sábado 22 2012

Mais de 3 mil inquéritos da PF apuram desvio de verba pública em prefeituras


http://www.estadao.com.br/

Investigações da Polícia Federal envolvem quase 500 prefeitos e ex-prefeitos sob suspeita

22 de dezembro de 2012 | 19h 30 Fausto MAcedo - O Estado de S.Paulo
A Polícia Federal conduz 3.167 inquéritos sobre desvios de recursos e corrupção envolvendo prefeituras em todo o País. Estão sob investigação 484 prefeitos e ex-prefeitos por violação ao Decreto Lei 201/67, que define os ilícitos de responsabilidade de administradores municipais.
A prefeitura de Amontada (CE) é investigada por suposto desvio de verba para saneamento básico - sitedanotica.com
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A prefeitura de Amontada (CE) é investigada por suposto desvio de verba para saneamento básico
Os dados constam de levantamento realizado pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) – braço da PF que aloja setores estratégicos da instituição, inclusive o serviço de análise de dados de inteligência e a divisão de repressão a crimes financeiros.
O Maranhão é o Estado onde a PF mais trabalha, com um acervo de 644 inquéritos relativos a fraudes em gestões municipais. A Bahia está em segundo lugar, com 490 inquéritos, seguida de Ceará (296), Piauí (285), Pará (196) e Pernambuco (194).
"Certamente esses Estados, por serem mais carentes, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) muito baixo, acabam recebendo mais recursos da União, verba vinculada, e aí, obviamente, nessas regiões pode ocorrer mais desvios", disse o delegado Oslain Campos Santana, chefe da Dicor. Em São Paulo, são 96 os inquéritos sobre gestores que atropelaram a lei; em Alagoas, 83; e no Rio de Janeiro, 60.
Além de prefeitos e ex-prefeitos, são investigados 182 servidores municipais, 87 secretários municipais e 63 funcionários que ocupam cargos de comissão.
Esses dados são relativos apenas à atuação da PF – centenas de outros prefeitos e ex-prefeitos são réus em demandas movidas pelo Ministério Público nos Estados, que detém competência para propor ações com base na Lei da Improbidade.
Conluio. Oslain Santana é um policial tarimbado. Já passou por setores sensíveis da corporação e lugares remotos do País desde que ingressou na PF, há 17 anos. Ao analisar as informações relativas aos malfeitos das prefeituras, ele faz uma ponderação. "Muitas vezes pode ser que não tenha crime de prefeito ou envolvimento do ordenador de despesa. Pode ter havido um conluio entre empresários que formam cartel para fraudar licitação."
Ele observa que, com tantos inquéritos, a polícia acaba contrariando interesses. "Não temos partido. A corrupção é própria do ser humano. As instituições são boas, os homens não são tão bons assim."
O mapeamento abrange ainda os inquéritos sobre crimes de violação à Lei 8.666/93 (licitações) e contra a administração pública – peculato, concussão (extorsão por servidor público), corrupção passiva e ativa, tráfico de influência e inserção de dados falsos nos programas de informação. Esses inquéritos estão à parte das investigações referentes exclusivamente às administrações municipais.
Tais ilícitos são praticados com recursos da União em todos os níveis da administração municipal, estadual e federal, e todos os Poderes, que somam 8,1 mil inquéritos, ou 10% do volume de investigações sob responsabilidade da PF.
Ex-deputados. Neste lote do levantamento estão na mira da PF 34 ex-deputados federais, que perderam o foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal, uma vez que não exercem mais o mandato. Também são investigados nesse bloco 384 servidores públicos federais da administração direta e indireta e 1.633 agentes públicos municipais.
Por fraude à Lei de Licitações a PF mantém em curso 1.958 inquéritos. Peculato (quando o funcionário público desvia bens da administração) é alvo de 1.944 inquéritos, seguido da corrupção passiva (504), ativa (94) e concussão (145).
Em valores globais, todos os contratos sob apuração – os das prefeituras e os dos demais órgãos de governo – somam R$ 11,651 bilhões. "Não quer dizer que esse seja o montante desviado, é bom que fique claro. O valor se refere aos contratos que estão sob investigação", assinala Oslain.
Especificamente com relação às prefeituras, a PF usa como instrumento legal para enquadrar gestores à margem do decoro o Decreto Lei 201, que dispõe sobre a responsabilidade dos prefeitos e vereadores e prevê 23 situações que provocam danos ao erário – apropriação de bens ou rendas públicas, desvios em proveito próprio ou alheio, deixar de prestar contas anuais, ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por leis, fraudes à licitação, e outros. A sanção vai de 2 anos a 12 anos de prisão.
"São elevadíssimos os recursos que a União repassa para os municípios, principalmente através de convênios nas áreas de educação e saúde", diz Oslain. O delegado lembra que a PF não atua isoladamente. Grande parcela dos inquéritos instaurados tem base em auditorias da Controladoria-Geral e do Tribunal de Contas da União.

filme perfume de mulher dublado

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Filmes tristes deixam as pessoas mais felizes, diz estudo (VEJA)


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Comportamento

Estudo americano sugere que dramas alegram os humanos porque os deixam gratos por seus próprios relacionamentos

Cena do filme Desejo e Reparação, de 2007, exibido aos participantes da pesquisa Cena do filme Desejo e Reparação, de 2007, exibido aos participantes da pesquisa (Divulgação) 
Assistir a filmes tristes traz felicidade, segundo pesquisa da Universidade do Estado de Ohio, Estados Unidos, publicada na última edição do periódico Communication Research. De acordo com os cientistas, isso acontece porque a tragédia nas telas chama a atenção para aspectos positivos da vida do espectador.
"Histórias trágicas geralmente abordam temas como amor eterno, e isso leva os espectadores a pensarem sobre seus próprios entes queridos", diz Silvia Knobloch-Westerwick, principal autora do estudo. Quanto mais as pessoas se lembram de seus amados ao assistirem a esses filmes, maior é a felicidade.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Tragedy Viewers Count Their Blessings: Feeling low on Fiction Leads to Feeling High on Life

Onde foi divulgada: revista Communication Research

Quem fez: Silvia Knobloch-Westerwick, Yuan Gong, Holly Hagner e Laura Kerbeykian

Instituição: Universidade do Estado de Ohio, Estados Unidos

Dados de amostragem: 361 estudantes universitários

Resultado:  Filmes dramáticos fazem as pessoas pensarem em seus próprios relacionamentos amorosos, o que as deixa mais felizes com a própria vida.
A pesquisa envolveu 361 estudantes universitários que assistiram a uma versão resumida do filme Desejo e Reparação, de 2007. Antes e depois da exibição do vídeo, os participantes tiveram que responder a várias perguntas que mediam o quanto eles estavam felizes com a sua vida. Também tiveram que dizer, antes, depois e três vezes durante o filme, em que grau eles sentiam determinadas emoções naquele momento, incluindo a tristeza.

Ao final de tudo, os estudantes tiveram que classificar o quanto gostaram do filme e escrever sobre como o vídeo os havia levado a refletir sobre eles mesmos, seus objetivos, seus relacionamentos e a vida em geral. "O que as pessoas escreveram como resultado do filme foi a chave para entender porque os indivíduos gostam de ver filmes dramáticos", diz Knobloch-Westerwick.

Segundo a pesquisadora, os participantes que demonstraram uma tristeza crescente enquanto assistiam ao vídeo foram mais propensos a escrever sobre pessoas reais com quem eles haviam tido algum tipo de relacionamento íntimo. Isso, por sua vez, aumentou a felicidade desses participantes após a exibição. "As pessoas parecem usar dramas como uma forma de refletir sobre os relacionamentos importantes de sua própria vida. Isso pode ajudar a explicar porque filmes tristes são tão populares, apesar da tristeza que induzem momentaneamente", conta ela.

Os cientistas também testaram a teoria de que os indivíduos se sentem mais felizes após um filme dramático porque eles comparam os personagens retratados a si próprios – e se sentem bem com isso, já que suas vidas não são tão ruins. Mas esta afirmação não é válida. Os participantes que declararam pensar sobre si mesmos depois do filme, em vez de refletir sobre seus amados, não se mostraram mais felizes. Ou seja, "tragédias não aumentam a felicidade por fazerem os espectadores pensarem em si, mas sim porque ajudam essas pessoas a dar mais valor a seus próprios relacionamentos", explica a pesquisadora.

Mas por que é preciso ficar triste por ver uma história trágica para poder se sentir grato por seus relacionamentos? Segundo Knobloch-Westerwick, emoções negativas tornam as pessoas mais pensativas. "As emoções positivas são geralmente um sinal de que está tudo bem, você não precisa se preocupar, nem pensar sobre as questões da vida. Mas as emoções negativas, como a tristeza, fazem você pensar mais criticamente sobre a sua situação", conta. A pesquisa afirma ainda que os relacionamentos são, em geral, a principal fonte de felicidade na vida dos seres humanos, por isso pensar sobre eles deixam as pessoas mais felizes.
 http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/filmes-tristes-deixam-as-pessoas-mais-felizes-confirma-pesquisa

Cientistas desenvolvem cápsula capaz de absorver substâncias radioativas de líquidos(VEJA)


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Radioatividade

Produto pode tornar bebidas como água e leite seguras para consumo em regiões que foram contaminadas com altos níveis de radiação

Allen Apblett, da Universidade de Oklahoma Allen Apblett, da Universidade de Oklahoma, principal autor do estudo (Universidade de Okllahoma/Divulgação) 
Cientistas da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma cápsula capaz de absorver e reduzir a concentração de substâncias radioativas de alguns tipos de líquido, como água, leite, sucos de frutas e papinhas de criança. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, durante uma conferência da Sociedade Americana de Química na cidade americana de San Diego, na Califórnia.

Os pesquisadores acreditam que a cápsula pode ser usada, futuramente, por empresas alimentícias e também por consumidores comuns, especialmente os localizados em áreas que sofreram algum tipo de derramamento radioativo. O exemplo mais recente é o acidente nuclear ocorrido no Japão em março de 2011, que acabou por contaminar alimentos em regiões próximas à usina afetada pelo terremoto.

O pesquisador Allen Apblett, principal autor do estudo, declarou que estava experimentando métodos para remover urânio e outros metais pesados de água destinada para os humanos beberem. Estava também estudando maneiras de encontrar com facilidade o urânio em oceanos. Mas após o acidente japonês, ele e sua equipe se concentraram em tentar tornar comidas e bebidas seguras para o consumo humano, em casos de desastres semelhantes.

Saiba mais

ÓXIDOS METÁLICOS
Óxidos metálicos são compostos químicos formados por átomos de oxigênio ligados a elementos químicos da classe dos metais, sendo sempre o oxigênio mais eletronegativo. Eles compõem um grupo de materiais altamente diversificado, cujas propriedades vão desde metais a semicondutores e isolantes. A ferrugem (óxido de ferro III) e a cal (óxido de cálcio) são alguns exemplos de óxidos metálicos com os quais convivemos.
ACTINÍDEOS
Os elementos que fazem parte do período 7 da tabela periódica são conhecidos como actinídeos. O grupo, composto de metais radioativos, engloba desde o elemento de número atômico 89 (actínio, que dá nome ao grupo) ao de número 103 (laurêncio). Entre estes se encontram o urânio, de número atômico 92, e o plutônio, de número 94.
A cápsula é composta por nano partículas de óxidos metálicos (a ferrugem, por exemplo, é um óxido metálico) que reagem com determinados materiais radioativos e, consequentemente, conseguem absorvê-los. Assim, a ideia dos cientistas é inserir a cápsula nos líquidos, deixá-la agir pelo tempo necessário para que ocorra a absorção e depois retirá-la do recipiente. Esta ação reduziria a concentração de substâncias radioativas do produto em questão, tornando-o seguro para o consumo.

Os óxidos metálicos presentes na cápsula são capazes de atrair e absorver elementos químicos da tabela periódica conhecidos como actinídeos, entre eles o plutônio e o urânio, além de outros elementos radioativos como o chumbo, o arsênico e o estrôncio, relacionados normalmente com íons radioativos derivados da fissão nuclear.

Em testes preliminares de laboratório, a nova técnica foi capaz de reduzir a concentração de materiais radioativos a níveis que os pesquisadores não conseguiram nem detectar. Mas ainda não foi comprovado se a cápsula funciona da mesma forma em concentrações altas de radiação.

(Com agência EFE)
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-desenvolvem-capsula-capaz-de-absorver-substancias-radioativas-de-liquidos

Livro: o outono de Vinicius de Moraes, o grande poetinha

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Em 26/03/2012
às 16:00 \ Livros & Filmes
Cena rara Gesse e Vinícius no mar: em geral, ele acordava às 6 da tarde
CENA RARA -- Gesse e Vinícius no mar: em geral, ele não ia à praia, pois acordava às 6 da tarde
O OUTONO DO GRANDE POETINHA
A sétima mulher de Vinicius de Moraes conta que, na última década de vida, ele optou por uma produção mais popular porque estava cansado do meio intelectual e se revoltava com a velhice
Tanto quanto a poesia e a música, as paixões fulminantes, nas quais mergulhava de corpo e alma, marcaram a vida de Vinicius de Moraes, o grande parceiro de Tom Jobim.
Vinicius casou-se nove vezes. As paixões duraram, como diz seu verso, o tempo de a chama se apagar. O casamento mais resistente foi com Beatriz Azevedo de Mello, sua primeira mulher. Durou onze anos.
O mais curto acabou em menos de um ano. Foi com Cristina Gurjão, a sexta esposa.
Com Gesse, o relacionamento mais explosivo
O mais público e explosivo relacionamento de Vinicius, com a atriz baiana Gesse Gessy, a sétima, produziu levas de comentários maldosos enquanto durou – de 1970 a 1976. Os amigos acusaram a atriz, quase trinta anos mais jovem, de, literalmente, carregar Vinicius para a Bahia, iniciá-lo no candomblé, afastá-lo das “boas companhias” e encaminhá-lo para uma muito criticada veia de criação popularesca.
Hoje com 73 anos, Gesse, produtora cultural em Salvador, conta sua versão em uma biografia ainda sem título que deve lançar até o fim do ano. Ela nega responsabilidade pelas mudanças na vida ou na personalidade de Vinicius, “o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão”, segundo dizia Carlos Drummond de Andrade.
Vinicius se mudou para a Bahia para se afastar de três episódios dramáticos
Entre histórias inéditas da vida do casal, Gesse afirma que foi ele quem propôs que se mudassem para a Bahia. Queria se afastar do Rio de Janeiro para se recuperar de três episódios dramáticos: a perda da mãe, em 1968, a expulsão do Itamaraty, no ano seguinte, e, pouco depois, a tumultuada separação de Cristina Gurjão.
Segundo Gesse, o “branco mais preto do Brasil, na linha direta de Xangô” (como se apresenta no Samba da Bênção) era agnóstico e nunca pisou em um terreiro de candomblé. No golpe definitivo na imagem do grande pensador enfeitiçado por sua musa, a ex-mulher conta que ele se afastou dos versos mais eruditos simplesmente porque estava “cansado” dos intelectuais que o cercavam.
Gesse e Vinicius engataram seu romance em 1969, quando Cristina Gurjão estava grávida de poucos meses. O desfecho foi difícil. Cristina chegou a agredi-lo com um castiçal, ferindo sua testa, e quando a filha deles, Maria, nasceu, só permitiu que ele a visse dias depois.
Gesse conta que certa vez, quando Vinicius ainda estava casado, os dois foram passar uns dias em um hotel em Ouro Preto. Numa manhã, Cristina apareceu de surpresa, transtornada. Chegou a subir até o quarto levando um revólver na bolsa. Por sorte, o casal foi avisado pela recepção e Vinicius conseguiu esconder Gesse na suíte ao lado.
A saída do Itamaraty: “Demitam esse vagabundo”
O compositor, malvisto pelo governo militar, havia acabado de ser expulso do serviço diplomático, depois de 26 anos de carreira. A acusação, diga-se, não foi de subversão. Vinicius foi afastado por “conduta irregular”, ou seja, era artista e bebia.
[Há uma versão bem fundamentada de que a ordem de sua aposentadoria compulsória veio diretamente do presidente militar de plantão, marechal Arthur da Costa e Silva, nos seguintes termos: "Demitam esse vagabundo".]
Sua fase de maior sucesso de público
No livro Chega de Saudade, Ruy Castro diz que, ao receber a notícia, Vinicius chorou copiosamente, pois adorava o Itamaraty. Segundo Gesse, ele ficou sentido pela maneira como foi demitido, mas já não tinha a menor paciência com a diplomacia. “Achou que havia sido vítima de uma injustiça e ficou magoado, mas preferiu não fazer estardalhaço”, diz.
Foi a gota d’água para dar as costas ao ambiente restrito da intelectualidade carioca que reverenciava o “Poetinha”, como era chamado contra sua vontade. Vinicius mudou de cidade e de gostos.
Nasceu assim a parceria com o violonista Toquinho. Foi sua fase de maior sucesso de público.

Pingos nos is Gesse hoje: biografia para desfazer o mito de que "enfeitiçou" Vinicius (Foto: Pedro Accioly)
PINGOS NOS IIS --Gesse hoje: biografia para desfazer o mito de que "enfeitiçou" Vinicius (Foto: Pedro Accioly)
Encarando a velhice e a proximidade da morte
Na Bahia, Vinicius en­carou a velhice e a proximidade da morte.
A diferença de idade entre ele e Gesse o perturbava. Reagiu com um palavrão quando o recepcionista de um hotel na Espanha elogiou a beleza da “sua filha”.
Alcoólatra e diabético, odiava exercícios físicos e não considerava a hipótese de deixar a bebida. Escondia doces no bolso e, quando Gesse descobria, usava sempre a mesma desculpa: “Trouxe para você”. A cada três meses, ela o internava para um período de desintoxicação em uma clínica.
A vida em Salvador, paradoxalmente, não foi passada sob o sossego da sombra de um coqueiro. Gesse conta que o compositor de Tarde em Itapuã(inspirada em um pescador) odiava o sol e só muito raramente a acompanhava ao banho de mar.
A madrugada na banheira
Vinicius acordava às 6 da tarde, começava a beber e entrava na banheira, onde passava a madrugada. Só dormia ao amanhecer. Certa noite, propôs a Gesse um pacto de morte. Planejou inclusive como se mataria: comendo uma bandeja de papos de anjo, seu doce predileto, e entrando em coma diabético. “Uma morte suave, em que parece que a pessoa está viajando para o Polo Norte”, disse.
O casal se separou em 1976. Vinicius morreu quatro anos e dois casamentos depois, vítima de edema pulmonar, mergulhado na banheira de sua casa no Rio de Janeiro.
(Reportagem de Marcelo Bortoloti publicada na edição impressa de VEJA
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/dica-de-leitura/livro-o-outono-de-vinicius-de-moraes-o-grande-poetinha/

Mais da metade dos cânceres é evitável, diz estudo(VEJA)


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Câncer

Número de casos poderia ser reduzido se fossem adotados hábitos saudáveis e colocados em prática os conhecimentos que já se têm sobre a doença

tabagismo fumante cigarro Tabagismo: responsável por um terço de todos os casos de câncer nos Estados Unidos e até três quartos dos casos de câncer de pulmão (Thinkstock)
Mais da metade de todos os cânceres poderia ser evitada, afirmaram cientistas americanos em um estudo publicado na revista Science Translational Medicine, nesta quarta-feira. Para que a redução aconteça, argumenta o artigo, é preciso adotar estilos de vida mais saudáveis, baseados nos conhecimentos já públicos sobre como prevenir a doença.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Applying What We Know to Accelerate Cancer Prevention

Onde foi divulgada: revista Science Translational Medicine

Quem fez: Graham A. Colditz, Kathleen Y. Wolin e Sarah Gehlert

Instituição: Centro Oncológico Siteman da Universidade de Washington em St. Louis

Resultado: A incidência de câncer pode ser reduzida mudando os hábitos individuais e da população e por meio de políticas de saúde pública. Os casos poderiam ser reduzidos pela metade se fossem adotados os conhecimentos que já se têm sobre a doença.
O tabagismo, por exemplo, é responsável por um terço de todos os casos de câncer nos Estados Unidos e até três quartos dos casos de câncer de pulmão no país. E, mesmo sabendo dos riscos envolvidos no ato de fumar, as pessoas mantêm o hábito que pode dar origem à doença.


Estudos científicos já demonstraram que muitos outros tipos de câncer também podem ser evitados com medidas relativamente simples. O HPV (papilomavírus humano) e a hepatite, que podem provocar câncer de colo do útero e de fígado, respectivamente, podem ser prevenidos com vacinas. O câncer de pele, um dos cânceres mais comuns (é o mais comum no Brasil), pode ser evitado com o uso de protetores solares ou simplesmente observando os horários corretos para se expor ao sol.

"A sociedade deve reconhecer a necessidade destas mudanças e levá-las a sério na tentativa de desenvolver hábitos mais saudáveis", afirmaram os pesquisadores. "É hora de começarmos a aplicar o que sabemos", disse a coordenadora do artigo, Graham Colditz, epidemiologista do Centro Oncológico Siteman da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri.
Obstáculos — Praticar exercícios, comer bem e não fumar são hábitos chave para evitar quase a metade das 577.000 mortes por câncer nos Estados Unidos previstas para este ano, um número superado apenas pelas doenças cardíacas, acrescentou o estudo. No Brasil, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), serão 520.000 casos em 2012.

Mas os especialistas destacaram uma série de obstáculos para as mudanças de hábito em uma sociedade na qual, segundo estimativas, foram diagnosticados mais de 1,6 milhão de casos de câncer este ano. Entre os percalços, destacaram o ceticismo de que o câncer pode ser evitado e o hábito de intervir tarde demais para deter ou prevenir um tumor maligno já instalado.

Além disso, grande parte das pesquisas sobre o câncer se concentra no tratamento em vez da prevenção, e tende a ter uma visão de curto prazo em vez de um enfoque de longo prazo. "Os seres humanos são impacientes e esta característica humana, em si, é um obstáculo para a prevenção do câncer", ressaltou o estudo.

As grandes diferenças de renda entre as classes sociais altas e as baixas, que fazem com que os pobres tendam a ficar mais expostos a fatores de risco do que os ricos, complicam ainda mais o panorama. "Assim como nos outros países, a estratificação social nos Estados Unidos exacerba as diferenças de estilo de vida, como o acesso a cuidados de saúde, a prevenção especial e os serviços de detecção precoce", destacou o estudo. "As mamografias, os exames de cólon, o apoio para a dieta e a nutrição, os recursos para parar de fumar e os mecanismos de proteção solar simplesmente estão menos disponíveis para os pobres", acrescentaram os pesquisadores.

Ainda assim Colditz apontou o sucesso de alguns programas, como o que ajudou a eliminar de forma relativamente rápida a gordura trans dos alimentos nos EUA e o declínio no número de fumantes após a adoção de leis que restringiram o consumo de tabaco. No Brasil foi observado fenômeno semelhante. O número de pessoas que fumam dois ou mais maços de cigarro por dia na cidade de São Paulo caiu 31% entre 2009 e 2010, depois que a lei antifumo foi promulgada.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/mais-da-metade-dos-canceres-e-evitavel-diz-estudo-americano  

Via Láctea abriga bilhões de planetas habitáveis, diz estudo(VEJA)


Astronomia

Astrônomos estimam que 40% das anãs vermelhas - estrelas mais comuns de nossa galáxia - possuem planetas maiores do que a Terra em sua órbita

Representação artística de como os astrônomos acreditam ser o entardecer no planeta recém-descoberto Gliese 667 Cc, o mais semelhante à Terra já encontrado Representação artística de como os astrônomos acreditam ser o entardecer no planeta recém-descoberto 'Gliese 667 Cc', o mais semelhante à Terra já encontrado (European Southern Observatory (ESO)) 
Pesquisa realizada pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) – uma organização intergovernamental de pesquisa em astronomia – descobriu que a Via Láctea abriga bilhões de planetas rochosos maiores do que a Terra, que ocupam as zonas habitáveis de estrelas conhecidas como anãs vermelhas. Os dados foram obtidos pelo espectrógrafo HARPS, um instrumento que tem como função descobrir planetas, instalado em um telescópio do observatório La Silla, no Chile.

Saiba mais

ANÃ VERMELHA
As estrelas conhecidas como anãs vermelhas são pequenas – menores que a metade da massa do Sol –, têm a superfície relativamente fria, quando comparadas à temperatura solar, e apresentam fraca luminosidade. São, porém, muito comuns e vivem durante muito tempo, correspondendo a cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea.
SUPER-TERRA
Planetas maiores do que a Terra, mas menores que os planetas gigantes do Sistema Solar, como Júpiter e Saturno, são chamados de super-Terras. Eles possuem massas de uma a dez vezes maiores do que a massa terrestre. O termo se refere apenas à massa do planeta, excluindo qualquer outra característica, como temperatura, composição e habitabilidade.
Nas vizinhanças imediatas do Sistema Solar, os cientistas estimam que haja cerca de uma centena dos tais planetas, chamados de super-Terras, por possuírem massas maiores do que o nosso planeta. Segundo eles, essa foi a primeira vez em que foi medida de forma direta a frequência desses planetas em torno das estrelas mais comuns da nossa galáxia, as anãs vermelhas, que constituem cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea.

"Cerca de 40% de todas as estrelas anãs vermelhas possuem uma super-Terra em sua zona habitável", diz Xavier Bonfils, coordenador da equipe que realizou o estudo. "Como as anãs vermelhas são muito comuns – existem cerca de 160 bilhões delas na Via Láctea –, chegamos ao resultado surpreendente de que deve haver dezenas de bilhões planetas deste tipo só em nossa galáxia", explica. Planetas gigantes, com massa de 100 a 1.000 vezes maior do que a terrestre, são menos comuns em torno delas. A estimativa é de que astros semelhantes a Júpiter e Saturno apareçam em menos de 12% das anãs vermelhas.
Os astrônomos chegaram a esses números após analisar, durante seis anos, uma amostra cuidadosamente selecionada de 102 estrelas anãs vermelhas. Neste grupo, eles encontraram nove super-Terras e conseguiram estimar suas massas e a que distância elas orbitavam as estrelas. Reunindo esses dados a observações de estrelas sem planetas e à fração de planetas existentes que ainda podem ser descobertos, a equipe chegou à frequência de super-Terras em zonas habitáveis: 41%, podendo variar de 28% a 95%.

"A zona habitável em torno de uma anã vermelha, onde a temperatura é favorável à existência de água líquida na superfície do planeta, encontra-se muito mais próxima da estrela do que a Terra está próxima do Sol", diz Stéphane Udry, membro da equipe. "Mas sabe-se que as anãs vermelhas estão sujeitas a erupções estelares, o que faz com o planeta seja banhado por radiação ultravioleta e raios-X, tornando assim a vida mais improvável", conta.

"Agora que sabemos que existem muitas super-Terras na órbita de anãs vermelhas próximas de nós, precisamos identificar mais delas. Esperamos que alguns destes planetas passem na frente das suas estrelas hospedeiras, o que nos dará a excelente oportunidade de estudar a atmosfera do planeta e procurar sinais de vida", explica Xavier Delfosse, outro astrônomo que participou do estudo.

(Com agência EFE)
  http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/estudo-indica-que-via-lactea-tem-bilhoes-de-planetas-supostamente-habitaveis

Fotógrafa é condenada por fazer fotos eróticas da filha


Gente

Eva tinha quatro anos quando, segundo conta no processo, foi obrigada pela primeira vez por Irina Ionesco a posar para imagens que beiravam a pornografia

Montagem com Irina Ionesco e sua filha Eva
Montagem com Irina Ionesco e sua filha Eva (Francois Guillot e Guillaume Baptiste/AFP)
A fotógrafa Irina Ionesco foi condenada na última segunda-feira a pagar 10.000 euros à própria filha, Eva, que a processou por tê-la obrigado a posar nua a partir dos 4 anos de idade, em imagens que beiram a pornografia. A decisão foi tomada por um tribunal de Paris, em processo movido por danos e atentado ao direito da imagem e à vida privada. Eva pedia indenização de 200.000 euros, de acordo com o jornal português Público.
As imagens foram feitas por Irina durante oito anos nos anos 1970 -- dos 4 aos 12 de Eva -- e garantiram fama internacional à fotógrafa. Para justificá-las, Irina diz que a filha consentiu e até deu ideias para as fotos, que foram expostas na mostra Eva: Eloge de Ma Fille, de 1975. Imagens também ganharam espaço na Playboy, fazendo de Eva a mais jovem modelo a aparecer nua na revista. 
Esta não é a primeira vez que Eva processa a mãe. Ela vinha há anos tentando obter algum tipo de indenização pelo mau que diz ter sofrido. Em 1998, a polícia francesa chegou a entrar na casa de Irina para confiscar imagens eróticas de Eva criança. 
A história também chegou ao cinema, no filme My Little Princess (2011), rodado pela própria Eva e estrelado por Isabelle Huppert, como Irina Ionesco. 

Na favela, réveillon na laje pode custar até 1.000 reais


Rio de Janeiro

Organizadores prometem a melhor vista da cidade e dos fogos de Copacabana, pratos tradicionais na ceia e muita bebida em morros pacificados

Pollyane Lima e Silva, do Rio de Janeiro
Pavão-Pavãozinho: Laje da Dona Azelina tem vista privilegiada dos fogos de Copacabana
Pavão-Pavãozinho: Laje da Dona Azelina tem vista privilegiada dos fogos de Copacabana (Divulgação)
Eles desfrutam de algumas das vistas mais privilegiadas do Rio de Janeiro. No Réveillon, abrem seus espaços para receber um grupo seleto de convidados dispostos a pagar caro por isso. O ingresso para uma festa de virada de ano na laje de uma favela pode custar até 1.000 reais por pessoa. Esse é o preço cobrado por Dona Azelina, para os turistas que quiserem subir o morro do Pavão-Pavãozinho e acompanhar do alto o show de fogos de artifício da praia de Copacabana, quase em frente.
Este será o quarto ano da festa, organizada por Daniel Plá, com promessa de requinte. No cardápio, rigatoni de rabada e paella carioca, além de salgadinhos feitos pela dona da casa. Entre as bebidas, champanhe da marca Chandon, uísque 12 anos e caipirinha de vodca. “São as mesmas opções servidas nos grandes réveillons da cidade”, ressalta Daniel. Em nome da sofisticação, cortou-se a cerveja. O funk também está cortado da seleção de músicas, que deve variar entre samba de raiz e bossa nova. 
A laje tem capacidade para 60 pessoas – 30 da comunidade e 30 de fora, que receberão camisetas para evitar penetras. “Queremos incentivar outras lajes a promover essas festas, promovendo a integração entre morro e asfalto”, conta o organizador, que garante a melhor vista da cidade. “É possível ver todos os fogos da praia, sem nenhum obstáculo na sua frente. Não precisa nem virar a cabeça.” Quem comprovar residência na cidade ganha um desconto, e pode pagar “apenas” 450 reais por pessoa. “O objetivo é atrair mais cariocas”, explica Daniel.
Outras opções - Quem não fizer questão de festa chique no morro – e quiser pagar menos – tem uma opção na favela vizinha, a do Cantagalo. A 250 reais por pessoa, o cardápio se resume a churrasco, cerveja e caipirinha. É o primeiro ano do evento, também planejado por Daniel. Lá, o funk está liberado. Só o número de vagas é limitado: 10 pessoas, que sobem para a laje aprendendo a tocar tamborim. Outras informações sobre as duas festas, com Daniel, no telefone: (21) 8671-1222.

Atrás da praia do Leme, outra opção é o morro do Chapéu Mangueira, onde o hostel Favela Inn oferece até uma noite de sono e o café da manhã seguinte, a 200 reais por pessoa. Mas as bebidas – cerveja, caipirinha, refrigerante, água e suco – serão cobradas à parte. O cardápio é o de uma ceia tradicional, com pernil, chester e também opções para vegetarianos. “Vai ser nossa primeira experiência”, conta Cristiane de Oliveira, responsável pelos eventos. A capacidade é 18 pessoas, com a estadia. Há, ainda, outras 10 vagas para quem for só para a festa. Neste caso, o preço cai para 150 reais por pessoa. Contato, pelo telefone (21) 3209-2870. 
A laje de Jean Pierre, na favela do Vidigal, promete um réveillon confortável, principalmente no que diz respeito a vagas: o ambiente de 200 metros quadrados abriga tranquilamente 160 pessoas, ele garante. Os primeiros 100 convites serão vendidos a 150 reais cada, e os demais, a 250 reais. Será o segundo ano da festa, com cardápio encomendado a um buffet. “Teremos frios, frutas, pernil e lentilha. Aves a gente não coloca, porque ciscam para trás”, comenta o 

organizador, que está planejando também queima de fogos de artifícios particular, além dos que poderão ser vistos em Copacabana. O telefone do Espaço Jean Pierre é (21) 3322-7252.
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/na-favela-reveillon-na-laje-pode-custar-ate-1-000-reais

Antonio Vivaldi - "Summer" from four seasons

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Lulu Santos Tempos Modernos

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