas vidas e, ao mesmo tempo, aprendam (um pouco) sobre economia, com problemas sobre circulação de dinheiro, inflação e câmbio, por exemplo. 
Você acha que o brasileiro deveria ter aulas de educação financeira nas escolas?Com certeza. Se houvesse aula de educação financeira nas escolas, a realidade econômica do país seria outra. Consumiríamos mais, usaríamos melhor o crédito, investiríamos muito mais. Porém, também é preciso ensinar aos jovens fundamentos importantes como ética, cidadania e filosofia. Enquanto a ética e cidadania ajudam a formar adultos com moral – que não vão querer prejudicar outros, não farão manobras ilegais, não se tornarão pessoas gananciosas etc –, a filosofia ajuda as pessoas a se questionarem o que é importante para elas em determinado momento, se há necessidade de comprar um produto desejado etc. 
Como foi a negociação com Editora Coquetel?Em conversas sobre planos, a Coquetel propôs esse livro em 2008, mas só no fim do ano passado consegui estruturar o projeto com eles. A Coquetel pertence ao Grupo Ediouro, com o qual eu já tinha contato há algum tempo. Começamos a trabalhar em dezembro neste projeto e finalizamos no início de maio. Sob minha orientação, a equipe da editora, que é especializada em passatempos, escolheu problemas que ilustrassem o que queria. Depois, eu introduzi conceitos econômicos e redigi os enunciados.
Qual sua expectativa com relação ao livro?Ainda não sei o que esperar desse mercado de bancas de jornais, mas espero que, no mínimo, as pessoas se surpreendam e que o livro lhes faculte a interpretação dos problemas de investimentos
Há outros livros a caminho? Tenho vários projetos. Um que está mais avançado é a produção e venda de um kit de educação financeira para crianças, que fiz em parceria com Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. Ele se chama “Turma da Mônica Descobrindo o Valor das Coisas” e será lançado oficialmente na Bienal do Livro em São Paulo, que acontece entre 9 e 19 de agosto. O kit é composto por dois livros, um jogo de tabuleiro, DVD e cartaz interativo. Além disso, em 5 de outubro, estreará o filme “Até que a Sorte nos Separe”, que é baseado no meu livro “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”. A produção é da Globo Filmes e da Gullane Filmes. 
Na Íntegra Migre p/ veja.com

TelexFree: como o caso traumatizou uma cidade

Justiça

Lucas do Rio Verde, cidade próspera de 45 000 habitantes no norte do Mato Grosso, ficou paralisada após bloqueio de bens das empresas TelexFree e BBom, acusadas de criar pirâmides financeiras

Naiara Infante Bertão
Cidade Lucas do Rio Verde no estado do Mato Grosso
 Casal de Lucas do Rio Verde aplicou 15.000 reais na TelexFree e nunca mais viu o dinheiro - Ivan Pacheco
Lucas do Rio Verde, no norte do Mato Grosso, é uma cidade tomada pela ansiedade. Seus 45 000 habitantes poderiam estar usufruindo da riqueza produzida por uma década próspera de agronegócio. Em vez disso, aguardam o desenrolar da investigação que, no último mês, resultou no bloqueio dos bens das empresas BBom e TelexFree, suspeitas de ter implantado portentosos esquemas de pirâmide financeira. No país inteiro, estima-se que mais de 1,3 milhão de pessoas tenham investido suas economias nesses dois negócios que, tudo indica, usavam a venda de produtos como rastreadores de veículos e pacotes de telefonia para encobrir uma falcatrua. Só os sócios da TelexFree tiveram mais de 6 bilhões de reais congelados. Ou seja, os moradores de Lucas do Rio Verde não foram os únicos a embarcar na provável armação. Mas, na cidade, é possível observar de maneira dramática os efeitos do caso. Não apenas aqueles que "investiram" sentiram o baque. “A economia local quase parou depois do bloqueio. Tudo enfraqueceu como não se via há muito tempo”, conta a promotora do Ministério Público Estadual do Mato Grosso Fernanda Pawelec, uma das primeiras a investigar a atuação dessas companhias no país, em janeiro de 2013. Vendedores do comércio varejista ouvidos pela reportagem se mostraram desolados. “O último mês foi muito difícil. Quase ninguém compra. Não há dinheiro circulando”, disse a gerente de uma rede varejista local. Como quase todas as pessoas abordadas na cidade, ela preferiu não ter seu nome associado à história.
Há indicadores contundentes da maneira como as pessoas se envolveram nos negócios de TelexFree e BBom. Segundo funcionários da Caixa Econômica Federal ouvidos pelo site de VEJA em Lucas do Rio Verde, o volume de depósitos na poupança caiu 30% no auge da euforia com o esquema, e não se recuperou. Muitas pessoas, além disso, comprometeram todo o salário em diferentes bancos, levantando dinheiro em empréstimos consignados para aplicar nas empresas que, em tese, lhes dariam um retorno extraordinário. O número de empréstimos continua alto. "Mas parece que agora as pessoas estão pegando dinheiro para rolar outros compromissos", diz um funcionário da Caixa.
Movimentos anormais também foram sentidos no mercado imobiliário. “As pessoas vendiam casa, terreno, comércio para investir. Agora, tem gente vendendo imóveis para pagar as dívidas”, contou José Valdemar Kluge, dono da imobiliária Dinâmica, uma das maiores da cidade.
Lucas do Rio Verde não é uma cidade pobre. Multinacionais como BR Foods e Cargill dividem espaço com grandes produtores agrícolas. O prefeito Otaviano Pivetta (PDT), de tradicional casta de políticos mato-grossenses, também é presidente da Vanguarda, uma gigante do agronegócio. Ele foi considerado, em 2012, o prefeito mais rico do Brasil, com patrimônio declarado de 321 milhões de reais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da cidade em 2010 chegava a 36.000 reais – maior que o de Rio de Janeiro e Curitiba e um pouco abaixo dos 39.000 reais de São Paulo. O avanço da renda se reflete no tamanho do investimento feito nas pirâmides. “Houve gente que investiu 600 000 reais na TelexFree na cidade”, diz um empresário. Segundo ele, o patamar mínimo de aportes dos moradores na TelexFree era de 3.000 reais. “Os ricos podem ficar frustrados, não sentem tanto a perda do dinheiro. Os pobres, sim. Muitos estão até sem casa”, afirmou.
As promessas de ganhos da TelexFree e da BBom faziam brilhar os olhos de todas as classes de investidores. Um gerente de uma loja varejista contou ao site de VEJA que aplicou 30.000 reais de uma só vez na TelexFree – 27.000 saíram da poupança e 3.000 de um empréstimo. Ao final de dois meses, ele conseguiu resgatar 48.000 reais – uma rentabilidade acumulada 60% (a poupança rende menos de 6% ao ano), que seria improvável até mesmo para o esquema desenhado pelo megainvestidor Bernard Madoff, nos Estados Unidos, e que desmoronou em 2008. Aí reside o problema das pirâmides. Funcionam bem enquanto poucos sacam seus rendimentos. Mas, se houver uma corrida de resgates, tudo vem abaixo. “Quem não quer ganhar dinheiro fácil? No começo, parece vantajoso. As promessas são de retornos extraordinários, basta que você traga mais gente para a armadilha", diz Isabel de Fátima Ganzer, superintendente do Procon de Lucas do Rio Verde.
Ainda não há qualquer decisão da Justiça sobre a inidoneidade das empresas investigadas. Os associados – em sua grande maioria – bradam com fervor que as firmas são honestas e que o bloqueio de bens é quase ‘criminoso’. Chegaram a protestar em Brasília em favor da TelexFree. Estão desesperados com a possibilidade de assistir, impotentes, ao seu dinheiro virar pó. Questionados pela reportagem sobre a idoneidade das empresas, os habitantes de Lucas do Rio Verde se mostraram arredios. Ao mesmo tempo em que defendiam as firmas, mostravam um misto de medo e vergonha. O Ministério Público do estado recebeu, até agora, apenas dois pedidos de investigação. O órgão de defesa do consumidor da cidade recebe inúmeros telefonemas e visitas de pessoas que buscam informação sobre como pegar seu dinheiro de volta. Mas apenas quatro reclamações foram registradas até a tarde da última sexta-feira. Os associados, também chamados de "divulgadores" das empresas, continuam promovendo reuniões de motivação – se autodenominam “família BBom” e “família TelexFree” – mesmo que a Justiça os impeça de angariar novos membros para a rede.
Ivan Pacheco
Cidade Lucas do Rio Verde no estado do Mato Grosso
'Divulgadora' desenhou pirâmide para convencer casal
O site de VEJA conversou com um casal, que pediu para se manter anônimo na reportagem, cuja adesão à TelexFree foi feita depois de a empresa ter sido proibida pela Justiça de incluir novos nomes em seu sistema. Ela, dona de casa, ele, pedreiro, investiram 15.000 reais com a promessa de receber todo o dinheiro de volta em 90 dias – além de uma rentabilidade mensal de 9.000 reais. A vendedora, segundo o casal, nada explicou sobre os pacotes de telefonia que são, em teoria, o principal negócio da TelexFree. “Sabíamos que tinha muita gente na cidade ganhando dinheiro com isso e pensamos, ‘por que não?’”, conta a dona de casa. Depois de alguns dias, já a par do bloqueio de bens, o casal tentou entrar em contato com a "divulgadora". Tudo em vão. Procurado pela reportagem, o prefeito Otaviano Pivetta não quis dar entrevista por não dispor de muitas informações sobre o caso. Em resposta por email, disse: “Jogatina é sempre assim mesmo. A ilusão do ganho fácil”.