domingo 25 2012

Identifique e combata os mitos do empreendedorismo


Pequenas empresas

Confira quais são as falsas ideias sobre como obter sucesso à frente do próprio negócio – e por que acreditar nelas pode ser ruim para quem quer empreender

Raquel Grisotto
jovem executivo olha pela janela
Para especialistas, é importante lutar contra as falsas ideias (Getty Images/Creatas RF)
A imagem do jovem que apresenta ao mundo uma ideia brilhante, fomenta a inovação com sua empresa de alta tecnologia, gera milhares de empregos e, em pouco tempo, acumula fortunas parece ser o retrato mais bem acabado do empreendedor de sucesso. Mas histórias assim, embora inspiradoras, são exceção. Quem está à frente de pequenas e médias empresas em expansão sabe que empreender é um caminho repleto de desafios. As conquistas vêm geralmente aos poucos e sempre graças a muito esforço. 
Tanto os mitos que glorificam a realidade quanto aqueles que a tornam mais dura e complexa do que é só servem para dificultar a trajetória de quem quer ter seu próprio negócio. Para identificar essas falsas ideias e contrapô-las à realidade, o site de VEJA conversou com especialistas em negócios e empreendedores de sucesso, como Robinson Shiba, fundador da China in Box, Romero Rodrigues, um dos criadores do BuscaPé, Mario Chady, sócio da rede Spoleto, entre outros. Eles alertam para o risco dessas ideias distorcidas não apenas aos que sonham empreender, mas também àqueles que já estão no ramo.

Mito nº 1 - É preciso ter ideias geniais

Ideias geniais são bem-vindas, mas nem sempre necessárias
A realidade – Boa parte dos novos negócios em expansão está ligada a atividades que não demandam grandes inovações ou alta tecnologia – como, por exemplo, o varejo – e muitos empreendedores chegam ao sucesso por aprimorar modelos que já existiam. “Quem pensa em coisas simples, mas consegue enxergar oportunidades onde ninguém vê, também tem chances de crescer”, diz Robinson Shiba, fundador do China in Box. “Minha ideia não foi original, muito menos genial”, afirma. Em 1992, quando inaugurou seu primeiro restaurante, então um pequeno delivery de comida chinesa para atender moradores da zona sul de São Paulo, pedir pizzas por telefone já era algo corriqueiro. Também havia dezenas de restaurantes asiáticos na capital paulista. “Apenas percebi que haveria demanda se unisse os dois modelos”, resume Shiba. 
O primeiro grande erro de alguém que quer ter o próprio negócio, para Shiba, é ficar esperando por uma grande ideia. “Colocar a mão na massa é muito mais importante”, ensina o empreendedor. “Tem um monte de gente que se acha gênio e nunca construiu coisa alguma.” Hoje, Shiba é um dos sócios da TrendFoods, dona das marcas China in Box, Brevità e Gendai, com mais de 200 restaurantes pelo país e faturamento previsto de 230 milhões de reais para este ano. 

Mito nº 2 - Dinheiro resolve tudo

Achar que só muito dinheiro para investir basta é um erro
A realidade – Ter acesso a fontes corretas de financiamento é certamente um fator importante para a expansão de um negócio. Mas acreditar que os recursos de um investidor são garantia de perenidade para a empresa pode induzir muitos empreendedores ao fracasso. “Se apoiar na ideia de que, para o negócio sobreviver, apenas investimento basta, está errado”, diz Romero Rodrigues, um dos fundadores do BuscaPé. “O maior desafio é conseguir manter uma equipe competente e tão envolvida com o negócio quanto o fundador”, destaca.
Rodrigues era estudante de engenharia e tinha pouco mais de 20 anos quando, em 1998, criou o site de comparação de preços BuscaPé com outros dois colegas e apenas 300 reais de investimento. O projeto vingou, sobreviveu ao estouro da bolha das empresas pontocom no início dos anos 2000 e passou a receber aportes de vários grupos financeiros para expandir as operações. Em 2009, o grupo sul-africano de comunicação Naspers comprou uma participação no negócio por 342 milhões de dólares – numa das maiores negociações de empresas de internet no país. “Uma das alegrias de empreender é saber que, se você for bem-sucedido, talvez ganhe dinheiro – mas é sempre um talvez”, afirma Rodrigues. “Quem faz negócio pensando somente nisso tem muitas chances de quebrar a cara.”

Mito nº 3 - Quem fracassa uma vez, vai fracassar sempre

Eventuais fracassos têm de ser encarados como etapas de uma história maior
A realidade – Há poucas coisas que assustam tanto o empreendedor como a ideia de ter de fechar as portas de sua empresa. Começar de novo após uma experiência ruim não é tarefa das mais fáceis. Contudo, o mercado está repleto de empreendedores que só conquistaram o sucesso depois de muitas tentativas. “Os fracassos devem ser encarados como etapas de uma história muito maior e não como o fim do caminho”, afirma Mario Chady, um dos sócios do grupo Trigo, detentor das marcas Spoleto, Domino´s e Koni Store, com faturamento de 450 milhões de reais em 2011.  “Empreender é saber cair e levantar, aprendendo com os erros”, ensina o executivo. Hoje, seu grupo tem perto de 400 restaurantes, mas até chegar a esse resultado, Chady fracassou em outros empreendimentos. Tentou manter um restaurante de culinária contemporânea, investiu em espaços gastronômicos fora dos shoppings – e sempre teve de fechar as portas, com risco de falência. 

Mito nº 4 - É preciso ser jovem para começar um negócio

Juventude significa energia, mas empreendedores mais velhos se sobressaem graças à experiência
A realidade – A energia necessária para tocar um empreendimento, sobretudo nos primeiros anos, às vezes é mais facilmente encontrada em jovens. A maturidade, no entanto, está longe de ser impedimento para quem quer começar o próprio negócio. Para alguns estudiosos, a idade seria, inclusive, um fator positivo ao esforço empreendedor. Em levantamento feito nos Estados Unidos para o livro “The Illusions of Entrepreneurship” (“As ilusões sobre o empreendedorismo”, em uma tradução livre), o pesquisador de novos negócios Scott Shane conclui, com base no desempenho de centenas de empresas americanas em estágio inicial, que os negócios fundados por pessoas com mais de 45 anos têm, na média, desempenho melhor que os daqueles criados por jovens antes dos 35 anos. Segundo Shane, pessoas mais velhas costumam ter mais experiência de trabalhos anteriores e uma rede de relacionamentos bem amarrada – fatores importantes no dia a dia de qualquer empresa.

Mito nº 5 - Empreendedores são heróis e nascem feitos

Empreendedores não são heróis natos; brilhantismo vem, quase sempre, do aprendizado
A realidade – Em comum, empreendedores de sucesso costumam demonstrar habilidades tais como facilidade para lidar com situações adversas, capacidade de liderança e muita vontade de criar. Não há, entretanto, na vasta literatura de negócios estudos que sustentem a ideia de que a pessoa que empreende possui, de fato, alguma característica que a torne diferente das demais. “Acreditar que empreendedores nascem feitos e demonstram já na infância ou adolescência características importantes para comandar a própria empresa é uma bobagem”, afirma o consultor de empreendedorismo e inteligência competitiva Eduardo Lapa, sócio da Plugar Informações Estratégicas. “Muitos empreendedores agem de forma intuitiva, mas isso é um aprendizado, que se conquista principalmente olhando exemplos de outros empreendedores”, conclui.

Mito nº 6 - Só quem faz o que gosta tem sucesso

Fazer o gosta é importante, mas são questões mais concretas que definem o sucesso do negócio
A realidade – Pessoas à frente de pequenas e médias empresas em expansão são unânimes em afirmar que têm paixão pelo que fazem – e que isso é de extrema importância para seu sucesso. Para alguns estudiosos, no entanto, são fatores muito mais concretos que determinam o crescimento e a sustentabilidade de um negócio – como, por exemplo, a escolha acertada do mercado de atuação e das fontes corretas de financiamento. “No Brasil, temos muitas perspectivas de expansão em vários setores, como o de fármacos”, diz o consultor Eduardo Lapa. “Mas são poucos os que decidem abrir seus negócios pensando nesse tipo e oportunidade.”




John Frusciante - How Deep Is Your Love (Bee Gees)

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Phil Collins - Going Back (Official Video 2010)

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Coldplay - The Scientist

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Phil Collins - Against All Odds (Take A Look At Me Now)

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Saúde de Veríssimo está melhorando, dizem médicos



O escritor está internado em Porto Alegre desde quarta-feira, dia 21 de novembro

Circe Bonatelli, do 
Divulgação/Editora Objetiva
Luis Fernando Veríssimo
De acordo com informações da equipe médica, Veríssimo apresentava fadiga, dores musculares e febre
São Paulo - O escritor Luis Fernando Veríssimo, de 76 anos, continua apresentando melhora de seu estado de saúde. De acordo com boletim médico divulgado há pouco, a sedação do paciente foi suspensa hoje de manhã para a retirada do suporte respiratório.
O cronista gaúcho, que também é colunista do jornal O Estado de S. Paulo, está internado em Porto Alegre desde quarta-feira, dia 21, após apresentar fadiga, dores musculares e febre.
O boletim médico acrescenta que os exames realizados em Veríssimo confirmaram a presença apenas do vírus Influenza sazonal, causador da gripe comum. No entanto, o processo infeccioso provocou diversas complicações em virtude das condições de saúde de Veríssimo, que é diabético e hipertenso.
O boletim do Hospital Moinhos de Vento é assinado pelos médicos Alberto Augusto Rosa, Sandro Cadaval e Eubrando Silvestre Oliveira.

Lula, consultado por Dilma, resistiu à demissão de “sua mulher na Presidência”; gravações, no entanto, não deixaram outra saída…


veja.com

Por Laryssa Borges e Silvio Navarro, na VEJA.com:
Irritada com os desdobramentos da operação Porto Seguro da Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) e todos os órgãos atingidos pela investigação façam uma varredura para rastrear irregularidades cometidas pelos servidores envolvidos no caso. A decisão foi tomada neste sábado, após reuniões da presidente com ministros, assessores e troca de telefonemas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos diálogos, segundo fontes do Palácio do Planalto e do PT, Dilma cobrou informações sobre a amplitude da investigação, a biografia e quis saber quem eram os “padrinhos” políticos dos acusados.
A presidente consultou Lula antes de oficializar a demissão de Rosemary Nóvoa de Noronhachefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, que tem forte ligação com o ex-presidente e com o ex-ministro José Dirceu, de quem foi assessora por mais de uma década. A princípio, Lula, que foi informado de que a operação policial chegara até Rosemary na sexta-feira, resistiu à ideia de demiti-la, mas acabou concordando neste sábado quando soube do teor das conversas de sua ex-secretária interceptadas pela Polícia Federal.
Um dos interlocutores de Lula com os envolvidos na operação e com a própria Rosemary é o ex-presidente do Sebrae e seu amigo pessoal Paulo Okamotto. Em um primeiro momento, integrantes do PT articularam para que a funcionária se afastasse do cargo e evitasse o desgaste de ter de ser demitida. O temor no Planalto é que ela possa implicar, direta ou indiretamente, nos diálogos captados pela polícia o ex-presidente por meio de pedidos de favores, propinas ou com recados para nomeações feitas a pedido de Lula. O caso corre em segredo de justiça.
Nos bastidores, o governo trabalha para espalhar o discurso de que o foco da operação são fraudes em pareceres técnicos das agências, e que ilícitos cometidos pela chefe de gabinete da Presidência não têm relação com as atribuições do cargo que ela exercia. A intenção é isolar a atuação e o eventual tráfico de influência praticado por Rosemary das prerrogativas oficiais que seu cargo lhe permitia. E, principalmente, tentar afastar o nome do ex-presidente do caso.
Reação irritou DilmaSegundo fontes do Planalto, a forma como Rosemary reagiu à chegada dos policiais ao gabinete da Presidência na capital paulista irritou Dilma. Os relatos que chegaram à presidente foram que Rose causou tumulto e tentou impedir que seu computador fosse apreendido. Ao final, foram copiados os arquivos salvos na máquina. Dilma nunca foi próxima de Rosemary e, ao contrário de Lula, despachou em São Paulo pouquíssimas vezes. No Planalto, são poucos os que lidam com a funcionária, apontada como de temperamento difícil. No governo Dilma, o escritório paulistano da presidência só é usado quando há necessidade de reuniões pontuais e em escalas de viagens e agendas. Nos últimos meses, serviu para encontros e almoços com o ex-presidente Lula para tratar das eleições municipais.
Apesar da determinação de serem afastados todos os envolvidos na operação Porto Seguro, em deferência ao ex-presidente Lula, a demissão de Rosemary será publicada no Diário Oficial como se tivesse sido a pedido. Os funcionários de carreira apontados pela Polícia Federal como integrantes da quadrilha serão, em um primeiro momento, alvo de procedimentos administrativos e investigações internas.
DemissõesDilma determinou a demissão da chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e a exoneração ou afastamento de todos os indiciados pela Polícia Federal após uma reunião neste sábado no Palácio do Alvorada, em Brasília, com o advogado-geral Luís Inácio Adams. Como os diretores das agências reguladoras tiveram seus nomes aprovados em sabatinas no Senado, eles precisam responder aos processos antes de serem formalmente exonerados. Para Adams, o prejuízo deverá ser imediato já que ele era um dos cotados para assumir a cadeira deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal (STF).
As apurações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. Desde o estouro da operação, a AGU montou uma espécie de força tarefa para analisar os documentos das investigações policiais e verificar a abrangência dos danos causados à autarquia pela atuação de José Weber de Holanda Alves, homem de confiança de Adams e, segundo a PF, um dos integrantes da quadrilha. 
Por determinação da Presidência, a Agência Nacional de Águas (ANA), Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vão investigar em detalhes, por meio de sindicância, a participação de servidores das autarquias no esquema criminoso. Todos os suspeitos investigados pela Polícia Federal também vão responder a processos disciplinares.
Mais cedo neste sábado, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, já havia anunciado o afastamento de Rubens Carlos Vieira do cargo de Diretor de Infraestrutura Aeroportuária da ANAC. Vieira foi um dos investigados na operação Porto Seguro.
As traficâncias de RoseSegundo a investigação, o papel de Rosemary era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos pela PF.
Rose era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Gorillaz - Clint Eastwood

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Phil Collins - Another Day In Paradise

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R.E.M. - Everybody Hurts (Video)

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R.E.M. - Losing My Religion (Video)

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O racismo e os analfabetos morais sustentados por estatais! Até quando, presidente Dilma Rousseff? Ou: É a gramática, petralhas!!! Ou ainda: Este silêncio ensurdecedor que ouço é o dos movimentos negros?


veja.com

Ah, eu adoro uma boa briga. Quando a canalha se excita, eu fico ainda mais animado. Vamos lá.
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) organizou uma “plenária” para debater o julgamento do mensalão e esconjurar o Supremo Tribunal Federal. Uma das estrelas do evento foi José Dirceu, aquele que disse querer que se faça nas ruas “o julgamento do julgamento”, remetendo-nos, é inescapável, à China da Revolução Cultural, que julgava os juízes traidores, pondo-os de joelhos e submetendo-os a agressões e cusparadas — antes da execução, claro!, em nome do povo! No evento, referindo-se a Joaquim Barbosa, relator do processo e agora presidente do STF, afirmou João Paulo: [Barbosa] Chegou [ao Supremo] porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros”.
O sentido das palavras do deputado é evidente. É também a gramática, não apenas o Reinaldo Azevedo, a qualificar moralmente o que ele disse.
João Paulo estabelece uma relação de subordinação causal — e, por isso, emprega a conjunção causal “porque” — entre a chegada de Barbosa ao Supremo e o “compromisso do PT”. Na sua fala, o tal compromisso do partido é a causa da ascensão de um negro — não outra qualquer, que guardasse relação com o caso em espécie: a competência do indicado, sua formação intelectual, sua independência etc. Alguns tenderiam a ver aí uma oração coordenada explicativa, coisa de que discordo (não vou me ater a isso agora). Uma coisa ou outra, no entanto, revelam a mesma baixeza política. Veja-se no “compromisso de Lula” a causa da ascensão do ministro ou se busque explicá-la por meio dele, e se estará operando a mesma vigarice: SUBTRAIR DO MINISTRO A SUA VONTADE, A SUA LIBERDADE E A SUA INDEPENDÊNCIA; FAZER DELE UM MERO ESBIRRO DE UMA CAUSA E DE UM PARTIDO. Posso ter restrições, e tenho, a certos rompantes de Barbosa, mas uma coisa é certa: ele frustrou a expectativa daqueles que o queriam, nas suas próprias palavras, um “negro servil, subserviente”.
Escrevi ontem um post sobre a fala de João Paulo que se espalhou rapidamente na rede, tornando-se um dos mais acessados e replicados dos últimos tempos. O título é este: “O PT rasga a fantasia: ‘Negro filho da mãe! Negro traidor! Negro que não carrega bandeira! Negro vira-casaca! Negro ingrato! Negro negro!’”. Basta ler o texto para constatar que não atribui tais palavras, na sua literalidade, ao PT ou a João Paulo. O post é escancaradamente interpretativo-opinativo, a exemplo da esmagadora maioria das coisas que escrevo. É o que os leitores vêm buscar aqui — e são muitos milhares (quase 106 mil visitas ontem, num sabadão, com dezenas de coisas mais atraentes para fazer do que ler o Reinaldão, hehe…). Os invejosos roam os cotovelos, ué!
Interpretei o sentido das palavras do deputado à luz da política, da gramática, da história e, como sabe todo jornalista que cobre a área, do que alguns petistas andam dizendo no “breu das tocas” (né, Chico? Uma amiga me proibiu de chamá-lo de Chico Jabuti. Tá bom… O que a gente não faz por amor!!!). O que vai acima são palavras brandas no cotejo com o que realmente se fala. O ódio é muito maior. E, por isso, reitero a minha recomendação para que Barbosa tome cuidado com as esquinas e seus solertes fazedores de dossiês.
Releiam a fala de João Paulo.
Então não há a sugestão de uma traição?
Então não há a sugestão de uma ingratidão?
Então não há a sugestão de uma incoerência?
E tudo isso, na boca do próprio deputado, não está diretamente vinculado à cor da pele do ministro?
O meu título — extraído, literalmente, do texto — vai ao âmago do que está em debate e denuncia uma sordidez política.
A canalha sustentada por estatais — até quando dura essa vergonha, presidente Dilma? —, que é Reinaldo-dependente (os meliantes são viciados em mim; eu os ignoro, mas eles me amam; querem audiência), resolveu ignorar o que ia no texto para me atribuir o que obviamente não escrevi: “Vejam! O Reinaldo afirmou que o PT disse essas coisas…”. Errado! Escrevo para pessoas que sabem ler!!! Escrevo para pessoas dispostas, inclusive, a ler textos longos. O Reinaldo sustentou, sim (E SUSTENTA DE NOVO!!!), que o que vai no título (e no artigo) compõe o sentido político, ideológico e moral da fala de João Paulo — que expressa, de resto, o pensamento de boa parte dos petistas. Para eles, negro bom é negro que sirva à causa; gay bom é gay que sirva à causa; pobre bom é pobre que sirva à causa… Ou o negro tem alma branca, o gay é uma bicha reacionária, e o pobre é um sem-consciência política…
Os vigaristas só ficaram tão nervosos e deram início a uma campanha de satanização do Reinaldo Azevedo na rede porque sabem que eu os peguei no pulo. Sabem que a fala de João Paulo tem um sentido, como direi?, insanável. Sabem que o deputado expropriou Barbosa de todas as suas qualidades para transformá-lo em mero objeto da generosidade de Lula. Sabem que o petista estava atrelando a “nomeação de um negro” a atos posteriores de gratidão, o que colocaria o ministro, não há escapatória, na vexatória posição de devedor do Apedeuta, cujas vontades deveria, então, satisfazer.
Os canalhas assalariados — com dinheiro público — resolveram correr em socorro a João Paulo. Ora, por que eles não tentam, então, dar um sentido virtuoso à fala do parlamentar petista? “Ele quis dizer que…” Pois é. O que, afinal de contas, ele quis dizer, senão cobrar de um negro a gratidão, lastimando, por consequência, a ingratidão? De fato, o próprio João Paulo não é um ariano. Segundo os critérios lassos do racialismo, poderiam até dizê-lo um “negro”. E daí? Negros, mesmo quando negros de fato, podem ser racistas. Assim como judeus — e tratei disso na conversa com os leitores de Porto Alegre, com o que concordaram judeus presentes — podem expressar conceitos antissemitas. O racismo não é exclusivamente uma manifestação do “outro”, do “diferente”, não!
Cadê os movimentos negros?Sou contra “cotas” — raciais ou outras — nas universidades ou em qualquer lugar, como sabe toda gente. Já expus aqui os meus motivos. O resultado do Enem, aliás, evidenciou, mais uma vez, o desastre da escola pública — não que a média das particulares seja um exemplo a ser aplaudido, é bom deixar claro, mas a distância é imensa. O sistema de cotas, por óbvio, empurra o país para a acomodação. Em vez de se melhorar o ensino público, aplicam-se medidas compensatórias. Mas deixo isso para outra hora. O ponto é outro.
A minha oposição às cotas tem me rendido, ao longo dos anos, protestos vários de militantes dos movimentos negros. A militância política é o sal da democracia. Mas todo partidário de uma causa tem de tomar cuidado com a cegueira que se pretende iluminada, que lhe diz que o “outro” só pode ser contrário o seu ponto de vista porque movido por interesses subalternos ou por inarredável preconceito. As cotas não seriam, assim, uma escolha, mas uma imposição da natureza, uma espécie de bem imanente, não sujeito ao contraditório. Sempre que alguém me apresenta um pacote assim, é batata: eu digo “não!” Recuso-me, como é evidente, a acreditar que as minhas próprias escolhas estejam livres de contraditas. Mas sigo.
A minha opinião sobre o assunto gera muitos protestos — sim, claro, até de “racista” já fui chamado. Pergunto agora: não haverá um só movimento, uma só ONG, um só grupo de combate ao racismo, uma só entidade de defesa dos direitos dos negros para protestar contra a fala de João Paulo e contra a campanha desavergonhada que setores do petismo movem contra o ministro Joaquim Barbosa? Existe até uma “Associação dos Advogados e Advogadas Afrodescendentes”. Seus representantes consideram aceitável que se diga que um negro, com as credenciais de Barbosa, só chegou ao Supremo por causa da vontade de Lula e de um partido? Sim, senhores! A minha primeira tentação sempre é discutir o termo “afrodescendente”. Eu, que sou uma mistura de italiano com índio (e o índio, de verdade!, está bem pertinho, podem acreditar: bisavô) sou o quê? Eurodescendente e nativodescentente? Mas também isso fica pra lá. Só voltarei ao assunto quando reivindicar a parte que me cabe do Mato Grosso, de onde saiu o silvícola, à força… Quero alguns quilômetros de terra para cultuar Tupã, Jaci e Musil… O presidente da OAB diria que eu sou a expressão do multiculturalismo, hehe. Mas retomo.
Nenhum protesto? Nada? Vão repetir o silêncio cúmplice e covarde que se ouviu quando o jornalista Heraldo Pereira, um dos mais competentes e intelectualmente preparados do país, entre brancos ou pretos, foi chamado por certa canalha de “negro de alma branca”? Pior: atribuíram a sua ascensão profissional a seu suposto servilismo — um dos ataques mais asquerosamente racistas a que assisti. Quer dizer que o petismo e algumas moscas que voejam em torno, em busca de alimento, têm garantido o direito à injúria racial e ao racismo porque, afinal, estão situados no chamado “lado progressista” da sociedade? É só uma questão de fidelidade ideológica a um partido, ou estamos diante de coisa ainda pior, já que boa parte dos movimentos militantes — negros ou de quaisquer outras causas — está umbilicalmente ligada ao PT e dele dependem para existir? A causa tem um preço? A causa faz seleção político-partidária de seus alvos? A causa primeiro avalia QUEM está falando para só depois se dar contra DO QUEestá sendo falado?
Não! Não estou tentando ensinar aos movimentos negros o seu ofício ou pautá-los. E me dispenso de fazê-lo não porque sou branco (quando escrevo, não tenho cor; ela só é relevante quando escolho o protetor solar) — se negro fosse, é provável que não o fizesse também. Não tento ensinar nada a ninguém porque a minha função é debater. Há muito tempo abandonei a sala de aula. Expresso o meu estranhamento porque me recuso a aceitar que um ente de razão — partido ou movimento ideológico — seja o senhor das vontades, o senhor das causas, o senhor das demandas, o senhor dos debates.
Na minha pátria, brancos, mestiços, negros, amarelos, vermelhos, héteros, gays, católicos, evangélicos, ateus, corintianos, palmeirenses, adoradores de comida japonesa, detratores de comida japonesa e até admiradores do Bolero de Ravel não se ajoelham diante de partidos, de aiatolás de causas, de chefes de quarteirão do pensamento.
Para encerrarÉ bobagem achar que a gritaria da escória me intimida. No dia em que essa gente ao menos se financiar no mercado, não dependendo do dinheiro dos miseráveis para sustentar a pança e se comportar como mero esbirro de um partido, talvez eu lhes dê alguma atenção. Sempre precifico o lixo que fazem em residências do “Minha Casa Minha Vida”, em UPAs que Dilma não entrega, em creches que não são feitas, e só consigo vê-los como o que são: ladrões de dinheiro público. Não é por acaso que defendem com unhas, dentes e focinhos corruptores, quadrilheiros e peculadores. Enquanto não se financiarem por sua conta, são o que são: profissionais do nariz marrom. E não pensem que, caso haja alternância de poder, mudarão de profissão. Seu nariz continuará marrom, servindo, então, a novos senhores. Nem mesmo lhes posso dispensar certo respeito que dispenso à coerência estupidamente equivocada. De resto, esses caras, como se vê, não são de todo inúteis. Também eles me estimulam a escrever bons textos. Para que fique claro, ainda outra vez, quem são eles e quem somos nós.
Texto publicado originalmente às 3h15 deste domingo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Rua de Ipanema é a segunda que mais se valorizou no mundo, diz pesquisa


veja.com

Rua Garcia D'Avila: valorização recorde
O valor dos imóveis no mundo emergente — e no Rio de Janeiro em particular — mantém-se em efervescência.
A rua Garcia D’Ávila, no coração de Ipanema, registrou a segunda maior valorização do mundo no segmento de locação de varejo de luxo.
De acordo com uma pesquisa anual da Cushman & Wakefield, nos últimos doze meses o preço do metro quadrado na rua subiu 65% em média.
Agora, o metro quadrado vale 139 dólares por mês. À frente da brasileira, aparece uma via em Mumbai, na Índia, a Coloba Causeway, que valorizou-se 75% no mesmo período.
A propósito, a valorização foi alta, mas no ranking global dos preços de locação comercial de luxo, a Garcia D’Avila está longe do cume. Na Causeway Bay, em Hong Kong, a número 1, o metro quadrado custa 2 300 dólares por mês.
No Brasil,o espaço mais caro é o Shopping Iguatemi(SP), cujo metro quadrado vale 381 dólares por mês.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/rua-de-ipanema-e-a-segunda-que-mais-se-valorizou-no-mundo-diz-pesquisa/

Tamanho de estrutura no DNA pode prever expectativa de vida de animais selvagens


Genética

Pesquisa mostra que o tamanho do telômero presente no cromossomo de pássaros ajuda a prever quanto tempo o animal ainda pode viver

pássaro
'Acrocephalus sechellensis': pesquisa com o pássaro das Ilhas Seicheles mostra que parte do DNA pode determinar tempo de vida (University of East Anglia)
Uma pesquisa que será publicada nesta quinta-feira (22) na revista Molecular Biology mostra que a análise de estruturas presentes no DNA de um animal pode ajudar a prever sua expectativa de vida. Os pesquisadores da Universidade da Anglia Oriental, na Inglaterra, estudaram o tamanho do telômero presente nos cromossomos de 204 pássaros selvagens da espécie Acrocephalus sechellensis, que habitavam uma ilha isolada ao leste da África.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Telomere length and dynamics predict mortality in a wild longitudinal study

Onde foi divulgada: revista Molecular Ecology

Quem fez: David S Richardson, Emma Barrett, Terry Burke, Jan Komdeur e Martijn Hammers

Instituição: Universidade da Anglia Oriental, na Inglaterra

Dados de amostragem: 204 pássaros da espécie Acrocephalus sechellensis

Resultado: Os pesquisadores mediram o tamanho dos telômeros nos cromossomos dos animais e os acompanharam até a morte. Analisando os dados, descobriram que telômeros mais curtos, e a velocidade dessa redução,  poderiam ajudar a prever a expectativa de vida de um indivíduo.
Os telômeros são estruturas encontradas no final de todos os cromossomos, que impedem a degeneração dos genes localizados nas pontas do DNA. Eles funcionam de modo parecido com as proteções de plástico nos cadarços. Pesquisas anteriores já haviam ligado o tamanho dessa estrutura à idade do indivíduo. "Ao longo do tempo e da divisão celular, esses telômeros começam a se quebrar e a se tornar menores. Quando eles atingem um tamanho pequeno demais, fazem com que as células onde estão alojados parem de funcionar", diz o pesquisador David Richardson, da Universidade de Anglia Oriental, um dos autores do estudo.
A pesquisa durou vinte anos e é a primeira a medir os telômeros nas células de uma população de animais selvagens ao longo de toda a vida dos indivíduos. Como resultado, os pesquisadores descobriram que cada animal apresenta uma taxa diferente de redução da estrutura. Além disso, os telômeros menores, independentemente da idade em que foram medidos, estão associados a aumento no risco de morte.





Segundo os pesquisadores, o tamanho do telômero pode ser usado como um melhor indicador da expectativa de vida do que a atual idade de um indivíduo. "Esse é um mecanismo que evoluiu para prevenir que as células se replicassem além do controle. No entanto, ele também tem um efeito adverso, e o crescimento das células em nosso organismo acaba levando à degeneração, ao envelhecimento, a problemas de saúde e até à morte", diz Richardson.

Saiba mais

TELÔMEROS
São as 'tampas' das extremidades do cromossomo, uma forma de proteção similar à presente nas pontas de um cadarço de tênis. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.
Pássaros —  Os Acrocephalus sechellensis são pequenos pássaros que vivem na Ilha Cousin, uma porção de terra pequena e isolada que faz parte da República de Seicheles, formada por um conjunto de ilhas no leste da África. Durante as últimas duas décadas, os pesquisadores retiraram amostras de sangue dos 205 animais duas vezes ao ano, e mediram o tamanho dos telômeros de cada um. "Nossa intenção era entender o que acontece ao com a estrutura ao longo de toda a vida. Por isso esses animais foram um excelente objeto de estudo. Eles ficam isolados em uma ilha tropical distante, sem nenhum predador, de modo que podemos seguir os indivíduos até a velhice”, afirma o pesquisador.
Como a população dos animais era razoavelmente estável — nenhum deles conseguia escapar da ilha — os pesquisadores conseguiram medir o tempo de vida de cada um deles e compará-los à última medida de seus telômeros. "Descobrimos que os telômeros pequenos, ou que estavam se encurtando rapidamente, ajudavam a prever quais pássaros poderiam morrer dentro de um ano. Também vimos que indivíduos que possuíam estruturas maiores tinham maior expectativa de vida", diz Richardson. 
A pesquisa também conseguiu descobrir que, apesar de o tamanho dos telômeros diminuir com idade, ele tem uma taxa de redução diferente em cada indivíduo. "Seu tamanho pode ser usado como medida da quantidade do dano que um animal acumulou. Ele pode ser um indicador melhor da expectativa de vida do que a idade cronológica, pois é capaz de registrar o quanto de seu tempo de vida o indivíduo já gastou", diz o pesquisador.
Em humanos – Essa diferença no tamanho dos telômeros entre indivíduos da mesma idade acontece porque essas estruturas são atacadas pela oxidação, e o número dessas reações químicas varia conforme a história de vida de cada um. "Nos humanos, atos como fumar, se alimentar de comidas que não são saudáveis ou colocar o corpo sob extremo estresse físico e mental têm o efeito de diminuir os telômeros", diz Richardson.
O acúmulo dessas células desgastadas dentro de um mesmo tecido pode resultar na falha de um órgão e, consequentemente, na morte. No entanto, os pesquisadores ainda não sabem dizer se a longevidade depende diretamente dos telômeros ou se os telômeros mais curtos são apenas sinais de outros fatores que determinam a mortalidade.

Dilma determina varredura em órgãos investigados por operação da Polícia Federal


Governo

A presidente cobrou informações sobre a amplitude da investigação, a biografia e quis saber quem eram os "padrinhos" políticos dos acusados

Laryssa Borges e Silvio Navarro
A presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia de lançamento do Plano Safra da Pesca e Aquicultura no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira
A presidente Dilma Rousseff teria se irritado com a forma como Rosemary reagiu à chegada dos policiais ao gabinete da Presidência na capital ( Fernando Bizerra Jr./EFE)
Irritada com os desdobramentos da operação Porto Seguro da Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) e todos os órgãos atingidos pela investigação façam uma varredura para rastrear irregularidades cometidas pelos servidores envolvidos no caso. A decisão foi tomada neste sábado, após reuniões da presidente com ministros, assessores e troca de telefonemas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos diálogos, segundo fontes do Palácio do Planalto e do PT, Dilma cobrou informações sobre a amplitude da investigação, a biografia e quis saber quem eram os "padrinhos" políticos dos acusados.
A presidente consultou Lula antes de oficializar a demissão de Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, que tem forte ligação com o ex-presidente e com o ex-ministro José Dirceu, de quem foi assessora por mais de uma década. A princípio, Lula, que foi informado de que a operação policial chegara até Rosemary na sexta-feira, resistiu à idéia de demiti-la, mas acabou concordando neste sábado quando soube do teor das conversas de sua ex-secretária interceptadas pela Polícia Federal.
Um dos interlocutores de Lula com os envolvidos na operação e com a própria Rosemary é o ex-presidente do Sebrae e seu amigo pessoal Paulo Okamotto. Em um primeiro momento, integrantes do PT articularam para que a funcionária se afastasse do cargo e evitasse o desgaste de ter de ser demitida. O temor no Planalto é que ela possa implicar, direta ou indiretamente, nos diálogos captados pela polícia o ex-presidente por meio de pedidos de favores, propinas ou com recados para nomeações feitas a pedido de Lula. O caso corre em segredo de justiça.
Nos bastidores, o governo trabalha para espalhar o discurso de que o foco da operação são fraudes em pareceres técnicos das agências, e que ilícitos cometidos pela chefe de gabinete da Presidência não têm relação com as atribuições do cargo que ela exercia. A intenção é isolar a atuação e o eventual tráfico de influência praticado por Rosemary das prerrogativas oficiais que seu cargo lhe permitia. E, principalmente, tentar afastar o nome do ex-presidente do caso.
Reação irritou Dilma — Segundo fontes do Planalto, a forma como Rosemary reagiu à chegada dos policiais ao gabinete da Presidência na capital paulista irritou Dilma. Os relatos que chegaram à presidente foram que Rose causou tumulto e tentou impedir que seu computador fosse apreendido. Ao final, foram copiados os arquivos salvos na máquina. Dilma nunca foi próxima de Rosemary e, ao contrário de Lula, despachou em São Paulo pouquíssimas vezes. No Planalto, são poucos os que lidam com a funcionária, apontada como de temperamento difícil. No governo Dilma, o escritório paulistano da presidência só é usado quando há necessidade de reuniões pontuais e em escalas de viagens e agendas. Nos últimos meses, serviu para encontros e almoços com o ex-presidente Lula para tratar das eleições municipais.
Apesar da determinação de serem afastados todos os envolvidos na operação Porto Seguro, em deferência ao ex-presidente Lula, a demissão de Rosemary será publicada no Diário Oficial como se tivesse sido a pedido. Os funcionários de carreira apontados pela Polícia Federal como integrantes da quadrilha serão, em um primeiro momento, alvo de procedimentos administrativos e investigações internas.
Demissões — Dilma determinou a demissão da chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e a exoneração ou afastamento de todos os indiciados pela Polícia Federal após uma reunião neste sábado no Palácio do Alvorada, em Brasília, com o advogado-geral Luís Inácio Adams. Como os diretores das agências reguladoras tiveram seus nomes aprovados em sabatinas no Senado, eles precisam responder aos processos antes de serem formalmente exonerados. Para Adams, o prejuízo deverá ser imediato já que ele era um dos cotados para assumir a cadeira deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal (STF).
As apurações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. Desde o estouro da operação, a AGU montou uma espécie de força tarefa para analisar os documentos das investigações policiais e verificar a abrangência dos danos causados à autarquia pela atuação de José Weber de Holanda Alves, homem de confiança de Adams e, segundo a PF, um dos integrantes da quadrilha. 
Por determinação da Presidência, a Agência Nacional de Águas (ANA), Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vão investigar em detalhes, por meio de sindicância, a participação de servidores das autarquias no esquema criminoso. Todos os suspeitos investigados pela Polícia Federal também vão responder a processos disciplinares.
Mais cedo neste sábado, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, já havia anunciado o afastamento de Rubens Carlos Vieira do cargo de Diretor de Infraestrutura Aeroportuária da ANAC. Vieira foi um dos investigados na operação Porto Seguro.
Denise Andrade/AE
Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa
As traficâncias de Rose — Segundo a investigação, o papel de Rosemary era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos pela PF.
Rose era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.

Diálogo mostra entrega de pagamento a chefe de gabinete da Presidência de SP


Corrupção

Troca de mensagens e conversas telefônicas levantadas pela PF e divulgadas pelo Jornal Nacional revelam como Rosemary de Noronha recebia dinheiro de outros integrantes do esquema

Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa, a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo. Nomeada por Lula, foi indiciada na sexta-feira pela Polícia Federal (Denise Andrade/AE)
Diálogos e trocas de mensagens interceptadas pela Polícia Federal e divulgados pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, mostram pagamentos feitos por Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), para Rosemary Nóvoa de Noronha, que era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Ambos são suspeitos de integrar uma quadrilha que se infiltrou em órgãos da administração pública federal para  negociar a elaboração de pareceres técnicos fraudulentos em benefício de empresários. "Rose", como é chamada, havia sido nomeada para a chefia de gabinete por Lula, em 2005.
Numa troca de e-mails, entre Paulo Rodrigues Vieira e seu irmão Marcelo Vieira, que segundo a PF tinha uma função operacional no grupo, o valor a ser entregue a Rosemary é discutido. "Tem que dar para Rose [Rosemary] 12.500 reais: 7.500 da cirurgia e 5.000 para fazer o armário. Eu só tenho aqui metade do dinheiro”, escreveu Marcelo Vieira.
Ainda segundo o Jornal Nacional, a PF indicou que a troca de mensagens ocorreu no dia 29 de março deste ano. Três dias depois, uma conversa entre Marcelo Vieira e Rosemary foi interceptada.
Marcelo Vieira: "Posso dar uma passadinha aí, daqui a uma meia hora?"
Rosemary: "Pode. Vou dar uma saída daqui a pouco que eu vou fazer curativo. Mas a empregada tá aqui. Você pode... Se você trouxer algum pacote, pode deixar com ela." O pacote, de acordo com a PF, seria o dinheiro.
Rosemary foi exonerada neste sábado pela presidente Dilma Rousseff, que determinou ainda o afastamento de outros servidores indiciados na Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. 

Irmãos que integravam quadrilha foram indicados por Lula


Governo

Rubens e Paulo Vieira tiveram nomes rechaçados por ministro e no Congresso. Mas ex-presidente os colocou na Anac e na Ana. Na sexta, ambos foram presos

Fachada do prédio da Anac, no Lago Sul
Fachada do prédio da Anac, no Lago Sul (Cristiano Mariz)
Ao deflagrar nesta sexta-feira a Operação Porto Seguro, a Polícia Federal prendeu os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ambos integravam a quadrilha desarticulada pela ação – e que possuía tentáculos em pelo menos sete órgãos públicos. Em comum, os irmãos guardam ainda outra coisa: foram colocados na cúpula das agências reguladoras pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme publicou a coluna Radar, de Lauro Jardim, ainda em 2010, Rubens foi indicado por Lula a pedido da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, a despeito da opinião do então ministro da Justiça, Nelson Jobim, que não concordou com a indicação. Já Paulo, indicado por Lula para a ANA, foi o primeiro diretor de agência reguladora a ter o nome vetado por maioria de votos no plenário do Congresso. Só depois da pressão do ex-presidente, o nome dele passou, em uma segunda votação.
Rosemary também foi indiciada na sexta-feira. Escutas telefônicas realizadas durante a investigação indicam que a servidora usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência. De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, Rosemary tentou impedir a entrada dos agentes da PF no gabinete da Presidência, no 17º andar do prédio do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, centro de São Paulo.
A operação atingiu mais de 40 pessoas, entre elas o número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda Alves. Na sede da AGU, foram recolhidos documentos na sala de um alto assessor do órgão. Procedimento interno de apuração foi aberto por determinação do advogado-geral Luís Inácio Adams para investigar a participação de servidores da autarquia no esquema criminoso.
Na quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff foi informada a respeito da operação pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e deu aval para o prosseguimento das buscas e apreensões. No mesmo dia, Dilma reuniu-se com Adams, segundo fontes do governo. Na manhã de sexta, a presidente voltou a encontrar Adams e Cardozo. Participou também desta terceira reunião, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Denise Andrade/AE
Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa
As traficâncias de Rose - Segundo a investigação, o papel de Rosemary era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo.
Rose, como é conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.
Investigação - As investigações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. As penas variam de dois a 12 anos de prisão.
Segundo o superintendente da PF de São Paulo, Roberto Ciciliati Troncon, os mandatos eram de prisão preventiva e temporária. Além dos dois servidores da ANA e da Anac, foram presos três advogados e um empresário – todos de São Paulo. O papel dos irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira era encontrar funcionários dentro dos órgãos para produzir os laudos fraudulentos, que facilitavam processos das empresas. Já os advogados e o empresário faziam a ponte com o setor privado, oferecendo a facilitação nos procedimentos. “É possível que haja funcionários de outros órgãos e localidades envolvidos, mas até agora se identificou que toda a interação da quadrilha acontecia no estado de São Paulo”, disse Troncon. Segundo o superintendente, foi investigada a atuação da quadrilha na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no Ministério da Educação e no Tribunal de Contas da União (TCU) – além de Anac, ANA e AGU.
ANA - Entre os funcionários da Agência Nacional de Águas (ANA), o diretor de hidrologia Paulo Rodrigues Vieira, preso na sexta-feira pela Polícia Federal, nunca teve boa fama. A partir da indicação presidencial de Vieira para o cargo pelo ex-presidente Lula, no fim de 2009, servidores da Agência se mobilizaram para barrar a nomeação. Foi distribuído aos senadores um “minidossiê” com denúncias contra Vieira. Os relatos dos funcionários chegaram ao conhecimento do então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. 
Minc não guardou, tampouco se lembra do conteúdo do documento. Mas foi o bastante para passar a combater a indicação de Vieira. Em 16 de dezembro, quando o Senado aprovou as indicações de João Gilberto Lotufo e de Vicente Andreu Guillo para os cargos de diretores da (ANA), Paulo Rodrigues Vieira foi vetado. Houve duas votações na data a respeito do encaminhamento de Vieira ao cargo: primeiro, um empate; na segunda tentativa de aprovação, prevista no regimento do Senado, ele recebeu 26 votos contrários. Outros 25 votaram a favor e houve uma abstenção. Diante do veto à indicação de Vieira, o senador Magno Malta (PR-ES) recorreu à Comissão de Constituição e Justiça para tentar anular a votação. 
Na época, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) avocou o processo e emitiu parecer contrário à anulação da decisão de vetar Vieira. Entraram em cena, então, em abril de 2010, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Jucá pediu uma “revotação” em plenário da indicação de Vieira para a ANA. Sarney consultou o plenário para saber se havia consenso para uma nova votação. Ninguém se manifestou, e fez-se a luz para Vieira. Com a bênção de Sarney, foi anunciado o resultado de uma votação secreta, na qual 28 senadores aprovavam e 15 rejeitavam a indicação do novo diretor – houve uma abstenção. 
Delação – Participaram da operação em São Paulo e Brasília 180 policiais. A quadrilha foi descoberta graças a um servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) que foi cooptado pelo esquema com a oferta de receber 300 000 reais para produzir um laudo falso. “Ele chegou a receber a primeira parcela de 100 000 reais e fez o laudo, mas se arrependeu, devolveu o dinheiro e denunciou o esquema”, contou Troncon. 
Segundo Troncon, a operação será concluída em 60 dias. A próxima fase será pedir a autorização da Justiça para o compartilhamento das provas da investigação com as corregedorias dos órgãos envolvidos para que possam aplicar suas medidas administrativas. O superintendente informou que os servidores agiam por conta própria e que não houve conivência dos órgãos, que ajudaram nas investigações.

A carreira meteórica de Rubens Vieira na era Lula


Anac

Corregedor da Agência Nacional de Aviação Civil desde 2006, Vieira era cotado para assumir o cargo de Diretor-Presidente da Anac a partir de maio de 2013

Ana Clara Costa
Quando foi nomeado corregedor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em 2006, Rubens Carlos Vieira tinha 30 anos, um diploma de bacharel em Direito pela UniFMU, em São Paulo, nenhuma especialização e jamais havia trabalhado com regulação no setor aéreo. Poucos anos antes, o bacharel, inclusive, teve de ir a Rondônia para conseguir tirar seu exame da Ordem dos Advogados do Brasi (OAB) — e não São Paulo, que era a cidade onde morava e havia estudado.
Apesar da tímida formação acadêmica, sua carreira no setor público começou cedo. Um dos primeiros concursos para o qual foi aprovado foi o de Procurador da Fazenda Nacional, em 2003, aos 27 anos — mesmo ano em que Lula assumiu a Presidência da República — e que sua madrinha, Rosemary Noronha, presa na tarde desta sexta-feira na Operação Porto Seguro da Polícia Federal, assumiu cargo de assessora presidencial em viagens internacionais. Até então, Vieira trabalhava como diretor jurídico do Sindicato de Trabalhadores das Empresas de Gás Canalizado (Sindigasista).
 De lá para cá, o 'afilhado' de Lula colecionou aprovações em concursos públicos (Promotor do Ministério Público de Rondônia, Advogado da União, Procurador do Banco Central, Procurador do Município de Santo André, entre outros), mas, em teoria, não assumiu nenhum dos cargos. Saiu do Ministério da Fazenda em 2006, ano da reeleição do ex-presidente, para assumir o cargo de corregedor da Anac. Somente depois que entrou na agência, deciciu iniciar um mestrado em regulação aeroportuária na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Sua gestão como corregedor foi marcada por poucos pareceres. Um dos mais célebres, ainda em 2006, foi a autorização de viagem do então diretor da agência, Josef Barat, a um evento privado da TAM para investidores em Nova York, o TAM Day, com as despesas inteiramente custeadas pela empresa aérea. Vieira considerou a viagem de Barat imprescindível naquele momento. Mas pontuou que, nas próximas vezes, as despesas seriam pagas pela Anac, e não por uma companhia aérea. O assunto criou alvoroço e foi parar no Conselho de Ética justamente no período do caos aéreo brasileiro. A partir de 2007, Barat e todos os demais diretores da Agência foram exonerados — menos o corregedor.
Em 2010, a então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, enviou uma carta ao Senado indicando o nome de Vieira para a diretoria de Infraestrutura da Anac. Com ele, outros dois diretores indicados pelo governo foram nomeados: Carlos Pellegrino e Ricardo Maia Bezerra. Desde então, o único projeto capitaneado por Vieira na agência foi o leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte — cujas obras ainda estão em fase inicial, mesmo que a previsão de entrega seja para antes da Copa do Mundo de 2014.
A prisão de Vieira neste sábado surpreendeu diretores e técnicos da Anac. Alguns acreditam em indícios de que uma nova "faxina" esteja a caminho - começando pelas agências reguladoras. Como apadrinhado de Lula, Vieira era cotado para assumir o cargo de Diretor-Presidente da Anac a partir de maio de 2013, quando terminar o mandato do atual diretor, Marcelo Guaranys (este, apadrinhado de Antonio Palocci). Com a saída de Vieira, Dilma deverá indicar para o cargo um nome técnico de sua confiança que possa assumir a agência após a saída de Guaranys.