domingo 03 2013

Roger Waters - Money, Black & White, Comfortably Numb with Eddie Vedder




“Eu poderia ter sido um arquiteto, mas eu não acho que eu seria muito feliz. Quase toda a arquitetura moderna é um jogo bobo, tanto quanto eu posso ver. “
Roger Waters

Roger Waters - 121212 [Full Concert] HD




“Toda a minha vida tenho estado preocupado com a grande tragédia de perder a família em guerras. A dor de perder um pai ou uma criança (um ato de) violência que é propositadamente e diretamente gerado por forças políticas, é de certa forma mais difícil de suportar do que se alguém morre digamos em um acidente. A morte parece mais evitável. “
Roger Waters

Roger Waters & Eddie Vedder: "Comfortably Numb" Live at "12-12-12" The C...



“Cada pequena vela Acende um canto da escuridão
Quando a roda de dor pára de girar
E o ferro em brasa ardente pára
Quando as crianças podem ser filhos
Quando o desperado enfraquecer
Quando a maré chegar a cumprimentá-los
E a lei natural da ciência
Cumprimenta os humildes e os poderosos
E um bilhão de velas queimando
Acende o lado escuro de cada mente humana “
Roger Waters

Em uma década, país pagou 6,8 bi de reais para partidos


Política

Custo das legendas para os cofres públicos nesses dez anos equivale a sete vezes o valor da reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo

Congresso desequilibrado: parlamento brasileiro tem 23 partidos - só quatro são de oposição
Parlamento brasileiro tem 23 partidos - só quatro são de oposição (Moreira Mariz/Agência Senado)
O custo dos partidos para os cofres públicos atingiu a marca de 6,8 bilhões de reais em dez anos, entre 2003 e 2012, com valores corrigidos pela inflação. A soma leva em conta o que deixa de entrar no caixa do governo, como subsídio para a propaganda partidária e eleitoral, e os desembolsos do Orçamento Geral da União para o Fundo Partidário. O custo das legendas em uma década equivale a sete vezes o valor da reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo.
O programa de dez minutos que o PMDB exibiu na quinta-feira em rede nacional de rádio e televisão, por exemplo, custou 2,1 milhões de reais para o conjunto dos contribuintes brasileiros. Só os 43 segundos que o peemedebista Renan Calheiros (AL) utilizou para destacar sua "vontade de acertar" na Presidência do Senado, cargo para o qual foi eleito neste ano, representaram um baque de 152.000 reais nos cofres públicos.
Gratuito para as legendas, o tempo de propaganda partidária é pago pelo governo federal na forma de isenção de impostos para as emissoras de rádio e televisão. As 23 horas e 20 minutos que 15 partidos vão ocupar nas redes em 2013, sempre em horário nobre, significarão 296 milhões de reais em impostos que as emissoras deixarão de pagar, segundo relatório da Receita Federal. No ano passado, por causa das eleições, a conta da isenção fiscal chegou a 606 milhões de reais. 
Despesa crescente - A despesa pública com os partidos é crescente. Entre as eleições presidenciais de 2002 e 2010, por exemplo, subiu 210% acima da inflação (tendo como parâmetro o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), passando de 370 milhões para 1,15 bilhão de reais.
Um dos motivos desse fenômeno é a elevação dos custos da publicidade comercial - é com base neles que a Receita calcula o benefício fiscal concedido a cada emissora de rádio e TV. Ao final de 2013, a propaganda dos partidos terá invadido o rádio e a televisão em 59 noites, sempre às quintas-feiras, na forma de programas de cinco ou dez minutos.
O subsídio para que os partidos façam propaganda de si próprios é indireto - as legendas nem sequer tomam conhecimento das quantias envolvidas. Com o Fundo Partidário, é diferente: o dinheiro vai diretamente para os cofres dos beneficiados, todos os meses. 
(Com Estadão Conteúdo)

Just Breathe / Eddie Vedder



Super especial... Inspirador...

Os interesses por trás da multiplicação de partidos no país


Política

Além dos trinta partidos já em funcionamento no Brasil, 23 estão a caminho de obter o registro. Fundo partidário e poder de barganha atraem aventureiros

Gabriel Castro e Marcela Mattos, de Brasília
A fachada do Congresso Nacional: insatisfação com a fábrica de projetos de lei desagrada tanto a base governista quanto a oposição
Congresso Nacional: 23 partidos têm representantes no Legislativo (Rodolfo Stuckert/Agência Câmara)
O eleitor brasileiro pode nem saber, mas ajuda a sustentar, com o próprio bolso, a existência de 30 partidos políticos. E a proliferação de legendas, grande parte sem identidade ideológica clara, parece não ter fim. Hoje, 23 novas siglas já entregaram à Justiça Eleitoral parte das 500 000 assinaturas necessárias para obter o registro e poder disputar eleições. Há ainda um número indefinido de organizações que não chegaram a essa etapa, mas já se articulam para isso - o mais novo exemplo é a Rede da ex-senadora Marina Silva.
O caos partidário tem várias explicações. Uma dela é explícita: mesmo que seja insignificante eleitoralmente, todo partido tem direito a receber recursos do Fundo Partidário - abastecido por dinheiro público -, pode exibir gratuitamente pelo menos dez minutos anuais de propaganda na televisão, tem espaço garantido no horário eleitoral e ainda pode, graças às coligações, receber recursos de outros partidos durante o pleito. Tudo amparado pela lei. Além disso, há o poder de barganha para obter, em troca de apoio ao gestor da vez, cargos no poder executivo municipal, estadual e federal. Por isso, a criação de partidos nunca foi tão lucrativa.
No ano passado, o total distribuído pelo Fundo Partidário foi de 286,2 milhões de reais. Para 2013, a proposta orçamentária ainda não aprovada pelo Congresso estipula que o valor será de 232 milhões de reais, mas o relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), tenta incluir mais 100 milhões de reais a esse montante. De acordo com a Lei 9.096/05, que dispõe sobre os partidos políticos, 5% desses recursos são obrigatoriamente repartidos de forma equivalente entre todos as siglas, e o restante é partilhado proporcionalmente ao tamanho das bancadas eleitas por cada legenda para a Câmara dos Deputados. Caso novas legendas sejam formalizadas e autorizadas pela Justiça Eleitoral a receberem recursos do fundo, o valor destinado a cada partido – assim como o tempo de TV - terá ser recalculado. Em tese, como não elegeram deputados nas eleições de 2010, os novos partidos teriam direito à cota mínima – hoje, em média, essa cota é de 28 000 reais mensais. Essa conta, no entanto, pode sofrer algumas interferências: no ano passado, o novo PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, conseguiu na Justiça o direito a uma fatia maior do fundo por ter filiado mais de 50 parlamentares, o que poderá ser usado futuramente como jurisprudência na Justiça.
A farra das legendas, entretanto, pode estar ameaçada. O Congresso discute uma mudança na regra de criação de partidos para tornar mais difícil o registro de novas legendas. Além disso, a reforma política, que pode ser votada pela Câmara em abril, prevê o fim das coligações em eleições proporcionais, o que tira o poder de barganha dos nanicos. Para os grandes partidos, a medida é interessante porque deixa mais baratas as campanhas eleitorais. A reforma também pode criar um modelo de cláusula de barreira, estipulando um percentual mínimo de votos a ser alcançado pelas legendas nas eleições. Siglas que não atingirem a meta determinada perderão os recursos do Fundo Partidário e o direito de participar de comissões no Congresso Nacional.
José Maria Eymael, presidente do Partido Social Democrático Cristão (PSDC) e figura carimbada em todas as eleições, diz que a cláusula de barreira seria "antidemocrática". Para o pernambucano Luciano Bivar, presidente do PSL (Partido Social Liberal), o tamanho do partido não é tão importante quanto a força ideológica: "O que importa é você ter a sua ideologia. Se o partido vai crescer ou não, é outro problema". Na última eleição presidencial, o presidente do PSDC obteve 0,09% dos votos - 89.350 votos.  O comandante do PSL foi candidato à Presidência da República em 2006 e obteve menos ainda: 62.064 votos (0, 06% do total). 

Por que criar sua própria legenda é um bom negócio

A quantidade de votos não importa: mesmo que fracasse nas urnas, um partido nanico e recém-criado tem direito a benefícios:

  1. Fundo partidário:
    no mínimo 28 000 reais por mês
  2. Propaganda na TV e no rádio:
    para os sem-voto, são garantidos cinco minutos por semestre em rede nacional
  3. Propaganda eleitoral:
    o tempo de TV durante a eleição depende da quantidade de candidatos. Mas, normalmente, os nanicos têm cerca de um minuto diário de propaganda
  4. Repasses de outros partidos:
    as coligações eleitorais justificam gordas transferências financeiras, chanceladas pela lei, dos grandes para os pequenos partidos
O PSL de Bivar, uma sigla autodenominada liberal, compõe atualmente a coalização de apoio ao PT no plano federal - ao lado do PCdoB (comunista), do PSB (socialista), do PP (a antiga Arena) e do PSC (cristão). Mas Bivar insiste que o apoio é programático: "Nós nunca nos coligamos em troca de alguma compensação. Não é a nossa prática", diz ele. O dirigente alega ainda que a vida dos pequenos partidos não é fácil. Segundo ele, é difícil manter a coesão partidária porque, a cada eleição, os vencedores se tornam um pólo de atração de bons quadros.
Daniel Tourinho, presidente do PTC (Partido Trabalhista Cristão) - e aliado de Dilma -, é um bom exemplo de como os presidentes de algumas siglas se comportam como verdadeiros donos das legendas. Em 1987, ele deixou o PT para criar o Partido da Juventude. Dois anos depois, a sigla mudou de nome e passou a se chamar PRN (Partido da Reestruturação Nacional). A troca foi um pedido de Fernando Collor de Mello, que usou a legenda para se candidatar à Presidência - e venceu. Mas o projeto fracassou em 1992, com o impeachment. O PRN persistiu até que, em 2000, Tourinho acabou criando o Partido Trabalhista Cristão. 
O presidente do PTC é contra restrições ao funcionamento dos nanicos. E defende uma medida para aumentar a renovação: "Seria o caso de botar um limite na reeleição sistemática de parlamentares", diz ele, que não vê problema em presidir seu partido desde a fundação: "É diferente, não sou pago com dinheiro público".
Para um país que viveu o bipartidarismo imposto (Arena e MDB eram as únicas siglas permitidas durante a ditadura militar), a pluralidade de legendas é algo positivo. Errado é transformar representação política em meio de vida e substituir a defesa de bandeiras partidárias pela troca de favores.
"Não se vê nenhum desses partidos que tenha uma pequena conotação ideológica ou uma diferenciação. Do ponto de vista qualitativo, o ganho é zero. Mas, tratando-se do quantitativo, não se pode criticar. É algo inerente à democracia, previsto na Constituição", diz o cientista político e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Antonio Flávio Testa.
Entre os partidos que estão em processo de criação, a coerência programática também costuma ser deixada em segundo plano. Para sair do papel, os partidos em formação devem cumprir as condições impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro passo é a coleta da assinatura de 101 fundadores, distribuídos em nove estados. Atingindo a meta, que leva ao registro provisório, a legenda tem de conseguir o apoio de pelo menos 0,5% dos votos dados na última eleição na Câmara dos Deputados, o que representa cerca de 500 mil assinaturas. Como não há prazo para entregar os documentos ao TSE, muitos partidos demoram anos até conseguir o registro. Mas a fila de interessados só aumenta.
Pulverização  O excesso de partidos repercute no Congresso. Vinte e três partidos têm vaga na Câmara dos Deputados. O preço é a pulverização das forças políticas, o que exige a formação de alianças heterodoxas. O PT, maior bancada da Câmara brasileira, possui 88 deputados - apenas 17% do Congresso.
Na Câmara baixa da França, seis partidos são representados. Na Austrália, oito. No Chile, dez. Na Inglaterra, a Casa dos Comuns tem onze partidos - mas, na prática, três siglas têm poder: conservadores, trabalhistas e liberais-democratas reúnem 95% das cadeiras. 
Nos Estados Unidos, o Congresso se divide entre democratas e republicanos. Não que a existência de outros partidos seja vetada: são incontáveis as siglas políticas em território americano, especialmente no plano estadual. Mas apenas democratas e republicanos costumam conquistar assentos no parlamento. A explicação é simples: lá, os partidos não têm benesses do governo. Mesmo a propaganda na televisão é paga. Nesse sistema, as legendas artificiais não sobrevivem.
Muito dinheiro, pouca mudança – Quando bem-sucedida, a dura tarefa de coletar meio milhão de assinaturas tem um retorno rápido: ao conseguirem a oficialização, todos os partidos entram no rateio do Fundo Partidário. Por mês, independentemente da quantidade de votos ou do trabalho no poder, a menor das legendas arrecadará cerca de 30 mil reais (o PT, o maior beneficiário, tem direito a mais de 3 milhões mensais). É dinheiro fácil. Mas os representantes das novas siglas, claro, negam ter qualquer pretensão com o benefício. “Se for dividir os gastos para manter uma sede em Brasília, pagar aluguel, telefone e todas as demais despesas, no final da história nós vamos ter de tirar do bolso”, afirma Wesley Rodrigues Silva, presidente do embrionário Partido Cristão Nacional (PCN). “Só faz quem realmente tem muito idealismo no coração.”
Mas, ao mesmo tempo em que o proveito próprio da “bolsa” mensal é descartado, o discurso de mudança por meio da política não sai do papel. Na prática, o que se percebe é a repetição do método em vigor. Ideologias batidas e propostas genéricas, tais como melhorias na saúde e na educação e o combate à corrupção, são apresentadas como argumento para a conquista das assinaturas e de um possível voto no futuro.

“As propostas não são tão diferentes do que é pregado pelos outros partidos”, reconhece Nilson Domingues, presidente nacional do Partido dos Servidores Públicos do Brasil (PSPB), ainda em formação. “Mas a diferença é que todas as legendas atuais são geridas por empresários, latifundiários e políticos que só visam o lucro próprio”, prossegue, ao argumentar que o partido é diferente porque conta com integrantes oriundos do serviço público.
Algumas legendas tentam angariar apoio com propostas peculiares. Formada no ano passado, a Aliança Renovadora Nacional tenta resgatar a legenda que sustentou a ditadura militar. A nova sigla jura lealdade à democracia e à liberdade de expressão e busca a retomada de valores da velha Arena, como o conservadorismo e o anticomunismo. Além disso, o estatuto do partido prevê a aprovação da maioria penal aos 16 anos e a abolição de qualquer sistema de cota. 
Dentre os 23 partidos em formação, as siglas bem-intencionadas e com algum bom senso existem: é o caso do Partido Federalista e do Partido Novo. Mas a maioria apela a propostas descabidas ou mal elaboradas. Os temas são diversos: o Partido Cristão prega o “dízimo” do filiado (20% dos rendimentos brutos), o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) proíbe doações financeiras por parte de entidades estrangeiras ou sindicais. O Partido Progressista Cristão (PPC) promete enfrentar os governantes "ateístas, comunistas e satanistas". Já o Partido da Justiça Social (PJS) se preocupa com um novo currículo escolar. Se a sigla chegar ao poder, estarão no currículo matérias de educação para o trânsito e de saúde bucal. Asfixiado pela multiplicação de partidos inócuos sustentados pelo dinheiro público, o eleitor é que não vê tantas razões para sorrir.

Eduardo Campos e a quadratura do círculo. Ou: Acordo feito com Lula sempre teve um preço. E ele sempre cobrou, como o “Coisa Ruim”



http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Eu já disse que vejo bom bons olhos a eventual candidatura de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, à Presidência da República. Não porque tenha simpatia por seu pensamento ou seja admirador de sua obra política. Não poderia ser mais transparente nos meus motivos: considero que o racha do condomínio liderado pelo PT é fator que concorre, embora não determine, para a eventual derrota do partido, embora isso seja difícil, reconheço. Resta evidente que a multiplicação de candidaturas dificulta a vitória de Dilma no primeiro turno. Tanto melhor, dada essa lógica, se um dos postulantes tem potencial para arrancar votos do mesmo campo ideológico do petismo. Assim, torço para Campos ser candidato.
Aí aquela corja financiada por estatais se assanha: “Tá vendo como a candidatura de Campos interessa à direita? O Reinaldo Azevedo confessa!”. Pois é… Antes fosse! Só se, agora, eu virei “a” direita brasileira, né ?
O que, na esfera econômica, poderia ser “a direita” está comprada pelo governo. Setores que já foram identificados com a direita política estão na base petista. Os “direitistas” brasileiros gostam mesmo é de mamar nas tetas do BNDES ou foram cevados pelos muitos anos em que Lula lhes pagou o “Bolsa Juro”, que é Bolsa Família dos bilionários.
Não existe direita digna desse nome no Brasil. Este país não consegue dar à luz liberais autênticos. Há até “inteliquituais” que sustentam que liberalismo não é coisa para país pobre, como se o estado estivesse na raiz da riqueza dos países desenvolvidos…  Os que chegaram a sonhar com essa condição não resistiram a uma saleta no Palácio do Planalto ou a dois ou três telefonemas dos Supremos Mandatários. Logo caíram de joelhos. Lembro-me de Odorico Paraguaçu, personagem de Dias Gomes de “O Bem Amado”, que exigia que Dirceu Borboleta o ajudasse a colocar o paletó a cada vez que o governador telefonava… A candidatura de Campos, embora eu não aposte muito que vá se viabilizar, interessa é à democracia.
Ocorre que…Ocorre que não dá para fazer de conta que não existe, de fato, uma contradição insanável na sua ambição, que Luiz Inácio Apedeuta (mas nunca burro!) da Silva sabe explorar com absoluta precisão. Campos é do campo — inevitável o trocadilho! — governista, ora essa! Mais do que isso! Ele é governo também, embora possa estar eventualmente insatisfeito com a fatia que lhe cabe no latifúndio. Se pretende concorrer com Dilma Rousseff, está a dizer que algo não vai bem no governo, que erros estão sendo cometidos.
O que não vai bem? Quais erros? Ele pretende nos contar isso só em 2014? Certo! Ele acha que é hora de transformar, como leio no Globo, o país “num canteiro de obras”, que é preciso “unir” em vez de dividir, que ainda não é hora de tratar de eleições. Tá! Posso até concordar em parte, especialmente com a condenável antecipação do calendário eleitoral. Mas como é que Campos passou a ser considerado um postulante à Presidência? Não sejamos ingênuos, não é? O governador tem hoje uma assessoria que consegue pautar a imprensa. Ele, mais do que outros, antecipou o tal calendário…
Em Fortaleza, o Apedeuta afirmou que não vai barrar a candidatura de ninguém e coisa e tal, mas que seria conveniente que o PT e PSB seguissem unidos, sem rompimento… Ora, em algum momento, Campos terá de dizer: “Não posso mais seguir com o PT!”. Se Lula percebeu que ele poderia, eventualmente, fazer isso só em 2014, resolveu jogar: “Então é já! Decida-se!”.
Há, é inescapável, uma quadratura do círculo na pretensão de Campos, embora, reitero, eu a veja com simpatia, digamos assim, estrutural. Caso não rompa já com o governo, ele só tem um alternativa para se apresentar ao eleitorado: “Eu sou o melhor nome para levar adiante o projeto de poder que aí está. .Alguém dirá: “Mas quem lhe disse que é o mesmo, Reinaldo?”. Não é? Então qual é? “Ah, isso será dito mais pra frente…” Sei. Enquanto isso, o PSB segue com o PT? Não faz sentido!
Impossibilidade teóricaEu até gostaria que isso rendesse, sabem? Mas vejo uma impossibilidade também conceitual, teórica. Uma das grandes dificuldades das oposições no confronto com o PT tem sido criar valores alternativos. Ao contrário: não só não criam como acabam, muitas vezes, referendando os dos adversários. Campos, por óbvio, padece dessa mesma falha, com a dificuldade adicional de estar no governo. Fico cá a imaginá-lo num eventual debate mais azedo com o petismo, a dizer que o governo pecou nisso e naquilo. Alguém, e tenderá a ser o eleitor, vai lhe fazer a pergunta óbvia: “E por que o senhor estava lá?”.
Jornalistas conversam com muita gente. Conheço bons interlocutores de Campos. Dizem que, até onde percebem, a sua candidatura é para valer. Ele realmente não estaria disposto a abrir mão da disputa. Não teria disposição para ocupar uma vaga no Senado (eleger-se-ia com os pés nas costas), à espera de 2018,  porque considera que a Casa é um cemitério de candidaturas. Fala em possibilidade de vitória, mas ninguém acredita que ele acredite nisso. Acham mesmo que ele avalia que 2014 é o ano de se tornar uma figura de alcance nacional, de olho na disputa seguinte, quando não estarão no páreo nem Lula nem Dilma.
Seja como for, Campos precisa dizer um pouco mais do que vem dizendo. Ciro Gomes já sonhou com a possibilidade de ser o candidato do bloco liderado pelo PT. Percebeu que a tarefa era impossível. Aliás, em 2010, Lula recorreu a Campos para esmagar as pretensões de Ciro. Em 2012, recorre a Ciro para esmagar as pretensões de Campos para 2014.
Ora, meus queridos, nessas coisas, não há mágica. Recorrendo a uma metáfora já clássica, Lula é como o demônio, não é? Dá ao vivente certas coisas que ele anseia, mas também lhe cobra um preço. Não é fácil dar um truque no cramulhão, assim, sem mais nem menos. Reitero: eu até posso torcer por isso, mas não consigo fazer de conta que estamos diante de um processo endossado pela lógica dos fatos. Não estamos.
É claro que é uma estupidez Lula antecipar o calendário eleitoral (também para que o governo e seu partido se livrem da avalanche de más notícias). Mas o Babalorixá de Banânia está apenas sendo lógico quando, com outras palavras, pergunta a Campos de que elado ele esta. “Ah, estou do lado do Brasil…” Não dá! Isso é apenas retórica.
Não posso fazer nada, leitores! O meu realismo me obriga a escrever, às vezes, contra as minhas próprias esperanças. É claro que eu poderia encerrar convidando Campos a abandonar a barca petista. Mas tenho senso de ridículo.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/eduardo-campos-e-a-quadratura-do-circulo-ou-acordo-feito-com-lula-sempre-teve-um-preco-e-ele-sempre-cobrou-como-o-coisa-ruim/

A lição da pequena Novo Horizonte: educação pública de qualidade para todos


Ensino fundamental

Cidade paulista possui a melhor rede municipal de ensino fundamental do Brasil. Série de reportagens de VEJA vai explicar por que

Nathalia Goulart e Lecticia Maggi, de Novo Horizonte

Alunos da rede municipal de ensino de Novo Horizonte têm aula de leitura ao ar livre
Alunos da rede municipal de ensino de Novo Horizonte têm aula de leitura ao ar livre - Heitor Feitosa
Há dois anos, quando trocou a cidade paranaense de Maringá por Novo Horizonte, a cerca de 400 quilômetros de São Paulo, a confeiteira Cristina Luna tinha uma grande preocupação em mente: a educação dos quatro filhos. Ananda, de 12 anos, mais velha da prole, teria de deixar a escola-modelo que frequentava, mantida pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e famosa pelo rigor e excelência. "Tive medo de optar por uma escola municipal em Novo Horizonte e não conseguir o mesmo nível de educação", lembra Cristina. O receio era justificado. Ao contrário da cidade paranaense, Novo Horizonte não possui uma das chamadas escolas-modelo, instituições que se destacam das demais pela qualidade. Cristina logo descobriu, porém, que o município paulista tinha algo mais valioso a oferecer: uma rede que, se ainda não é modelo, caminha nessa direção. Hoje, os quatro filhos da confeiteira frequentam duas escolas da rede, e a mãe não tem motivos para reclamar. Luiza, de 9 anos, exibe a bicicleta que ganhou em um concurso de ortografia, enquanto o irmão Rodrigo, de 11, mostra orgulhoso as quatro medalhas que conquistou em competições escolares.
Novo Horizonte em números
Exemplos como o de Novo Horizonte são tão raros quando louváveis no cenário da educação pública brasileira. Tanto assim que, a partir do ano que vem, serão reconhecidos com um prêmio, o Prefeito Nota 10. Criado pelo educador João Batista Araujo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, o prêmio vai recompensar o município cuja rede de ensino tiver obtido o melhor resultado na Prova Brasil — avaliação do Ministério da Educação (MEC) que mede habilidades e competências em português e matemática de alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental. "Vamos premiar o conjunto de escolas. Não adianta ter uma escola boa se o resto da rede for ruim. Quero ajudar a sociedade a entender que educação se faz em rede", diz Oliveira. Disputarão o prêmio municípios com mais de 20.000 habitantes e com o mínimo de 300 alunos avaliados pela Prova Brasil. Além disso, pelo menos 70% dos estudantes devem estar matriculados na rede municipal. O prêmio é de 200.000 reais.
O Prefeito Nota 10 só começa para valer em 2014. Se fosse conferido agora, iria para Novo Horizonte. É o que revela a análise da Prova Brasil de 2011, feita pela organização do Prefeito Nota 10 a pedido do site de VEJA. Atendendo aos pré-requisitos citados acima, o município obteve na avaliação o desempenho mais próximo do almejado pelo prêmio: ao menos 70% dos estudantes da rede com aprendizado adequado à série que frequentam. Não deve passar desapercebido o fato de que Novo Horizonte é a cidade que mais perto chegou do objetivo, sem, contudo, atingi-lo. Isso revela o quanto o ensino tem a evoluir no país. 
Segundo especialistas, um conjunto de ações bem executadas garante o avanço de Novo Horizonte rumo a uma educação universal de qualidade. Entre elas, estão adoção de um currículo unificado, avaliação frequente de alunos, cooperação para formação dos professores — e também avaliação dos docentes —, incentivo à participação dos pais na vida escolar e combate a fraquezas identificadas na rede. Esses pontos são alvo das reportagens que VEJA.com publica durante esta semana, que procuram jogar luz sobre os métodos de Novo Horizonte e discutir se a receita bem-sucedida pode ser reproduzida em outras cidades.
Porque Novo Horizonte venceria o prêmio Prefeito Nota 10
Educadores e estudiosos sobre o assunto adiantam que a receita só dá certo se a ela for acrescentada uma administração interessada e competente — o que, em se tratando de redes públicas de ensino — envolve obrigatoriamente política. "Pode soar óbvio, mas nenhuma fórmula secreta funciona se não há no município uma gestão preocupada de fato com equidade e qualidade", diz Priscilla Cruz, diretora-executiva da ONG Todos Pela Educação. "A secretaria de educação precisa ter como filosofia central a ideia de que nenhum grupo pode ser privilegiado e que todos, sem exceção, precisam aprender. Por incrível que pareça, poucas cidades ainda enxergam isso com clareza."
O secretário de Educação de Novo Horizonte, Paulo Magri, parece ciente da missão. "Não me interessa ter uma escola excelente e outra ruim. Enquanto existir diferença de aprendizado entre as unidades, a educação não vai avançar", diz. Aos 50 anos, o professor formado em matemática completa em 2013 doze anos no cargo, algo incomum no Brasil, onde impera a troca a cada eleição. Quando assumiu o posto, Magri tinha apenas creches e pré-escolas sob sua tutela. Nos primeiros quatro anos de trabalho, ouviu inúmeras reclamações contra o ensino oferecido pelas escolas estaduais presentes no município e concluiu que poderia agir. Convenceu o prefeito e lançou-se ao desafio de ensino fundamental, assumindo unidades que pertenciam ao estado. Hoje, gerencia cinco escolas; outras três seguem estaduais. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do setor no Brasil, o município é mais eficiente: as escolas da rede apresentam média 34% superior à registrada pelas estaduais. "A comunidade pede pela municipalização das três escolas restantes, mas por enquanto não temos essa intenção", diz o secretário.
Colocar o ensino fundamental sob administração do poder local não é assunto só em Novo Horizonte. É uma discussão do Brasil. Ao destacar redes municipais bem-sucedidas, o prêmio Prefeito Nota 10 quer estimular a municipalização dessa etapa de educação. Ou seja, colocar nas mãos dos prefeitos a responsabilidade pela formação de 1º a 9º ano. A Constituição prevê que o ensino infantil seja exclusividade do município; o médio, do estado. Já em relação ao fundamental, a responsabilidade é compartilhada. Atualmente, cerca de 70% das séries iniciais (1º a 5º ano) está sob o domínio das cidades – onde se concentram os resultados menos desastrosos da educação brasileira. Nos anos finais (6º a 9º ano), há uma divisão praticamente igualitária entre estados e municípios. "Essa divisão é prejudicial para a educação. Se um único gestor cuidasse do conjunto, seria mais fácil estabelecer um padrão de atuação. Além disso, o munícipe está mais próximo da prefeitura do que do estado", diz Araujo e Oliveira, criador do Prefeito Nota 10.
Apesar de estar na dianteira entre as redes municipais, Novo Horizonte ainda tem um longo caminho pela frente. Nos anos finais do ensino fundamental, por exemplo, o número de alunos com aprendizado adequado ainda pode ser considerado baixo — apesar de bem superior à média nacional. Nos anos inicias, as notas de português ainda estão atrás das de matemática. Mesmo assim, os resultados devem ser celebrados: em 2011, o Ideb da cidade ultrapassou a média da rede privada brasileira — um feito e tanto. Fórmula mágica não existe. O que Novo Horizonte tem feito é garantir eficiência a uma receita simples e conhecida, que evita invencionices e preza o essencial. "É isso que garante que todo e qualquer aluno tenha condições de dominar os conteúdos básicos para desenvolver seus talentos individuais e evoluir", diz Patrícia Guedes, especialista em gestão educacional da Fundação Itaú Social.
À frente do Brasil















Maçonaria se prepara para escolher seu novo grão-mestre

RICARDO MENDONÇA

EDITOR-ASSISTENTE DE "PODER"



Em quase 3.000 lojas maçônicas pelo país, os maçons que ostentam o título de "mestre" do Grande Oriente do Brasil (GOB) --o maior ramo da maçonaria brasileira-- irão escolher seu próximo soberano grão-mestre geral.
Cheia de simbolismos, a organização reproduz internamente a hierarquia institucional da República, com deputados, juízes, governadores e outros. Dentro da instituição, e guardadas as proporções, o cargo em disputa equivale ao da presidente Dilma Rousseff.
A maçonaria costuma ser definida pelos próprios maçons como um clube que reúne "homens livres e de bons costumes", patrióticos e engajados em promover os princípios do lema "liberdade, igualdade e fraternidade".
Os rituais secretos são feitos em templos decorados com imagens celestes, falsas colunas gregas e símbolos do zodíaco. Lojas são os grupos fixos de maçons que se reúnem para os rituais.
Dentro da ordem há várias designações, usadas conforme o status do filiado: chanceler, guardião, soberano, venerável, eminente e sapientíssimo são algumas delas.
Em certos locais, maçons são reconhecidos pelo engajamento em ações filantrópicas. No senso comum, levam a fama de homens influentes e misteriosos que se ajudam para enriquecer, "um estereótipo bem distante da realidade", diz o engenheiro Francisco Anselmo, deputado maçom e estudioso do assunto.
Editoria de Arte/Folhapress
DISPUTA
Na eleição do GOB, o Grande Oriente do Brasil, o candidato mais conhecido é o senador (da República mesmo) Mozarildo Cavalcanti, do PTB de Roraima. Como maçom, ele é deputado da Assembleia Federal Legislativa da entidade. "Sou o único brasileiro deputado e senador ao mesmo tempo", gosta de repetir.
Concorrendo pela terceira vez --ele perdeu em 1993 e 1998--, Mozarildo tirou quatro meses de licença do Senado para dedicar-se com mais afinco à campanha. Com isso, deixou de participar da eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidente do Congresso, por exemplo.
O nome de Mozarildo ganhou algum destaque no noticiário na época da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ele era contra a remoção dos fazendeiros da área, mas acabou derrotado quando o Supremo Tribunal Federal bateu o martelo sobre o tema.
Mozarildo ainda costuma ser citado como o campeão do uso da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, a verba para reembolso de viagens, consultorias e outros gastos. Em 2012, ele usou R$ 464 mil contra uma média de R$ 268 mil de seus colegas. Em 2011, também liderou.
Editoria de Arte/Folhapress
Na maçonaria, porém, ele é mais conhecido como o maior propagador da ideologia maçônica no Congresso. Uma pesquisa simples no site do Senado lista 87 pronunciamentos de Mozarildo sobre o assunto. Para efeito de comparação, o site informa que Eduardo Suplicy (PT-SP) fez 77 pronunciamentos com a expressão "renda básica".
No plenário, Mozarildo já leu o Manifesto da Grande Loja Maçônica de Roraima, já prestou homenagem ao Dia do Pai Maçom e já fez "uma análise do papel histórico da maçonaria no mundo, ressaltando a operosidade da instituição no contexto social".
Um dos maiores orgulhos do senador no parlamento é o livro "O Senado e a Maçonaria" (472 páginas), assinado por ele e pelo ex-senador Efraim Morais (DEM-RN), também maçom. Impressa na gráfica do Senado, a obra reúne 44 discursos de atuais e ex-senadores sobre o tema.
TRADIÇÃO
Em campanha, Mozarildo faz discurso pela abertura do Grande Oriente. "A maçonaria precisa sair da clausura, ser menos conservadora", diz. "Não pode se contentar em ser uma entidade só de cerimônias e condecorações."
Suas ideias de abertura, porém, não contemplam a revisão de algumas regras discriminatórias da entidade, como a recusa à participação de mulheres e o veto à filiação de deficientes físicos, tradições herdadas da Idade Média, dos primeiros grupos de pedreiros de templos, muralhas e castelos na Europa--a origem da instituição.
Outra cláusula fundamental da maçonaria é a não aceitação de ateus. Todo filiado é obrigado a acreditar em algum ser superior, independentemente da religião. Como pode ser qualquer deus, esse ser superior é chamado internamente de Grande Arquiteto do Universo, simbolizado pela letra "G".
Um dos concorrentes de Mozarildo na disputa é o atual grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil, o servidor público aposentado do Banco Central Marcos José da Silva, candidato à reeleição.
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Silva faz campanha ressaltando realizações de sua gestão, sempre dando ênfase aos aspectos financeiros. Além da manutenção de anuidade de R$ 90 por cinco anos "sem reajuste", o destaque é a construção de um centro cultural maçônico de 4.900 m² em Brasília, "obra de R$ 12 milhões totalmente paga à vista", ressalta João Guimarães, seu chefe de gabinete.
O terceiro aspirante é o advogado Benedito Marques Ballouk, membro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo na "vida profana", como diz o jargão maçom; ex-grão-mestre de São Paulo na "vida maçônica", o equivalente a governador.
Na disputa, Ballouk também clama por modernização. Depois de exaltar a participação de maçons ilustres na Independência, na Proclamação da República e na Abolição da Escravatura --exaltações, aliás, feitas por todos os maçons ouvidos para esta reportagem--, Ballouk repete o mantra de sua campanha: "A maçonaria precisa voltar a ser parte da elite estratégica do país; hoje somos só uma elite convencional".
INFLUÊNCIA
Fundado em 1822, o Grande Oriente do Brasil é uma das três maiores "potências" maçônicas do país. Em 1927, por divergências eleitorais, um grupo saiu e fundou uma ordem concorrente, conhecida como Grandes Lojas. Em 1973, após nova ruptura, surgiu a "obediência" Grandes Orientes Independentes. Estima-se que, juntas, as três tenham 220 mil maçons.
O próximo comandante do Grande Oriente deverá assumir o controle da entidade num momento histórico paradoxal em seus 190 anos.
Contanto mestres (os únicos votantes), companheiros e aprendizes --os três estágios internos--, são 78 mil maçons associados à ordem. A entidade nunca teve tanta gente. Mas, numa avaliação bastante comum entre os próprios adeptos, nunca foi tão pouco influente.
Entre os notáveis sempre louvados estão figuras como José Bonifácio, Patriarca da Independência e primeiro grão-mestre da instituição, D. Pedro I, Rui Barbosa, marechal Deodoro da Fonseca e Joaquim Nabuco.
Hoje, o mais ilustre é o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que, no entanto, não costuma ser citado com muito entusiasmo por seus "irmãos". "Faz tempo que ele não aparece por aqui, acho que está inativo", diz o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo Antonio Carlos Mendes, maçom oficial de gabinete do Grande Oriente paulista.
Nas contas de Mozarildo, há hoje 58 deputados federais maçons no Congresso Nacional e outros seis senadores. "Uma das minhas propostas é organizar a bancada da maçonaria", afirma. "Imagine só: seria maior que a de muitos partidos de hoje."
Enquanto a bancada não se organiza, os maçons da Câmara e do Senado só são notados quando sobem à tribuna para prestar homenagens à organização quando é 20 de agosto, o Dia do Maçom. No Senado, os seis que sempre comparecem, além de Mozarildo, são Alvaro Dias (PSDB-PR), Cícero Lucena (PSDB-PB), Gim Argelo (PTB-DF), Jayme Campos (DEM-MT), Sérgio Souza (PMDB-PR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Novo secretário particular de Alckmin lidera 'nova direita'



O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) levou para o seu círculo mais próximo de assessores um advogado de 37 anos que ganhou espaço na imprensa em 2010 ao se apresentar como um dos fundadores do movimento "Endireita Brasil" e se autodenomina um representante da "direita liberal" no país.


Nomeado secretário particular do governador, Ricardo Salles pregou contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, classificou o MST como grupo "criminoso" e acusou o governo Lula de promover uma revanche contra militares após levar "terroristas" ao "poder" ao divulgar suas convicções em um blog.
No governo, ele terá como principal função articular os encontros e agendas públicas do governador, a quem está diretamente subordinado.
O blog de Salles conta com uma seção de vídeos, a maioria divulgada em 2010.
"Estamos aqui para falar do PNDH III e dos anistiados", explica, no início de um filme divulgado em setembro daquele ano, no qual fala do projeto do governo Lula que previa a criação da hoje já instalada Comissão da Verdade.
"Esses que estão no poder, que no passado assaltaram, sequestraram, mataram pessoas na tentativa de instaurar uma ditadura de esquerda, querem o revanchismo", diz.
O filme foi divulgado no auge da campanha da hoje presidente Dilma Rousseff (PT), que atuou em movimentos de resistência à ditadura quando jovem. "Não podemos permitir que essas pessoas tentem fraudar a história (...) para premiar os terroristas de ontem que hoje estão no poder."


Em outro vídeo, Salles afirma que o casamento de pessoas do mesmo sexo "contraria os princípios da família". Em um terceiro, intitulado "Tudo aos bandidos do campo", critica o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Procurada, a assessoria de Alckmin disse que as opiniões manifestadas por Salles "há três anos" são de "caráter exclusivamente pessoal".
"As opiniões do governador sobre esses temas são públicas. Alckmin sempre declarou-se favorável à união civil de homossexuais. Sancionou, em 2001, lei que pune a homofobia", disse a assessoria em nota. "Alckmin militou contra a ditadura militar. São traços indissociáveis de sua história a defesa da democracia e o repúdio ao autoritarismo."
No texto, o governo ressalta ainda que "fortaleceu a rede de proteção aos trabalhadores sem terra, por meio de políticas de implantação e apoio aos assentamentos".
Por: DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

PMDB reelege Michel Temer para presidir partido




No entanto, vice-presidente vai se licenciar do comando do partido e deixar funções administrativas para o senador Valdir Raupp (RO)

Convenção do PMDB reconduziu Temer ao comando do partido 
Alan Sampaio / iG Brasília
O maior aliado do PT na coalizão do governo Dilma Rousseff, o PMDB, reconduziu Michel Temer, vice-presidente da República, à presidência da legenda na convenção deste sábado, marcada pela presença de Dilma reafirmando a parceria com os peemedebistas para disputar a reeleição em 2014.

Temer, porém, irá se licenciar do comando do PMDB, como tem feito desde que foi eleito vice-presidente da República, em 2010, e deixar as funções adminitrativas com o vice, senador Valdir Raupp (RO). 
"Eu vou deixar toda atividade administrativa e gerencial do PMDB para o Raupp, como da outra vez. Vai ser logo, agora. Vai ser quase automático", disse Temer à Reuters.
Mais cedo, Dilma foi até a convenção e fez um discurso recheado de elogios ao seu vice e ao PMDB, dando a entender que reeditará a dobradinha com o atual vice em 2014.
"Eu conclamo o PMDB e sua juventude, suas mulheres, seu parlamentares, suas lideranças e sobretudo sua militância a continuarmos trabalhando juntos, para garantir que o fim da miséria seja só um começo", discursou Dilma.
"O PMDB me deu o vice-presidente Michel Temer, que divide comigo a responsabilidade pela condução do país e reforça com suas qualidades de político competente, sério e excepcional negociador a capacidade de articulação do governo, nos representanto de forma soberana e altiva no plano internacional", acrescentou ela.
Os elogios não deixaram dúvidas no PMDB de que Dilma e o PT já escolheram a sigla como parceira preferencial para 2014, depois de que alas do PT defenderam dar a vaga de vice ao PSB, para evitar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, concorresse à Presidência.
Questionado se a presidente deveria ser mais explícita sobre a aliança com o PMDB, Temer disse que Dilma foi muito clara.
"Mais (clara) seria impossível, seria uma indelicadeza, até porque ela não é candidata a presidente, ela será candidata à presidente no ano que vem. Se dissesse mais do que disse seria um exagero retórico", disse.
Palanques
Elementos presentes em quase todos os discursos de peemedebistas neste sábado, a unidade do partido e a forte aliança com o PT podem sofrer abalos na hora de formar os palanques para a disputa dos Estados.
Um exemplo dessa possibilidade é a corrida pelo governo do Rio de Janeiro. O governador Sérgio Cabral e o PMDB não abrem mão de lançar a candidatura do atual vice-governador Luís Fernando Pezão. Já o PT, aliado no governo estadual, argumenta que Pezão não tem chances de vencer e exige que PMDB apóie a candidatura do senador petista Lindbergh Farias. Ele também já disse que não abre mão da disputa.
Durante a convenção deste sábado, o diretório regional do Rio de Janeiro aprovou uma moção que obriga a Comissão Executiva do partido a se posicionar nos casos em que não houver palanque único de apoio à Dilma nos Estados.
"Vamos tentar procurar evitar ao máximo possível palanques duplos, mas acho que será impossível não ter em alguns Estados dois candidatos, um do PMDB disputando o governo e um do PT. Nesses casos, vamos ter que conciliar os dois palanques", disse Raupp.
Segundo ele, ainda há espaço para diálogo no Rio de Janeiro para se construir um palanque único. Mas descartou a possibilidade do PMDB não ter candidato.
"Não posso falar sobre hipóteses, principalmente de outro partido. Posso falar pelo PMDB, o PMDB terá com certeza candidatura própria no Rio de Janeiro e certamente em mais 20 Estados brasileiros", acrescentou Raupp.

A Dream That Only I Can Know (with lyrics)



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