quarta-feira 19 2013

Alckmin e Haddad anunciam redução das tarifas de transporte

A NOSSA LUTA AGORA NÃO MAIS PELOS 20 CENTAVOS 

Srs. GOVERNADOR E PREFEITO. 

A NOSSA LUTA AGORA É 

PELO O FIM DA CORRUPÇÃO, POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, QUE ESTEJA AO ALCANCE DE TODOS... 

VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES COM 

REMUNERAÇÃO REALMENTE CONDIZENTE COM A 

IMPORTÂNCIA  QUE ESTES PROFISSIONAIS 

REPRESENTAM PARA O FUTURO DE NOSSOS FILHOS! 

UMA SAÚDE QUE TRATE SEUS 

PACIENTES COM HUMANIDADE, COM RESPEITO 

DIGNIDADE... COMO A SAÚDE QUE OS SRS. TEM QUANDO 

NECESSITAM.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, Fernando Haddad,anunciaram na tarde desta quarta-feira a redução das tarifas de ônibus, metrô e trens para 3 reais, cancelando o reajuste em vigor desde o último dia 2 de junho – que elevou o preço das passagens para 3,20 reais. O novo preço passará a valer a partir de segunda-feira.
Segundo o governador, o estado terá de “reduzir investimentos” e “apertar o cinto” para arcar com os custos da redução das passagens. Haddad afirmou que apesar de o aumento das tarifas em São Paulo e no Rio de Janeiro ter sido feitas em porcentagem abaixo da inflação, graças a desonerações de tributos negociadas com o governo federal, o recuo seria feito “para favorecer o diálogo com a cidade”.
Enquanto os governantes de São Paulo faziam o anúncio, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), também divulgava a redução das passagens na capital fluminense para 2,75 reais – o mesmo valor vigente antes do reajuste.
A decisão foi tomada após uma série de protestos que tomou as ruas do país. Em São Paulo, foram seis atos. Na noite da última terça-feira, a ação de vândalos deixou prejuízo na capital paulista: a cidade amanheceu com 29 lojas depredadas e saqueadas, dois prédios históricos – a prefeitura e o Theatro Municipal – danificados e dois ônibus incendiados.

Com 30 mil, protesto no Castelão tem dezenas de feridos

Por LAURIBERTO BRAGA - Agência Estado- Estadao.com.br

O saldo do confronto do Batalhão de Choque com os manifestantes do movimento "Mais Pão, Menos Circo"...
O saldo do confronto do Batalhão de Choque com os manifestantes do movimento "Mais Pão, Menos Circo" até agora, em Fortaleza, nos arredores do Castelão, que protestam contra a realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo no Brasil, é de oito policiais militares feridos, dois jornalistas atingidos, dezenas de manifestantes feridos com balas de borracha e uma viatura da Autarquia de Trânsito incendiada.
Cerca de 30 mil pessoas tentam marchar para Arena Castelão, onde acontecerá às 16 horas o jogo Brasil x México, pela segunda rodada do Grupo A da Copa das Confederações. O bloqueio feito pelos policiais é na Avenida Alberto Craveiro, principal via de acesso ao estádio. A BR-116 foi interditada pelos manifestantes. Eles traçam uma estratégia de driblar o pelotão para avançar rumo ao Castelão.
Os policiais usam bombas de efeito moral e montam barreiras para evitar que a multidão, que revida com pedras, se aproxime do estádio. Uma manifestação semelhante aconteceu no último sábado, dia da estreia do Brasil na Copa das Confederações, contra o Japão, nos arredores do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha.
Os protestos também podem acontecer dentro do Castelão, nesta quarta, durante o jogo entre Brasil e México. Manifestantes se mobilizam nas redes sociais para quem estiver no estádio faça sua crítica à competição, com pedidos, inclusive, para que os torcedores fiquem de costas para o gramado no momento de execução do Hino Nacional.
http://esportes.br.msn.com/copa-confederacoes/noticias/com-30-mil-protesto-no-castel%c3%a3o-tem-dezenas-de-feridos-1

19 de Junho de 2013 07 42



A Copa (mais cara) do Mundo é nossa


19.junho.2013 10:36:08
RIO DE JANEIRO – “A cidade toda parou. As nossas madames Bovary, as nossas Anas Kareninas suspenderam seus amores e seus pecados das 3 às 6. Os bandidos do Leblon não assaltaram senhoras nem crianças. Ontem, ninguém era credor. Ninguém era devedor”.

Era assim que Nelson Rodrigues descrevia um dia de jogo da seleção brasileira. Ele era categórico: quando a seleção jogava, ocorria uma “suspensão temporal da vida e da morte”.

Meia década depois, nossa paixão é a mesma pelo futebol. Mas nossas reações são, no mínimo, mais sofisticadas e parece que só a Fifa não entendeu.

Nesta semana, parte da população brasileira foi às ruas. Mas não para comemorar gol ou achar uma televisão para assistir a um jogo.

Instalada em seu palácio no Rio de Janeiro, o Copacabana Palace, a corte de dom José Blatter não poderia estar mais perplexa e, claro, alienada. Em meio à música ambiente, jantares de luxo, quartos de príncipes e até avião privado para leva-los pelo País, a “nobreza” da Fifa simplesmente não sabe o que dizer diante da realidade das ruas.

Primeiro, Blatter declarou com toda sua convicção de que “o futebol era mais forte que a insatisfação do povo” e que, no momento que a seleção começasse a vencer, essas pessoas que estavam nas ruas passariam a se divertir.

Depois, foi Jerome Valcke, número 2 da Fifa, mostrar que é quase um sociólogo da sociedade brasileira contemporânea. Segundo ele, bastava a seleção ganhar a Copa de 2014 que “tudo seria esquecido”.

Ontem, a Fifa mudou de discurso. Agora, diz que o assunto é das autoridades e que, no fundo, a organização é apenas uma “convidada” no Brasil. Há poucos meses, a Fifa insistia em alertar que a Copa “não era do Brasil”, mas sim “no Brasil”. O evento era da própria entidade, apenas sediada em cidades brasileiras.

Seja qual for o discurso usado pela Fifa, a constatação é que ela não entendeu onde a Copa está sendo realizada e muito menos que, numa sociedade democrática e caminhando para a maturidade, não é a bola que vai atender aos anseios da população.

Parece também não haver um entendimento de que populações com sérias limitações ainda em diversos setores não tem porque abaixar a cabeça e a aceitar uma constatação ainda mais chocante: a de que vamos sediar a Copa do Mundo mais cara da história.

Em abril, o governo estimava que a Copa teria um custo total de R$25,5 bilhões. Ontem, o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luis Fernandes, anunciou que, na revisão que o governo fará em julho, o valor subirá para R$ 28 bilhões, um aumento de mais de 10%. Se comparado com previsões de 2011, o valor já é R$ 6 bilhões acima, uma inflação de 27%.
Originalmente, os estádios custariam R$ 5,5 bilhões. Agora, a previsão é de mais de R$ 7,1 bilhões. Só o custo do estádio de Brasília já o coloca entre os dez mais caros da história no mundo.
Em comparação a outros Mundiais, o projeto no Brasil também é o mais elevado. Em 2006, a Alemanha gastou na época 3,7 bilhões de euros para sediar o que muitos apontam como a melhor Copa, cerca de R$ 10,7 bilhões.
Em 2002, no Japão e Coreia, o gasto de ambos países juntos chegou a US$ 4,7 bilhões, cerca de R$ 10,1 bilhões. Na África do Sul, em 2010, o custo foi de US$ 3,5 bilhões, perto de R$ 7,3 bilhões.
Lucros – Enquanto os custos no Brasil aumentam, a Fifa também vê explodir seus lucros com a Copa. Em 2011, na primeira avaliação realizada, a Fifa estimava que gastaria US$ 3,2 bilhões para organizar o Mundial e que teria uma receita de US$ 3,6 bilhões.
Agora, os números reais já superam qualquer expectativa. Jerome Valcke, secretário-geral da entidade, admitiu nesta semana que a renda irá superar a marca de US$ 4 bilhões, dobrando o lucro da Fifa com o evento. O governo ainda vai dar isenções de impostos no valor de R$ 1 bilhão.
O lucro no Brasil é mais de duas vezes superior ao que a Fifa obteve com a Copa de 2006 na Alemanha e três vezes o valor da África do Sul.
Enfim, pelo menos vamos sair dessa Copa com uma certeza: o Mundial é nosso… pelo menos a conta que terá de ser paga…
Jamil Chade