quinta-feira 11 2013

Alimentos que secam gordurinhas x os que incham


Alimentos que secam gordurinhas x os que incham


Por PAULA FACIROLI
Quem sofre de retenção líquida precisa prestar mais atenção na hora de se alimentar. A ingestão de comidas com muito sal e a intolerância alimentar podem estar entre as causas do seu inchaço. Problemas circulatórios, cardíacos, renais, hepáticos e disfunções da tireoide, também podem contribuir para a retenção. "Por diversos fatores o mecanismo do corpo pára de funcionar adequadamente e a água sai dos vasos sanguíneos em direção ao tecido subcutâneo, o que provoca o edema (retenção)”, afirma o nutrólogo André Veinert, da Clínica Healthme.
Porém, tudo isso pode ser resolvido com a mudança de hábitos alimentares. Alguns alimentos são ótimos para secar as gordurinhas, já outros podem inchar o corpo, aumentar a barriga, dando aquela sensação de inchaço. Investir nos alimentos ricos em potássio (tomate, banana, abacate, feijão, batata doce, etc), por exemplo, pode prevenir contra o problema do acúmulo de líquidos no organismo.
Já outros alimentos, como refrigerantes, bebidas alcóolicas, frituras em geral e comida industrializada são vilões e nos fazem inchar.
E como saber se sofremos ou não de retenção? Há um teste rápido e simples que você mesma pode fazer. "Os locais mais suscetíveis à retenção são pernas, tornozelos, pés, mãos e a barriga, por isso, depois de comer você pode sofrer para colocar aquele “jeans” que tanto gosta", disse Veinert.

Será que eu tenho retenção? Faça o teste!
Um simples teste pode confirmar se você sofre ou não de retenção de líquidos. Pressione, com os dedos, algumas áreas como pernas, como a região anterior da perna (ou canela) e pés, e observe se forma um sulco ou depressão.
No caso do edema, ficará a marca do dedo no local e demorará a voltar ao normal. 'Perceba, ainda, se seus pés incham muito a ponto de sapatos e meias ficarem apertados ao longo ou no final do dia, ou se amanhece com pálpebras ou rosto inchado”, sugere o nutrólogo.

Vilões X Mocinhos
O nutrólogo explica quais são os alimentos que dominam o ranking dos alimentos que incham e o corpo. Conheça os vilões:

Alimentos industrializados
  São ricos em corantes, conservantes e sódio, que aumentam a retenção de líquidos pelo excesso de sódio e substâncias químicas. Refrigerantes são ricos em sódio e promovem retenção de líquidos.

Bebidas alcoólicas
  Interferem em alguns processos bioquímicos da glicose no sangue e na absorção de água pelos rins, aumentando o edema. 

Alimentos pobres em fibras
  Esses alimentos prejudicam a formação de bolo fecal (fezes) e a absorção de água. Este fator leva à constipação e retenção líquida. Só para se ter uma ideia, 75% do volume total das fezes são compostos por água. Ex(s): pipoca, amendoim, panquecas, biscoitos e croissants.

Frituras
Prejudicam o esvaziamento do estômago e, consequentemente, todo o processo de digestão, que inclui a absorção e eliminação de água pela urina e fezes, piorando o inchaço.

Mocinhos
Para resolver esse problema de uma vez é necessário se aliar aos 'mocinhos' que combatem o inchaço, entre eles podemos destacar:
Atividade física
Auxilia na eliminação de líquidos, além de melhorar as funções do coração, pulmões e, consequentemente, dos rins. A prática auxilia muito na manutenção da boa circulação.

Alimentação saudável regular
Promove um bom funcionamento intestinal, com maior absorção de água pelas fezes e melhora do edema.

Manter boa hidratação
Auxiliam na manutenção e bom funcionamento de órgãos e sistemas, reduzindo o inchaço

Acompanhamento médico
  É importante se consultar com o médico para controle do edema e verificar se realmente é um problema hormonal esporádico e não outra doença do coração, pulmões ou rins, por exemplo. “O hábito de consultar um médico regularmente ajuda a prevenir doenças e promover a saúde”, alerta Veinert.


12 dicas para não fugir da academia no inverno


12 dicas para não fugir da academia no inverno


Durante a estação fria do ano, é comum a gente se entregar ao aquecimento das cobertas e deixar a academia de lado. Um dia de folga se transforma em dois, três, uma semana, e, antes que a gente perceba, simplesmente abandonamos o programa de exercícios. 
A maior dificuldade de malhar nesse período, na maioria dos casos, é driblar a preguiça típica da estação. As baixas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem mais sedentárias. Muitas também abusam da alimentação, principalmente com o aumento do consumo de doces. 
No frio você pode aumentar em até 30% o seu gasto calórico, o que torna o período excelente para eliminar as gorduras, pois com as baixas temperaturas seu corpo gasta mais energia para se manter aquecido, isso acelera o metabolismo favorecendo a eliminação das indesejáveis gordurinhas.
Pensando nisso, as professoras Regina Bento, Verônica Costa e Claudia Marcelino, da academia Contours, de São Paulo, apresentam algumas dicas e motivos para você não desistir da academia neste inverno e continuar firme na malhação.

Alívio de consciência


O inverno é um período típico de muitas celebrações recheadas de guloseimas calóricas. Além das festas juninas, há ainda muitas atividades ligadas às férias.  Por isso, pense em tudo que você está consumindo e use o peso na consciência como aliado para não desistir de malhar.

Ano Novo e promessas
Não se esqueça das promessas feitas na virada de ano, você pode escrevê-las e deixá-las sempre à mostra para se motivar na temporada de frio.

Aproveite as baixas temperaturas para aumentar seu gasto calórico
No frio você pode aumentar em até 30% o seu gasto calórico, o que torna o período excelente para eliminar as gorduras, pois com as baixas temperaturas seu corpo gasta mais energia para se manter aquecido, isso acelera o metabolismo favorecendo a eliminação das indesejáveis gordurinhas.

Atividades em grupo
Busque as aulas em grupo, essas aulas são sempre mais motivadoras e animadas.

Aumento da imunidade
Manter-se na academia vai te ajudar a evitar aqueles resfriados e gripes típicos do inverno, já que a atividade física regular melhora o metabolismo.

Ter companhia
Convide uma amiga para treinar com você, assim, sempre que rolar uma preguiça, uma tem a responsabilidade de incentivar a outra a não desistir.

Horário dos treinos
Acordar cedo não costuma ser fácil para ninguém no inverno, e se você tem essa dificuldade, é interessante repensar o horário que vai para a academia.
Optar por um horário em que esteja mais disposta pode evitar as faltas e, como consequência, a desistência.

Mire na meta
Metas de resultados bem claras ajudam a não perder o foco e se manter firme nos treinos.

Associe seu objetivo a algum momento importante no futuro
Pensar naquela viagem de verão para a praia paradisíaca que você planejou durante o ano todo ajuda a não deixar a preguiça te pegar.

Menos exaustão
No frio o nosso corpo demora mais para entrar em exaustão, isso ajuda você a melhorar sua performance nos treinos e obter melhores resultados.
Aproveite esse favorzinho da natureza e chegue feliz ao verão!

Atividades mais aeróbicas
Durante o inverno você apostar em aulas de dança, ginástica e treino em circuito, que aquecem mais rápido o corpo e nos mantêm quentinhas por um período maior. Vai dar tempo de tomar o banho e colocar a roupa sem passar frio!

Aposte com você mesma
Para ajudar a não deixar a preguiça te dominar você pode usar a estratégia de apostar consigo mesma. Estipule um prêmio para se dar a cada resultado conquistado.
Por exemplo, a cada semana que cumprir seu programa na academia, ou a cada resultado de eliminação de peso conquistado, você se presenteia. Pode ser uma blusa nova, um sapato, um show, e assim por diante.

Esquadros - Adriana Calcanhoto



A importância de economizar dinheiro


Tem coisa mais desagradável do que abrir a carteira e se deparar com nada? Ou então apelar para a conta bancária e descobrir que o banco acabou de descontar a taxa de manutenção da sua conta, por isso seu saldo está negativo? Com certeza não.Vez por outra isso acontece conosco, na grande maioria das vezes por falta de cuidados e por falta de economia. É nessa hora que é importante refletir porque é importante economizar dinheiro, ele não dá em árvore e nós precisamos dele todos os dias, seja para nos locomover, para nos alimentar, ou qualquer outra necessidade básica que tenhamos. Além disso, o imprevisto é algo involuntário, acontece a qualquer momento quando menos esperamos. Mesmo que não haja imprevistos, que liberdade você pode ter sem dinheiro para pegar um ônibus para o centro da cidade? Nenhuma. Dependemos desse pedaço de papel e por isso temos que ter sabedoria no uso que fazemos dele. As pessoas gastam dinheiro com coisas tão fúteis que, nem dá para acreditar quando escutamos certas coisas.O dinheiro é de cada um e cada um sabe o que faz com o seu, mas é bom ter a consciência de que uma hora ele vai acabar e, o que você vai fazer sem ele? Ganhamos um tanto por mês, todos os que trabalham tem um salário. Mas para que o mesmo cubra as despesas e dê para nos manter até o próximo pagamento é preciso ter juízo.Sendo assim, tente reservar pelo menos 10% do que você ganha todo mês, guarde no banco. Mesmo que você não tenha nenhuma emergência, estará economizando e, quando ver terá um bom dinheiro guardado que poderá usar de uma forma mais abrangente do que usar o pouco que tem todo mês, gastando sem controle e jogando dinheiro fora.
http://www.guiadasdicas.com/2011/07/importancia-de-economizar-dinheiro.html

A reação às manifestações de rua escancara o abismo existente entre um estadista francês, uma comandante sem rumo e um Lincoln que tem medo de crise

Direto ao Ponto


ATUALIZADO ÀS 9:40
Durante a crise de maio de 1968, Charles de Gaulle mostrou que o presidente da República, aos 78 anos, continuava tão lúcido, destemido e coerente quanto o general que comandara a luta pela libertação da França na Segunda Guerra Mundial. Confrontado com o que começou como rebelião estudantil e se transformou em insurreição de dimensões nacionais depois da adesão dos sindicatos, entendeu a mensagem remetida das barricadas em Paris. Se os jovens combatentes exigiam mudanças radicais no país e num regime político moldados por De Gaulle, estava claro que o inimigo principal e imediato era ele.
O chefe de Estado poderia ter tentado vencer os rebeldes pelo cansaço. Também poderia ter dividido responsabilidades com o primeiro-ministro George Pompidou, chefe de governo. Em vez disso, preferiu apanhar sozinho a luta atirada pelos líderes do movimento e amparar-se na arrogância formidável. “A França sou eu, a República sou eu”, reiterou em 30 de maio, quando anunciou a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de eleições gerais. No dia seguinte, cantando a Marselhesa, 1 milhão de partidários do presidente se juntaram à passeata que parou Paris, liderada pelo escritor André Malraux, herói da resistência à ocupação nazista e ministro da Cultura.
Vitorioso na eleição de 23 de junho, De Gaulle encerrou democraticamente a rebelião de 1968. Mais uma vez, mostrou que, sobretudo quando o horizonte está nublado, estadistas devem pensar nos interesses do país e nas próximas gerações. Passados 45 anos, os pais-da-pátria que infestam a República brasileira confirmam a lição fazendo o contrário do que fez Charles de Gaulle. Governantes de quinta categoria só conseguem pensar nos próprios interesses e na próxima eleição, reitera a reação dos sacerdotes do lulopetismo à onda de manifestações de protesto que começaram em 6 de junho.
A revolta da rua escancarou o abismo que separa o Brasil Maravilha inventado por Lula e aperfeiçoado por Dilma do Brasil real onde vive a gente comum. Lá, tudo anda tão bem que, se melhorar, estraga. Aqui, o que se vê é a corrupção impune, a Copa da Ladroagem, a educação e a saúde em frangalhos, a litania das promessas jamais cumpridas, o cinismo exasperante dos políticos ─ a procissão de afrontas parece fila em posto de saúde. O país que presta perdeu a paciência de vez. Cansou-se de ser tratado como um viveiro de imbecis resignados. E reduziu a farrapos a fantasia tecida desde janeiro de 2003.
Tanto o ex-presidente que não desencarna quanto a sucessora que nunca exerceu de fato a chefia do governo já entenderam que estão muito mal no retrato redesenhado pelas multidões inconformadas com a duração da farsa. Em queda livre nas pesquisas de popularidade, Dilma foi vaiada na abertura da Copa das Confederações e não apareceu na final no Maracanã para escapar da reprise constrangedora. No encontro de prefeitos em Brasília, a plateia vaiou a convidada ausente na sessão de abertura e vaiou a governante que resolveu dar as caras no dia seguinte. Lula emudeceu e saiu de circulação no primeiro minuto da primeira passeata. Só recuperou a voz para contar lorotas na África. Ambos sabem que estão na origem das manifestações. Mas fingem que não.
As imagens da revolta em curso neste inverno brasileiro são mais perturbadoras, muito mais agressivas e menos românticas que as produzidas na primavera europeia de 1968. Tal constatação ganha contornos sombrios quando se compara os atores em cena. A França tinha De Gaulle na presidência e George Pompidou na chefia de um governo que incluía homens como Malraux. O Brasil tem no Palácio da Alvorada uma inquilina sem juízo e sem rumo. E o Planalto continua assombrado por um Lincoln de galinheiro que vive de bravatas e morre de medo na hora do perigo. Nesta terça-feira, Lula e Dilma se encontraram secretamente em Brasília “para trocar ideias”. Como se tivessem alguma para trocar. Ele tem soluções para tudo, menos para problemas que o afetam. Ela não consegue formular sequer uma frase com começo, meio e fim.
Também parecem ter sumido da paisagem a tribo dos políticos que, armados apenas de sensatez, ajudaram a debelar tantos incêndios semelhantes. Em contrapartida, nunca se viu tamanho ajuntamento de ineptos, vigaristas e farsantes fantasiados de conselheiros do reino. Sozinha, Dilma já admitiu que é capaz de fazer o diabo. Com Lula soprando ordens e mercadantes sussurrando palpites, tem provado que é uma incapaz capaz de tudo, menos de fazer o precisa ser feito. Multidões exigem em coro, por exemplo, o fim das bandalheiras. Dilma oferece uma Constituinte natimorta e um plebiscito de múltipla escolha, com questões aparentemente extraídas de uma assembleia no hospício.
A redescoberta da rua avisa que milhões de brasileiros enfim passaram a enxergar as coisas como as coisas são. O palavrório triunfalista virou coisa de senador do Império. A Praça dos Três Poderes ficou mais antiga que as pirâmides do Egito. O monarca e a rainha estão nus no trono em ruínas. A farsa acabou, mas os canastrões seguem recitando o script que pareceu funcionar direito até maio. Aliviados com a pausa enganosa, a turma acampada no coração do poder está cochilando. Como nenhum dos motivos da revolta foi removido, pode ter o sono interrompido pelo primeiro estrondo de agosto.

Dia 11, dia de muitos problemas

VEJA.COM

Publicado no blog de Marco Antonio Villa
MARCO ANTONIO VILLA
Sobre as manifestações de amanhã, não está sendo dada a devida importância para o que poderá acontecer, caso se cumpra as ameaças da Força Sindical e de outros organizadores:
1. vão impedir a livre circulação pelas estradas. E as cargas perecíveis? E o produtor que necessita entregar a mercadoria para o comprador? E aquele que aguarda o recebimento de uma compra? E os deslocamentos por razão médica? E os deslocamentos profissionais? E os de lazer? As estradas vão ser fechadas e o poder público diz o que? Quer dizer que basta enviar uma correspondência avisando que vai fechar uma rodovia e tudo bem?
2. e os milhões que querem (e precisam) ir trabalhar? Não poderão  deslocar pelas cidades porque o Paulinho não quer? E o dia de trabalho, quem paga? O Paulinho? Quer dizer que basta avisar as avenidas e ruas que desejam fechar que está tudo bem? E se a moda pega?
3. e o custo econômico desta balbúrdia? Quem paga?
4. os “manifestantes exaltados”, como disse uma jornalista no mês passado descrevendo um saque, estão prontos para entrar em ação. E o que fará a polícia?
5. o crime organizado, claro, também aproveitará o vácuo ─ pois a polícia estará mobilizada para desobstruir as vias e proteger o patrimônio público e provado. E quem vai pagar os eventuais prejuízos?
6. o direito de ir e vir, de circular livremente,  foi suprimido da Constituição?
7. será uma manifestação ou uma ameaça a ordem pública? Não pode ser realizada a manifestação numa praça ou em outro local público com amplitude? Por que é necessário interromper a livre circulação das pessoas?
8. e se ocorrer uma tragédia? Quem será o responsável?
9. 11 de agosto é a data de nascimento dos cursos jurídicos no Brasil. Teremos uma bela comemoração de respeito a Constituição.

‘O plebiscito’, por Arnaldo Jabor

Feira Livre


Publicado no Estadão desta terça-feira
ARNALDO JABOR
Pai, o que é plebiscito? ─ assim perguntava o menino, no conto de Artur Azevedo, em 1890. O mesmo aconteceu comigo.
Estava na sala e de repente meu filho levanta a cabeça e pergunta:
─ Pai, o que é plebiscito?
Eu fechei os olhos imediatamente para fingir que dormia. O menino insiste:
─ Papai? O que é?
Não tenho remédio senão abrir os olhos.
─ Ora essa, rapaz, tens treze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?
─ Se soubesse, não perguntava.
─ Plebiscito, meu filho, é quando o governo pergunta ao povo o que ele acha de determinado assunto importante para o país. Voltou à tona depois que houve as manifestações de rua, com mais de um milhão de pessoas protestando contra o caos brasileiro.
─ Que pergunta é importante para o Brasil?
─ São muitas perguntas meu filho… quer exemplos? Muito bem… vamos a isso:
─ Você é contra ou a favor de 15 bilhões para estádios de futebol, dinheiro que dava para fazer 50 hospitais ou 75 quilômetros de metrô em São Paulo? Você é a favor da reforma politica? Você sabe o que é voto distrital comum ou misto? É contra ou a favor? Aliás, você sabe o que é isso, filho?
─ Se você explicar…
─ Também não sei, filho… mas, vamos lá… Você é contra ou a favor de haver 28 mil cargos de confiança no governo, se a Inglaterra tem apenas 800 e os Estados Unidos, 2 mil? O Brasil tem mais de 5.700 municípios, com prefeitos, vice prefeitos, 513 deputados federais, 39 ministérios. Não dava para cortar tudo pela metade? E o PAC? Que fez o PAC até hoje? Com a corrupção deslavada, o PAC acabou fazendo pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, esgotos à flor da pele, tudo proclamado como plano de aceleração do crescimento.
Os melhores economistas do mundo dizem que temos de abandonar a politica econômica de estimular demanda e atentar para o crescimento da oferta, pela redução de gastos do Estado, que se apropria de 36% da renda nacional mas investe menos de 3% e consome grande parte dos recursos para sua própria operação. Você entendeu o que falei? Um dia, entenderá.
Você é contra ou a favor de investigar por que a Petrobrás comprou uma refinaria no Texas por US$ 1 bilhão, se ela vale apenas US$ 100 milhões? Você é contra ou a favor da ferrovia Norte-Sul que está sendo construída há 27 anos, com mil roubalheiras e ainda quer mais 100 milhões para cobrir o que a Valec desviou quando o Juquinha, afilhado do eterno Sarney, era o chefão?
─ Quem é Sarney?
─ É o comandante do atraso.
─ Ah, legal…
─ Você é contra ou a favor da CPI que fez o Cachoeira sumir do mapa para não criar problemas para o Executivo e suas empreiteiras? Você lembra das operações da Policia Federal, com lindos nomes? Cavalo de Troia, Caixa de Pandora (do Arruda), Anaconda, das mil ambulâncias dos sanguessugas? E tantas outras. Quantos estão presos hoje? Você é contra ou a favor de reforma do Código de Processo Penal? Aliás, por que o PT quer tanto o plebiscito? Ele lucra com isso? Sim ou não?
O Lula sumiu de cena mas já declarou que as manifestações são ” coisa da direita “. E o PT? É peronista de direita ou de esquerda? Com a volta da inflação, você é contra ou a favor da correção monetária para o Bolsa Família? Você não acha que é fundamental a privatização (ohhh, desculpe, “concessão”) de ferrovias, aeroportos e rodovias?
Por que uma das maiores secas de nossa história não é analisada pelo governo? Para não criticar os donos da indústria da seca, por motivos eleitorais? Alias, o que aconteceu com o Rio São Francisco, que disseram que iam canalizar? Parou? Sim ou não?
Sem dúvida, Sergio Cabral foi quem mais se queimou nisso tudo. Mas, pergunto, que será do estado do Rio de Janeiro com o Lindnberg Farias, ex-prefeito de Nova Iguaçu, com o sigilo quebrado pelo STF, governando o estado até 2018? Será que o Pão de Açúcar fica em pé?
Você acha legal ou não a importação de médicos cubanos para o país?
Você é contra ou a favor do “trem-bala” que custará (na avaliação inicial) cerca de 30 bilhões de reais, que davam para renovar toda a malha ferroviária comum? Aliás, nessa velocidade, qual a altura que ele vai voar, quando os traficantes do Rio puserem pedras nos trilhos?
Você acha que os “mensaleiros” ficaram contentes com o fim da PEC 37 que o Congresso, apavorado, rejeitou?
Você acha normal que o Brasil cobre R$ 36 de impostos sobre cada R$ 100 produzidos? Você não acha o Palocci muito melhor que o Mantega? Por que não chamam o Palocci? Quem é? É o melhor cara do PT, que impediu a destruição do Plano Real durante os quatro anos do primeiro mandato do Lula.
Você entende, meu filho, o governo do Brasil tenta com sua ideia de mudança constitucional transformar problemas administrativos em problemas institucionais. Você não acha que querem disfarçar sua incompetência administrativa? Afinal, quem governou o país nos últimos dez anos? Agora, parece que descobriram que o país precisa de reformas, que o PT não fez nem deixou fazer por 10 anos. Agora, gritam todos: reforma! Por isso, pergunto: será que os intelectuais não veem que a democracia conquistada há 20 anos está sendo roída pelos ratos da velha política? Você acha que a Dilma está com ódio do Lula, por ter finalmente descoberto o tamanho da herança maldita que deixou para ela? Mas Lula não liga. “Ela que se vire…” ─ ele pensa, em seu egoísmo, secretamente até querendo que ela se dane, para ele voltar em 2014. Você acha, meu filho, que o Lula vai ser candidato de novo? E será eleito como “pai do povo” , para salvar o país que ele destruiu?
E que você acha de todas essas perguntas, filho? Qual a sua opinião?
─ Pai, o povo já respondeu a todas essas perguntas. Então, para que perguntar de novo?
─ É técnica de marketing, meu filho. Ideia do Lula, para dar a impressão de que o governo não sabia de nada. Como ele nunca soube.

A gastança com a Copa da Ladroagem já chegou a 467 mil casas populares


JÚLIA RODRIGUES
Ao alcançar a marca dos R$ 28 bilhões, a Copa de 2014 já entrou para a história como a mais cara de todos os tempos. A cifra recordista supera a soma dos gastos com a Copa da Alemanha em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e com a Copa da África do Sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões). A gastança não vai parar por aí. Em junho, Luis Manoel Rebelo Fernandes, secretário-executivo do Ministério dos Esportes e coordenador do Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa), avisou que, até o apito inicial do jogo de abertura, a conta deverá subir para R$ 33 bilhões.
Em 2007, Lula garantiu que não seria aplicado um único centavo de dinheiro público na festa do futebol explorada pela Fifa. Há duas semanas, acuada pela onda de manifestações de rua, que não pouparam o desperdício colossal, Dilma Rousseff repetiu uma das fantasias desfiadas pelo padrinho. “Quero esclarecer que o dinheiro dos estádios é fruto de financiamento e será devidamente pago pelos futuros gestores dessas arenas”, recitou a presidente. A recuperação das boladas que o BNDES bancou é tão improvável quanto o resgate da dinheirama emprestada pelo banco a Eike Batista.
“Jamais permitiria que esse dinheiro saísse do orçamento federal, que é usado para a educação e a saúde”, afirmou Dilma. O discurso tropeça em dados oficiais: 85% das obras serão custeadas pelos governos federal, estaduais e municipais. Segundo o Ministério do Esporte, R$ 9 bilhões serão investidos em “mobilidade urbana e transporte público”. Até agora, ninguém viu o que Aldo Rebelo considera “o grande legado do evento”.
A pouco mais de 300 dias do início da Copa da Ladroagem, o que se viu foi uma procissão de contratos superfaturados, projetos reformulados, licitações espertas e aditivos que engordam de modo obsceno os orçamentos originais. O preço dos novos estádios é de assustar príncipe saudita. A Arena Mané Garrincha, por exemplo, consumiu nada menos que R$ 1,7 bilhão. Como Brasília não tem nenhum time na série A do Campeonato Brasileira, vai abrigar o elefante branco mais caro do mundo.
Além de superar em 28% o valor destinado ao programa Bolsa Família em 2013, os R$ 28 bilhões investidos na Copa de 2014 seriam suficientes para construir:
─ 467 mil casas populares
─ 43 mil Unidades Básicas de Saúde
─ 31.748 escolas de Ensino Fundamental
─ 123 quilômetros de metrô
─ 5,6 mil quilômetros de ferrovia
─ 11,2 mil quilômetros de rodovia
─ 233 aeroportos
Também daria para comprar 13,2 milhões de passagens aéreas (ida e volta) na rota Natal-Rio de Janeiro. Ou 541 unidades de um dos modelos de avião usados pela FABTur.  Se fosse doados à Câmara presidida por Henrique Alves, todo deputado teria um jatinho para chamar de seu.

A FABTur agora transporta de graça até sócio de filho de ministro


Glauber Gentil e Garibaldi Alves
ATUALIZADO ÀS 10:20
Por ter conseguido ampliar a fortuna juntada pelo pai, Glauber Gentil, hoje com 35 anos, é um empresário muito conhecido no Rio Grande do Norte. Com a importação de franquias nascidas no sul do país, como a grife de perfumes e cosméticos O Boticário e a rede de lanchonetes Habib’s, ganhou bastante dinheiro. Lucrou menos com a BRJM Seguros, que fundou em sociedade com Bruno Alves. Em compensação, ganhou a amizade do filho do ministro Garibaldi Alves, ganhou a simpatia do poderoso clã potiguar e acaba de ganhar o tipo de notoriedade nacional só proporcionado por aterrissagens nas páginas dos grandes jornais.
Glauber pousou no noticiário político-policial a bordo do avião da Força Aérea Brasileira requisitado por Garibaldi Alves para encurtar a viagem entre Fortaleza e Brasília. Valendo-se das prerrogativas do cargo, o ministro da Previdência ordenou ao piloto que fizesse uma escala no Rio. Mais precisamente no Maracanã, palco da final da Copa das Confederações. Domingo é dia de descanso até para incansáveis servidores da pátria. “Me senti no direito de o avião me deixar onde eu quisesse ficar”, explicou Garibaldi. Ele também acha que pode dar carona a quem quiser. A um sócio do filho, por exemplo.
O premiado com a carona jura que foi coisa do destino. No dia 29 de junho, um sábado, ele estava no aeroporto da capital cearense, onde fechara alguns negócios, quando resolveu ligar para o sócio. “Temos um contato diário por causa da empresa”, confirmou Bruno Alves nesta sexta-feira. “Ele já tinha passagem aérea para o Rio, só que era para mais tarde”. Ao saber que o jatinho do ministro roncava por perto, quis saber se havia lugar para mais um. “O Glauber me pediu que intermediasse a carona”, contou o filho de Garibaldi. “Temos uma relação de amizade”.
Além de amigos tão solidários, Glauber tem sorte de sobra. Garantida a ida padrão Fifa, faltava cuidar da volta. Como o ministro seguiria para Brasília, ele já se conformara com a volta num avião de carreira quando soube que o destino continuava conspirando a seu favor. Na segunda-feira, outro jato da FAB a serviço de outro Alves (Henrique, primo de Garibaldi) voaria para Natal levando um filho do presidente da Câmara, a noiva e cinco parentes da noiva. Sete agregados.
Viraram oito com a anexação de Glauber Gentil, que se tornou o primeiro civil a testar, no curto período de três dias, a eficácia da tripulação e a qualidade do serviço de dois  diferentes jatos da FABTur. É a mais recente das afrontas que começaram com a utilização da frota por pais-da-pátria que levam vida de rico torrando o dinheiro de quem paga imposto.
A freguesia foi expandida com a liberação do portão de embarque para mulheres e filhos. Depois subiram a bordo as amantes. Agora viajam de graça até parente de noiva e sócio de filho. Antes que coloque em risco as empresas aéreas privadas, os brasileiros indignados precisam voltar às ruas e liquidar no grito a farra obscena da FABTur.

Enem 2013: temas que podem motivar a redação

Colaboraram: Eclícia Pereira (Cursinho da Poli), Filipe Couto (Curso Pré-Enem, da Abril Educação), Vivian D’Angelo Carrera (Cursinho do XI), Eduardo Calbucci (Anglo Vestibulares) e Simone Ferreira Gonçalves Motta (Curso Etapa)

A transformação do papel da mulher na sociedade contemporânea

Contexto: A questão da transformação do papel da mulher na sociedade é um bom treino para a redação do Enem porque engloba, entre outros, tópicos relativos a mercado de trabalho e igualdade de direitos — abordagens de exames anteriores. “As redações do Enem em geral optam por temas de caráter social. A mudança do papel da mulher ainda não apareceu e, por isso, pode ser uma aposta”, diz a professora Vivian D’Angelo Carrera, do Cursinho do XI.
O primeiro passo para desenvolver esse tipo de assunto em um texto argumentativo é analisar, por exemplo, o contexto histórico da mulher na sociedade brasileira. “A história aponta para uma modificação grande e acelerada na atuação da mulher no último século. Isso fica claro quando lembramos que elas conquistaram direito ao voto em 1932 e que hoje há uma mulher à frente da Presidência da República”, diz a professora de redação do Curso Etapa Simone Ferreira Gonçalves Motta.
Apesar das conquistas, a mulher ainda não possui as mesmas oportunidades que os homens em muitas áreas e situações. Elas costumam, por exemplo, ganhar menos no mercado de trabalho para exercer a mesma função. Isso pode motivar abordagens sobre o que deve ser feito para garantir a elas direitos e oportunidades já conferidos a eles.
Desenvolvimento: Um bom ponto de partida para o tema é relembrar passagens importantes da história e, a partir disso, elaborar uma comparação entre os direitos que a mulher possuía no passado e os que possui atualmente. É o caso do já citado direito de voto. Hoje, elas são maioria no universo de eleitores do Brasil, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As mudanças, é claro, não se restringem a essa. As mulheres obtiveram conquistas legais, mas não só. Do ponto de vista do comportamento derrubaram, especialmente após a II Guerra Mundial, antigas tradições e preconceitos. As vitórias incluem o direito de estudar, de trabalhar e de ter ou não filhos (e em que número). Nesse ponto, a transformação está intimamente ligada à revolução feminista, na década de 1960, impulsionada pela popularização da pílula anticoncepcional.
Os avanços não podem ignorar os problemas que perduram. É o caso das desigualdades no mercado de trabalho, o acúmulo de deveres dentro e fora de casa e também a violência doméstica.
Por norma, a redação do Enem cobra respeito aos direitos humanos. Ainda que a regra seja imprecisa, para dizer o mínimo, ignorá-la pode levar à anulação da dissertação. Na avaliação da professora Simone, a aplicação da norma ao tema do papel da mulher na sociedade contemporânea conduz obrigatoriamente à defesa da igualdade de direitos — inclusive entre gêneros. “Se todos são iguais, não há motivos para a mulher ser tratada de forma diferente, ganhar menos, por exemplo”, diz.
Tenha cuidado: Fuja de clichês como “sexo frágil”, que não servem mais como elogio; se mal utilizados, podem soar como preconceituoso. Não esqueça também que falar sobre abusos sofridos pelas mulheres, por exemplo, pode ser parte da dissertação, mas não o tema principal.

A questão do transporte urbano no Brasil


Contexto: Em alta desde a recente explosão de protestos pelo Brasil, iniciados com o intuito de reivindicar a revogação do aumento da tarifas de ônibus e metrô em São Paulo, o tema do transporte público urbano é pauta em qualquer roda de conversas e também na imprensa. Não se trata, contudo, de um problema recente. Por isso, a questão da mobilidade urbana, ligada à má qualidade de serviços e aos preços relativamente altos, é um bom assunto para a preparação para a redação. Pode até mesmo figurar na redação do Enem.
É importante entender que o sistema de transporte urbano está longe de atender com qualidade a população, principalmente nas metrópoles. A principal causa disso, apontam os especialistas, é a falta de planejamento urbano e a insuficiência de investimentos. Em reportagem de VEJA.com publicada em março de 2012, especialistas já apontavam que os aportes ao setor no Brasil estavam atrasados cinco décadas. O número levou em conta dois aspectos: descaso público na expansão dos sistemas de trens e metrô (principal alternativa para grandes deslocamentos em área urbanas e meio menos poluente) e falta de vontade política para a elaboração de um plano de mobilidade urbana.
Segundo Vivian d’Angelo Carrera, professora de redação do Cursinho do XI que sugeriu o tema, outro problema relacionado é o aumento dos congestionamentos nas grandes cidades. Esse fenômeno, é claro, é decorrência das questões citadas acima — que levaram à explosão do número de veículos particulares nas ruas, em detrimento de corredores exclusivos para ônibus, por exemplo.
Desenvolvimento: Um caminho possível para iniciar o desenvolvimento do tema é elencar os problemas enfrentados pela população. Além dos já citados, é possível trazer à luz as dificuldades técnicas enfrentadas pelas linhas de trens existentes (no Rio e em São Paulo há registros recentes de paralisações), a questão da mão de obra que trabalha no setor (a ocorrência de greves, por exemplo), e a superlotação de ônibus e trens.
Após esse levantamento, o candidato pode avaliar propostas de solução para o problema. Uma boa alternativa é listar exemplos de sistemas utilizados em outros países que conseguiram unir eficiência e qualidade. É o caso do transporte de Londres, que mantém uma das redes mais complexas – e funcionais – de integração urbana do planeta. O ponto de partida para a rede da capital inglesa é o metrô, que foi projetado para interligar todos os locais da cidade; em caso de problema nas linhas, uma eficiente rede de transporte alternativo serve de plano B à população. É o caso do sistema de ônibus — os famosos carros vermelhos de dois andares que trafegam em corredores exclusivos, o que garante uma boa velocidade durante a viagem.
Londres também é uma das cidades europeias que aprendeu a conviver pacificamente com bicicletas no trânsito. O exemplo poderia ser seguido pelos governantes brasileiros, criando mais ciclovias e sinalização para os ciclistas.
Tenha cuidado: Todas as providências necessárias para atacar o problema exigem investimentos por parte do governo. E gastos públicos, no Brasil, muitas vezes podem levar o candidato a discutir a questão da corrupção e desvios. Contudo, voltar a redação para esses assuntos pode caracterizar um desvio de tema, aumentando a dificuldade de conclusão do texto e apresentação de soluções, alerta a professora Vivian.

Álcool e direção: combinação fatal


Contexto: Promulgada em 2008, a lei seca tem como objetivo reduzir os acidentes provocados por motoristas embriagados, endurecendo as punições contra quem bebe antes de dirigir. Assim, um condutor abordado pela polícia passou a ser considerado legalmente bêbado através de um exame, de sangue ou de bafômetro, se é constatada uma concentração mínima de 0,10 grama de álcool por litro em seu sangue.
Em dezembro de 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que torna mais rígidas as punições para motoristas flagrados dirigindo alcoolizados. Além do bafômetro e do exame de sangue, outros meios — como teste clínico, depoimento policial, testemunho, fotos e vídeos — passaram a valer como prova. A multa para quem for pego dirigindo bêbado é de 1.915,40 reais. E pode chegar a 3.830,60 reais se o indivíduo reincidir na infração no prazo de um ano.
endurecimento da aplicação da lei seca também passou por mudanças em janeiro de 2013, quando o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou uma medida que acabava com a margem de tolerância da quantidade de álcool por litro de sangue. Ou seja, o condutor pode ser autuado se for constatada qualquer concentração alcoólica no sangue. Porém, mesmo com a lei, o volume de acidentes de trânsito decorrentes do consumo de álcool ainda é preocupante.
Uma recente pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada em fevereiro de 2013, apontou que 21% dos acidentes estão relacionados ao efeito do álcool. E uma em cada cinco vítimas atendidas nos prontos-socorros estava embriagada.
Na redação do Enem, o assunto pode motivar abordagens como: imprudência no trânsito e medidas para reduzir a quantidade de acidentes ligados ao álcool.
Desenvolvimento: É importante saber que desde 2008, quando a lei seca foi promulgada, não houve alteração significativa na quantidade de acidentes com motoristas embriagados. Segundo o Ministério da Saúde, em 2010, mais de 42.000 pessoas morreram em acidentes. Isso tem também um custo alto para o país. Em 2011, 200 milhões de reais foram gastos no Sistema Único de Saúde (SUS) com vítimas da violência no trânsito, valor que não considera os custos com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), as Unidades de Pronto Socorro e Pronto Atendimento e o processo de reabilitação do paciente, entre outros.
Um caso recente, que teve repercussão nacional, foi o do motorista alcoolizado que atropelou um ciclista em São Paulo: o impacto da batida foi tão forte que o braço da vítima foi arrancado. O motorista fugiu sem prestar socorro. O acidente pode ser citado nos textos da proposta de redação, motivando discussões sobre impunidade: no caso, o jovem condutor obteve um habeas corpus na Justiça e continua solto.
Após a apresentação do problema, o candidato pode apresentar seu ponto de vista. Alguns possíveis caminhos são relatar as causas e consequências do uso indiscriminado do álcool, assim como avaliar as campanhas educativas feitas até agora pelo governo e sua real eficácia. Também é possível propor o aumento da fiscalização, assim como o enrijecimento das leis na hora de punir motoristas pegos sob o efeito de álcool.
Tenha cuidado: “Se o candidato ficar preocupado apenas com o problema do consumo de álcool e voltar à sua argumentação para a questão do vício nessa e em outras substâncias, pode ficar configurado um desvio do tema”, explica Vivian d’Angelo Carrera, professora de redação do Cursinho do XI.

Casamento gay


Contexto: Algumas nações vêm reconhecendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, caso de ArgentinaFrança Uruguai — o assunto está ainda na pauta de Grã-Bretanha e de váriosestados americanos. O tema também avançou no Brasil. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável homossexual. Em maio de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução que obriga os cartórios a realizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo —  a medida ainda pode ser contestada no STF. Até então, os cartórios podiam se recusar a reconhecer tais uniões, e os casais precisavam recorrer à Justiça.
O assunto pode motivar abordagens como a igualdade de todos perante a lei ou ainda os novos arranjos familiares.
DesenvolvimentoA questão da igualdade de direitos é de fato o primeiro ponto a ser avaliado, diz Eclícia Pereira, professora de redação do Cursinho da Poli. No caso, casais homossexuais passam a ter as mesmas garantias e obrigações dos demais perante a lei.
Outra questão a ser observada é a mudança da estrutura familiar em curso. Além do núcleo tradicional — formado por pai, mãe e filhos —, estabelecem-se outros arranjos, a partir dos casais formados por parceiros do mesmo sexo. Até mesmo a adoção de crianças por esses casais pode ser um tema abordado.
Tenha cuidado: Para a redação do Enem, não importa sua opção sexual. Essa é, aos olhos dos examinadores, uma questão privada. O imporante é reconhecer no assunto um fenômeno social, que tem consequências e desdobramentos na vida de muitos cidadãos.

O petróleo do pré-sal brasileiro

Contexto: Em 2007, a Petrobras anunciou a extração de petróleo a 180 quilômetros da costa e a 7.000 metros de profundidade, logo abaixo de uma espessa camada de sal. A estimativa inicial é que existam no chamado pré-sal brasileiro — área que se estende por 800 quilômetros do litoral, de Santa Catarina ao Espírito Santo — reservas de até 80 bilhões de barris. Apesar disso, a produção só começará dentro de alguns anos, pois são necessários grandes investimentos para realizar a extração submarina.
Em seus últimos dias de governo, o ex-presidente Lula sancionou a lei que estabelece o regime da partilha da exploração do pré-sal, definindo que estado e empresas dividirão a produção de óleo e gás — à União cabera capturar a maior parte da riqueza gerada com a atividade. A primeira licitação, que dará a um grupo privado o direito de explorar a área de Libra, na Bacia de Santos, será decidida através de leilão marcado para outubro.
O assunto pode motivar indagações como quais as vantagens e desvantagens de um país como o Brasil se tornar um grande produtor de petróleo ou ainda o destino que tal riqueza deve tomar. Governo e Congresso discutem a ideia de reverter parte dos royalties do pré-sal exclusivamente para a educação.
DesenvolvimentoUm encaminhamento possível para a dissertação é observar a questão do ponto de vista econômico. Ser um grande produtor de petróleo certamente terá efeitos positivos para o Brasil. Um caminho complementar é olhar o assunto pela óptica do meio ambiente. Aqui, emerge um detalhe importante: como combustível fóssil, o petróleo não gera energia limpa — caso da eólica e da hidrelétrica, por exemplo. Além disso, é uma energia não-renovável, ou seja, um dia vai se esgotar.
"Temas ambientais são comuns no Enem. Esta pode ser a oportunidade de o aluno apresentar conhecimentos de geografia, por exemplo, e conceitos sobre sustentabilidade", diz o professor de redação do Anglo Eduardo Calbucci.
Tenha cuidado: É importante entender que não existe uma postura certa ou errada no assunto. É possível apresentar visões diferentes de mundo, contanto que o ponto de vista seja defendido com bons argumentos. Deve-se redobrar a atenção para não ficar "em cima do muro" ou se contradizer durante a argumentação.

A lei de cotas nas universidades


Contexto: A presidente Dilma Rousseff sancionou, em agosto de 2012, a lei das cotas, que reserva 50% das vagas de universidades federais a alunos oriundos de escolas públicas. A distribuição das 120.000 vagas a serem ocupadas dessa forma deverá observar ainda a cor da pele dos candidatos – sempre haverá, portanto, vagas reservadas a negros, pardos e índios na proporção dessas populações em cada estado. Metade dessas cotas é voltada a estudantes de famílias de baixa renda. As federais terão quatro anos para se adaptar às regras, sendo que, já em 2013, deverão reservar ao menos 25% das vagas.
Um tema como cotas poderia motivar diversas questões como as seguintes: as cotas universitárias podem minimizar desigualdades sociais no Brasil? Quais as prováveis consequências da adoção das cotas para as universidades brasileiras?
Desenvolvimento: A discussão sobre o sistema de cotas universitárias no Enem dificilmente discutirá se a adoção do mecanismo é certa ou errada, do ponto de vista do candidato. Isso porque as cotas já são uma realidade. Por isso, reflexões produtivas sobre o assunto devem se deter sobre as razões histórica da desigualdade entre os brasileiros e as ações possíveis para minimizá-la.

Redução da maioridade penal


O aumento de crimes cometidos por jovens com menos de 18 anos reacendeu a discussão sobre aredução da maioridade penal para 16 anos. A mudança alteraria o código do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) — que prevê que um jovem seja considerado culpado por suas ações apenas depois dos 18 anos. Isso faz com que a privação de liberdade para menores de idade infratores não supere os três anos.
Os examinadores do Enem poderiam questionar, por exemplo, qual a opinião do candidato sobre a eficácia da redução da maioridade penal.
Desenvolvimento: Para começar a refletir sobre o tema, levante questionamentos como: o que leva pessoas jovens ao crime? Por que elas trilham esse caminho? É um problema social ou de caráter? Questões como essas ajudam a desenvolver um ponto de vista; a partir de então, fica mais fácil defender uma posição ou outra.
Tenha cuidado: As regras do Enem exigem "respeito aos direitos humanos". Sendo assim, qualquer tipo de incitação à violência pode levar à desclassificação do candidato.