quinta-feira 29 2012

Love Of My Life (Live at Wembley 1986) [Queen]

:)

Com diploma falso, Rose emplacou ex na seguradora do BB


Operação Porto Seguro

Paulo Vieira, ex-diretor da ANA, encomendou certificado acadêmico fajuto para que José Claudio Noronha, ex-marido de Rosemary Nóvoa, pudesse ser indicado a cargo na Aliança do Brasil Seguros, atual Brasilprev Seguros e Previdência

Ana Clara Costa e Laura Diniz
Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo
Rosemary Nóvoa de Noronha: ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo (Estadão Conteúdo)
As trocas de favores entre a ex-chefe de gabinete da Presidência da República, Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, e o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, foram muito além das indicações de cargos. Ela costumava usar os serviços de seus afilhados políticos para resolver problemas pessoais, como o divórcio e a pensão do atual marido e o diploma de curso superior para o ex-marido, José Cláudio Noronha, de quem ela ainda herda o sobrenome.
Segundo trechos obtidos por VEJA da investigação que deflagrou a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, Rose e Vieira trocaram dezenas de e-mails em 2009 sobre o tema identificado como "diploma para o JCN" – sigla que ela usava para se referir ao ex nas mensagens. A ex-chefe de gabinete queria indicar o pai de suas duas filhas a uma vaga na Aliança do Brasil Seguros – a seguradora do Banco do Brasil, posteriormente rebatizada Brasilprev Seguros e Previdência. Noronha, que trabalha como assessor especial na Superintendência da Infraero em São Paulo, não cursou faculdade e, por proibição regimental, não poderia assumir cargo na empresa. Ciente do obstáculo, Rose não se intimidou. Procurou Vieira para conseguir um certificado falso que permitisse ao marido abocanhar a vaga de suplente no conselho de administração da Aliança, o que já lhe garantiria uma polpuda remuneração.
"Graças a Deus saiu o que eu esperava. Preciso do diploma urgente. Para adiantar, tenho que colocar no currículo a formação. Qual é o nome?”, questionou a ex-chefe de gabinete do governo petista em e-mail enviado a Paulo em 4 de maio de 2009. Segundo o inquérito, o que Rose tanto esperava era a vaga para seu ex-marido. Ela, aparentemente, demonstrava total desconhecimento do título que Claudio receberia – afinal o que lhe interessava era apenas o papel que lhe permitiria dar prosseguimento à negociação para sacramentar a indicação. No passo seguinte, coube ao ex-diretor da ANA não apenas forjar o diploma como também obter o reconhecimento oficial do Ministério da Educação (MEC).
Reprodução
Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"
Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"
Dois meses depois, após seguidas súplicas envidas via e-mail por Rose – muitas delas escritas em letras garrafais –, o diretor da ANA respondeu: "Desculpe só responder agora. É que fiquei muito gripado e o pessoal do MEC tá (sic) dando muito trabalho. Quanto ao JCN, não se preocupe. Essa questão está resolvida. Os documentos devem chegar a qualquer momento", disse Paulo Vieira, que é apontado pela PF como o chefe da quadrilha que comprava relatórios de funcionários públicos para favorecer empresas privadas.
Reprodução
Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"
Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"
A demora em receber o diploma prosseguiu por mais quatro meses – período em que Rose cobrou e questionou Vieira de forma incansável. Em novembro daquele mesmo ano, para alívio da ex-chefe de gabinete, o documento foi finalmente registrado pelo MEC – que, na época, era dirigido pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT/SP). Como resultado, o ex-marido de Rose acabara de ganhar um título oficial de Bacharel em Administração de Empresas. Em setembro de 2010, a nomeação de Noronha na Aliança do Brasil foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Como era usual em seus e-mails, Rose agradeceu com um “Finalmente! Obrigada!”
Reprodução
Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"
Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"
Demissão – O envolvimento de Rosemary Nóvoa – demitida pela presidente Dilma Rousseff por seu envolvimento com a quadrilha que vendia pareceres fraudulentos de órgãos do governo – na indicação de José Claudio Noronha, o JCN, pode lhe custar o cargo na Brasilprev. Segundo a Agência O Globo, o BB já teria decidido por sua destituição.
A instituição financeira deve pedir a substituição do ex-marido de Rose no próximo encontro do conselho, que deve ocorrer semana que vem. Uma reunião extraordinária deve ser convocada para oficializar o afastamento.
Participação do MEC – As benesses de Paulo Vieira no MEC lhe permitiram muito mais que forjar um diploma. Citado amplamente no inquérito, o ex-consultor jurídico do MEC, Esmeraldo Malheiros Santos, é acusado pela Polícia Federal de entregar a Vieira pareceres da pasta que seriam utilizados por faculdades ameaçadas de descredenciamento.
A polícia interceptou um e-mail de dezembro de 2010, no qual Paulo Vieira afirma: "Peça para a sua amiga fazer um bom relatório e logo", referindo-se à manifestação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela avaliação das faculdades.

Vieira também obteve uma senha privativa de um funcionário do MEC para alterar números de uma de suas faculdades, a Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro, no interior de São Paulo.

Queen - 'Love Of My Life'

:)

Estatina associada a exercícios físicos reduz em até 70% o risco de mortalidade


Expectativa de vida

Segundo novo estudo, medicamento sozinho também diminui essas chances, mas a combinação dos dois hábitos surte efeitos melhores em pessoas com colesterol alto

Estatina: Estudo associa medicamento para colesterol a um menor risco de morte por câncer
Estatina: Aliar medicamento à atividade física melhora os efeitos positivos do tratamento (Thinkstock)
Um novo estudo americano concluiu que aliar o uso de estatina, medicamento que controla os níveis de colesterol no sangue, à prática regular de atividade física pode reduzir em até 70% o risco de morte em um período de dez anos entre pessoas com colesterol alto. A pesquisa mostrou que cada um desses dois hábitos, se seguidos individualmente, também surte esse benefício, mas que o efeito positivo é muito maior se eles forem combinados. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira na revista médica The Lancet.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Interactive effects of fitness and statin treatment on mortality risk in veterans with dyslipidaemia: a cohort study

Onde foi divulgada: revista The Lancet

Quem fez: Peter F Kokkinos, Charles Faselis, Demosthenes Panagiotakos e Michael Doumas

Instituição: Centro Médico Veterans Affairs, Universidade Georgetown, Universidade George Washington e Universidade Stanford, todas nos Estados Unidos

Dados de amostragem: 10.043 pessoas com idade media de 59 anos e com colesterol alto

Resultado: Aliar o uso de estatina à prática de atividades físicas é melhor do que seguir algum desses hábitos individualmente para reduzir o risco de morte em 10 anos entre pessoas com colesterol alto
Participaram do estudo 10.043 pessoas com uma idade média de 59 anos que tinham problemas de colesterol alto. Elas foram acompanhadas ao longo de dez anos. Nesse período, 2.318 indivíduos morreram, uma taxa de 22 mortes por 1.000 pessoas ao ano.
Segundo a pesquisa, a taxa de mortalidade entre os participantes que usaram a estatina foi 35% menor do que a daqueles que não faziam uso do medicamento. Além disso, quanto melhor era o condicionamento físico de um indivíduo, menor sua chance de morrer em um período de dez anos. De acordo com os resultados, participantes que tomavam estatina e que tinham melhor condicionamento físico tiveram um risco até 70% menor do que aqueles com pior condicionamento, mas que também faziam uso do medicamento.
De acordo com Peter Kokkinos, coordenador do estudo, a melhora do condicionamento físico pode ser obtida com atividades de carga moderada, como com 30 minutos de caminhada rápida ao dia, por exemplo. Além disso, ele afirma que os exercícios, por serem tão benéficos quanto as estatinas para a redução do risco de morte, são opções ideais






a pacientes que não podem fazer uso do medicamento devido aos seus efeitos colaterais. 
O coordenador da pesquisa, porém, reforça que a mensagem do estudo não é incentivar as pessoas a deixarem de fazer uso de estatinas. O remédio, ele explica, é essencial para reduzir eventos cardiovasculares, efeito que foi comprovado por uma série de trabalhos. Segundo Kokkinos, o que seus resultados reforçam é a importância da prática regular de atividades físicas e a eficácia da estatina.
Discussão — A estatina já foi associada por diversos estudos a uma série de benefícios, entre eles a redução do crescimento da próstata — quadro que pode indicar presença de um tumor e de outros problemas benignos — em homens com predisposição à doença e a diminuição do risco de pancreatite, um processo inflamatório que ocorre no pâncreas. Uma pesquisa recente também mostrou que a droga é capaz de reduzir as chances de morte por câncer em até 15%.
Porém, nem todas as pesquisas apontaram para efeitos positivos do medicamento, e alguns trabalhos revelaram que a droga pode elevar as chances de um indivíduo desenvolver diabetes. Ainda assim, um artigo divulgado em agosto também pela revista The Lancet considerou que os benefícios do remédio à saúde cardiovascular compensam o risco dos efeitos negativos.

Corpo de Joelmir Beting será cremado


Memória

O jornalista morreu na madrugada desta quinta-feira, à 0h55, aos 75 anos, após sofrer um AVE. Seu corpo será velado até 14h no Cemitério do Morumbi

O jornalista Joelmir Beting
O jornalista Joelmir Beting (Claudio Rossi)
O corpo do jornalista Joelmir Beting, que morreu na madrugada desta quinta-feira, aos 75 anos, será cremado nesta tarde. Ele está sendo velado no Cemitério do Morumbi desde as 8h da manhã e, às 14h, haverá um funeral, do qual só poderão participar seus familiares.
Diogo Moreira/Frame/Folhapress
Mauro Beting no velório de seu pai, o jornalista Joelmir Beting realizado no cemitério do Morumbi
Mauro Beting no velório de seu pai, o jornalista Joelmir Beting realizado no cemitério do Morumbi
Além de sua família e de amigos, passaram pelo velório o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, jornalistas e admiradores de seu trabalho. Sobre seu caixão, havia uma bandeira do Palmeiras - seu time do coração.
Beting sofreu um Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVE) no domingo, e estava em coma irreversível, segundo o Hospital Albert Einstein, onde o jornalista estava internado desde 22 de outubro para tratar de uma doença autoimune (uma falha no sistema imunológico que leva as células de defesa a atacarem o próprio organismo).
Ele sofreu o AVE já internado no hospital e estava sedado, respirando com o auxílio de aparelhos e fazendo diálise. Após pouco mais de um mês de internação, apresentava melhora mas, antes de receber alta, sofreu o acidente vascular, segundo o hospital.
Trajetória - Joelmir nasceu em 21 de dezembro de 1936 em Tambaú (SP), a 260 quilômetros da capital paulista. Trabalhou na fazenda da família até se mudar para São Paulo em 1955, para estudar sociologia. Sobre a infância e a chegada do interior, escreveu em um perfil publicado em seu site oficial: "Fui bóia-fria aos sete anos de idade. Desembarquei em São Paulo com a roupa do corpo".
Ainda na época da faculdade, na Universidade de São Paulo (USP), começou em 1957 a trabalhar como jornalista, inicialmente na área esportiva. Suas primeiras experiências profissionais foram nos jornais O Esporte e Diário Popular. No rádio, ensaiou os primeiros comentários na Panamericana – que viria a se tornar a Jovem Pan. 
Chacrinha da economia – Sua carreira de mais de 50 anos, porém, foi dedicada principalmente ao jornalismo econômico, que procurava traduzir para o público usando uma linguagem coloquial e bem humorada. Em 1968, se tornou editor de economia da Folha de S. Paulo, jornal em que começou a publicar uma coluna reproduzida por dezenas de veículos de comunicação do país. Em 1991, mudou-se para O Estado de S. Paulo.
"A coluna diária foi meu pau-da-barraca profissional. Com ela, desbravei o economês, vulgarizei a informação econômica, fui chamado nos meios acadêmicos enciumados de 'Chacrinha da Economia'", anotou o jornalista.
Autor de dois livros, Na Prática a Teoria é Outra (1973) e Os Juros Subversivos(1985), Joelmir escreveu ainda dezenas de ensaios para revistas e recordava sobretudo de um considerado "muito especial", sobre os efeitos da inflação no Brasil: Os Párias do Quatrilhão, publicado por VEJA no Natal de 1996.
O jornalista teve ainda passagens pelas rádios Gazeta e CBN. Na televisão, passou pela Bandeirantes – onde em 1982 foi o mediador do primeiro debate eleitoral da história da TV brasileira –, além da Record, Gazeta e Globo, onde trabalhou por 18 anos, incluindo o canal a cabo Globonews. Em 2004, voltou ao Grupo Bandeirantes. Desde então, mantinha colunas no rádio e era comentarista dos telejornais da emissora.
Palmeirense e apaixonado por futebol, Joelmir teve a ideia de homenagear Pelé com uma placa por um gol antológico, marcado contra o Fluminense, em 1961, no Maracanã. Daí nasceu a expressão "gol de placa", sobre a qual o jornalista dizia: "Não sou o autor da expressão 'gol de placa'. Sou autor da placa que originou a expressão 'gol de placa'". Joelmir deixa a viúva Lucila, com quem se casou em 1963, e os filhos Gianfranco, publicitário, e Mauro, que seguiu a carreira de jornalista esportivo. 

Chris de Burgh - So Beautiful LIVE solo

:)

Mudança nos royalties: a bomba relógio na previdência dos servidores do Rio


Petróleo

Rioprevidência é o destino de 75% do valor recebido pelo estado. Governo cogita sacrificar projetos como o Bilhete Único para compensar a perda

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Políticos adversários se unem em ato para pedir: 'Veta, Dilma'
Políticos adversários se unem em ato para pedir: 'Veta, Dilma' - Marlon Falcão/Fotoarena
A mudança na partilha dos royalties do petróleo – motivo de uma manifestação no centro do Rio nesta segunda-feira – atingirá em cheio a previdência dos servidores do estado. Se o projeto for sancionado, o estado perderá, em 2013, cerca de 2 bilhões de reais de um total de arrecadação previsto em 59,2 bilhões. O corte pode não parecer tão expressivo diante do volume do orçamento, mas o Rioprevidência passa a ser um rombo a ser coberto com dinheiro remanejado de outras áreas, que perderão investimentos imediatamente. Atualmente, cerca de 75% dos recursos do petróleo são destinados ao fundo de previdência dos servidores, o que deu ao estado folga orçamentária para investir em infraestrutura e programas populares.
“Esse dinheiro vai ter de vir de algum lugar. Não podemos condenar o aposentado e o pensionista do Rioprevidência à miséria”, disse o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, que participa da manifestação. A conta, em resumo, é a seguinte: dos 5 bilhões de reais de aporte que o Rioprevidência teria em 2013 com recurso dos royalties, 1,8 bilhão desaparecem, no caso de a presidente Dilma sancionar o projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
“No Rio, a maioria absoluta das receitas tem vinculação predestinada”, afirma o secretário. Esse é o principal problema da perda de parte do dinheiro dos royalties. A margem de discricionariedade, que permite ao governante investir o dinheiro arrecadado com certa liberdade, é pequena. Um exemplo é o caso do ICMS: de cada real que entra no caixa do estado, o governo pode gastar 45 centavos. O resto já está “carimbado”: tem de ir, obrigatoriamente, para os municípios, para saúde, educação e ciência e tecnologia. A sobra vai, principalmente, para o pagamento de pessoal, que é a maior conta do governo. Outra parte do dinheiro ajuda o estado a pagar a dívida com a União, que consome 6 bilhões de reais por ano.
Com dificuldade de retirar recursos de outras arrecadações para destinar ao Rioprevidência, a secretaria de Planejamento calcula o corte de programas em andamento. É o caso do Bilhete Único, que custa aos cofres públicos 401 milhões de reais por ano. “Há um subsídio do governo para equalizar as tarifas. Isso melhorou a empregabilidade porque o transporte na região metropolitana era muito caro”, explica Sérgio Ruy.
Outro programa a ser afetado é o Renda Maior, que complementa a ajuda financeira dos beneficiários do Bolsa família que vivem abaixo da linha da pobreza. O custo ao estado para a manutenção do projeto é de 170 milhões anuais. “Não vejo muita alternativa. Todo trabalho de conservação e manutenção de rodovias também ficará comprometido”, afirmou o secretário.

O caminho dos royalties depois da caneta de Dilma


Petróleo

Expectativa é de que a presidente vete parcialmente o texto que redistribui os recursos do petróleo. Estados produtores manteriam, assim, maior fatia nas áreas já licitadas. Negociação com o Congresso, no entanto, vai continuar

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
  • Próxima Foto
Fernanda Montenegro durante o protesto 'Veta Dilma', no Rio de Janeiro
Fernanda Montenegro durante o protesto 'Veta Dilma', no Rio de Janeiro - Roberto Filho/AgNews
A partir do veto – mesmo que parcial – o texto passa necessariamente pelo Congresso Nacional, com possibilidade de uma derrubada da decisão






Passado o otimismo do início da campanha pelo veto de Dilma Rousseff ao projeto que redistribui os royalties do petróleo, nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo – que mais perde com a mudança – a expectativa, a dois dias da data limite para a decisão presidencial, é de um veto parcial. Ou seja: Dilma pode barrar os artigos que mexem na divisão dos recursos oriundos de poços já licitados. Dessa forma, a presidente equilibraria os anseios de estados não produtores, que querem receber mais, e acalmaria os ânimos dos que hoje recebem a fatia mais gorda dos repasses, ao mesmo tempo rejeitando um atropelo à legislação em vigor. “O veto parcial seria uma vitória”, afirma o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ).
Um veto de Dilma, no entanto, está longe de significar uma vitória para os estados produtores. A partir do veto – mesmo que parcial – o texto passa necessariamente pelo Congresso Nacional, com possibilidade de uma derrubada da decisão. Passados dois anos do veto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda Ibsen Pinheiro, que previa perdas ainda maiores para os estados produtores, ficou patente a dificuldade de Rio e Espírito Santo articularem apoios na Câmara e no Senado em relação a essa matéria.
O mais provável é que, novamente, a maioria dos deputados e senadores permaneça do lado oposto ao dos dois estados produtores e derrube um eventual veto de Dilma. No processo legislativo, a última palavra é do parlamento, não do presidente. Uma reunião conjunta da Câmara e do Senado apreciará a decisão de Dilma, em caso de ela não concordar com alguma parte do texto.
Para derrubar o veto é necessário ter maioria absoluta nas duas casas, o que não é difícil de obter em relação aos royalties. Se isso acontecer, o projeto vira lei. Como anunciado, nesse caso, Rio e Espírito Santo entrarão imediatamente com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Todo o trâmite, no entanto, é demorado. É preciso levar em consideração o tempo para, em caso de Dilma vetar uma parte do projeto, a decisão da presidente chegar ao Congresso. Quando isso acontecer é provável que os integrantes do legislativo estejam em recesso parlamentar. Em 2013, as duas casas terão novos presidentes. Para o projeto de lei ser colocado na pauta, a iniciativa tem de ser do presidente do Senado que, recém-empossado, poderá ser mais cauteloso ao por na ordem do dia votações delicadas para o governo federal – até porque derrubar veto presidencial é sempre complicado.
“A presidente tem que ter posição de estadista, independentemente de contrariar ou não a maioria. Não podemos sinalizar para o mundo que somos um país sem regra. Esperamos que o governo possa liderar a votação, quando o projeto, vetado parcialmente por Dilma, voltar às duas casas. Quando o governo exerce sua liderança sob votações no Congresso é raro perder”, afirma o senador Ricardo Ferraço, do PMDB-ES. No Congresso, há vetos do início da década de 2000 que nunca foram apreciados. A diferença, no caso dos royalties, é o tema, que, por interessar aos parlamentares, deve ganhar prioridade na votação.

O xadrez jogado pelos estados, liderados pelos governadores fluminense, Sérgio Cabral, e capixaba, Renato Casagrande, tem como alternativa extrema o recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas há, no horizonte, ainda um paliativo considerado pelas lideranças dos dois estados: Dilma poderia, a partir da sanção, emitir uma medida provisória para atenuar as perdas dos estados e municípios que até agora se beneficiaram com repasses mais volumosos de royalties e participações especiais.
A ginástica política de Dilma será uma reedição, mais habilidosa, do que fez Lula no ano passado. “Para não derrubar o veto de Lula, foi criado um projeto alternativo. Começou, então, a tramitar o projeto do Wellington Dias, cujo relator foi Vital do Rego. Foi votado e aprovado pelo Senado em outubro de 2011. Ao chegar à Câmara, o presidente Marco Maia criou um grupo de apoio, em vez de o projeto ir para votação ordinária”, lembra o deputado federal Hugo Leal, do PSC-RJ.
Nesse grupo, Carlos Zarattini era o relator. Havia cinco integrantes de estados produtores, um dos quais era Leal, e outros cinco representantes dos produtores. “Ao final, não existiu consenso. Foi um parecer individual do Zarattini”, explica Leal. O histórico da votação dos royalties é ainda mais complicado. No dia 6 de novembro deste ano, quando o substitutivo do Zarattini estava pronto para ser votado, aconteceu o pior para os estados produtores: em uma manobra da Câmara foi aprovado o texto do senador Vital do Rêgo.

Dilma defende respeito a contratos às vésperas do prazo final de sanção da nova lei de royalties


Presidência

Sem citar diretamente a mudança na legislação, presidente afirmou que “frutos do desenvolvimento” devem ser distribuídos a todos os brasileiros

Políticos adversários se unem em ato para pedir: 'Veta, Dilma'
Políticos adversários se unem em ato para pedir: 'Veta, Dilma' - Marlon Falcão/Fotoarena
A um dia do prazo final para a sanção da nova política de distribuição dos royalties do petróleo, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira que o crescimento da economia nacional inclui, entre seus fatores, o respeito a contratos em vigor, mas também a distribuição dos “frutos do desenvolvimento” a todos os brasileiros. Em uma solenidade de anúncio de benefícios para crianças e adolescentes em situação de extrema pobreza, Dilma não fez referência à controversa disputa entre estados produtores de petróleo, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, que pressionam para que não haja uma distribuição igualitária dos royalties a todos os estados. O argumento de ambos é que os campos de petróleo ficam em seus territórios e cabe a eles tanto lidar com os impactos ambientais causados pela exploração do mineral quanto ficar com o bônus da produção.
 
“É fato que defendemos o crescimento e estabilidade da economia. É fato que defendemos um rigoroso respeito aos contratos. É fato que os estímulos aos investimentos produtivos e a ação vigorosa em prol da indústria brasileira é uma das nossas prioridades. Mas nós defendemos todas essas políticas pelo que elas representam de benefício para toda a população na forma de renda maior, emprego melhor, ascensão social e conquista de direitos”, disse nesta quinta a presidente Dilma Rousseff.
 
“Nossa visão estratégia é a de um país que quer crescer e que quer levar junto as pessoas, que não se contenta em crescer para uma parte. Quer crescer para todos. Nenhum brasileiro deve ser privado dos frutos do desenvolvimento e isso significa para nós um país em que a renda mínima seja aquela que caracteriza a classe média. É para lá que caminhamos”, afirmou a presidente. 
 
A nova lei de partilha dos royalties prevê que a União tenha a participação reduzida nos royalties de 30% para 20% a partir de 2013 – independentemente do regime de exploração, se concessão ou partilha de produção. No caso dos estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, a diminuição do benefício vai de 26,25% para 20% nas áreas já licitadas. 
 
Novos benefícios - Dilma Rousseff oficializou nesta quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, a ampliação dos benefícios do programa Brasil Carinhoso. O projeto já complementa a renda de beneficiários do Bolsa Família em situação de extrema pobreza (patamar abaixo de 70 reais mensais por pessoa), garantindo complementação de renda para famílias com crianças até 6 anos de idade. Com a mudança no programa, pessoas com até 15 anos também passam a ser contemplados.

George Harrison - My Sweet Lord (Legendado)

:)

So Beautiful - Chris de Burgh Tradução

:)