segunda-feira 29 2012

Remédio usado para tratar glaucoma faz crescer o cabelo


Calvície

O colírio bimatoprosta se mostrou promissor contra a calvície em pesquisa realizada com tecidos humanos. Mas é cedo para usar o medicamento, que pode causar náuseas e não teve sua eficácia atestada para essa finalidade

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Bimatoprosta já é utilizado para o alongamento dos cílios e pode vir a ser uma terapia contra a calvície  (iStockphoto)
Uma pesquisa publicada no FASEB, periódico da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental, sugere que o remédio bimatoprosta, já aprovado pela Food and Drug Administration (FDA, órgão americano que regula remédios e alimentos), pode fazer o cabelo humano crescer. "Nós esperamos que este estudo leve ao desenvolvimento de novas terapias para a calvície, o que deve melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas que convivem com a perda de cabelo", diz Valerie Randall, pesquisadora da Universidade de Bradford, no Reino Unido.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The prostamide-related glaucoma therapy, bimatoprost, offers a novel approach for treating scalp alopecias

Onde foi divulgada: revista FASEB

Quem fez: Karzan G. Khidhir, David F. Woodward, Nilofer P. Farjo, Bessam K. Farjo, Elaine S. Tang, Jenny W. Wang, Steven M. Picksley e Valerie A. Randall

Instituição: Universidade de Bradford, Reino Unido

Dados de amostragem: folículos pilosos (espécie de bolsa dentro da qual se localiza a raiz do fio de cabelo) retirados do couro cabeludo de humanos

Resultado: Os folículos tratados com o medicamento produziram mais cabelo do que folículos que não receberam aplicações.
O bimatoprosta é um colírio contra o glaucoma, um grupo de doenças que atingem o nervo óptico. Só que ele também estimula o crescimento dos cílios. Por isso, o bimatoprosta é utilizado na forma de esmalte desde o ano passado. "A aplicação é feita com pincéis e provoca um aumento do ciclo do crescimento dos cílios", diz a dermatologista Leila Bloch, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A equipe de Randall queria saber se o remédio produz os mesmos efeitos no cabelo.
Os cientistas testaram o bimatoprosta em folículos pilosos (espécie de bolsa dentro da qual se localiza a raiz do fio de cabelo) retirados do couro cabeludo de humanos. Os folículos tratados com o medicamento produziram mais cabelo do que folículos que não receberam aplicações. "Os cientistas comprovaram que, assim como no folículo piloso dos cílios, o bimatoprosta também tem efeito no folículo piloso do couro cabeludo", explica Leila.
Outro experimento aplicou bimatoprosta na pele de camundongos carecas. Assim como no caso dos tecidos humanos, o teste também induziu o crescimento de pelos. Autora da pesquisa, Valerie Randall espera que outros estudos aumentem o conhecimento sobre como os folículos pilosos trabalham, podendo resultar em diferentes medidas terapêuticas para muitos distúrbios relacionados à calvície. Leila Bloch pondera que ainda não existem informações sobre como esse efeito será reproduzido diretamente no couro cabeludo humano.
Cuidados – Oftalmologista do instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto afirma que ainda não são conhecidos possíveis efeitos colaterais que o bimatoprosta possa ter no couro cabeludo. "É uma região muito vascularizada e não se sabe como ocorreria sua absorção." 
 
A pesquisa não deve seguir de pretexto para ninguém usar o medicamento para recuperar os cabelos perdidos. O estudo está em numa etapa inicial, e ainda não é possível determinar sua eficácia, segurança e a melhor forma de aplicação em seres humanos. E há outros riscos provenientes de seu uso. Quando usado na forma de colírio ou para alongar os cílios, por exemplo, a penetração do bimatoprosta na corrente sanguínea através do canal lacrimal pode provocar hipertensão arterial, dor de cabeça e náuseas.

Opinião da especialista

Leila Bloch, dermatologista e cirurgiã capilar
Leila Blochdermatologista e cirurgiã capilar

"O estudo comprovou que o bimatoprosta, assim como nos folículos pilosos dos cílios, também tem efeito nos folículos pilosos do cabelo.
Um dos efeitos colaterais da sua aplicação como colírio é a mudança, em alguns pacientes de olhos claros, da cor dos olhos, podendo aparecer algumas manchas amarronzadas. Por isso, para o alongamento dos cílios o remédio é usado com pincéis descartáveis para não haver contato com os olhos.
A pesquisa quer descobrir se a droga agiria também em cabelos. Aplicada nos folículos pilosos de cabelo removidos de humanos e em camundongos, ela fez os fios crescerem mais. É uma boa perspectiva de uma nova opção terapêutica com um diferente modo de ação, mas ainda é preciso cautela para avaliar a sua real eficácia no couro cabeludo."

'Sou o 2º poste do Lula', afirma Haddad


Atualizado: 29/10/2012 03:00 | Por estadao.com.br Estadão

O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ironizou ontem a fama de "poste", atribuída a ele na campanha...
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ironizou ontem a fama de "poste", atribuída a ele na campanha. Na festa de comemoração de sua vitória, na Avenida Paulista, Haddad fez piada com o apelido e citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como responsável por sua eleição.
"Sou o segundo poste do Lula. Tem alguém candidato a poste aqui?", perguntou Haddad, do alto do trio elétrico, numa referência à presidente Dilma Rousseff, que também foi chamada assim quando concorreu à sucessão de Lula, em 2010.
A uma plateia estimada em 8 mil pessoas, o prefeito eleito admitiu, ainda, que pode ser candidato à reeleição e ficar oito anos no poder, se a população quiser. "Nós vamos trabalhar quatro anos, 365 dias por ano, 24 horas por dia para a gente mudar essa cidade", disse Haddad. O público gritou "oito", numa alusão a um segundo mandato. Ele sorriu e respondeu: "Oito".
Lula não foi à festa nem compareceu ao pronunciamento feito antes por Haddad para não ofuscar o pupilo. "Hoje, o dia é do Fernando", argumentou, segundo relato de amigos que conversaram com ele à noite. O ex-presidente telefonou para Haddad, emocionado, e o cumprimentou. Dilma também ligou. O candidato derrotado do PSDB, José Serra, telefonou bem mais tarde. "Ele reconheceu o resultado das urnas e disse desejar que nós façamos um ótimo governo em São Paulo", contou o petista.
Na Avenida Paulista, Haddad adotou o mesmo mote de Dilma sobre a pobreza e prometeu erradicar a miséria em São Paulo. "Erradicar a pobreza, acabar com a miséria é não aceitar que alguém passe fome, que não tenha educação, não tenha cultura", insistiu. Haddad falou em mudança, citou "a comunidade LGBT, todas as religiões, todas as crenças, todas as formas de ver o mundo" e garantiu o respeito à diversidade. Foi uma referência à polêmica sobre o chamado "kit gay" durante a campanha.
Muro da vergonha. Antes da festa, no primeiro pronunciamento após a eleição, Haddad pregou a união das forças políticas da cidade e afirmou que vai governar "acima de interesses individuais e partidários". Disse que pretende acabar com o "muro da vergonha" que separa a cidade rica da pobre e fez críticas indiretas ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Escondido na campanha, o deputado Paulo Maluf (PP) compareceu ao hotel Intercontinental, nos Jardins, onde Haddad fez o pronunciamento. Por recomendação do PT, Maluf entrou no hotel pela garagem e acompanhou o discurso do prefeito eleito bem perto dele. "Sempre faço política a favor, nunca contra", comentou Maluf.
Haddad agradeceu a vitória a Lula, a Dilma, ao PT e aos partidos aliados. Fez homenagem ao deputado Gabriel Chalita (PMDB), que o apoiou no 2.º turno, ao vice-presidente Michel Temer, mas não citou a ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT) nem Maluf.
"É hora de atrair, unir e estimular as forças vivas e o pensamento paulistano para um trabalho acima de interesses individuais e partidários", afirmou o prefeito eleito, pouco antes de se dirigir para a festa na Paulista.
O hotel onde Haddad fez o pronunciamento foi o mesmo onde Lula comemorou suas duas eleições presidenciais. "Meu objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado pela maioria do povo paulistano: é diminuir a grande desigualdade existente em nossa cidade; é derrubar o muro da vergonha que separa a cidade rica e a cidade pobre."
O pronunciamento de Haddad ganhou ares de superprodução, com direito a música anunciando sua chegada em um salão enfeitado com balões vermelhos e brancos. Animados, militantes do PT vestiam camisetas com os dizeres: "O futuro venceu. São Paulo oPTou pelo novo".
Para o futuro prefeito, a capital paulista tem de voltar a ser "farol e antena". "Farol para iluminar seus passos e os passos do Brasil. Antena para captar o que existe de mais moderno e para transmitir o que tem de mais diferenciado para o nosso País e para o mundo", argumentou.
Apesar de ter feito um discurso pregando a união, Haddad não mencionou Serra nem o PSDB. Deu estocadas em Kassab, sem citar o nome dele, ao dizer que a Prefeitura não fez o seu papel de desenhar políticas urbanas de desenvolvimento. O prefeito eleito destacou que São Paulo "não é uma ilha política tampouco uma cidade de muralhas".
Na campanha, Haddad foi acusado de querer promover uma gestão "estatizante", principalmente na área de saúde. O programa de governo não é claro em relação às parcerias com as organizações sociais, que administram hospitais e estabelecimentos de saúde.
Projetos. "Sei que contarei com o apoio decisivo do governo da presidenta Dilma, mas potencializarei esse apoio apresentando propostas e projetos criativos e irrecusáveis", disse o futuro prefeito. "São Paulo precisa firmar parcerias vigorosas na esfera pública com o governo federal e com o governo estadual e, na esfera privada, com o que existe de mais avançado em pensamento e em tecnologia no mundo."
Professor licenciado da USP, Haddad afirmou que pretende atrair a intelectualidade com seu projeto. "O primeiro passo que quero dar, a partir de hoje, é fazer com que a Prefeitura recupere o seu papel de liderar as forças criativas e sociais da cidade", disse o prefeito eleito.
Transmitido ao vivo por emissoras de TV, o discurso de Haddad foi acompanhado por militantes petistas que celebravam a vitória no Bar Brahma, no centro. Parte do grupo, no entanto, reclamou do "tom catedrático e professoral" de Haddad. Ali estavam cerca de 300 petistas, vestidos de vermelho, que comemoravam ao som de samba. / BRUNO LUPION, FERNANDO GALLO, JULIA DUAILIBI, VERA ROSA e WILSON BALDINI
http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/sou-o-2%c2%ba-poste-do-lula-afirma-haddad-1

Se urna em SP é tribunal, então mensaleiros foram condenados de novo por 60,7% dos eleitorado; afinal, Haddad, o do teleprompter, foi eleito por apenas 39,3%


veja.com

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), veio mesmo para inovar. Não fez o tradicional discurso da vitória. Ele o leu num teleprompter. Um político de qualquer outro partido que assim procedesse seria alvo de ironia da imprensa vigilante e isenta. Não com o petista. Considera-se um sinal de profissionalização da campanha — afinal, o que importa é conteúdo… O professor universitário, mestre em direito, doutor em filosofia, não pode correr o risco de falar cinco minutos por sua conta e risco. É prudente! Na última vez em que pensou de improviso, considerou que um facínora que mata depois de ler livros e moralmente superior ao que mata sem lê-los. Teremos, enfim, um pensador na Prefeitura de São Paulo.
Ontem, o PT se manifestou de várias maneiras. Houve o discurso supostamente inclusivo e “moderno” de Haddad (está na home; leiam ali); houve a fala da vendeta de Marta Suplicy, que resolveu, acreditem!, criminalizar o tucano José Serra. Ela o acusou de “traiçoeiro”. Entendo! Onde já se viu vencê-la nas urnas em 2004? Isso não se faz! E houve a tropa fascista de José Genoino (ver post a respeito), que foi devolvido pela condenação sofrida no Supremo à sua real natureza. Agora dá para entender que tipo de sociedade este herói tinha na cabeça quando aderiu à guerrilha do Araguaia.
Tudo isso é PT: aquele que faz discurso “thutchuca”, lido no teleprompter, e o que saúda a suposta destruição de um adversário, como fez Marta; o que diz que vai atuar para diminuir a desigualdade e o que joga no chão uma senhora de 82 anos em sua fúria fascistoide.
Vamos ver quantas horas vai demorar para o partido divulgar uma nota oficial em que proclamará, ainda que por vias tortas, a absolvição dos mensaleiros, que teria sido dada pelo resultado nas urnas em São Paulo. Trata-se, obviamente, de uma falácia. Dos números ao mérito. O petista obteve na cidade 3.387.720 votos no segundo turno, para um eleitorado de 8.619.170 pessoas. É o legítimo prefeito eleito de São Paulo, dentro das regras do jogo, mas foi votado por apenas 39,3% dos que têm direito de participar do pleito. Isso significa que 60,7% dos eleitores paulistanos não votaram no candidato petista.
Se o PT pretenda que urna é tribunal, então é o caso de a gente pedir vênia, antes de dar uma botinada no traseiro teórico dos vigaristas, e lembrar que, fosse assim, os mensaleiros teriam sido condenados por uma ampla maioria: 60,7% a 39,3%. Aplicada a proporção a um grupo de 11 (número de ministros do), tem-se uma nova condenação 7 a 4…
Além da cascata mensaleira, também assistiremos ao triunfalismo, como se o partido houvesse logrado, realmente, uma vitória acachapante. Isso é falso! O PT venceu em São Paulo, sim, nas condições acima especificadas; teve um crescimento no número de municípios que vai administrar — de 550 para 634 —, mas cresceu em cidades pequenas e murchou em cidades médias. Tanto é assim que esse aumento de Prefeituras se deu com uma expansão de apenas 4% dos votos no primeiro turno. Hoje, administra seis capitais; ficará com quatro: além de São Paulo (sim, a joia da Coroa), conquistou as prefeituras de Rio Branco, João Pessoa e Goiânia. É bom lembrar que tinha candidatos  cabeças de chapa em 17 capitais.
Quem acompanhou ontem o noticiário da TV e confiou em certos comentários ficou com a impressão de que o partido havia promovido uma verdadeira razia eleitoral Brasil afora, não deixando nem migalhas para os adversários ou aliados de ocasião. Isso é falso como nota de R$ 3.
FinalmenteFinalmente, não sei onde certo jornalismo andou estudando lógica. Talvez o professor seja o mesmo que deu aula de probabilidade para a turma que fez o kit gay de Haddad. Sustentar que o mensalão “não teve peso nenhum” na eleição é uma dessas bobagens que transformam o depois na causa do que veio antes.
Para saber se teve ou não, seria preciso realizar essa mesma eleição sem o tema “mensalão” em pauta. Quem pode assegurar que o resultado nas 13 capitais em que o PT não obteve êxito não seria outro? Quem pode assegurar que o partido não teria tido um desempenho melhor Brasil afora? O PT se organizou para fazer 800 prefeituras. Ficou bem abaixo disso.
De toda sorte, essa é e sempre foi uma pauta mais do PT do que da própria oposição. Foi o partido que se organizou para impedir que o julgamento se realizasse neste ano, justamente com medo das urnas, e que chegou a acusar uma tentativa de golpe…
Tirem a conquista da Prefeitura de São Paulo da conta para ver se a vitória é assim tão maiúscula. Os petistas sabem que podem enganar certo jornalismo, mas que não podem enganar a si mesmos. “Mas São Paulo está na conta, Reinaldo!” Eu sei! Basta, no entanto, atentar para as circunstâncias específicas, muito particulares, que deram a vitória ao partido na capital paulista para perceber que há menos aposta no PT do que expressão de certo desencanto.  Falaremos muito a respeito
A minha disposição de confrontar a metafísica influente e os juízos bucéfalos é imensa. Meu blog terá mais de 4 milhões de acessos neste mês também por isso. O coro dos contentes combina a música e o tom, e eu vou lá e desafino. Com muito gosto, com muito prazer!
Texto publicado originalmente às 4h41
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Serra se diz revigorado e pede que Haddad cumpra promessas


Eleições 2012

Candidato derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo discursou diante de militantes do PSDB e disse sair da disputa com mais energia e vigor

Carolina Freitas
O candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), durante discurso no diretório municipal de seu partido em São Paulo
O candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), durante discurso em São Paulo (Eduardo Anizelli/Folhapress)
No breve discurso que fez na noite deste domingo no comitê de campanha do PSDB, José Serra reconheceu sua derrota nas eleições e agradeceu aos eleitores - além de deixar claro que não vai se afastar da vida pública. “Termino a campanha com mais energia, mais vigor, mais disposição e ideias renovadas. Vamos em frente!”, disse Serra diante de cerca de oitenta correligionários. A militância recebeu o candidato com aplausos efusivos e gritos de “Serra, Serra, Serra”.
Depois da fala, era comum ver pessoas chorando e, especialmente, os integrantes da equipe da campanha com semblantes tristes. Durante a meia hora em que permaneceu no comitê, Serra não sorriu.
O tucano desejou boa sorte a Fernando Haddad (PT) e fez um pedido: “Desejo que o prefeito eleito cumpra as promessas que fez na campanha”. Serra fez referência ainda aos avanços conquistados pela gestão de Gilberto Kassab, em parceria com o PSDB. “Desejo que essas conquistas sejam mantidas e que não haja retrocesso.”
Em meio a agradecimentos, o candidato lembrou que, durante toda a campanha, defendeu a ética na vida pública. A candidatura do PSDB fez sempre um duro discurso sobre os políticos do PT condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.
Ocupavam o palanque em que Serra discursou dezenas de aliados. Entre eles, o governador Geraldo Alckmin, seu vice Alberto Goldman, o prefeito Gilberto Kassab, o senador Aloysio Nunes, e o candidato a vice na chapa de Serra, Alexandre Schneider.
Tão logo Serra pisou no palco, foi descerrado atrás do candidato um painel com os escritos: “Obrigado, São Paulo!”. Em seguida, havia a assinatura de José Serra e as bandeiras do Brasil, do estado de São Paulo e da capital paulista. O clima entre os aliados mais próximos de Serra era de indignação. Andrea Matarazzo (PSDB), vereador eleito, discordou da tese que credita a derrota à falta de renovação do partido. “O PSDB tem se renovado sempre. Serra não foi eleito por ‘n’ circunstâncias”, disse Matarazzo. “Espero que Haddad tenha autonomia para executar o que prometeu. Que ele não seja um subprefeito de Lula.”
O dia do candidato – Serra votou cedo, pouco depois das 10 horas da manhã. Quem apertou as teclas da urna eletrônica, foi o neto do tucano, Antônio, de nove anos. O menino fez a festa dos fotógrafos com caras e bocas. Serra estava tranquilo, ciente de que tudo que podia ser feito já tinha sido feito. Citou Chacrinha no pronunciamento depois do voto: “A eleição acaba quando termina.”
E a eleição terminou triste para os tucanos. Logo depois do fechamento das urnas, às 17 horas, militantes começaram a chegar ao comitê central da campanha para acompanhar na TV e em um telão a apuração. Ficaram em silêncio e com os semblantes fechados. Muitos vestiam azul e amarelo, as cores do PSDB, e a pergunta mais comum entre eles era: “Será que ainda dá?”. A virada não veio, mas os apoiadores continuaram no comitê para cumprimentar o candidato. 
O tucano passou o dia entre familiares e amigos. Almoçou na casa da filha Verônica, e depois passou parte da tarde no Palácio dos Bandeirantes, na companhia do governador Geraldo Alckmin e de aliados. A grande questão agora diz respeito ao futuro politico de Serra, mas sobre isso, nem os aliados mais próximos sabem falar. Só Serra poderá responder a essa pergunta, a seu tempo.